Raylana entra no quarto fechado a porta e se escorando nela... ainda estava meio abobada... quase beijara o Bill!

Ela quase o assusta, podia ver a perplexidade em seus olhos como se perguntasse "O que diabos ela pensa que esta fazendo?".

Mas por algum motivo, não sabia se era impressão ou não, viu também uma cara de decepcionado dele quando ela não o fez... talvez, não sabia se era por causa da luminosidade ruim ou apenas ilusão por um desejo próprio...

Mas ela não podia se arriscar. Se beijasse Bill não teria alternativa, ou falava que eles já namoravam a tempos explicando o ato e provavelmente levando-o a loucura, ou não explicava nada correndo o risco de ser demitida e não ficar mais perto dele...

Não! Por maior que fosse sua vontade de experimentar o gosto de Bill mais uma vez, ela não poderia arriscar tudo por um ato tão imprudente, por mais tentador que fosse...

Mas mesmo assim...

Ela se deita na cama suspirando alto... Ela pode sentir, mesmo que por um instante, sua respiração, aquele hálito delicioso com um toque do chocolate quente... que saudades do seu hálito, do seu sabor... que saudades do seu toque, o roçar que ele sempre lhe proporcionava com a ponta das unhas... o calor que se desprendia do seu corpo, a maciez da sua pele e do seu cabelo, encarando aqueles belos olhos castanhos claros que a hipnotizavam milhares de madrugada que passaram juntos...

Raylana coloca a mão contra a luz da lâmpada e admira o anel que nunca tirara do dedo... a aliança de noivado que Bill havia comprado para eles... um anel  de ouro branco com uma linha de ouro dourada e por dentro havia os dizeres “Für Immer”. Bill também tinha um anel igual, mas tiveram que tirar do dedo dele no hospital, agora o símbolo da união dos dois estava na caixa onde Bill guardava suas jóias misturadas com as demais... apenas mais um acessório para ele...

Inevitavelmente, uma lagrima rola... Bill, quanto tempo ela viverá nessa tortura de tê-lo tão perto e tão longe ao mesmo tempo? Quando será, se é que acontecerá um dia, que ele se lembrara dela? Meu Deus, quando essa tortura terminará? Quando ela poderá desfrutar completamente do seu amor de novo?

Raylana se enrola no lençol admirando os quadros na parede, a lembrança daqueles dois maravilhosos anos... ela fecha os olhos pois sabia que teria que acordar cedo amanha, tinha serviço!

Ela dorme ao som de “Wie liebe für immer”... musica que Bill criara para eles...

...

No quarto de Tom, Bill ainda estava se sentindo estranho...

Ele ficou tanto tempo sozinho sem nunca perder o controle e agora perecia que tudo que Raylana fazia ou falava mexia com ele profundamente. Ela era linda, seus movimentos era leves, seu sorriso encantador...

E agora sua vida parecia ser extremamente interessante para ele. Ele queria saber dela, saber da sua família, sua historia...

Ele se lembrava do hálito dela quando ela o beijou, um gosto de canela selvagem com o chocolate quente... lábios carnudos e quentes num beijo úmido que o fez se arrepiar...

- Para cara, você tem que se acalmar... - ele balançava a cabeça freneticamente numa tentativa inútil de afastar a imagem dela da sua mente. Ele se deita ao lado de Tom na cama se cobrindo com o lençol e dormindo com o sorriso dela pregado em suas pálpebras...

...

Pela manha, Bill levanta cedo para passear pela casa. Ainda não se acostumara com o novo-antigo lar, mesmo sendo acostumado a dormir em diferentes quartos de hote, era estranho pensar que aquela casa era sua... Ele admira o quintal gigante e avista de longe carrinhos motorizados... a piscina de águas cristalinas perto da churrasqueira. A casa era gigantesca!

Como eles fizeram essa loucura? Ele, Bill Kaulitz, nunca pensou em algo parecido antes disso! Agora ficava pensando na continuação da carreira, a banda mais madura e ainda na ativa, as novas musicas, o próprio crescimento intelecto-profissional, o crescimento dos rapazes, Tom, Gustav, Georg... pensava na mãe, como ela estaria com Gordon e pelo que eles passaram com a perda da possível irmãzinha, pensava no David e na Universal Music que ainda aturava-os... na Raylan- ´perai, por que ele estaria pensando na Raylana? Ele já não havia se livrado daqueles pensamentos ontem mesmo? Então porque maldição foi se lembrar dela tão cedo da manha?

Havia alguma coisa de errado... cinco anos sozinho será que finalmente surgiram efeito e ele se tornou um tarado que Tom vivia bagunçando? Fala serio, ficar pensando na moça que trabalha para ele... isso é tão... tão “Tom”... ele é que fica com pensamentos maliciosos para cima das moças bonitas não importando de onde elas são...

Se bem que muita coisa mudou, isso ele não podia negar. Tom agora namorava seriamente e ele, Bill Kaulitz, tendo seus desejos sexuais a flora depois de tanto tempo controlados...

Bill desce a escada afim de ir à cozinha preparar café... não queria voltar para a cama, já bastava dois meses enfurnado na cama de um hospital japone-

Bill para um instante na escada, antes de descer de novo mais lentamente. Já na cozinha tão cedo, de costas para ele, Raylana prepara o próprio café...

- Ehh... bom dia? – Ele diz bem perto dela, ela pula surpresa com o chamado tão próximo do seu ouvido quase derrubando o que havia acabado de preparar e sujando a roupa. Ela vira para encarar quem havia lhe chamado, ela reconhecia a voz, mas queria ver seu rosto. Assim que seus olhos se cruzam, ela sorri.

Bill fica meio nervoso com aquele sorriso tão acolhedor mas retribui, ele repara e admira as roupas que Raylana usava que não eram de casa, mas um elegante conjunto despojado. Um casaco de couro marrom com calça jeans azul claro, botas de salto agulha e apenas um cordão no pescoço. No geral, ela estava simples, mas combinados com os belos cabelos soltos que ela possuía, a maquiagem leve como ele já acostumara a vê-la e brincos de argola, ele só tinha uma palavra: Divina!

O que só reforçou para atiçar sua curiosidade: aonde Raylana ia tão cedo?