BTS's Doctor Crush escrita por Cellis


Capítulo 5
Drª Kim Sun Hee, contratada


Notas iniciais do capítulo

OLÁ, QUERIDOS!
Bem, eu não costumo colocar notas no início do capítulo, mas eu fiquei tão feliz com os comentários de vocês que tive que vir aqui agradecer... Sério, guys, obrigada ♥
Agora sim, boa leitura.



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Eu estava louca. Tinha perdido a cabeça de forma sangrenta e, quando finalmente a encontrei, ao invés de colocá-la de volta no lugar preferi chutá-la para longe. Tudo bem, eu não era exatamente normal, mas entrar em uma van com oito estranhos por livre e espontânea vontade era além dos meus limites.

Depois de repetir essas palavras mentalmente durante cerca de dez minutos, comecei a falá-las em voz alta sem perceber.

— O que disse, doutora? Não conseguimos ouvir daqui de trás. — era Taehyung que acordava-me do meu transe.

— Deve ser porque vocês não ficaram quietos durante um minuto desde que entramos no carro. — respondeu Gae Mae, que dirigia.

Eu estava ao seu lado (pois não era tão insana ao ponto de ir atrás, junto com sete homens os quais eu só conhecia os nomes e algumas fãs), no banco do passageiro, e provavelmente o assustei quando exclamei:

— Eu não deveria ter feito isso! Meu chefe era horrível, admito, mas o emprego não era ruim e ainda era a única fonte de sustento que eu tinha!

Yah! — olhando pelo espelho interior do veículo, pude ver que era Jin quem havia chamado a minha atenção. Pelo visto era um costume seu fazer isso. — Você está indo fazer uma entrevista para trabalhar com a gente... Como pode estar reclamando?

— E se eu não passar? — indaguei, torcendo meu pescoço para trás para encará-los. — O pior: eu nem sei se conseguiria trabalhar para vocês. Não me levem a mal, eu gosto do que faço, mas não faço a mínima ideia de como lidar com famosos.

— Acalme-se, doutora. — Hoseok disse, aproximando-se de mim (não muito, pois mesmo que estivesse na primeira fileira de bancos, o cinto não permitia). — Nós somos pessoas legais.

Eu os fitei, um por um, e semicerrei os olhos.

— Eu estou ferrada. — murmurei, em voz de choro.

Somente quando me virei para frente novamente, que percebi que ainda usava o jaleco do hospital, com meu nome gravado em letras azul bebê no bolso. Eles deveriam ser pessoas distraídas demais para perguntarem meu nome, quando o mesmo já estava escrito ali. Em meio a confusão — e por confusão eu quero dizer o diretor gritando meu nome e atirando gases na nossa direção, enquanto saíamos apressadamente pela mesma porta em que entramos — eu havia esquecido de deixá-lo no hospital. Na verdade, eu não fazia ideia se ele pertencia ao hospital ou a mim.

— Doutora. — olhando para trás novamente, percebi que era Jungkook que me chamava. — Desculpe a pergunta, mas... — ele passou a mão pelos cabelos, parecendo estar com vergonha. — Quantos anos você tem?

— Verdade! — exclamou Jimin, me interrompendo antes mesmo que eu pudesse falar. Ele tinha sorte de ter uma aparência tão fofa. — Nós não sabemos como nos dirigir a você.

— Eu tenho 23 anos. — respondi, dando de ombros.

Devo dizer que a explosão de vozes que veio em seguida me assustou. Meu Deus, será que eles eram sempre assim?

— Você é nossa Noona! — exclamou Taehyung, apontando para si mesmo e, depois, para Jimin e Jungkook, sentados um de cada lado dele.

Eu era mais velha do que eles? Alguém para esse carro que eu quero descer.

— Quantos anos vocês tem? — perguntei, perplexa.

— Tae e eu temos 22, e Jungkookie é o maknae, com 21 anos. — respondeu Jimin. — Hobi e Moonie tem a mesma idade que você. — apontou para os dois, que concordaram positivamente. Ok, apelidos estavam aparecendo quando eu mal havia gravado os nomes. — Suga-hyung é um ano mais velho e Jin-hyung dois.

— Não há muita diferença de idade. — eu disse. — Por isso, não precisam me chamar de noona ou nada do tipo.

Por fora, eu estava sendo simpática e tentando apenas me enturmar com os rapazes; mas a verdade era que, internamente, eu simplesmente odiava ser chamada de noona ou unnie, pois achava que era um lembrete constante de que eu deveria ser uma adulta séria e cheia de responsabilidades.

— Mas... nós podemos? — perguntou Jungkook, parecendo esperançoso. — É porque eu gosto.

Maldita hora em que eu deixei minha vida financeira nas mãos desses sete. Respirei fundo e sorri.

— Claro.

Ele sorriu de volta de um jeito fofo, que o fazia parecer um bebê esquilo. É, eu definitivamente era mais velha do que ele.

— Isso quer dizer que nós podemos chamá-la de dongsaeng? — perguntou Yoongi, que provavelmente havia ressuscitado de seu sono de pedra apenas para me cutucar com aquela pergunta (sério, no segundo em que nós entramos no carro ele simplesmente apagou).

Aniyo! — exclamei sem pensar, logo em seguida me arrependendo. — Quero dizer, eu me sinto muito mais nova quando...

Aigoo... não ligue para esse hyung! — Namjoon interrompeu minha fala atrapalhada, rindo. — Ele esta apenas querendo lhe bagunçar.

Sabia!

Quando estava prestes a responder um Yoongi que ria da minha cara de paisagem, Gae Mae estacionou o carro em uma garagem subterrânea.

Mas gente, quando nós tínhamos entrado em uma garagem?

— Chegamos. — anunciou e, dois segundos depois, eu era a única dentro do carro.

Eles não estavam doentes?

Antes que eu pudesse abrir a porta, a mesma foi aberta por um Taehyung sorridente (na verdade, eu tinha a impressão de que ele estava sempre assim, ou pelo menos quando não estava olhando para o horizonte com a expressão vaga), ou pelo menos tentando estar sorridente, já que ainda era nítido o desconforto gerado pela infecção.

— Vamos. — disse, oferecendo seu braço como apoio para que eu descesse do carro.

Tadinho, ele mal parecia estar aguentando consigo mesmo, assim como o resto dos membros. Para não fazer desfeita, aceitei sua ajuda, porém depositando o mínimo de força possível em seu braço.

Bem, pelo menos ele ainda estava de pé.

— O manager hyung já deve estar lá em cima, esperando pela gente. — indagou Hoseok, enquanto caminhávamos para dentro do prédio. — Tomara que quando ele veja você, esqueça do que nós fizemos.

Eu não tinha entendido, porém preferi não comentar. Enquanto esperávamos o elevador, e ainda durante o trajeto dentro do mesmo, eles agiam naturalmente entre si, como se eu não estivesse ali. Isso era estranho — não para mim, que na verdade estava agradecendo por não estar sendo bombardeada com perguntas, mas para eles... E se eu fosse uma fã louca que estivesse fingindo esse tempo todo apenas para me aproximar o máximo possível deles?

Eles eram estranhos.

No meio do caminho, eles me contaram que moravam no apartamento que ocupava os dois últimos andares do prédio, o qual quase não possuía moradores (e os que moravam ali eram em sua maioria idosos ou pessoas ocupadas demais para estarem em casa). Parecia um lugar tranquilo, perfeito para ídolos que desejavam um pouco de descanso da mídia.

Eu estava entrando na casa de ídolos, aparentemente conhecidos no país inteiro.

Quando essa realidade me atingiu, fiquei nervosa e senti meu coração bater mais rápido. Eu não era exatamente inteirada no mundo dos famosos nem nada do tipo, mas, por favor, que mero mortal não fica nervoso quando conhece alguma celebridade? Ou melhor, a casa dela?

Quando paramos no andar deles, respirei fundo e me recompus, como se nada estivesse acontecendo. Gae Mae abriu a única porta do andar, digitando uma combinação de números a qual não prestei atenção, e os meninos foram entrando, um por um, seguindo mais o que parecia uma escadinha que colocava os maiores na frente e os menos atrás — ou seja, Jimin seguia na minha frente e não havia ninguém atrás de mim. Todos arrancavam seus sapatos e os jogavam de qualquer jeito próximo a uma sapateira, que ficava ao lado da porta (a qual já não suportava mais sapatos de tão cheia). Quando Jimin percebeu que eu não sabia o que fazer com os meus pequenos saltos brancos, algo pareceu estalar em sua mente. Enfrentando o mar de sapatos, ele puxou de trás da sapateira um par de chinelos rosas, que pareciam muito confortáveis e do tamanho ideal para os meus pés.

— Pode usar esses daqui. — disse, colocando-os próximos aos meus pés. — É de uma irmã de alguém que um dia nos visitou e nunca mais voltou. Nem lembro quem era.

— Obrigada. — agradeci, retirando os meus sapatos e enfiando meus pés naqueles chinelos que eram tão confortáveis quanto pareciam.

— Aí estão vocês!

Esgueirando-me por cima dos ombros de todos, eu pude ver, em pé no centro da sala, um homem mais ou menos do tamanho do diretor. Apesar de possuir um porte imponente, ele parecia amigável.

Hyung, nós podemos explicar... — foi Namjoon quem começou a falar, porém logo foi interrompido por um abraço do mais velho.

— Vocês tem noção do susto que me deram? — perguntava em tom de reclamação, enquanto puxava cada um deles para um abraço rápido. Quando chegou em Gae Mae, deu-lhe um tapa de leve na nuca. — Seu irresponsável, você não só os deixou sair para comer qualquer porcaria escondidos, como foi junto?

— Eu não tive culpa, hyung. Você sabe como eles são... — resmungou, de cabeça baixa. — Quando eu vi, já estava indo junto. Desculpe-me.

Aish... Vocês tem tanta sorte de eu ter um coração meio mole. — disse, se recompondo. — E tem ainda mais sorte de não terem sido reconhecidos por nenhuma fã, caso contrário, a essa hora, fotos de vocês em um hospital já estariam espalhadas por toda a rede.

— Mas isso só não aconteceu por causa da noona! — indagou Jungkook, apontando para mim.

Nesse momento, enquanto o manager me encarava, analisando-me, eu não sabia se agradecia Jungkook por ter aberto a boca para me agradecer ou se o xingava por ter começado a falar justamente em um momento como aquele.

— Então, você é a médica que cuidou deles? — perguntou, diretamente para mim.

Não vou mentir, ele era intimidador.

— Sou nutricionista, na verdade. — respondi, educadamente. — Mas sim, eu fiz o que pude para ajudar.

— Se esse é o caso... — pausou e, logo em seguida, abriu um pequeno sorriso. — Muito obrigado. — curvou-se, um gesto rápida para me saudar. — Meu nome é Kim Sejin, sou o manager principal do Bangtan Boys.

Não pude me conter ao soltar a respiração que nem sabia que estava segurando. Novamente, ele parecia um homem amigável.

— Meu nome é Kim Sun Hee. É um prazer. — também me curvei, respeitosamente.

Hyung. — chamou Jin, aproximando-se do homem com uma cara fofa do tipo que causa desconfiança. — As enfermeiras do hospital nos disseram que a doutora é uma profissional exemplar, que sempre trabalhou duro e, ainda por cima, que fazia tarefas que nem mesmo eram parte da sua profissão...

Por favor, alguém me lembra de agradecer eternamente a essas mulheres.

— E, como vocês estarão sem uma nutricionista pelo próximo ano e, além disso, ainda fizeram com que a pobre doutora perdesse o emprego, resolveram unir o útil ao agradável. Estou certo? — completou o manager, deixando-os perplexos.

— Gae Tae, você contou a ele?! — exclamou Hoseok, indignado.

O outro ergueu as mãos, em defesa.

Aniyo!

— Eu não preciso que ninguém me conte nada. — interveio Sejin. — Eu os conheço bem o suficiente para suspeitar e, ainda por cima, vocês sempre acabam confirmando as minha teorias.

Nesse momento, todos fitaram Hoseok com olhares fuzilantes, e o mesmo deu um sorriso amarelo.

— Desculpa, gente. — sussurrou, erguendo os ombros.

— Enfim, Sun He... — o manager prosseguiu, segurando uma risada causada pela cara de Hoseok. — Você acha que pode lidar com esses garotos?

Agora, todos olhavam para mim, um com o olhar mais abandonado do que o outro. Eu sentia que por trás daqueles olhares estavam crianças que iam fazer com que o meu humor fosse da água para o vinho em segundos, mas, mesmo assim, fui em frente.

— Eu darei o meu melhor, senhor.

— Está contratada, então. — ele respondeu, sem nem hesitar.

Meu queixo estava quase encostando no chão.

— Mas... sem entrevista, sem nada? — perguntei, depois de alguns segundos de choque.

Ele riu.

— Se os meninos realmente gostam de você como parecem gostar, tenho certeza de que você é a pessoa certa. — respondeu, calmamente, enquanto os mesmos balançavam a cabeça positivamente. — Além disso, você não tem a ideia do problema que eu teria em minhas mãos se contratasse alguém que eles não gostassem.

Conforme eu ia absorvendo o que estava acontecendo, Sejin me passou todas as instruções do como assinaríamos o contrato e de como seria o meu trabalho. Na manhã seguinte, eu deveria ir até  o prédio da Big Hit Entertainment, gravadora para qual eles trabalhavam, levando meus documentos, e chamar por Sejin, que já estaria me esperando com o contrato. A partir disso, oficialmente contratada, eu passaria a cuidar da dieta completa dos membros do BTS, acompanhar seu desempenho e ainda teria autonomia para pedir os exames que achasse necessário. Vez ou outra, eles seriam avaliados por profissionais mais experientes e reconhecidos, e os mesmos fariam uma avaliação do meu trabalho. Se eu fizesse tudo certo, teria um salário extremamente generoso durante um ano, que seria o tempo de duração do meu contrato.

Sinceramente, se eu não estivesse na sala de estar deles, provavelmente estaria dando cambalhotas de felicidade agora.

As coisas estavam começando a dar certo.

— Parabéns, Sun Hee! — indagou Namjoon, sorrindo para mim. — Tenho certeza de que nos daremos bem.

E como nos daremos, caro Namjoon. Afinal, o Bangtan Boys nunca foi tão bem cuidado como será por mim, Drª Kim Sun Hee.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Agora começa, oficialmente, a convivência entre Sun Hee e os meninos...
Não esqueçam de mandar suas opiniões, ideias, previsões ou qualquer outra coisa! Kkkkk
Até :*