Um Aluno de Sorte escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic
A foto no meu celular intrigou bastante. Enquanto eu mergulhava, alguém habilidoso mexeu nele e enviou a foto, ou pode ter enviado de outro jeito. O fato é que ficou estranho e pensei logo no Jonas.
A mão de Afrodine puxou o meu braço numa força realmente absurda. Perguntei o motivo daquela pressa, haja vista ela estava tão à vontade com a festa.
— Precisamos ir embora. Agora.
— Calma. Deixa eu me despedir dos...
— Não há tempo pra isso, garoto. Apenas ponha a sua blusa e sairemos daqui imediatamente.
Eu quis entender a pressa dela, mas nenhuma pista. Pedi para ela ir na frente, porém ela quis fazer questão que eu fosse. Depois de ameaçar em me levar nos braços, fui sem questionar.
— Droga. Eu vim de uber. Como iremos para casa?
— Vem.
Ela correu pela calçada e me puxou imediatamente. Eu fui aos atropelos, pois estava de chinelos. Pedi para ela ser menos impulsiva e pedirmos um táxi.
— Droga. Ele já está aqui.
Não entendi raios o que aquela mulher quis dizer. Apenas vi a sombra de uma pessoa. Um homem caiu bem na nossa frente, fazendo eu cair de bunda na calçada.
— Ele... caiu do céu?
O semblante de Afrodine estava sério. Pela primeira vez eu vi a seriedade naquele rosto. Virei a cara e vi um homem na nossa frente.
— Olá.
Ele era jovem, atlético, loiro e com uma tatuagem tribal no braço esquerdo. Usava uma camiseta preta sem mangas, uma calça com estampa militar e botas pretas. Ostentava um óculos esportivo e um sorriso de pasta de dente.
— Há quanto tempo?
Afrodine arrancou uma barra de ferro de um portão e, num movimento rápido, lançou o objeto na direção do homem. A barra atravessou a barriga dele até atingir um carro.
— Meu Deus. Você matou o coitado! — gritei.
Algumas pessoas correram com medo; outras mandaram chamar a polícia.
Ele simplesmente se levantou e retirou a barra sem demonstrar nenhuma dor. Afrodine pediu para que eu ficassa atrás dela.
— Que recepção calorosa, Afrodine. Não é assim que deve tratar o próprio irmão gêmeo.
— O que quer, Eros?
— Conversar sobre algo muito importante. Se recusar, eu divulgo na internet que você tem um caso com o seu guardião.
— Fo-foi você! Você me enviou aquela foto.
— Sim.
— E eu com isso? Divulga.
Não acreditei com o que Afrodine dissera. Eu falei bem alto para que não fosse divulgado ou eu estaria perdido. Ela ainda me mata infartado.
— Diz logo!
— É sobre aquela sociedade secreta que estava atrás do velho que te acolheu. Tenho informações que eles estão eliminando os demônios ou qualquer outra criatura mitológica.
— E?
— Tentaram me pegar. Tentarão te pegar também. Alguns membros vieram ao Brasil e se instalaram nas principais cidades, inclusive aqui em Fortaleza. Só vim te pedir para unirmos forças contra eles...
— Não — disparou ela.
— Mas...
— Tchau, Eros. Depois a gente fala daquela dívida que me deve.
Olhei pra trás. O tal Eros deu vários pulos altos sobre as casas e foi embora. Fomos parados pela polícia. Afrodine deu um sorrisinho sapeca.
Chegamos em casa na viatura do Ronda do Quarteirão. Os dois policiais, enfeitiçados, só faltaram lamber a súcubo. Entramos no prédio e em seguida no meu apartamento.
— Ainda bem que meus pais estão de viagem e só voltam amanhã. Agora me diz quem é esse Eros?
— Ele é o meu irmão gêmeo. É um íncubo, ou seja, um demônio masculino do sexo.
— Ele... estupra mulheres durante o sono?
Afrodine suspirou e se encostou no sofá.
— Alguns demônios do sexo fazem isso, mas ele nunca chegou a esse extremo. Apenas enfeitiça elas, como faço com os homens e fiz com os policiais. A questão é que ele me deve um milhão de dólares.
— Ele falou em guardião? O que isso tem a ver?
— O ser humano que liberta uma entidade de seu cativeiro, torna-se guardião. Ou seja, se você morrer por causas violentas sem ser por doença ou velhice, eu morro também.
— Quê?
— E ele tem uma guardiã. A tal Sabrina lá.
— QUÊ?!!!
...
Eros chegou à festa a fim de buscar Sabrina. As garotas ficaram babando o par de olhos azuis do loiro.
— Precisamos ir embora logo.
— E o Pedro?
— Acabei de conhecê-lo. É um rapaz um tanto interessante.
Sabrina sorriu.
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