Murphy escrita por Mika Boo


Capítulo 1
Capítulo 01 - Se algo pode dar errado, dará


Notas iniciais do capítulo

Oiii

Lá vou eu de novo postando outra fic, mas acho que essa terá poucos capítulos e é um pouco diferente das minhas outras porque essa não é dramática e-e



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Era por volta das sete e meia da manhã quando seu celular tocou. Acordou esfregando os olhos ainda sonolenta, pegou o aparelho, era o despertador tocando. Sentou na cama sentindo-se preguiçosa. Porque tinha colocado o celular para despertar mesmo? Pensou em ignorar, mas se havia colocado para despertar no seu precioso dia de folga deveria haver algum motivo.

Levantou se espreguiçando indo em direção ao banheiro. No espelho do mesmo tinha um post it com um lembrete que escreveu para si mesma:

Sessão de fotos hoje as nove horas.

De imediato se lembrou da ligação de última hora que recebeu na noite anterior:

 

Já era por volta das dez da noite, estava colocando o pijama, se preparando para dormir. Seu dia havia sido longo e cansativo. Tinha participado de um evento como recepcionista e sem contar do ensaio fotográfico, ficara em pé, sorrindo, fazendo caras e bocas. Estava exausta, mas felizmente no dia seguinte teria uma folga. Tudo o que queria era se jogar em sua cama e acordo as uma hora da tarde do dia seguinte. No entanto, parecia que a vida tinha outros planos.

Assim que se jogou na cama, estava preste a entrar no mundo dos sonhos, seu celular tocou.

— Quem tem a cara de pau se ligar para alguém a essa hora?!  Murmurou indignada. Resolveu ignorar, porém a pessoa aparentemente não parecia perceber isso. Bufou irritada pegando o celular sobre a cabeceira da cama e olhou para ver quem ligava para ela essa hora. Era da agência em que trabalhava.  Hum… Alô…  — Murmurou grogue pelo cansaço.

— Oi Hinata, querida como está? A voz do outro lado da linha saudou animada, no entanto também demonstrava estar nervosa.

— Hum… — Foi a única coisa que conseguia pronunciar.

— Bem, querida, aconteceu um pequeno probleminha…  do outro lado da linha a voz soava temerosa.  Preciso que você venha aqui amanhã cedo para outra sessão de fotos. A modelo que iria participar dessa sessão acabou desistindo e pegando outro trabalho. Você entende?

— Arram…  Ela não prestava muita atenção no que a pessoa do outro lado da linha dizia.

— Então você topa participar dessa sessão?

— Arram…  Concordou sem prestar muita atenção.

— Sério?! Que maravilha Hinata! Você é um anjo, salvou o meu lindo corinho. Vou te passar todas as informações do local do ensaio por mensagem.

— Arram…  Encerrou a ligação. Anotou no post it sobre a sessão de fotos, se levantou da cama rumo ao banheiro e pregou o post it no espelho.

 

Deu um longo suspiro ao se recordar. Se não estivesse tão cansada e quase inconsciente devido ao sono, não concordaria em ir. Custava ter um dia de folga? Trabalhava que nem condenada, mas parte disso era culpa dela por aceitar quase todos os trabalhos que aparecia. No entanto quem poderia culpa-la? A indústria da moda era assim mesmo, principalmente quando se está iniciando a carreira, qualquer oportunidade era preciosa e a competição era acirrada.

Deixando isso de lado começou a se arrumar. Penteou longos cabelos pretos azulados prendendo-o em um rabo de cavalo, passou uma maquiagem leve, vestiu um vestido branco florido rodado. Pegou uma bolsa pequena para guardar somente o necessário, celular e dinheiro.

(...)

Por sorte conseguiu pegar o ônibus a tempo e felizmente conseguiu um lugar para se sentar quase no fundo. Parecia que seu dia havia começado bem, entretanto só foi esse pensamento vir à mente que seu bom dia começou a ruir.

Primeiro sentiu uma pontada de leve abaixo da barriga, achou estranho, todavia não se importou muito, talvez seja porque comeu pouco.

Maldita seja essa sessão de fotos de última hora que a obrigou comer somente uma fruta e uma barra serial. “Isso lá enchia a barriga? “ Resolveu ignorar as pontadas que sentia. Era só fome, certo? Errado.

Logo sentiu algo estranho acontecendo consigo. ‘Pelos deuses! Que sensação gélida era essa que estava sentindo entre as pernas? ” Arregalou os olhos fechando as pernas ainda mais, colocando a bolsa por cima. Não, não, não. Não podia ser o que estava pensando. Podia?

Com receio, retirou a bolsa lentamente, abriu as pernas discretamente fingindo estar se ajeitando no banco. Deu uma olhadela discreta, arregalando os olhos mais ainda ao confirmar suas suspeitas. Havia menstruado e o maldito do sangue escorria lentamente por suas coxas. Cobriu novamente com a bolsa, no entanto era muito pequena para tampar e o sangue estava um pouco visível. Tentou puxar o vestido, mas o mesmo era muito curto e parecia piorar ainda mais a situação. Como podia ser tão azarada?

Que pergunta idiota de se fazer, afinal ela era o azar em pessoa. A lei de Murphy se encaixava perfeitamente a ela. Se algo pode dar errado, dará. Respirou fundo tentando encontrar uma solução para seu problema.

Poderia descer na próxima parada, mas o sangue em suas coxas iria escorrer por toda sua perna assim que levantasse, só sendo muito ruim das vistas para não perceber. Sem contar a mancha que deveria estar no seu vestido que era branco, então a possibilidade de se levantar no momento estava vetada. Poderia ligar para alguém e pedir ajuda, mas essa possibilidade também foi descartada. Como alguém alcançaria o ônibus? E mais, como iria identifica-lo? Pousou a mão sobre a testa tentando pensar em um plano melhor. Talvez se pedisse ajuda a alguém.

Ergueu o olhar para as pessoas a sua volta. Ficou espantada ao ver que havia muitas pessoas ali, mas ninguém aparentava ser amigável o suficiente para se pedir ajuda. Deu outro suspirou, talvez devesse esperar o ônibus esvaziar e descer o mais rápido possível. Quem sabe se na última parada não tenha mais ninguém, no entanto iria se atrasar para a sessão de fotos. Sentia vontade de gritar de frustração por não encontrar nenhuma solução. Respirou fundo, precisava se acalmar e pensar. “Qual solução seria menos vergonhosa? ”

Bom, talvez se levantasse e alguém visse sua situação resolveria ajudar, ou ao invés de ajuda-la poderia simplesmente ignora-la, olhar com carinha de nojo — por que as pessoas, principalmente homens tinham nojo disso. Mulheres só tolerável a sua. A maioria ali também parecia estar indo para o trabalho, não pararia para ajudar uma desconhecida. Novamente respirou fundo tentando não entra em pânico.

Estava acostumada a essas situações constrangedoras, vergonhosas e azarentas. Se considerava uma das pessoas mais azaradas do mundo. Por isso já estava habituada, como por exemplo quando tinha doze anos e sua saia ficou de um lado levantada revelando sua calcinha com desenhos de morango para toda a sala ver, ou quando foi dar seu primeiro beijo e espirrou na cara do menino — esse foi o primeiro de muitos beijos desastrosos —, sem contar seus encontros que no final sempre algo dava errado. E seu azar no amor então? Simplesmente um desastre atrás do outro. E quando pela primeira vez fez um trabalho como modelo? Sem contar seu teste para entrar na agência… pensando nisso, quem em sã consciência havia descido que ela deveria ser contratada? A lista de desastres era imensa.

Já passou por tantas situações constrangedoras, essa seria só mais uma para sua lista, contudo, precisava ser mais precavida. Mas a sua situação não poderia piorar mesmo. Pelo menos estava sentada e não tinha nenhum idoso, deficiente ou grávida ali.

O ônibus parou e logo entrou uma senhora já idosa no mesmo.

Tá de sacanagem comigo! ” — Pensou em meio ao pânico.

            Maldita lei de Murphy!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Qualquer erro me avisem.
Obrigadinha! quem leu até aqui e não esqueçam de comentar



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