BTS's Doctor Crush escrita por Cellis


Capítulo 25
O janta que deu errado, mas deu certo


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus queridos! Só passando pra dizer três coisinhas (nem tão) rápidas:
1 - MAIS DE SEIS MIL PALAVRAS NESSE CAP. Eu to chocada comigo mesma, e com o que o amor de vocês pode fazer comigo. Muito obrigada por cada incentivo, de verdade. Vocês escreveram essa capítulo junto comigo ♥
2 - Narrador especial. Nossa linda Sun Hee resolveu tirar uma pequena folga.
3 - Leiam as notas finais, tia Cellis tem um recado.

Boa leitura.



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Eu gostaria de saber, sinceramente, o que significava o depois de uma mulher. Sério, havia toda uma contagem de tempo misteriosa e diferente da nossa contagem cronológica do dia a dia dentro dessa única palavra, que poderia variar entre o depois que significava um curto período de tempo em seguida, até aquele que continha vinte horas e trinta e sete minutos.

No caso, Sun Hee parecera optar pela última opção.

Sim, eu estava contando. Não que eu não tivesse nada para fazer, pelo contrário: o dia já havia começado cedo e corrido e agora, no meio da tarde, nós estávamos gravando um comercial para uma marca famosa de produtos de beleza, a qual eu particularmente não conhecia e não me espantava por isso — mas nada disso impedia que parte dos meus pensamentos se voltassem para a nutricionista baixinha que andava mexendo com a minha cabeça nos últimos tempos. Mas, afinal, era impossível que eu não me perguntasse o que diabos poderia ter acontecido depois que Sun Hee praticamente me expulsou do seu apartamento por causa da presença dos seus pais.

Aquilo era outra coisa que me incomodava. Eu estava apaixonado por Sun Hee, isso já era um fato mais do que constatado, mas não havia pensado em conhecer seus pais. Os pais no geral já me assustavam levemente e eu gostava de manter certa distância dos mesmos (eu sei, muito maduro da minha parte), mas, pelo modo como ela descrevia principalmente sua mãe, eu tive ainda mais vontade de sair correndo quando a mulher de meia idade me encarou dos pés à cabeça, parando especificamente nos meus fios azuis. Fora um pensamento súbito e estúpido, por isso, eu obriguei meu próprio corpo a se manter firme naquele momento e tentar transmitir certa confiança, ao invés de simplesmente amarelar. Senti-me orgulhoso quando endireitei minha postura e firmei meus pés ao lado de Sun Hee — e foi quando, de repente, ela me puxou para fora e bateu a porta a poucos centímetros do meu nariz, praticamente aniquilando minha pouca confiança.

No fundo, eu sabia que nada daquilo deveria me incomodar. Sun Hee tinha todo o direito de conversar com seus pais primeiro, antes de me apresentar a eles, e eu também tinha plena consciência de que ela estava tentando fazer o seu melhor para que tudo corresse, pelo menos, relativamente bem. Francamente, eu não sabia ao certo o porquê de ter ficado tão inquieto com toda aquela situação, batendo o pé direito freneticamente contra o chão e encarando a tela do meu celular a cada cinco minutos, mas... droga, não tinha nenhum "mas". Aish, eu já estava começando a sentir o meu humor escurecer tanto quanto o tempo cinzento lá fora.

Por que Sun Hee não dava nenhum sinal de vida? Mais importante, por que raios eu estava a esperando como se fosse uma maldita adolescente do colegial apaixonada?

É, o meu humor já estava mais do que nublado.

— Ela ainda não ligou? — indagou Hoseok, sentando-se ao meu lado sem ser convidado e atraindo a minha atenção.

Na última vez que estivemos em uma situação parecida, ele estava prestes a sair e passar a noite toda com Sun Hee, por causa daquela apresentação de balé. Com a minha Sun Hee. Hobi poderia ser meu amigo, mas hoje eu sei que provavelmente o teria matado se não tivesse ido em seu lugar.

Amigos, amigos... meus ciúmes da minha namorada com meu melhor amigo bonito, atraente e extremamente simpático à parte.

Eu bloqueei a tela desinteressante do meu celular e o enfiei de volta no bolso, provavelmente fazendo minha melhor cara de poucos amigos. Virei o pescoço para fitar Hobi, que me encarava com um ar espontâneo próprio dele.

— Do que você está falando? — fingi-me de desentendido, tentando fugir daquele assunto.

Eu soube que tinha falhado quando ele deu uma longa risada e sacudiu a cabeça para os lados, provavelmente não engolindo minha atuação fajuta.

Aigoo... você não muda, hyung. — disse, fitando algum ponto aleatório na nossa frente. Respirou fundo e, em seguida, sorriu. — Não precisa se preocupar tanto. Ela ligará assim que conseguir resolver tudo sozinha, você sabe.

Hoseok era do tipo de pessoa perfeitamente educada com estranhos mas, se fosse seu amigo, ele com certeza lhe daria conselhos que você nunca pediu e falaria sobre tudo até sentir sua garganta ressecar. No começo, assim que nos conhecemos, eu até achava esse seu hábito irritante; mas, como ele nunca fazia por mal (pelo contrário, acabava até ajudando na maioria das vezes) eu acabei por me acostumar com seu jeito e a ouvi-lo mais atentamente, mesmo que jamais confessasse isso.

Mais uma vez, ele estava certo.

— Não estou preocupado. — respondi, dando de ombros.

O que também não deixava de ser verdade. Eu não me sentia preocupado com Sun Hee ou com o que quer que estivesse acontecendo naquele momento, estava mais morrendo de curiosidade do que qualquer outra coisa. Queria saber o que seus pais haviam falado para ela, quando ela ligaria, o que me contaria e o que lutaria para esconder, mas no fim acabaria deixando escapar de um jeito ou de outro. Além disso, gostaria de segurar sua mão caso ela precisasse e dizer a ela que eu estava ali para protegê-la e apoiá-la — mesmo que esse último não fizesse parte da minha maldita curiosidade.

Uma staff passou nos oferecendo timidamente duas garrafas de água e, como estávamos fazendo uma pequena pausa e descansando um pouco, ambos aceitamos. Eu já estava terminando meu primeiro gole do líquido fresco, enquanto Hoseok ainda abria pacientemente sua garrafa. Tomou um gole rápido e voltou a fechá-la, pigarreando logo em seguida.

Hyung. — chamou-me, fitando o rótulo do objeto em suas mãos. Pela primeira vez no dia, ele parecia mais sério e maduro do que normalmente. Eu exprimi um breve som com a garganta para que ele continuasse, e assim ele o fez. — Você já contou a ela?

Demorou alguns segundos para que eu me situasse na conversa. Porém, pelo tom mais delicado de Hobi e pelo ar repentinamente mais sério à nossa volta, eu logo percebi sobre o que ele estava falando.

Ainda havia aquele assunto.

Aniyo. — respondi, tentando inutilmente fazer com que minha voz não soasse pesada ou até mesmo um pouco magoada. — Eu sei que devo fazê-lo logo, mas estou tentando encontrar o momento certo.

— O vídeo será liberado em breve. — afirmou. — Seria melhor que a Sun Hee ouvisse de você primeiro. 

— Eu sei. — disse, deixando o cansaço transparecer através da minha voz. Mais uma vez, Hobi estava certo e com certeza só queria me ajudar, mas eu já tinha coisas demais na minha cabeça naquele momento para tratar daquele frágil assunto.

Ele entendeu e, por isso, não disse mais nada. Terminou de beber sua água em meio a um silêncio compreensível e, em seguida, deu-me um tapinha amigo no ombro antes de se levantar para arrumar o cabelo novamente. Eu o observei se afastar, sumir por entre as luzes e as câmeras e, depois, continuei sentado acompanhado apenas dos meus pensamentos desnecessariamente apreensivos.

Eu contaria a ela. É claro que contaria, oras. Mas se tratava de uma situação parecida com tomar uma vacina: era algo que eu sabia ser necessário e o quanto antes, mas não deixava de ser incomodo fazê-lo naquele momento. Sun Hee parecia estar nas nuvens de tão feliz, com seu dinheiro de volta e prestes a começar a reforma do restaurante o qual sempre sonhou ter, por isso seria tão desagradável da minha parte dar aquela notícia agora. Ela se colocaria a pensar somente naquilo, se martirizando por causa de uma escolha que, no final, a magoaria qualquer que fosse sua decisão. Eu a conhecia bem o suficiente para saber que não deveria fazê-lo, porque ela odiava que lhe escondessem coisas, mas mesmo assim adiaria aquela situação o máximo possível. Afinal, vê-la alegre e realizada como estava ultimamente era simplesmente o ponto mais alto do meu dia.

Pelos céus, que eu estivesse fazendo a escolha certa.

Tirando-me dos meus desvaneios, que me impediam de relaxar mesmo que pudesse fazê-lo durante aquele breve momento de descanso, meu celular vibrou em meu bolso. Alcancei o aparelho e, ao ver o nome de Sun Hee na tela ainda bloqueada, meu sistema respiratório esqueceu-se de fazer seu trabalho durante breves segundos.

Oppa, você está ocupado?

Aish... Sun Hee sabia que oppa era golpe baixo. Mesmo que eu quisesse, não haveria situação no mundo que fizesse com que eu me irritasse com ela se ela pronunciasse aquela simples palavra no final. Respirei fundo, me perguntando quando eu havia virado esse molenga com coração de manteiga derretida, e me coloquei a respondê-la.

Aniyo... por quê?

Era mentira, mas uma mentirinha do bem. Sim, eu estava ocupado, mas, como de costume, mesmo assim eu lhe disse que não. Nunca estava ocupado para ela, um sentimento irracional e enraizado dentro de mim fundo o suficiente para chegar até mesmo a atrapalhar o meu trabalho, se eu não me policiasse em relação a isso. No dia em que ela atendeu ao celular chorando, quando aquele bastardo a assediou, eu fiquei cego de preocupação. Larguei a reunião com a equipe de vendas pela metade, implorei que Gae Mae me emprestasse seu carro e corri até ela, provavelmente levando uma multa no meio do caminho e tendo que me desculpar com o manager depois. Naquele mesmo dia, para o meu espanto, eu constatei que Sun Hee só precisava de uma palavra para me fazer agir impulsivamente.

Então não, eu não estava ocupado.

O aparelho em minhas mãos começou a vibrar insistentemente, ao passo que apenas o nome de Sun Hee e as opções atender e ignorar piscavam na tela. Optei, obviamente, pela primeira.

— Alô.

Foi a única coisa que eu consegui dizer, antes que ela simplesmente começasse a despejar as palavras do outro lado da ligação sem ao menos se importar em respirar entre as mesmas.

Desculpa, Yoongi. Eu realmente não deveria tê-lo colocado para fora daquele jeito, ontem. Mas eu já lhe contei como as indiretas e as perguntas nada delicadas da minha mãe me deixam louca, então, a simples presença dela na minha sala de estar já me fez agir daquele modo. Eu queria muito ter ligado antes, mas eu tive que passar o restante da noite lidando com a curiosidade dos meus pais, principalmente em relação a você, e depois ainda procurar um hotel que os hospedasse em cima da hora. Sabe, no apartamento no Jung Soo não tem espaço e eu não...

— Sun Hee. — interrompi firme, preocupado com ela pelo modo como falava tão rapidamente. Mesmo assim, não pude evitar uma risada, que saiu nasalada. —Acalme-se, por favor.

Eu pude ouvi-la respirando fundo pela ligação, algumas vezes seguidas. No fim, imaginando como ela estaria agora fisicamente, todas as minhas angustias e minha irritante inquietação de agora há pouco simplesmente se desmancharam. Deram lugar, então, a um sorriso involuntário em meu rosto e um ar mais descontraído ao meu redor.

Desculpa. — ela murmurou, provavelmente envergonhada.

— Tudo bem, não precisa se desculpar por nada. — eu tentei dizer no tom mais reconfortante o possível. — Como estão as coisas?

Menos horripilantes. Meu pai, vulgo meu salvador, levou a senhora Kim para dar um passeio pela cidade... esses são os minutos mais calmos do meu dia. — respondeu, e eu não pude evitar de rir do modo como ela estava seriamente fazendo drama. — Mas tem algo do qual não dá para escapar.

E lá vinha a bomba. Eu podia vê-la, escura e prestes a detonar, vindo acompanhada pelo tom de voz doce que Sun Hee repentinamente assumira. Ela estava tentando fazer aegyo pelo celular, ou seja, a coisa era séria.

— E o que é? — indaguei, caminhando lentamente na direção da minha morte.

Tudo bem, talvez eu estivesse fazendo algum drama naquele momento. Não poderia ser nada extremamente grave, certo?

Meus pais insistiram em conhecê-lo e, bem... — pausou, hesitante. — Eu fiz uma reserva para nós quatro em um restaurante. Hoje, às oito.

Era possível engasgar-se com um gole de água que você bebera há quase meia hora? Se não, eu não sabia porque havia começado a tossir tão repentinamente, de um modo tão descompassado que meu rosto chegou a adquirir uma coloração avermelhada. Uma staff veio na minha direção com um semblante preocupado, mas eu demonstrei com um acenar de mãos que estava bem

Relativamente bem, pelo menos.

Oppa? Você está bem?  — a voz de Sun Hee soou preocupada no meu ouvido.

Respirei fundo, me recompondo.

Ye. Bebi água muito rápido, só isso. — sim, rápido há trinta minutos atrás.

Menos mal. Então... você tem algum compromisso hoje? Desculpe, eu deveria ter perguntado isso antes de marcar, não é?

Droga, justamente naqueles malditos dias pós-viagem Sejin havia marcado pouquíssimos compromissos para a gente, com o intuito que descansássemos. Mas droga duplamente, porque mesmo se minha agenda estivesse lotada ao ponto de eu não ter ao menos alguns minutos de descanso, ela ainda precisaria de mim, e eu ainda não conseguiria não estar lá por ela.

Molenga.

Aniyo. Não tenho nenhum compromisso hoje à noite. — respirei fundo. — Envie a localização por mensagem, estarei lá na hora marcada.

Mesmo sem poder vê-la naquele momento, eu sabia que seus olhos haviam se tornado maiores e mais brilhantes.

Sério?

— Sério, oras. — pelos céus, quem me visse naquele momento provavelmente acreditaria que eu tinha toda aquela confiança que esbanjava.

As aparências enganam, queridos.

E assim, depois de me agradecer uma dezena de vezes, Sun Hee se despediu carinhosamente e encerrou a ligação, deixando-me a encarar a tela agora apagada do celular, sem nenhuma outra reação específica a não ser choque. Bem, aquele jantar seria tudo ou nada, isso era um fato.

O problema era que eu não sabia qual das duas opções era a pior.

 

***

 

Honestamente, durante os últimos dias, eu havia perdido as contas de quantas vezes me perguntei mentalmente como seria a minha vida se os membros do Bangtan não soubessem sobre o meu relacionamento com a Sun Hee. Pelo menos, por fim, eu consegui chegar a uma conclusão sólida no dia de hoje: seria infinitas vezes mais pacífica e menos complicada.

— Mas, hyung... — iniciou Jungkook, jogado na minha cama. Isso mesmo, na minha cama. — Você vai assim?

Deixe-me começar a explicar minha atual situação esclarecendo um fator importante. Como vocês já devem ter reparado, era simplesmente impossível esconder algo desses caras, sério — por isso, cerca de dez minutos depois da ligação de Sun Hee, eles já estavam me enchendo de perguntas, o que acarretou na minha versão estressada contando-lhes tudo. Nesse exato momento, por tanto, eu estava tendo que lidar com as consequências e, de bônus, pagando todos os meus pecados.

Yah, o Kookie está certo! — exclamou Jin que, pelo menos, escolhera utilizar sua própria cama para se sentar. — Você deve usar algo mais social, Yoongi.

Uma pequena convenção havia se formado no quarto que eu dividia com Jin. Além do mais velho e do mais novo, também estavam presentes Hoseok e Jimin, ambos que não tiveram a audácia de acomodarem-se na minha cama, para a própria sorte deles. Não me pergunte onde estavam os dois outros, afinal, eu já tinha problemas demais naquele momento para brincar de advinha.

E nessa lista de problemas estavam inclusos quatro intrometidos, que reuniram-se diante da saída do closet para julgarem as minhas escolhas de roupa, como se aquilo fosse um programa de moda. O pior era que, pelo fato do quarto não ser somente meu, eu nem ao menos tinha o direito de expulsá-los dali.

E vocês ainda acham que vida de famoso é fácil.

— O que tem de errado com a minha roupa? — indaguei, já revoltado.

Eu usava uma calça jeans preta e um suéter que transitava entre cinza e branco. Era simples, eu confesso, mas era exatamente como eu me sentia confortável. E eu precisaria estar confortável naquele momento, mais especificamente dentro de uma hora e meia, quando sentisse que estava atravessando um campo minado.

— É muito simples. — respondeu o maknae, ao passo que o restante concordava com a cabeça.

Por favor, alguém volte no tempo para quando estávamos no Japão e corte fora a língua do Taehyung. Se você for bem sucedido em sua missão, poderá levar o órgão como um presente.

Hyung, eu vou ajudá-lo com isso. — disse Jimin, levantando-se animadamente e correndo na direção do cômodo onde ficavam as minhas roupas.

Eu nem ao menos tentei pará-lo, na verdade. Não tinha mais disposição para continuar nesta luta injusta de quatro contra apenas um e, sinceramente, estava considerando desistir do Bangtan e virar fazendeiro.

Pelo menos as galinhas não dariam pitacos na minha vida.

Cerca de alguns minutos depois, Jimin retornou trazendo em mãos peças que finalmente pareceram agradar aos jurados, as quais eu nem me lembrava que tivesse. A calça, de cor igual a que eu usava, era um modelo mais social, e eu me lembrava de ter mandado fazer aquela camisa branca sob medida para uma premiação de fim de ano. Por fim, em um dos cabides, um blazer marrom camurça (se é que essa cor existe) para completar a escolha de Jimin.

— Agora sim! — elogiou Hobi, aumentando ainda mais o sorriso no rosto do loiro.

Mas eu ainda não estava totalmente de acordo com aquilo.

— É muita coisa. — murmurei, pegando os cabides das mãos de Jimin para ver as peças mais de perto.

— Está ótimo, hyung. — rebateu Jungkook. Aquilo ali eram os pés dele em cima da minha cama? — Você está indo conhecer os pais da sua namorada, não indo ao cinema ou nada do tipo.

Yah, quantos pais de namoradas você já conheceu?

Jin havia tirado as palavras da minha boca, além de arrancar risadas dos outros e protestos ressentidos do mais novo. Dando-me por vencido, e desejando desesperadamente que eles me deixassem pelo menos alguns minutos sozinho, eu disse que experimentaria a roupa. No final, de algum modo, eu acabei me atrasando e tendo de correr feito um louco pelo dormitório atrás da minha maldita carteira. Quando finalmente encontrei o objeto, enfiei-o no bolso do blazer e sai apressadamente, ouvindo pelo caminho até a saída do dormitório coisas do tipo:

— Boa sorte, hyung.

Yah, hyung, não diga nenhuma besteira!

— Coma bastante.

— Pague a conta, hyung!

E mais algumas asneiras as quais prefiro não comentar. Por sorte e depois de muito esforço da minha parte, Sejin havia me emprestado um dos carros da empresa, prometendo-me que comeria meu fígado no café da manhã se algo acontecesse — eu só não tinha certeza se ele estava se referindo a mim ou ao veículo — e eu pude chegar ao local marcado ainda alguns minutos adiantado. Depois de estacionar, encontrei Sun Hee esperando por mim na porta do restaurante, um lugar relativamente famoso e caro do bairro.

Eu roubei alguns segundos do meu precioso tempo apenas para admirá-la. Aproveitei que ela ainda não havia notado a minha presença para fitar seu vestido branco, que caía delicadamente em seu corpo até a altura dos seus joelhos. Ela usava um pequeno salto de alguma cor pastel, tinha os cabelos alisados e pouquíssima maquiagem no rosto. Estava exatamente perfeita, como sempre. Pegou-me desprevenido quando finalmente me viu, e tudo que eu consegui fazer foi direcioná-la um sorriso sem jeito, caminhando até a sua direção. Ela parecia mais aliviada ao me encontrar, ao ponto de envolver meu pescoço com seus braços carinhosamente, deixando-me ainda mais próximo do seu maravilhoso cheiro de sabonete e frutas cítricas. Quando desfez o abraço, fitou-me.

Wow. — disse, risonha, ao perceber o que eu estava vestindo.

Eu iria matá-los quando chegasse em casa.

— Eu sei, está exagerado. Mas não fui eu quem...

— Está perfeito, Min Yoongi. — interrompeu, entrelaçando seu braço no meu. — Como de costume.

Correção: eu iria comprar carne no caminho de volta e, quando chegasse em casa, alimentaria muito bem aquelas criaturas maravilhosas.

Nós entramos de braços dados e, logo nos primeiros segundos, eu já podia constatar que aquele era o tipo de lugar que não me agradava muito. Muito requintado, os poucos clientes presentes faziam questão de manter seus narizes empinados e, de bônus, não se servia carne de porco ali, a minha preferida.

Que tipo de lugar não serve carne de porco?

Mas Sun Hee já havia me explicado por mensagem a sua escolha. Também não era um de seus restaurantes preferidos, mas apenas em um lugar como aquele ela poderia ter certeza de que não seríamos interrompidos por nenhuma gritaria de fãs ou, pior do que isso, fotografados e expostos nas revistas de fofoca ainda naquela mesma noite. Afinal, pelo nível do restaurante, os poucos clientes estariam ocupados demais com seus próprios egos para notarem a minha presença, e os funcionários provavelmente eram proibidos de ao menos olharem nos olhos dos clientes. Era um realidade um tanto desgostosa, porém, necessária.

Os pais dela chegaram, para a infelicidade do meu sistema nervoso, alguns minutos depois de nos acomodarmos em uma mesa mais afastada das outras, e eu não tive ao menos um tempo para perguntar à Sun Hee o que ela já havia falado sobre mim para eles — ou seja, estava sozinho na vasta escuridão daquele momento.

Sua mãe estava nitidamente mais bem vestida do que o marido e, depois de marca a bochecha da filha com seu batom rosado, fez questão de direcionar-me um olhar um tanto intenso. Mesmo tremendo por dentro, eu os cumprimentei com uma rígida reverência e, logo em seguida, nós nos sentamos.

Era agora ou nunca.

E eu ainda não havia decidido qual entre tudo e nada era a melhor opção.

Omma, appa. — iniciou Sun Hee, e ali eu já sabia que a apresentação formal começaria. Pelo céus, eu estava suando tanto por debaixo daquele blazer, mas ao mesmo tempo agradecendo mentalmente que o mesmo impedisse que a poça em minhas costas ficasse à mostra. — Este é Min Yoongi.

Mais uma vez, eu os cumprimentei da forma mais cordial possível. A senhora Kim, sentada exatamente de frente para mim, pigarreou. Ao contrário do esperado (ou seja, os pais conduzem os interrogatórios contra os namorados das filhas), ela tomou o direito de falar para si.

— Pode me chamar de Sra. Kim, rapaz. — ela iniciou, com um aceno de cabeça.

Reparando bem, os músculos de seus lábios pareciam estar se movendo por pura obrigação na tentativa (falha) de formar um sorriso simpático.

— É um prazer conhecê-la, senhora. — disse, e foi a vez do pai limpar a garganta. — Conhecer ambos, claro.

O Sr. Kim lançou-me um breve sorriso orgulhoso e, quando estava prestes a dizer algo, sua esposa voltou a tomar as rédeas da conversa.

— Com o que você trabalha, querido?

Tudo bem, aquele querido havia soado mais falso do que o aegyo de Jungkook quando queria pedir alguma coisa. Eu senti os olhos inquietos de Sun Hee sobre mim e, quando me virei discretamente para o lado para fitá-la, pude ver escrito em sua testa "invente alguma coisa, será um choque se ela souber que namoro um idol extremamente famoso" com letras vermelhas e que piscavam.

Parece drama, mas a situação era quase essa.  

— Trabalho com música. — respondi, por fim. —  Produzo músicas e outras coisas do tipo.

E várias outras coisas do tipo, diga-se de passagem. Mas aquilo não deixava de ser verdade, afinal, eu já havia produzido músicas tanto nossas quanto para outros cantores, algo do qual me orgulhava e bastante.

Sun Hee respirou fundo ao meu lado e, se tivéssemos algum tipo de conexão psíquica, eu provavelmente estaria ouvindo seus pensamentos agradecidos dentro de minha mente naquele momento. Sua mãe, por outro lado, não me pareceu tão satisfeita.

— Não é um meio que renda um bom sustento, não é mesmo? — indagou, procurando não tão disfarçadamente saber sobre a minha situação financeira.

Omma! — repreendeu Sun Hee, nitidamente envergonhada, mas a Sra. Kim nem ao menos lhe direcionou um olhar.

Eu tive uma súbita vontade de rir daquela pergunta, precisando controlá-la com bastante força de vontade. Por um lado, a mãe de Sun Hee tinha todo o direito de saber se eu era um homem capaz de oferecer conforto para a sua filha mas, por outro, ela estavam perguntando a um integrante do Bangtan Boys se ele tinha dinheiro.

Por favor, alguém me diz que não fui só eu quem notou a ironia do destino.

— Rende um bom sustento para mim, Sra. Kim. — respondi, simpático.

A mulher pareceu surpresa com a minha resposta, porém a recebeu bem. Depois de anos e mais anos tendo que desviar de diversas perguntas inconvenientes, principalmente dos repórteres, eu havia finalmente me tornado bom naquilo.

O Sr. Kim inclinou-se para frente, repentinamente curioso.

— Quantos anos você tem?

Ele parecia realmente interessado naquilo, e aquele me pareceu ser sinceramente o primeiro momento normal daquela conversa.

— Vinte e quatro, senhor. — eu disse, educadamente.

Por algum motivo, eu simpatizava com o pai de Sun Hee. Ele me parecia ser um daqueles homens tranquilos do interior e que, por alguma razão desconhecida por mim, obedeciam fielmente à esposa um tanto sem noção. Eu até poderia estar tirando conclusões precipitadas, mas eu não tinha culpa se essa era a imagem que ele nitidamente passava.

O homem concordou com a cabeça, parecendo aceitar minha idade bem. Pelo menos isso.

Já a Sra. Kim, por outro lado...

Aigoo... — bufou, atraindo a minha intenção. — A minha filha não me contou muito sobre você, Yoongi. O que é frustrante, porque eu gostaria de saber todos os detalhes sobre o meu futuro genro.

Por sorte eu não estava bebendo água naquele momento, caso contrário, eu teria cuspido diretamente na cara da mulher. Ao meu lado, Sun Hee parecia tão chocada quanto eu, o que me tranquilizou um pouco. Se ela que era filha estava chocada com a própria mãe, eu tinha todo o direito de me engasgar com minha própria saliva.

Omma. — Sun Hee a repreendeu novamente, desta vez num tom mais sério.

A Sra. Kim pareceu profundamente ofendida por ter sido chamada atenção.

— O que foi, Sun Hee? Você já está na idade de casar, oras! Não é errado da minha parte estar ansiosa com isso.

— Se dependesse da sua ansiedade, eu já estaria casada aos doze anos, omma. — Sun Hee rebateu instantaneamente e, naquele momento, eu tive vontade de retirar todos os objetos cortantes/perfurantes de perto daquelas duas.

Salvos pelo garçom. Onde diabos aquela ser humano havia se metido para não ter aparecido antes e evitado uma possível catástrofe?

Em meio a um silêncio incomodo, nós fizemos nossos respectivos pedidos — devo dizer que a mãe de Sun Hee implicou até mesmo com a quantidade de calorias que havia na massa que a filha pedira? — e esperamos pelos pratos em meio a uma falta de assunto interminável. A Sra. Kim parecia estar acalmando-se internamente por conta da breve discussão com a filha e eu, particularmente, simpatizava cada vez mais com o pai de Sun Hee. Além do homem parecer ser o único na mesa disposto a conversar comigo (civilizadamente, de bônus), ele falava sobre coisas as quais eu também me interessava.

As coisas pareciam estar correr relativamente bem, ao mesmo tempo em que a tensão sobre a mesa era bem palpável. Eu estava começando a acreditar que poderia sobreviver àquele jantar com apenas alguns arranhões, quando, mais uma vez, a Sra. Kim resolveu que aquela era sua hora de falar.

Por favor, pessoa que se dispôs a cortar a língua do Taehyung, temos aqui mais uma candidata disponível para tal experimento.

— Você tem falado com a sua irmã? — indagou, o mais aleatoriamente possível, no meio do jantar.

Sun Hee respirou fundo pesadamente e, a partir daquele ação e pela cara de desgosto do Sr. Kim, eu pude deduzir que ela não fora uma simples pergunta.

Aniyo, omma. — respondeu Sun Hee, parecendo estar forçando sua paciência para fazê-lo. — Tenho estado muito ocupada ultimamente.

Aigoo... e você acha que ela não? — a Sra. Kim rebateu instantaneamente. — Ela é mãe de família, tem dois filhos para criar, Sun Hee. Além disso, você é a mais nova, então você deveria procurá-la.

Uma longa pausa foi dada naquele momento. Aos sussurros, eu pude ouvir o Sr. Kim pedir à esposa para que não falasse daquele jeito e, ao meu lado, Sun Hee fitava seu prato praticamente vazio como se estivesse prestes a quebrá-lo com o poder da mente. Eu realmente não sabia o que fazer naquele momento, até porque minhas experiências familiares não eram lá das melhores.

Foi quando, mais uma vez, Sun Hee respirou profundamente. Encarou a própria mãe e colocou-se a falar.

—  Omma, até ontem você não fazia ideia da minha situação. — iniciou, nitidamente ressentida. — Você não sabia que eu havia sido roubado pelo meu ex namorado e que eu estava morando de favor na casa de Jung Soo. Não tinha conhecimento de que conseguira um novo emprego depois disso, um muito melhor do que o antigo por sinal, e nem ao menos de que eu estava a apenas um passo de realizar o meu sonho de infância. — pausou, e eu pude reparar que nem mesmo a Sra. Kim estava suportando a intensidade do seu olhar. — À propósito, você sabia que eu acabei de voltar do Japão?

A mulher piscou algumas vez, um tanto incrédula.

— Japão? — repetiu a palavra, talvez para ter certeza de que ouvira certo.

Ye. Pela primeira vez na vida, eu viajei para fora do país. — respondeu Sun Hee, com um breve sorriso orgulhoso no rosto. De repente, o sorriso se desfez e deu lugar a pequenas lágrimas que começavam a brotar em seus olhos. — Mas você sabe porque você não tinha ideia de nada disso? Justamente por causa desse seu tipo de pensamento.

— Sun Hee... — o Sr. Kim tentou intervir mesmo que, no fundo, ele parecesse concordar com a filha.

— Você sabe que essa é a verdade, appa. — ela disse, calmamente. — Eu devo sim procurar a minha irmã, ligar para saber como ela está... mas porque somos irmãs, nada mais. Do mesmo modo como você, omma, deveria se importar com ambas as suas filhas. Porque apesar de você só se lembrar disso quando lhe convém, nós duas somos irmãs.

Sun Hee parecia, naquele momento, estar colocando para fora um peso que carregava há anos sozinha. Ela dizia cada palavra de um jeito firme e, ao mesmo tempo, tranquilo e pausado. Quando finalmente pareceu terminar, endireitou-se na cadeira e voltou sua atenção para o próprio prato, como se nada tivesse acontecido. Quando alcançou um dos últimos fios de massa, a Sra. Kim lhe murmurou, um tanto rancorosa:

— Falando assim parece até que a culpa pelo distanciamento da nossa família é toda minha.

De escanteio, eu observei Sun Hee pausar o macarrão suspenso no ar.

— Cada um tem sua própria parcela de culpa, omma. — respondeu calmamente. — Só achei que seria certo que você tivesse ciência da sua.

— Já chega.

Pela primeira vez desde que o conhecera, eu havia escutado o Sr. Kim se pronunciar de forma firme e imponente, e até mesmo sua esposa parecia um tanto assustada pelo tom de voz dele. Nitidamente cansado, ele fitou Sun Hee e, em seguida, a Sra. Kim.

— Nós viemos aqui hoje apenas para conhecer o namorado da Sun Hee, e olhem como um simples jantar acabou. — disse, frustrado. Fitou-me. — Desculpe-me, rapaz. Você me parece ser uma boa pessoa, espero que sejam felizes.

Eu já estava há tanto tempo sem dizer uma única palavra, que tive de limpar a garganta para fazê-lo novamente.

— Obrigado, Sr. Kim. — fora a única coisa que pensei naquele momento.

O homem acenou com a cabeça para mim, um sinal onde demonstrou-me respeito. Levantou-se, fitando Sun Hee.

— Cuide-se, querida. — disse, carinhosamente. — Nós já estamos indo.

Nenhuma outra palavra fora ouvida. Eu tive vontade de ao menos me despedir do Sr. Kim, mas não me pareceu certo fazê-lo naquele momento. Apressando-se para acompanhar o marido, a mãe de Sun Hee levantou-se à contra gosto, fitou a filha, depois a mim e seguiu seu caminho sem dizer uma única palavra. Quando ambos deixaram o restaurante, eu pude ouvir Sun Hee expirar durante um longo período de tempo. Eu alcancei sua mão e a envolvia carinhosamente com a palma da minha, amenizando o clima.

— Vamos embora. — eu disse, e ela apenas concordou com a cabeça sem me fitar.

Dentro de poucos minutos e aproveitando o silêncio entre nós dois para colocarmos nossos pensamentos em ordem, nós já estávamos nos acomodando no carro emprestado por Sejin. Afivelei meu cinto e, quando esperava que Sun Hee fizesse o mesmo, ouvi seus soluços.

Surpreso, eu a fitei. Cobrindo o rosto com as mãos e inclinando-se um pouco para frente, ela chorava incontrolavelmente, como se tivesse esperado apenas o bater de portas do veículos para desabar.

Aquela cena quebrou meu coração em pedaços.

O pior de tudo era que eu podia sentir sua dor.

— Sun Hee-ah. — chamei-a, me aproximando. — Por favor, não chore. Dói tanto vê-la desse jeito.

E eu não estava mentindo. Sentia meu peito se apertar como se alguém estivesse dando um nó no meu coração.

— Desculpe, você não deveria ter passado por nada disso. — disse, entre soluços. Sua voz saía abafada pelas suas próprias mãos. — É só que... às vezes eu me pergunto porque ela quis ter uma outra filha, se planejava tratá-la desse jeito.

Mesmo depois de tanto tempo ao lado de Sun Hee, conhecendo-a cada dia mais e me acostumando com cada mania e medo seu, eu jamais tive noção do tamanho da mágoa que ela guardava dentro de si. Aquela mulher tão espirituosa, que não sabia controlar suas expressões faciais quando estava surpresa ou envergonhada e que ria nos momentos mais inoportunos, era a mesma que estava ali na minha frente, chorando por causa de uma dor que sempre carregara sozinha.

Mas ela não estava mais sozinha.

— Você não tem ideia de como eu sou feliz por ela ter tido uma outra filha. — confessei, colocando toda a sinceridade do mundo em minha voz. Delicadamente, eu envolvi suas mãos com as minhas e as puxei para perto de mim, revelando seu rosto inchado e vermelho. Ela se encolheu, tímida por conta de seu estado, mas eu livrei uma de minhas mãos e a levei para o seu queixo, virando sua cabeça na minha direção e olhando em seus olhos. Eles estavam tão tristes. — A única pessoa que minha importa na sua família é você, Sun Hee. Eu não dou a mínima se a sua mãe é a pessoa mais simpática do mundo ou um cubo de gelo, nem mesmo se a sua irmã já é mãe ou uma astronauta... não foi pela sua família que eu me apaixonei.

Ela me encarou, ficando em silêncio durante alguns segundos.

—  Mas você não os conhecia quando se apaixonou por mim.

Eu não pude evitar de sorrir com aquele seu pensamento. Com o polegar que já estava em seu rosto, eu enxuguei algumas de suas lágrimas.

— Conhecê-los só fez eu te amar duas vezes mais. — eu disse, deixando claro o que sentia. — Aigoo... você é tão importante e tão especial para mim, que acho que jamais conseguirei demonstrar isso propriamente.

E aquele era o efeito que Sun Hee causava em mim. Durante toda a minha vida, sem exceções, eu sempre fui um cara que jamais falava de sentimentos. Sempre me foi preferível me afastar das pessoas com as quais me importava para observá-las e cuidar das mesmas de longe, mesmo que isso acabasse machucando ambos os lados. Nunca fui do tipo que deixava claro que gostava, que dizia em voz alta que amava e, muito menos, que fazia grandes atos para me expressar — sempre fui o cara dos pequenos feitos, das palavras mais distantes e dos olhares discretos.

E lá estava eu, indo contra tudo aquilo que sempre fiz durante toda uma vida apenas por aquela mulher. Lá estava um novo e completamente diferente Yoongi, que sentia a necessidade de dizer um "eu te amo" a cada troca de olhares. Um Min que demonstrava e estava feliz e satisfeito com isso, tudo por ela.

Fora uma longa e radical mudança, mas estava valendo lindamente à pena.

Quando Sun Hee permitiu-se esboçar um pequeno sorriso e me abraçou fortemente, eu não pude questionar se explodir de felicidade era possível. Eu lhe devolvi o abraço ainda que de um jeito desengonçado, por causa da distância entre os nossos bancos, e mais uma vez tive minhas narinas invadidas pelo seu cheiro cítrico maravilhoso.

— Obrigada, Yoongi. — ela disse, contra o meu peito.

Ela não tinha que agradecer por absolutamente nada — afinal, era ela quem estava fazendo um ótimo trabalho comigo naquela relação. Mesmo assim, envolto pelo momento, eu me mantive em silêncio e acariciei seus cabelos.

Aquele jantar havia dado extremamente errado mas, ao mesmo tempo, dera lindamente certo também.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Aaaaaa eu estou tão ansiosa para ler as reações de vocês!
Aqui vai o recado, amados e amadas: tia Cellis passará essa semana inteira longe do seu mais amado filho, seu notebook. Por isso, sinto muito em dizer que este é o único capítulo desta semana (eu sei que serão apenas alguns dias a mais do que o normal que levo para postar, mas mesmo assim gosto de deixar avisado). Contudo, prometo que trarei um capítulo maravilhoso e bombástico na próxima semana para compensar a espera de vocês ♥
Espero que entendam e sejam um pouco pacientes com essa autora.

Até, queridos ♥