Cap. 28

O dia foi chegando lentamente. Rick se mexia um pouco ao meu lado. Eu tive que arrumar ele duas vezes para que ele não caísse. Aos poucos as pessoas foram chegando para ficar em nosso lugar.

— Bom dia. – disse Dante passando por mim.

— Bom dia.

— Ele dormiu aqui? – ele perguntou olhando para Rick que estava dormindo ao meu lado.

— Sim. Ele pode ser um pouco super protetor. – Me sentei ao lado de Rick e coloquei a cabeça dele em meu colo. – Ele ás vezes pode ser tão grudento.

— Ele te ama. Se preocupa com você.

— Assim você está parecendo Carl falando. Posso entregar meu posto?

— Pode. Ficarei no seu lugar. Vai entrar agora?

— Vou esperar ele acorda. Ele estar dormindo tão pouco ultimamente.

— Tudo bem. Bom dia. – Dante se afastou um pouco e ficou em seu posto.

Olhei para Rick deitado em meu colo e comecei a passar a mão pelos cabelos dele. Rick se arrumou um pouco e se virou ficando com o rosto peto da minha barriga. Rick suspirou e se virou novamente abrindo os olhos.

— Bom dia. – falei ainda brincando um pouco com os cabelos dele.

— Bom dia. – ele disse se sentando. – Nossa... Essa foi a melhor noite de sono que eu já tive em... Desde que me lembro. Caramba.

— Bom saber que todas aquelas noites que você disse que dormiu bem, eram mentiras. – falei enquanto ele se sentou.

— Você sabe o que eu quis dizer. – ele se esticou e olhou para mim. – Você dormiu?

— Ainda não. – me arrumei e olhei para ele. – Eu vou comer alguma coisa e ver as crianças.

— Tudo bem. Eu vou ir para a minhas reuniões e planejamentos.

— Tudo bem.

— Você ainda me odeia, ou eu posso ganhar um beijo?

— Ainda tem um bebê dentro de mim?

— Sim. – ele sorriu.

— Então, eu ainda te odeio.

— Só vou receber um beijo depois que você dá a luz?

— Vou pensar no seu caso. – falei descendo as escadas.

— Amor? – Rick chamou quando eu comecei me afastar.

— Oi? – olhei para cima.

— Eu te amo.

Eu rir e balancei minha cabeça.

— Eu também te amo.

— Eu ganho um beijo agora?

— Eu até daria, mas você está aí em cima e eu aqui em baixo. Não dá.

Me virei e comecei a andar. Estava quase na porta quando senti os braços de Rick em minha cintura. Dei um grito de susto quando ele me tirou do chão.

— O que você está fazendo? – perguntei quando ele me colocou no chão me virando para ele.

— Eu quero o meu beijo.

Eu rir e me virei para ficar de frente para ele. Passei meus braços pelo pescoço dele e dei um beijo na bochecha dele.

— Pronto.

— Não era isso que eu estava pensando.

— Bom, que pena. Por que é isso que você vai receber.

— É?

— Sim.

— Acho que não.

Rick me puxou para ele e me beijou. Rick me beijou com força, como se estivesse querendo dizer que eu era dele.

— O que foi isso? – perguntei me afastando dele.

— Isso o que? – ele perguntou sorrindo.

— Rick, eu te conheço. A única vez que você me beijou desse jeito foi quando aquele cara deu em cima de mim e você queria mostra que eu já tinha dono.

— Eu não sei o que você quer dizer com isso. – ele me deu outro beijo e se afastou.

— O que foi isso? – Maggie perguntou passando o braço pelo o meu.

— Eu não faço ideia. – olhei para ela e rir. – Acho que ele estar com ciúme de alguém.

— Bom, todas essas pessoas falando o quão incrível você é, ele tem mesmo que ficar com ciúmes.

Eu apenas rir.

— Vamos comer? Estou morrendo de fome.

— Eu também.

— Tenho apenas que ver meus filhos.

— Vamos lá. Eu quero conversar com você sobre maternidade.

— Claro.

Enquanto Maggie e eu subíamos, conversávamos sobre maternidade, sobre o que ela podia esperar, sobre o que normalmente mudava no corpo. Maggie tinha algumas dúvidas normais para as mães de primeira viagem.

— Ei, amor. – falei para Judith quando abri a porta e ela olhou para mim sorrindo de cima da cama. – Como meu amor está?

— Bem. Papai ainda di castigo? – ela perguntou fazendo Maggie e Carl rirem.

— Não, amor. Papai está conversando com outras pessoas. – ela olhou para Carl e depois para mim. – O que foi, amor?

— Papai não dulmiu aqui. Ele plescisa fica castigo.

Eu rir alto e beijei a testa dela.

— Mamãe também não dormiu aqui. Preciso de castigo?

— Não. Papai foi mal ontem, mamã não. Onde mamãe estava?

— Mamãe estava de vigia. Sabia que o papai estava lá também?

— Papai estava com você?

— Sim.

— Papai bonzinho? – franzindo a testa.

— Sim, amor. Papai é bonzinho.

— Ele já começou a deixar a senhora louca? – Carl perguntou arrumando as roupas dele no canto.

— Ainda não. – falei arrumando Judith no colo. – Cadê Lizzie?

— Ela foi lavar roupas.

— Ela foi o que?

— Lavar roupas.

— Deus, eu tenho que encontrar minha filha antes que ela acabe com nossas roupas.

Carl riu e pegou CJ no colo. Saímos do quarto e fomos para a cozinha. Tomamos café e eu fui atrás de Lizzie. Encontrei ela onde a lavanderia ficava. 

— Ei. – falei chamando a atenção dela. – Deve me preocupar?

— Oi, mãe. Acho que não. Por que?

— Você está lavando roupa.

Ela riu e colocou o balde que estava na mão em cima do muro.

— A Beatriz me chamou para ajudar. Ela disse que ia me ensinar e como a senhora está gravida eu tenho que ajudar e quando você estiver com a barriga maior não vai poder lavar.

— Amor, gravidez não é doença. – falei me aproximando dela e colocando a Judith no chão. – Vou poder fazer as coisas normais. – Lizzie desviou os olhos de mim. – Mas quando eu tiver bebê, você pode se preparar que vai ter muito trabalho em casa para você fazer.

— Isso é legal.  Eu vou poder ajudar mais.

— Querida, o que conversamos ontem ainda estar valendo. Você não precisa me ajudar apenas por pensar que me deve alguma coisa.

— Eu sei, mas vou ficar feliz em ajudar mais. Você faz tanto.

— Eu sei, amor. Bom, eu tenho que dormi. Daqui a pouco me encosto na parede e durmo.

— Quer que eu fique com ela?

— Não, amor. Vou deixar ela com seu pai.

— Tudo bem. Bom sono.

— Vou tentar.

Peguei Judith no colo e a leve para onde Rick estava. Rick pegou ela no colo e me deu um beijo antes de deixar eu me afastar. Subi para o quarto e coloquei a arma de lado, antes de me jogar na cama e dormi.