Ele viria uma semana antes. Deram-lhe o nome de Kagutsuchi, o deus chinês do fogo, que fazia referência as tranças flamejantes que fluíam de seu corpo enquanto se movia pela escuridão do espaço; tendo a forma tão brilhante que fazia à noite parecer dia.
As luzes estavam apagadas nas ruas devido a falta de energia. Lojas foram fechadas. Várias casas abandonadas. O tumulto finalmente parou. Naruto estava sentado sozinho no chão da sala de estar, acariciando seu cachorro, Kurama. O animal havia sido abandonado no parque durante o caos, e agora estava lambendo sua mão em uma última tentativa de confortá-lo, mas era não como se Naruto precisasse de consolo. Uma semana atrás, ele teria medo de ficar sozinho, entretanto, agora, não importava mais; desde que a pessoa que amava ficasse com sua família.
Um sorriso involuntário surgiu em seus lábios ao pensar em seu amado, e nos cabelo de ébano que caíam emoldurando as formas perfeitas de seu rosto, fazendo um contraste perfeito com o branco leitoso de sua pele e, para completar a perfeição de seu amado, ainda havia seus olhos, dois buracos negros que sugavam toda a sua atenção com um olhar intenso, muitas vezes frio. A maioria das pessoas ficariam assustadas com as orbes de ônix, mas Naruto era uma exceção. Aquele olhar frio, a aura misteriosa sobre ele, apenas o atraía mais e mais... Até que não conseguiu se desvencilhar deles e, sinceramente, ele não queria.
Sasuke estava seguro agora, ou, era o que ele gostava de pensar. Naruto o mandou embora enquanto dormia. Seu pai o levou para ver a família, e assim para que ele pudesse estar na companhia deles nos últimos momentos do mundo. O planeta estava condenado pelo asteroide Kagutsuchi, e faltava menos de alguns minutos para o impacto. Com um suspiro pesado, Naruto se levantou, Kurama soltou um latido agudo em sua direção.
— O que foi, hein? – ele perguntou, olhando para o cachorro antes de seguir a visão em direção da porta, onde viu o amado.
Seu coração parou, e ele não sabia se deveria ficar grato ou desapontado por Sasuke ter escolhido passar seus últimos momentos com ele, ao invés da própria família.
— Você saiu. – Foi a primeira coisa que o homem esguio, parado no batente da porta, conseguiu dizer, respirando fundo. Seus olhos negros estavam vermelhos e inchados, deixando claro que ele tinha chorado recentemente, algo que Sasuke não fazia com frequência perto de outras pessoas, nem mesmo de Naruto. – Eu acordei e você não estava lá, então fiz com que seu pai desse meia-volta. – Ele passou os braços em volta do pescoço do loiro.
Naruto retribuiu o abraço de Sasuke, balançando a cabeça suavemente e franzindo os lábios, desculpando-se.
— Eu sei! Eu fui estúpido. Sinto muito – ele sussurrou, pegando as mãos de Sasuke, sorrindo de forma tranquilizadora e levando-o para o quarto.