Suri começou a chorar quando Daniel tentou tocar sua perna.

―Tá doendo muito? ―Ele perguntou embora fosse obvio, Suri assentiu. Daniel olhou a situação dele, teria que quebra-la de novo se quisesse que o osso ficasse no lugar certo, e teria que fazer isso o quanto antes. Ele abraçou Suri e deixou que ele chorasse.

Daniel deitou o coelhinho na cama e o cobriu com o lençol.  Agora estava numa cela que tinha camas, claro que elas eram de uma qualidade tão ruim que nem fazia muita diferença dormir no chão, mas pelo menos pra condição de Suri já era bem melhor. Tinha varias delas distribuídas pelo quarto, todas com pelo menos duas ''pessoas'' dormindo nelas. Depois do trabalho forçado que Daniel e Suri tinham que fazer naquela bosta de lugar vinha pra cá, onde as camas já estavam quentes, onde provavelmente outros já estavam dormindo, assim as maquinas nunca paravam de funcionar.

―Ele está bem? ― Disse um homem de barba branca que estava sentado na cama ao lado. Sua voz era rouca e grave. Daniel protegeu Suri atrás de si, que já havia dormido, ou sabia fingir muito bem.

―Não ―Daniel respondeu seco. Não tinha a mínima obrigação de parecer gentil com aquele homem. O velho suspirou.

―Quantos anos ele tem?

―Treze, eu acho ― Embora o coiote desconfiasse que Suri fosse mais novo que isso, não iria acorda-lo só pra perguntar. Ele acariciou o cabelo do pequeno, que deu um sorrisinho enquanto dormia.

―Qual seu nome jovem?

―Daniel. ― Essas perguntas o estavam irritando.

―Daniel. Bem... ― Ele podia perceber que o velho falava com medo ― Acho que posso lhe ajudar...