Suri estava largado no chão de um jeito que Daniel quase achou que ele estivesse morto, mas não, mesmo com dificuldade dava para ver o peito subindo e descendo. Isso tranquilizou o coiote que se encontrava numa situação parecida. Daniel tentava olhar a si próprio, as mãos estavam presas por algemas e ele sentia uma leveza desconfortável na cintura... Merda! Aquele lobo pegou suas armas! Iria mata-lo assim que tivesse a chance!

Daniel olhou o ambiente ao redor. Era uma sala escura, fria, apertada e fedorenta, feita de tijolos que pareciam ter anos e mais anos de existência. O cheiro de vomito empesteava aquele lugar, a única fonte de ar puro e luz era uma janela tão pequena que não devia ser maior que a mão de Daniel, ele sentiu um aperto inexplicável no peito ao perceber que o cheiro vinha de Suri. O coiote tentou se levantar, ao fazê-lo viu como cada musculo que possuía parecia berrar de dor e que havia sangue seco perto de cortes aleatórios na roupa. Ele ignorou a dor e se arrastou até o coelhinho.

O pequeno estava dormindo em cima da poça do seu próprio vomito, não iria acordar tão cedo. Mesmo com as mãos amarradas, Daniel conseguiu levantar Suri o suficiente para arrasta-lo pra longe daquela... Coisa nojenta no chão. Limpou o rosto dele segurando a própria vontade de vomitar com um pedaço da roupa, iria tacar fogo nela mais tarde pra se livrar do cheiro.

Inutilmente tentou chocalhar o pequeno, mas esse continuou no sono pesado. Daniel ficou mais calmo ao perceber que ele não estava machucado, o ursinho de pelúcia também estava fielmente escondido na blusa, embora o livro tenha sumido. Talvez Suri nem ligasse pra isso. O abraçou para protegê-lo do frio.

Ele olhou melhor o lugar. Era obvio dizer que era uma prisão, onde ela fica era o que queria descobrir, se ficasse fora da fronteira de Weixian estaria em completos apuros, fora dali ele não tinha nenhum ''poder''. Ninguém daria falta dele, Merlin já teria viajado pra algum lugar bem longe pros seus shows, tirando ela... Não conhecia ninguém que sentiria uma mínima vontade de procura-los... A não ser que alguém resolvesse dar um premio pela cabeça de Daniel, ai sim surgiriam pessoas aos montes.

Tudo que ele podia fazer agora era ficar encarando a escuridão e a sensação horrível que vinha dela.