Corazón escrita por lagrimas estelares


Capítulo 1
심장


Notas iniciais do capítulo

심장 - coração

Espero realmente que vocês gostem. Eu realmente amo meus filhos klance e eu sou tão orgulhosa deles ♥



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Aquele era um dia ruim para Keith.

No caso, uma noite. O que mais irritava o paladino de viver 24/7 dentro de um castelo no meio do universo era o fato de nunca presenciarem o pôr-do-sol ou o nascer de um novo dia. Era tudo muito escuro, repleto de estrelas, o horizonte tão infinito e em expansão sendo um tormento para as suas noites insones. Se um dia ele precisasse fugir, que direção seguiria?

Então, em suas noites difíceis, Keith dirigia-se até a sala de comando do castelo tomado pelo desejo de traçar rotas que talvez um dia fossem necessárias para a sua jornada solitária, para proteger todos aqueles que importavam. O novo líder dos paladinos sentava-se silenciosamente e quando o auge de sua determinação acelerava o coração que bombardeava sangue galra por todo o seu corpo...

Keith chorava.

Aquele era o momento em que o ex-paladino vermelho deixava a única coisa que o manteve em pé por tanto tempo dissolver-se, sumindo dentro de si por alguns tiques: a raiva. Em silêncio, as gotas escorriam pelo rosto, os soluços faziam o peito tremer como em uma febre alta e a vista embaçava. O universo através das janelas da sala de comando eram nada mais do que um borrão, e ao menos a sensação de esmagamento pelo infinito sumiu.

Mesmo que Keith soubesse que ela voltaria no dia seguinte, aquela era a sua pequena vitória e depois de tanta dor adquirida injustamente em sua vida, Keith a guardaria para jogar na cara do destino.

— Observando as estrelas do céu? Pois saiba que você é a única estrela do meu.

Keith fungou o mais baixo possível e abaixou a cabeça, esgotado o suficiente para retrucar a cantada idiota de Lance. O coreano* limpou o rosto e respirou longa e tremulamente, esperando que o moreno não percebesse o rastro de lágrimas que sujavam seu rosto.

Sem respostas, o paladino mais novo sentou-se ao lado de Keith no chão e fez com que os ombros se encostassem, algo próximo de um conforto sem palavras na opinião do novo líder do Voltron: - Eu... hm-bom, eu ouvi a porta do seu quarto abrindo e sabe, todas as vezes em que você sai à noite do seu quarto é provável que na manhã seguinte você seja apenas um cara irritado, com olhos inchados e os lábios horrorosamente secos e dessa vez eu vim com a missão de...

— Ir embora e me deixar em paz – Keith cortou o discurso de Lance, querendo evitar a piedade nos olhos azuis do cubano e que ele visse os seus lábios que voltavam a tremer, quentes e vermelhos. Seu protesto era nada mais que uma golfada de ar acre e trêmula, insegura.

— Eu ia dizer “te abraçar e mostrar que está tudo bem”, mas eu analiso a sua posição e a descarto educadamente: não, obrigado.

— Não preciso da sua pena! – Keith apoiou o peso do corpo nas mãos atrás das costas e virou-se para Lance, seus olhos vazando e seu nariz escorrendo. Ele era uma bagunça, um pedaço de lixo com sangue galra que se esgueirava por debaixo da pele pálida – E você não precisa da minha raiva, ninguém precisa – que de fato começava a borbulhar no seu peito, uma sensação estranha quando misturada com a vergonha.

Lance tinha uma coloração marrom-dourada sob a pouca iluminação do ambiente, os olhos escurecidos parecendo carvão e os cabelos rebeldes de sono combinado com o conjunto de roupas de dormir.

— Eu estou aguentando isso, buddy.

Uma das mãos morenas e macias de Lance agarraram seu bíceps sem força. Se Keith realmente não quisesse um abraço, ele poderia se afastar. Mas ao contrário do que ele havia planejado, seus olhos viram o rosto de Lance se aproximar e seus olhos se fecharam temerosos. Ele não sabia se poderia observar o amigo sem chorar mais forte do que fazia naquele momento.

Amigo.

Até quando?

— Está tudo bem chorar Keith. Eu vou segurar você agora, corazón— a voz de Lance pareceu ressoar dezenas de vezes mais ampla naquela posição, a orelha do coreano no peito quente do paladino mais novo. Keith não sabia o que significava corazón, mas ele sabia que era algo que importava para Lance. A maneira como garoto disse, as mãos afagando suas costas e os cabelos intocáveis; Keith sentiu um calor no peito, quase como se ele pegasse fogo.

E se estava tudo bem chorar, então ele o faria. Sua súbita análise do apelido carregado com o sotaque perdendo-se dentro de sua cabeça e, em alguns tiques, suas mãos agarraram-se desesperadamente na camiseta de Lance como se fossem um colete salva-vidas e Keith estivesse tentando sobreviver em uma tempestade no mar, como se Lance fosse o oxigênio e Keith estivesse tentando respirar.

Seus soluços aprofundaram-se e a porta se abriu atrás deles, mas Lance soltou algumas palavras que Keith não teve como distinguir em meio à sua tempestade de emoções e ninguém veio ao encontro deles. Lance soltou uma das mãos para acenar para a outra pessoa e o coreano agarrou-se ainda mais à ele, temendo a sua fuga.

Não me deixe agora, não agora... por favor.

— Eu não vou mi corazón. Estou aqui, não é? – e como uma criancinha patética Keith acenou com a cabeça, esgueirando-se mais em direção ao corpo quente de Lance e colocando sua testa em no pescoço moreno. Cheirava a sabonete, alguma de suas loções e suor. De alguma forma... cheirava a casa.

Depois de algum tempo em silêncio – a não ser por alguns murmúrios chorosos em coreano de Keith e declarações em espanhol de Lance -, o mais velho se afastou. Ele limpou as lágrimas e ficaria surpreso se o seu rosto não fosse um tomate só, inchado e vermelho.

— Você pode me contar o que aconteceu? – Lance perguntou. Era estranho ouvir sua voz tão atenciosa, mas não deixava de ser agradável.

Keith segurou os olhos entre as mãos, cotovelos nos joelhos e a cabeça caída derrotada: - Agora que eu sou... agora que- argh, droga!

— Calma lá, Keith.

A tristeza borbulhou em um pouco de raiva: - Esse é o problema Lance! Calma Keith isso, calma Keith aquilo... e se eu não puder manter a minha calma, hã?! E se eu me descontrolar e colocar todos vocês em perigo, e se... e se eu me deixar sucumbir pelo sangue galra em mim e-

— Não termine a frase Keith! – a voz de Lance era alta e magoada. Keith sentia que poderia voltar a chorar a qualquer momento com toda a confusão amarga estampada no rosto do cubano – Você sabe que sangue não define quem você é, que suas origens não te prendem à um destino – Lance disse – Pense em Pidge, que poderia ter se deprimido e definhado como um feijão no sol enquanto espera o irmão, em Allura que poderia ter saído em busca de vingança e não justiça em nome do pai, em mim! – agora eram os olhos de Lance que estavam repletos de lágrimas praticamente penduradas nas bordas das pálpebras.

— Mas e se eu for como Zarkon e matar você Lance? – o nome do garoto envolveu a língua – Voc-você é meu braço direito e tem melhores ideias, e se eu não conseguir segui-las? Eu posso machucar você! Matar você como Zarkon matou Alfor!

O silêncio constrangedor pairou sobre os dois garotos. Keith esperava que Lance levantasse e desse meia-volta indo na direção da porta, que ele abrisse a boca para dizer que é, pelo menos daquela vez Keith tinha razão... mas-

— Você é Keith, o rival que eu tanto admirava. Hoje você é o paladino que eu tanto admiro. Você é mi corazón, meu coração. Não importa o que você diga, não importa o quão irritadiço você seja, não importa se você é um ser humano e comete erros com qualquer outro. Mandarei um quiznak embrulhado em papel de presente para qualquer um que ousar abrir a boca e subestimar suas habilidades – Lance estendeu a mão para Keith e quando o coreano olhou para cima, o rosto de Lance era colorido em tons escuros nas bochechas – Você é meu herói, Keith. E eu gosto muito de você.

Hesitantemente, Keith ergueu sua mão na direção da palma grande de Lance. A pele do cubano era macia e hidratada, o completo oposto da sua própria – menor, áspera e calejada. Keith entrelaçou os dedos.

— Você realmente acha que eu não sou como Zarkon?

— Primeiramente a sua pele é pálida e você tem olhos lindos. Não posso dizer que Zarkon tem tanto charme quanto você.

Um sorriso quebrou os lábios de Keith e ele rolou os olhos para Lance, que possivelmente corava mais: - Não diga nada! Escapou.

— Sou tão hipnotizante quanto o tal polvo que você e Hunk encontraram no fundo do mar?

— ERA REAL! EU JURO QUE ELE ERA REAL!

Keith encostou a cabeça no ombro de Lance e suspirou, rindo baixinho. Lance era seu braço direito, confidente de lágrimas e que compartilhava consigo a dignidade de pilotar o Red Lion. Ele era seu primeiro amor e Keith sabia que nada poderia ser mais clichê do que se apaixonar pelo pegador das galáxias, mas ele o fez.

— Lance.

— Diga, Keith – houve um aperto em suas mãos entrelaçadas.

— Me chame daquilo de novo.

O cubano beijou os seus cabelos bagunçados: - Mas é claro, corazón.


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Notas finais do capítulo

LANCE FALANDO ESPANHOL MINHA PERDIÇÃO MEU DEUS

:) até a próxima pessoal



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