BTS's Doctor Crush escrita por Cellis


Capítulo 15
O que está acontecendo, Min Yoongi?


Notas iniciais do capítulo

HELLOOOOO, OLHA QUEM ESTÁ DE VOLTA!
Com a cabeça fresca, relaxada e pronta para começar uma maratona de escrita, cá estou eu, com um capítulo novo (antes do esperado ainda por cima). Esse capítulo é especial, pois ele trás, adivinhem só... O QUE VOCÊS ESTÃO ESPERANDO HÁ SÉCULOS!
Enfim, obrigada pela paciência. Love you all ♥

OBS: não é narrado pela Sun Hee



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Desde antes do nosso debut, ainda na época em que alguns olhares tortos ainda existiam entre nós, eu sentia que o BTS seria a família que eu sempre desejei ter. Era por isso que, mesmo sendo o preguiçoso que sou às vezes, eu me esforçava ao máximo em tudo que fazia em relação ao grupo, na tentativa de justamente fazer jus ao meu lugar naquela família — e que, quando finalmente nos consolidamos como uma, eu passei a me esforçar o dobro.

Porém, como toda família, nós ainda tínhamos os nossos dias esquisitos. Eu geralmente não ligava para isso, preferia dormir e deixar os problemas internos para serem resolvidos por Namjoon (eu sei que isso soa egoísta, mas ele é bem mais talentoso nessa área do que eu), porém, naquele dia, eu podia sentir que a atmosfera ruim estava propriamente ao meu redor. Por algum motivo, eu estava um poço de mau humor com os outros membros, sem fazer o mínimo de cerimônia para esconder esse meu estado de espírito nebuloso. Claro, eu jamais destrataria um deles, mas eu não precisava olhar no espelho para poder visualizar minha expressão fechada.

Nós havíamos passado o dia inteiro em um estúdio, fazendo uma sessão de fotos para promover o álbum novo, e eu aproveitava cada intervalo para enterrar minha cabeça mau humorada em meu celular, sem fazer nada especificamente interessante. Na verdade, não me lembro da última vez que tenha falado com alguém, a não ser por uma staff ou outra que vinha consertar meu figurino ao algo do tipo — acho que os membros já sabiam quando era seguro aproximar-se de mim, e provavelmente já tinham percebido que aquele dia não era um desses.

— Yoongi. — chamou-me Sejin, fazendo com que eu desviasse os olhos da tela do celular. Ele não parecia ligar para a minha falta de interesse, até porque, por maior que a mesma fosse, eu nunca a deixava atrapalhar o meu trabalho. Se eu tivesse que sorrir para as fotos, eu abriria o maior sorriso do mundo, e eu sabia que Sejin apreciava essa minha qualidade. — Suas próximas fotos serão com Hoseok. Apronte-se, está bem?

Foi então que (eu ainda não sabia o motivo, realmente), meu dia azedou de vez. Sejin não esperou que eu lhe dissesse nada, apenas me lançou um pequeno sorriso companheiro e voltou a me deixar sozinho, porém, eu também não estava planejando lhe responder nada. Sinceramente, eu adorava Hobi como um irmão, e pela importância que ele tinha em nosso grupo e por sua constante alegria, ele fazia jus ao seu nome artístico — porém, em meio ao meu dia nublado, a última coisa que eu queria ver era todo o seu bom humor. Eu não gostava do que estava sentido, mas também não podia evitar que até mesmo o seu nome me desencorajasse nesse momento.

Como se escutasse os meus pensamentos à distância, o mesmo adentrou a sala onde eu estava. Depois de perguntar a uma das maquiadoras se precisava de retoques (e receber um não como resposta, obviamente), ele notou a minha presença. Exibindo seu enorme sorriso carismático, ele começou a caminhar até mim.

Nem seus sorrisos causavam uma melhora em meu humor — pior, eles faziam com que algo estranho se remexesse dentro de mim.

Hyung! — exclamou, parando ao meu lado. Por estar sentado, eu precisava olhar para cima para encarar seu rosto. — Já lhe disseram que nós faremos as próximas fotos juntos?

Ye. — respondi, voltando meus olhos para o celular, na tentativa de espantá-lo.

Depois de anos de convivência, eu deveria saber que isso não funcionaria. Ao invés de ir embora, ele se sentou na cadeira vazia ao meu lado.

— Você acha que esse ensaio já vai acabar? — indagou, num tom de voz diferente, que ele costumava usar quando pretendia outra coisa. Em resposta, eu dei de ombros. — Sabe, não seria gentil da minha parte fazer a Sun Hee esperar.

Ah, eu quase tinha me esquecido dessa maldita apresentação que os dois haviam combinado de assistirem juntos. De algum modo, todos (até ela mesma), tinham achado aquela loucura aceitável e, no dia seguinte, ele já estava comprando os dois ingressos pela internet. Tinha até mesmo reservado lugares naquela área que eu não sabia o nome, mas que pareciam cabines vips no segundo andar, alegando que seria melhor ficarem em um lugar mais reservado para que ele não corresse o risco de ser reconhecido.

O pensamento dos dois isolados naquele lugar causou um arrepio em minha espinha.

O que diabos estava acontecendo comigo hoje?

Bufei, frustrado com meus próprios pensamentos.

— Yoongi-hyung, você está estranho hoje. — pelos céus, ele ainda estava ali? — Aconteceu alguma coisa?

Droga, eu estava agindo como um velho ranzinza, enquanto ele estava preocupado comigo. Não pude evitar de baixar um pouco da minha guarda.

— Não é nada. — respondi, acho que não soando grosseiro pela primeira vez no dia.

Quando ele estava prestes a abrir a boca, Sejin voltou para avisar que era a nossa vez de tirar fotos. Eu teria agradecido a ele por me tirar daquela situação, se não estivesse ocupado demais em tentar descobrir o que tinha de errado comigo.

A próxima hora passou rápido demais para ser facilmente digerida. Enquanto tirávamos as fotos, o fotógrafo pediu que Hobi subisse um par de degraus de um andaime e que eu fizesse uma pose enquanto olhava para ele. Nós o fizemos, ele bateu a foto e estava prestes a pedir a próxima pose, quando eu ouvi o estrondo de Hoseok batendo contra o chão. Ele não estava muito no alto, porém, seu porte e o modo como caiu acabaram fazendo aquele barulho que atraiu a atenção e, consequentemente, a preocupação de todos. Num piscar de olhos, Sejin estava o ajudando a se sentar em uma cadeira e todos estavam ao seu redor, enquanto esperávamos que um médico viesse analisar seu tornozelo esquerdo, o qual ele reclamava de tanta dor ao ponto de não conseguir colocá-lo no chão.

Ninguém conseguia se acalmar ou sair de perto dele, até que o médico chegasse a conclusão de que ele havia sofrido apenas uma luxação.

— Não é nada grave. — disse o homem baixo e de voz grave. — Com o acompanhamento certo, ele ficará perfeitamente bom dentro de poucos dias.

— Ele não tem que ir para o hospital? — indagou Taehyung, enfiando-se no campo de visão do médico.

— É aconselhável, mas não há motivos para correria ou desespero. — respondeu, calmamente colocando seus instrumentos de trabalho de volta em sua bolsa. — Ele pode ir quando se sentir pronto.

— Eu irei quando terminarem a sessão. — iniciou e, quando estava prestes a ser contestado por basicamente todo mundo, ergueu o indicador. — Nem adianta vocês reclamarem, pois saibam que eu não vou mover um músculo até todos acabarem.

Eu sabia que ele estava fazendo aquilo para não atrapalhar o andamento da sessão de fotos, o que era, na verdade, coisa da sua cabeça — porém, quando Jung Hoseok batia o pé daquele jeito e dizia que não iria fazer alguma coisa, nem mesmo o aegyo da maknae line conseguia convencê-lo. Ele era persistente, uma qualidade sua que eu admirava.

Conforme as pessoas da produção voltavam para suas respectivas tarefas, Sejin ordenou que nós fizéssemos o mesmo. Ele estava tentando agilizar as coisas, para conseguir que Hobi fosse examinado o mais rápido possível.

De repente, virou-se para mim.

— O fotógrafo disse que conseguiu boas fotos de vocês dois, então, estão dispensados. Hoseok, nem sonhe em sair daí e, Yoongi, pode voltar para... Bem, o que quer que você tenha feito o dia inteiro.

Eu não tinha nem o direito de me ofender com sua frase. Na verdade, eu estava percebendo agora que todo aquele mau humor acabara sendo egoísmo, no fim das contas. Senti-me mal por ter me irritado com Hobi sem o mesmo ter feito nada — além de se machucar, obviamente.

Hyung. — chamou-me o mesmo, e só naquele momento eu percebi que estávamos sozinhos. Sentado em uma cadeira e com o tornozelo machucado sobre outra, ele se esticava para manter o gelo sobre a área que doía. — Posso lhe pedir um favor?

— Claro. — respondi, sem hesitar.

Ele me fitou, e eu juro que pude ver um pequeno sorriso surgir no canto de sua boca. Mesmo com dor, ele mantinha a expressão de hoje mais cedo, que usava quando estava prestes a aprontar algo.

Isso, ou eu ainda estava implicando com ele sem motivos aparentes.

— Você pode encontrar a Sun Hee no meu lugar? — indagou, fazendo-me quase engasgar com minha própria saliva. — Eu com certeza não poderei ir, porém, ela parecia tão animada de ter conseguido uma companhia para hoje à noite... Não gostaria de vê-la decepcionada.

Ele não estava errado, na verdade.

—Por que eu? — deixei escapar a perguntava que piscava em minha mente.

Desta vez, ele definitivamente riu.

— Só você foi liberado, até agora. Se eu esperar mais para pedir a outra pessoa, não dará tempo.

Eu não sabia porque, talvez fosse pelo fato de ainda me sentir culpado por ter sentido raiva de alguém que agora estava machucado, mas, no final... Eu acabei cedendo.

Agora, ao invés de me arrastar mau humorado pelos corredores, eu andava apressadamente e precisava secar o suor que surgia em minhas mãos na minha calça jeans, vez ou outra. Por que eu havia ficado nervoso do nada?

O que diabos estava acontecendo comigo hoje?

***

Ter que colocar um terno, um chapéu preto e falsos óculos de grau não estava, exatamente, me acalmando — pelo contrário, dava todo um ar formal àquela coisa, que estava começando a me aterrorizar. Pelo menos, Hoseok havia prometido que ligaria para Sun Hee para avisá-la da pequena mudança de planos, então dessa etapa eu estava livre.

Aproveitem e sintam-se lisonjeados, porque eu raramente confesso meu nervosismo desse modo.

Enquanto eu a esperava próximo à bilheteria, no lugar que ele havia me dito onde marcaram de se encontrar, eu me perguntava quando tinha saído da confortável zona na qual eu me sentia extremamente incomodado com o encontro dos dois, para ser a pessoa que estaria no tal encontro. Por algum motivo, enquanto eu mantinha a cabeça baixa para não ser reconhecido por ninguém que me desse uma olhada mais atenta, eu comecei a cogitar a ideia de sair correndo.

Eu realmente precisava descobrir o que havia de errado comigo hoje.

— Hoseok? — a voz baixa e suave a qual eu já era capaz de reconhecer no meio de tantas outras, pronunciou, fazendo com que eu erguesse a cabeça na direção do som.

Por que ela tinha falado o nome dele?

Pois bem, eu não tive tempo de perguntar (ou fôlego, na verdade). Quando meus olhos a encontraram, fitando-me com um ponto de interrogação em sua expressão para mim, eu não pude deixar de olhá-la: ela usava um vestido vermelho tomara que caia, que descia nem muito colado e nem muito solto até um pouco acima dos seus joelhos, um sobretudo preto (assim como seus saltos) e seus cabelos estavam perfeitamente presos em um coque. A franja fina quase cobrindo seus olhos lhe adquiriam um ar mais inocente, que contrastava com todo o ar de mulher restante. Durante um breve momento, eu me peguei me questionando se não estava olhando para uma pintura.

— Yoongi? — indagou, fazendo-me piscar algumas vezes para recobrar minha sanidade (a qual eu não sabia porque tinha deixado de lado durante aquele período de tempo). — O que está fazendo aqui?

Apesar da pergunta, ela não soava grossa — e nem acho que teria conseguido, se quisesse.

— Hobi não lhe avisou? — perguntei, mais para mim mesmo do que para ela. — Ele disse que ligaria.

Franzindo o cenho, Sun Hee abriu a pequena bolsa de mão que trazia consigo e tirou seu celular de dentro da mesma. Fez uma careta quando o viu.

— Está sem bateria. — disse, enfiando o mesmo de volta na bolsa com um pouco de agressividade. — Aconteceu alguma coisa?

— Ele se machucou. Como não conseguiria vir, pediu que eu viesse em seu lugar. — respondi, não tomando cuidado em lhe dar a notícia de uma forma mais polida. Quando percebi sua expressão de preocupação, me arrependi e não precisei esperar por sua pergunta. — Não foi nada grave, apenas uma luxação. Ele vai ficar bem.

Ela soltou o ar dos pulmões, parecendo mais aliviada. Em seguida, quando um silêncio um tanto constrangedor instaurou-se entre nós, ela fitou os próprios sapatos. Logo depois, balançou a cabeça e a ergueu, sorrindo para mim.

Pelos céus, será que ela sempre fora assim e eu era apenas lento demais para reparar, ou ela tinha simplesmente se transformado de um dia para o outro?

— Você não deve estar muito feliz por estar aqui. Sei que não gosta de balé. — disse, encolhendo-se. — Desculpe.

— Não tem porque se desculpar. — respondi, um pouco mais rápido do que esperava. — Até agora, não encontrei nenhum motivo para não ter vindo.

Aquilo havia soado, no mínimo, estranho. Mas o que eu podia fazer, quando eu mesmo não me sentia em pleno uso de minhas faculdades mentais?

Ao contrário da reação que eu esperava, ela riu e caminhou para mais perto de mim. Sem aviso prévio, passou seu braço pelo meu, como se estivéssemos em um filme de época.

Ainda bem que ela não tinha encostado na minha mão, assim não perceberia a poça de suor que a mesma estava.

— Vamos entrar? — indagou, parecendo animada. — Prometo que não será tão ruim.

Sem saber como respondê-la, eu apenas concordei com a cabeça e comecei a ser conduzido para dentro, como se fosse a dama da história. Incapaz de sequer reclamar, o que eu particularmente fazia muito bem, eu seguia até o interior do teatro alguns centímetro atrás de Sun Hee, tendo a oportunidade de fitá-la enquanto andávamos. Seus olhos brilhavam e ela parecia encantada com cada detalhe do enorme e brilhante teatro (no qual nós na verdade já havíamos feito uma performance), enquanto eu me sentia como um imbecil por estar encantado justamente por ela. Quando ela havia deixado de ser a nutricionista Sun Hee, a qual atraíra a minha antipatia imediata ao interromper minha fala logo quando nos conhecemos, para ser essa Sun Hee?

Estranhamente, hoje eu estava me fazendo muitas perguntas as quais não conseguia responder — ainda mais estranho, eu tinha a sensação de que ela estava certa sobre que aquela noite não seria tão ruim.

Constatei que algo estava realmente errado comigo quando percebi que, na verdade, eu já estava gostando daquela apresentação de balé sem nem mesmo tê-la visto ainda.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Gostaram do Yoongi como narrador?
É muito importante que vocês me falem, porque o próximo já está quase pronto, eu só preciso das reações de vocês para decidir o que fazer com ele!
O QUE SERÁ QUE VAI ACONTECER?
Perdoem o meu bom humor excessivo e não desistam de mim.

Até ♥