In Love And In War escrita por Anieper


Capítulo 32
Capítulo 32




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Eu passei o resto do dia arrumando as coisas na casa. Sabia que muitos que tinham sido acertados na noite passada não passariam dessa noite.  Maggie tinha avisado para todos os feridos que as armas estavam contaminadas e que mais cedo ou mais tarde eles iam se transformar. O clima na casa estava tenso e não falávamos muito sobre o que estava acontecendo.

Rick Não tinha passado muito tempo com a gente. Edwin me disse que ele tinha sido ferido e que não tinha deixado que Siddiq o examinasse. Eu conheço meu marido o bastante para saber que ele ainda não concordava com a decisão de Carl de ajudar Siddiq e que iria demorar um pouco para que ele aceitasse o garoto em nosso grupo.

— Olá. – olhei para trás de vi Gabriel sentado na minha cama com Judith ao lado dele brincando de boneca.

— Oi. Como você está?

— Estou melhor. Ainda não enxergo muita coisa, mas estou melhor. Edwin não quer que eu fique na enfermaria por causa do vírus. Não quer que eu atrapalhe caso algum volte e consiga escapar.

— Sabe que estamos pensando em sua segurança. Não vai conseguir se defender sem ver direito. – me sentei ao lado dele e peguei a mão dele. – Você sabe que estamos apenas pensando no melhor para você.

— Eu sei. Beth levou CJ para Carl e me pediu para ficar um pouco com ela. – ele virou o rosto para Judith e sorriu. – Mesmo sem ver muita coisa, consigo ver os cachos dourados do cabelo dela.

— Essa é minha loirinha. – olhei para o berço onde Grace estava brincando com um ursinho.

— Ela está bem. Ela é bem calma.

— Eu sei. Apenas não sei como Beth consegue dá conta dos três sozinha. Ela precisa de mais ajuda com essas crianças, mas com tudo o que está acontecendo nem sei o que fazer para ajudar ela.

— Logo vamos acabar com isso e vamos poder voltar ao normal. Seus filhos têm sorte de terem você para cuidar deles. Para ama-los como você os ama.

— Eu tenho sorte por tê-los em minha vida.

— Você é mais forte do que pensa por causa do amor incondicional que sente por ele e por todos os que vivem nessas comunidades. Você é capaz de tudo por quem ama e eu admiro isso. Eu muitas vezes errei por medo.

— Eu sei que o medo pode fazer coisas horríveis com as pessoas. Você está se encontrando e encontrando sua força e isso é o que importa.

— Você e seu grupo são o grande responsáveis por isso. Sempre foram.

— Ei, não sabia que estava aqui. – Beth disse entrando no quarto.

— Vim ficar um pouco com eles para que você descansar um pouco.

— Eu estou bem.

— Eu acho que você estar passando muito tempo comigo. Faz um milhão de coisas e fala que está bem, quando na verdade está acabada.

— Você tem razão. Estou acabada. – Beth deitou no colchão dela no chão e fechou os olhos. – Judith está muito agitada hoje. CJ não para quieto. Tive que levar ele para Carl.

— Ele é o pai. Tem que cuidar um pouco do filho. E eu sou uma péssima mãe por não passar mais tempo com minha monstrinha. Mas isso vai mudar logo.

— Eu sei. Mas não vou reclamar se pode dormir por alguns minutos.

— Pode descansar. Eu fico com as duas.

Beth apenas concordou com a cabeça e se deitou melhor antes de dormi. Sorrir para ela antes de pegar Judith no colo e a sentar nas minhas pernas para arrumar os cabelos dela.

— Ela é uma menina de ouro. – Gabriel disse sorrindo de olhos fechados.

— Ela é. Como estão seus olhos?

— Edwin disse que estão melhor. A infecção está diminuindo. Não estar atacando meus olhos tanto agora. Carson estar pesquisando em alguns livros outros modos de tratamento alternativos.

— Você vai ficar bem. – peguei a mão dele e apertei. – Vamos dá um jeito nisso.

— Eu sei que vamos. Deus sabe o que está fazendo.

— Temos que ter fé, não é mesmo?

— Olha, mamã. – Judith esticou a boneca com os cabelos bagunçados para mim. – Linda.

— Você arrumou os cabelos dela?

— Sim. Como mamã fez comigo.

— Ela está linda. Meu bebê é uma cabelereira muita boa.

— Eu sou.

— Ela está a cada dia mais parecida com você na personalidade.

— Eu espero que isso seja um bom sinal.

— É. Você é uma das melhores pessoas que já conheci. Eu posso ver muito de você em Carl. Mais do que eu vejo de Rick. Eles podem se parecer com o pai fisicamente, mas as personalidades são iguais a sua.

— Alguma coisa minha eles tinham que ter.

Eu fiquei mais um tempo ali conversando com Gabriel, até que tive que ir alimentar Grace. Segurando a mão de Judith desci as escadas com a bebê no meu colo e fui para a cozinha. Encontrei Carl lá com CJ no colo tentando fazer comida com uma mão.

— Quer ajuda?

— Quero. Eu ainda não peguei o jeito. Não sei como você e Beth conseguem fazer isso. – ele disse bufando com raiva.

— Ajuda Judith a se sentar que eu faço isso. – falei pegando a mamadeira da mão dele.

Ele foi ajudar a irmã enquanto eu terminava a mamadeira com uma mão. Fiz um pouco mais para Grace. Entreguei a mamadeira para ele e dei a de Grace para ela segurar enquanto preparava alguma coisa para Judith comer.

— Beth te jogou ela também? – Carl perguntou sentado ao lado de Judith segurando a mamadeira do filho.

— Não. Ela jogou Judith para Gabriel, mas peguei as duas para que eles pudessem descansar. Beth estar fazendo mais do que aguenta e não pede ajuda.

— Ela aprendeu isso com a senhora. – Carl disse quando me sentei do outro lado de Judith arrumei Grace no colo para alimentar minha filha.

— Vocês vão adotar ela? – ele perguntou apontando para a bebê no meu colo.

— Eu não sei. Seu pai e eu não falamos muito sobre isso. E eu não sei o que Maggie quer fazer. Ela pode querer ficar com Grace.

— A senhora deixaria se essa fosse a vontade dela?

Eu pensei um pouco enquanto olhava para a menina que mamava olhando para mim.

— Não. Maggie é ótima e será uma mão maravilhosa para o bebê dela, mas ela ainda não está pronta para isso. Ela ainda não superou a morte de Glenn e creio eu que ela não conseguiria lidar com isso e com Grace quando essa guerra acabar enquanto a gravidez segue em frente.

— Então terei mais uma irmã. – ele disse colocando a mamadeira vazia na mesa e arrumando CJ para fazer ele arrotar.

— Eu ainda não sei, amor. Tem tantas coisas acontecendo.

— A senhora é a que mais cuida dela depois da Beth. Ela já é sua filha e você nem notou.

Apenas sorrir para ele e continuei alimentando Judith. Tirei a mamadeira de Grace quando ela terminou e a fiz arrotar antes de ajudar Judith descer da cadeira e a levar para o quarto. Eu fiz as duas dormi e as coloquei no berço. Tomei um banho rápido e voltei para o quarto para ficar com elas.

A noite foi chegando lentamente. E com ela as coisas foram ficando tensas. Beth acordou e tomou um banho rápido antes de ir comer alguma coisa para ficar com as crianças. Coloquei Lizzie e Mike para ficar com ela cuidando da segurança das crianças e de Gabriel. Rick pediu para que Tara se juntasse a eles já que estava ferida.

— Como você está? – eu perguntei parando ao lado dele.

— Estou bem. – ele me olhou enquanto eu olhava para a frente de braços cruzados. – Por que a pergunta?

— Edwin me disse que você foi ferido.

— Não foi nada. Apenas um arranhão.

— As facas estavam sujas de sangue. Eu preciso saber se foi ferido por uma delas.

— Não. Não foi uma delas. Eu estou sem febre. Edwin me examinou a pouco tempo. Disse que estou ótimo. Não precisa se preocupar.

Fiquei em silêncio por um tempo apenas olhando para frente.

— Eu preciso me preocupar. Você não liga com o que pode acontecer com você. Você não pensa em como vamos ficar se você morrer. Eu te amo Rick, mas também te odeio por isso.

— Vamos passar por isso. Um passo de cada vez. – ele disse olhando para mim. – Quando isso acabar podemos...

— Não. Não podemos. – olhei para ele e respirei fundo. – Temos filhos, Rick. Temos uma comunidade que precisa de nós dois vivos. Por favor, pare de pensar apenas em como pode salvar a todos sem precisar de ajuda. Você poderia ter morrido quando foi igual um maluco atrás de Negan e ninguém saberia.

— Ally...

— Chega. Não podemos fingir que você não fez nada. Você não é um super homem. Ainda é humano. Eu não posso lidar com sua morte agora. Não com tudo o que está acontecendo, não estando gravida e tendo que acabar com uma guerra, então quero que me prometa que vai começar a pensar antes de fazer as coisas. Apenas isso.

— Eu te prometo, amor. Vou pensar mais.

— Obrigada.

Rick me abraçou e beijou minha testa antes de escutamos o som de alguém caindo pelas as escadas. Pegamos nossas facas e corremos para a sala. Sabíamos que era provável que alguém tivesse se ferido e não falado nada por achar que não era nada demais.

Achamos três walkers que matamos rapidamente. Examinei rapidamente as pessoas que estavam deitadas no chão dormindo antes do ataque e apenas mais três foram mordidas. As matei antes que voltasse.

— Temos que olhar os outros lugares. Temos que ir ver os prisioneiros. – falei tirando o cabelo do rosto.

— Eu vou. – Maggie disse saindo com a arma na mão.

— Tudo bem aqui? – Carl perguntou descendo as escadas com a arma na mão.

— Sim. Aí em cima?

— Nenhum walker. Todos seguros.

— As crianças?

— Dormindo.

— Certo.

Não demorou muito para Maggie entrar e falar que Henry tinha soltado os prisioneiros e que muitos tinham escapado. Eu apenas dei boa noite e fui dormi. Não precisava demais isso nas minhas costas.

Acordei no outro dia com a claridade do sol no rosto. Pisquei algumas vezes e ia me levantar quando escutei a voz de Carl de algum lugar no quarto.

— Eu me lembro do meu aniversário de oito anos naquela lanchonete, com aquele bolo gigante, até a tia Evie apareceu, foi uma surpresa gigante para nós.  Eu me lembro da Lori, do Coddy, me lembro de ir à escola, ao cinema. Lembro das pizzas há sextas à noite, dos churrascos nos verões com aquela piscina que me deu. Me lembro de irmos à igreja. Me lembro de quando você e Lori se separaram e de como eu queria ficar com você.

— Eu me lembro disso. Lembro como você ficou triste quando eu falei que você não podia vim morar comigo.  – Rick respondeu com a voz tranquila.

— Eu me lembro de quando você se casou com a mãe. De como você estava feliz. Me lembro da primeira vez que a vi. Como fui mal educado com ela por pensar que ia me roubar você. E com certeza me lembro de como ela foi paciente e carinhosa comigo mesmo eu sendo péssimo com ela.

— Ela se apaixonou por você assim com colocou os olhos em você. Ela mesmo te disse isso.

— Foi. Eu lembro. – Me virei na cama e vi os dois parados na varanda conversando. – Lembra de quando estávamos na prisão e você me disse dos passeios que fazíamos quando eu tinha três anos. Eu pensei que não me lembrava, mas quando eu te vejo com a Judith me vem uma lembrança em partícula. Uma caminhada que estávamos fazendo para a fazenda dos Roccis. Me lembro das cercas, do sol, dos milhos, dos cheios e me lembro da vaca que me olhou nos olhos. E me lembro de todas essas coisas, mas não são só dessas coisas que lembro. É de como me sentia.

Carl ficou em silêncio por um momento enquanto pensava. Rick esperava pacientemente.

— Segurando sua mão, me sentia feliz e especial. Me sentia seguro. Antes eu pesava que crescer, era arrumar um emprego e ter uma família um dia. Mas agora vejo que não. Crescer a fazer quem você ama se senti seguro. O mais seguro possível, por que coisas acontecem. Aconteceram antes. Você foi baleado antes das coisas ficarem ruins. Eu até achei que as coisas ficaram ruins por que você foi baleado. Eu quero que você se sinta seguro, pai. Quero que você sinta o que senti quando segurou minha mão. Eu daria qualquer coisa para fazer você se senti desse jeito por cinco minutos Qualquer coisa.

Me sentei na cama e puxei meus joelhos para o peito o abraçando enquanto eu olhava para os dois conversando encostados na cerca de proteção da sacada.

— Eu queria matar o Negan. Talvez teria sido melhor se eu tivesse matado ele. Eles não se renderam, mas tem trabalhadores lá, pai. São só pessoas comuns. Pessoas com famílias, crianças, idosos, jovens. Você não quer que eles moraam, pai. Acho que antes de ser pai, nunca notei que tudo o que o senhor fez por mim, foi porque estava pensando o melhor. Agora eu entendo, por que só capaz de fazer qualquer coisa para proteger CJ. E isso se estende a Lizzie, Judith e o bebê que a mamãe está esperando.

Carl olhou para a cama e sorriu para mim antes de voltar sua atenção para Rick que estava olhando para longe.

— Chegamos tão longe de começar tudo de novo e temos amigos agora. E o mundo maior que Jesus falou? O Reino, Hittop. Tem que haver mais lugares assim por aí. Mais pessoas assim. Pessoas dispostas a mudar e mudando. Pessoas disposta a ter uma vida nova. Uma vida de verdade. E se eles não terminarem com isso, você vai ter que terminar. Tem que dá uma saída para eles. Tem que encontrar a paz. Encontrar um jeito de seguir em frente. Não precisamos esquecer o que aconteceu, mas você pode impedi que aconteça de novo. Para que ninguém precise viver desse jeito, para que cada vida que vale a pena. Você precisa mostra a todos que podemos começar tudo de novo. Que podemos voltar a vivermos seguros. Podemos voltar a ter aniversários, escolas, empregos e até pizzas nas sextas a noite de algum jeito.

Carl segurou a mão do pai e olhou nos olhos dele.

— E passeios de mãos dadas de pais com uma criança. Faça isso volta acontecer, pai. Faça esses passeios com a Judith, com a Lizzie e o bebê. Eles vão se lembra deles. Eu vou fazer com CJ, mas você precisa mudar. Precisa mostra para eles que podemos fazer igual fizemos na prisão. Podemos nos ajudar. Você quis me mostra aquilo naquela época. Me deixa fazer o mesmo por você agora.

— Eu não sei se posso. Não depois de tudo.

— Eu não posso te culpar se quiser matar e se matar o Negan, apenas faça como fez com o Governador. Quando ele subiu passou a tralhar com o povo dele. Protegeu o povo dele. O senhor pode fazer isso. Eu sei que pode. Eu te amo, pai. E vou ajudar em tudo o que precisa, sempre.

— Eu também te amo, filho.

Rick abraçou Carl e me olhou por cima do ombro dele sem falar nada.


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Notas finais do capítulo

Sei que não postei semana passada. estava com o pescoço travado e não conseguia escrever, hoje terá dois capítulo. Espero que gostem.



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