In Love And In War escrita por Anieper


Capítulo 35
Capítulo 35




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Acordei no dia seguinte sentindo a respiração de Rick no meu pescoço. Pisquei algumas vezes para me acostumar com a luz e bocejei. Estava quase me virando para voltar a dormi, quando senti o enjoou me atacando.

Empurrei a mão de Rick para longe e me levantei em um pulo e corri para o banheiro. Escutei Rick xingando antes de se aproximar de mim e segurar meus cabelos. Quando terminei de vomitar me sentei no chão e passei as costas da mão na boca. Rick me ajudou a me levantar e pegou minha escova de dentes.

— Tudo bem? – ele perguntou enquanto eu escovava meus dentes.

— Isso é culpa sua. – falei cuspindo antes de lava a boca com água.

— Minha culpa?

— Sim. Quem me engravidou? – perguntei lavando a escova.

— Não me lembro de você reclama em nenhuma das vezes que transávamos.

— A culpa continua sendo sua por ser muito gostoso. – sair do banheiro e fui para o quarto pegar uma roupa.

— Amor, você não pode estar falando sério. – ele disse olhando para mim. – Pensei que estávamos bem todas as vezes que vamos para a cama.

— E estamos, mas eu não queria engravidar novamente. Você sabe disso.

— Não queria mais filhos?

— Não. Agora não. Judith ainda é muito nova. Tem CJ e agora Grace. Eu não sei por que mais acho que Maggie não conseguirá lidar com dois bebês igual a Beth. Sério, eu não sei como aquela menina consegue.

— Você também consegue. Não é grande coisa.

— Bom, se tivermos que cuidar da Judith, Grace, CJ e o bebê, será uma grande coisa. – passei a escova pelos meus cabelos e olhei para ele pelo o espelho.

— Vamos dá um jeito. – ele disse me abraçando por trás. – Sempre damos.

— Você não vai colocar uma roupa? – perguntei me virando para ele.

— Vou. – ele disse beijando minha nuca.

Terminei de me arrumar e fui para a porta.

— Só para consta, você não precisa se preocupar. Osmar não tem chance alguma contra você. – sair do quarto e fechei a porta sem esperar uma resposta dele.

Ontem a noite tinha finalmente descoberto de quem ele estava com ciúmes. Eu não tinha certeza de quem era esse Osmar, mas tinha descoberto que Rick não estava gostando nada do jeito como ele me olhava. Passei no quarto das crianças e ainda estavam todos dormindo. Desci as escadas e fui para a cozinha. Tomei café e peguei minha arma indo para o posto de vigia.

— Bom dia. – cumprimentei os guardas que tinham passado a noite de guarda.

— Bom dia.

— Podem ir dormi, vou assumir agora.

— Sozinha?

— Rick já está vindo. Ele apenas vai terminar o café e já está aqui.

— Tudo bem. Bom trabalho.

— Obrigada. – Coloquei a arma nas costas e me encostei no muro enquanto olhava para longe.

Não demorou muito e Rick parou ao meu lado. Ele passou a mão em minha cintura enquanto olhávamos para o horizonte. Não falamos nada enquanto ficávamos ali. Não demorou muito para Carl subi e assumir meu lugar. Ele não queria que eu ficasse muito tempo de guarda durante o dia por causa do sol, por isso assumiu algumas das minhas rondas.

— Bom dia. – ele disse parando ao meu lado e beijando minha bochecha.

— Bom dia, querido. – falei tirando o chapéu da cabeça dele e colocando na minha. – Os outros já acordaram?

— Ainda não.  – ele pegou minha arma e colocou no ombro.  – Eu e o pai assumimos daqui, pode descansar.

— Você é tão mandão quanto seu pai.

Coloquei o chapéu de volta na cabeça dele e desci. Eu passei a andar pela a comunidade para ver se precisavam de alguma coisa. Não tinha muitas coisas para uma mulher gravida fazer aos olhos dos outros. Ao que parece tinha apenas trabalho pesado. Eu não gostava de ficar sem fazer nada, mas sabia que não podia ficar fazendo força. Eu ainda estava um pouco assustada com o parto de Sofia, não queria que isso acontecesse novamente.

Depois de dá uma volta completa pela comunidade, fui para o quarto das crianças. Beth já estava de pé com Judith no colo enquanto tentava acalmar Grace.

— Elas estão te dando trabalho? – perguntei me aproximando dela.

— Acho que tem alguma coisa errada com ela. Ela não para de chorar. E Judith está curiosa para ver o que está acontecendo. Não sai do meu colo.

— Deixa eu ver.

Me aproximei do berço e peguei Grace no colo. Ela se agitou e resmungou antes de chorar mais alto. Me sentei na cama com ela no colo e a examinei.

— Dor de ouvido. – falei arrumando ela no meu colo. – Judith tinha muito nessa idade.

— Pensei que depois de ajudar com essa mocinha após um ataque de dor eu saberia reconhecer.

— Cada bebê age de um jeito. Aliás, cada pessoa reage a dor de um modo. Eu vou levar ela para tomar chá e levar ela para Edwin, apenas para ter certeza que é mesmo dor de ouvido.

— Tudo bem. Vou levar Judith para tomar café.

— Cadê Lizzie? – perguntei me levantando.

— Foi ajudar Carol com alguma coisa. Ela passou aqui antes de Carl sair. Conversou co ele e pegou CJ antes de sair com ele e Lizzie. Ela disse que iria ficar com ele hoje.

— Tudo bem. Vou levar essa mocinha para Edwin antes que fique rouca de tanto chorar.

Saímos juntas do quarto e nos separamos na sala. Beth foi para a cozinha com Judith e eu fui atrás de Edwin. Assim que me viu entrando no trailer ele parou o que estava fazendo e veio em minha direção. Vi que Siddiq e a enfermeira colocaram a cabeça para fora de um a sala para olhar para mim.

— Ei, o que aconteceu com essa mocinha? – Edwin perguntou pegando ela do meu colo.

— Dor de ouvido. – falei me sentando em uma cadeira. – Achei melhor você examinar para dá certeza.

— Duvidando do seu potencial? – ele perguntou brincando enquanto deitava Grace.

— Não. Apenas não queria dá nada para tomar antes e falar com você.

— Você está certa. Dor de ouvido. Ela também está com a garganta um pouco irritada. – ele disse pegando um termômetro. – Teve febre?

— Não. Ela estava normal ontem.

— Acho melhor deixar ela longe de Judith e CJ por alguns dias. – ele disse sorrindo para a bebê que parou de chorar e apenas resmungava. – Não queremos que eles fiquem doente.

— Apenas não sei quem vai ficar com ela. Todos estão sempre tão ocupados.

— Eu diria que você poderia ficar com ela, mas não recomento. Você e Maggie estão gravidas e quase não temos vitaminas para as duas. Não queremos que fiquem doentes.

— Vou falar com Beth. Ela fica com Grace e eu cuido de Judith e CJ.

— Quando isso acabar e voltamos para casa, ela vai ficar aqui?

— Não. Vou levar ela comigo. – falei me levantando. – Maggie já tem muito para se preocupar, nãos precisa de mais coisas.

— Certo.

— Eu vou chamar Beth para ficar com ela.

— Ally?

— Hum? – me virei para olhar para ele.

— Siddq pode ficar com ela um pouco, gostaria de fazer um ultrassom em você. Maggie fez um ontem. Você só fez quando descobriu que estava gravida. Quer ter certeza que esteja tudo bem com os dois.

— Eu me sinto ótima. – falei voltando para a cadeira e me sentando. – Nunca estive melhor.

— Sei. – ele rolou os olhos para mim e me entregou Grace. – Vou dá uma injeção nela. Assim melhora mais rápido.

— Tudo bem.

Segurei Grace enquanto ele dava e injeção. Depois Siddq a pegou e saiu falando que a levaria para Beth. Suspirei antes de ir fazer o ultrassom com Edwin. O exame não demorou muito e ele me disse que estava tudo bem com o bebê. Ele estava forte e crescendo no ritmo normal.

Sair dali e fui pegar minha filha. Passei o dia com Judith limpando as armas para que pudéssemos usar quando chegasse a hora. Certo, eu limpava as armas enquanto Judith apenas brincava com a boneca dela ao meu lado.

— Ei. – Rick disse parando ao meu lado.

— Ei.

— Cadê os outros?

— Carl está em algum lugar lá dentro. Lizzie está ajudando Carol a costurar algumas roupas, e elas estão com CJ. Beth está com Grace. Ela está um pouco doente. Edwin disse que seria bom manter os outros dois afastados Apenas para ter certeza que vai ficar tudo bem.

— O que ela tem?

— Dor de ouvido e garganta inflamada. – disse colocando as últimas flechas no balde a minha frente. – Ela deve estar boa em uns dois dias.

— E essa mocinha aqui? O que está fazendo? – ele disse beijando a testa de Judith.

— Ajudando a mamã. – ela disse sorrindo orgulhosa para ele.

— Sabe o que é engraçado? Eu não me lembro de ter me ajudado em nada. – me levantei e fui levar os baldes para o arsenal.

— Quer ajuda? – Rick perguntou se aproximando.

— Não. Não estar pesado. Será que você pode ficar com ela? Preciso falar com Carl. Não devo demorar muito.

— Tudo bem. – ele disse antes de me beijar e se afastar com Judith.

Não pude deixar de sorrir ao ver ele andando de mãos dadas com ela. Assim como Carl pediu para que ele fizesse. Soltei um suspiro antes de ir atrás dele. Sabia que ele tinha subido no telhado, apenas não sabia por que.

— Não é sobre meu pai. – escutei ele falando quando me aproximei dele. – Eu quero conversar com você. Sei que você ficou com raiva por ter te enganado na comunidade, mas como eu disse tínhamos famílias lá. Minha irmãzinha, meu filho.

— A gente também tínhamos um bebê no posto avançado.— parei atráz dele com os braços cruzados quando notei que ele estava falando com Negan pelo o rádio.

— Eu sei. Grace. Ela está aqui com a gente. Ela está bem. Minha mãe tem cuidado dela como se fosse sua filha. Mesmo com toda essa merda que vem acontecendo. Meu pai a encontrou, trouxe ela para cá. Estamos cuidando dela.

— Se isso foi para que eu sentisse pena de vocês, não vai adiantar.

— Eu não te chamei para isso. – Carl se sentou no telhando enquanto olhava para longe. – Eu andei conversando com meu pai sobre o que aconteceu. Sobre como aconteceu tudo. Eu quase fui mordido no dia do ataque. Fui ajudar uma pessoa e quase morri. Minha mãe costuma me dizer que sou mais forte, mas esperto do que eu penso. Ela costuma me mandar não deixar que esse mundo ferre comigo. E eu quase deixei. Sei que meu pai quer te matar, sei que ele não liga para os outros que trabalham para você. Ele quer apenas ver você morto. Eu não acho que essa seja a saída. Eu queria te matar, mas finalmente entendi que esse não é o caminho, o caminho é a paz. A união. Se você matar todos nós, vai ter outras pessoas que vão assumir nosso papel. Isso nunca acaba a não ser que acabamos com isso.

Carl parou um segundo antes de soltar um suspiro.

— Eu não quero que meu filho cresça assim. Eu não quero que ele seja obrigado a matar quando é apenas uma criança. Eu quero que ele tenha uma infância parecida com a que eu tive antes de ter decidido puxar o gatinho pela a primeira vez. Você se lembra da primeira pessoa que matou? Eu lembro. E quase virei um monstro por causa disso. Meu pai viu isso e me mostrou que não precisávamos disso. Eu posso te mostra, ele pode te mostra. Eu não acho que ele vá te matar. Eu espero que ele não mate, mas não posso garanti nada.

Isso é muito bonito, mas não vai me fazer mudar de ideia. Quero todos vocês mortos. E eu quero que seu pai seja o último. Quero que ele veja. Ainda a última pessoa que ele vai ver morrer. Estou entre você e sua mãe.

— Isso não vai acontecer. Ele não vai deixar. Bom, você não pode dizer que eu não tentei te salva. Por que eu tentei.

Me aproximei dele e o abracei por trás enquanto apoiava a cabeça no ombro dele.

— Nem todos podem ser salvos, amor.

— Eu sei. Apenas queria que as coisas fossem diferentes. Não precisamos matar todas as pessoas que encontramos.

— Eu sei, amor. Mas vamos dá um jeito. Sempre damos.

— O pai está certo em querer matar Negan? Em querer acabar com isso desse jeito?

— Eu não sei. Eu sei que muitas pessoas aqui estão querendo sangue. Não acho que isso seja o melhor a ser feito, mas não posso fazer nada para mudar isso. Eu acredito que não precisamos matar todos os Salvadores, seu pai também acha, tanto que ele não matou os Salvadores que encontrou. Ele podia ter, seria mais fácil, mas não o fez. Eu não sei se ele vai mata-lo ou não.

— Eu o mato se ele tentar alguma coisa contra a senhora. Eu o mato com minhas próprias mãos. Nem mesmo vou precisar de uma arma.

— Eu sei que você seria capaz de qualquer coisa por mim, amor, mas não será preciso. Vamos vencer isso.

— A senhora ficaria aqui se eu pedisse? Por Judith, CJ, Grace, pelo bebê, por mim? – Carl me olhou e eu pude ver o medo em seu olhar.

— Eu não posso. Eu preciso estar lá. Carl, eu não posso te prometer que não vou me machucar, nem que nada de mais vai acontecer, mas quero que você saiba que eu te amo mais do que a mim mesmo. Eu faria qualquer coisa por você e pelos seus irmãos.

— Eu sei. E isso me assusta. Eu não quero te perde.

— Você nunca vai perde me perde. Eu já te disse isso. Mesmo que eu não esteja aqui em pessoa, estarei em espirito. Eu te amo e você me ama, isso é o bastante, querido. Nada mais importa.

— Eu quero ser tão bom para CJ quanto a senhora é para mim. A senhora é incrível.

— Eu sei. Você também é. – beijei a testa dele. – Você vai ser um pai melhor do que eu sou. Você já é um grande pai.

Carl me abraçou com força antes de se separar de mim e olhar para a rua lá embaixo.


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