In Love And In War escrita por Anieper


Capítulo 27
Capítulo 27




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/745969/chapter/27

Dormi um pouco a tarde e acordei as cinco. Eu estava sozinha no quarto. Me sentei na cama e bocejei. Assim que me preparei para sair da cama, Rick entrou no quarto.  Ele me olhou enquanto eu me levantava da cama sem dizer nada.

— Tem certeza que quer passar a noite acordada? – ele perguntou se encostando na porta.

— Tenho. Ficar de guarda me ajuda a colocar meus pensamentos em ordem. Me deixa mais calma. – prendi o cabelo e peguei minha bota. – O que foi?

— Eu não gosto dessa ideia. Não gosto de saber que você vai estar na linha de frente.

— Alguém precisa estar. – me levantei e me aproximei dele. – Rick, eles precisam de todos para ajudar. Sei que você queria que eu ficasse aqui em segurança, mas estávamos em guerra. Não tem lugar seguro.

— Eu não quero te prender. Você sabe o que está fazendo.

— Sei. – peguei minha arma e sair deixando ele sozinho.

Desci as escadas e fui para a cozinha. Comi rapidamente e sair.

— Oi. – Henry disse quando me viu.

— Oi. Como você está?

— Bem. E você?

— Estou ótima.

— Eu conheci sua bebê. Ela é linda.

— Obrigada. – me abaixei para ficar na altura dele. – Carol me disse sobre o homem que você matou.

— Eu precisei. Ele ia matar os outros.

— Querido, não precisamos matar todos. Eu sei que isso é confuso para você, mas mesmo com tudo isso que aconteceu com a gente ainda temos que nós lembrar de quem somos. Matar todos eles não vai resolver nossos problemas. É mais fácil, mas não é o que precisamos fazer.

— Eles mataram meu irmão.

— E mataram meus amigos. Quase mataram meu filho e meu marido, mas não podemos deixar que o que eles fizeram mude quem somos. Se deixarmos isso acontecer não temos por que lutar. Mata por mata não é a melhor saída.

— Eu fiz errado ao mata-lo?

— Acho que você foi precipitado. Nesse mundo em que vivemos tem um espaço muito pequeno entre o certo e o errado. Matar nunca deve ser sua primeira escolha. Temos que procurar uma saída antes de decidimos que matar é tudo o que nos resta.

Henry ficou em silêncio me olhando tentando entender o que eu disse. Eu sorrir e peguei as mãos dele.

— Eu posso te pedir um favor?

— Pode.

— Eu preciso que você faça um treinamento com meu filho. Ele estar responsável por fazer o plano de fuga caso sejamos atacado. Vamos precisar de pessoas para ajudarem com a segurança dos que não podem lutar, eles podem estar precisando de um jovem corajoso como você.

— Vão me deixar ajudar?

— Fale com Carl. Fale que foi eu quem mandou, ele vai saber o que fazer.

— Vou fazer isso. Obrigado.

— De nada. Vai lá. Ele estar no escritório da Maggie.

Henry me abraçou e passou por mim correndo. Me levantei e olhei para Ezekiel que estava parado olhando para mim.

— Obrigado, eu não sabia o que falar para ele. Ver ele matando Davin foi...

— Meu filho era apenas alguns anos mais velho do que ele quando matou pela a primeira vez. Eles são apenas crianças tendo que fazer escolhas difíceis. Escolhas que não deveriam ser deles.

— O mundo não é um lugar justo.

— Nunca foi. Sempre teve crianças em guerras, apenas não víamos isso muito ocupados com nossas vidas. Crianças em todo o mundo sempre tiveram que crescer muito rápido.

— Isso é tão injusto.

— Concordo.

— Ei, mãe. – Lizzie chamou se aproximando de mim. – Já vai para seu posto?

— Daqui a pouco, por que?

— Nada. É que pensei que o pai estaria surtando a essa hora.

— Ele estar.

— Por que Rick estaria surtando? Você fica de guarda direto, não?

— Sim. Mas eu descobri hoje cedo que estou gravida, Rick tende a surta com minha segurança por esse motivo.

— Nossa, meus parabéns.

— Obrigada. Eu tenho que ir.

— Tudo bem. Boa sorte lá em cima.

— Obrigada.

Lizzie acenou para Ezekiel e me seguiu para o posto de vigia. Eu subi as escadas e me sentei no chão colocando a amra ao meu lado.

— O que foi? – perguntei olhando para Lizzie.

— É que... Como é? Sabe, ajudar todas essas pessoas e ainda manter a mente no lugar. Eu não entendo.

— Eu também não. A maior parte do tempo, não noto o que estou fazendo, apenas faço. Agora pode me contar o que aconteceu?

Lizzie ficou em silêncio por uns minutos enquanto olhava para o chão.

— Agora que você está gravida novamente, as coisas entre nós vai mudar? Quer dizer, sei que você continua tratando Carl do mesmo modo, mas ele é filho do seu marido e você o cria desde antes disso começar. Eu apenas....

— Lizzie, eu estar gravida não muda nada. Você ainda é minha filha. Não importa o que aconteça o que aconteça, você é minha. Sempre.

Abracei ela com força. Lizzie devolveu o abraço e notei que ela estava chorando. Passei a mão nas costas dela e beijei a bochecha dela.

— Me desculpa. Eu sei...

— Ei, está tudo bem. Lizzie, é normal ter medo, mas não precisa se desculpa ou se sentir culpada. Você sabe que pode sempre falar comigo, ou com seu pai. Olha o caso da Beth, ela me chama de mãe e temos uma relação muito boa. Não importa o que acontecer ou quantos filhos eu tive, você sempre será minha filha.

— Tudo bem. – ela beijou minha bochecha.

— Agora me fala um pouco sobre o seu namorado. Como estão as coisas?

— Estamos bem. Ele ainda morrer de medo do pai. Toda vez que estamos juntos e o pai chega ele se afasta de mim. Ontem estávamos andando de mãos dadas e o pai se aproximou, ele soltou tão rápido que parecia que estava levando choque. – ela riu e me olhou. – Ele era assim quando seu pai estava por perto?

— Não. Acho que Rick e meus pais se encontraram apenas umas vinte vezes. Meus pais não gostavam muito da ideia de me casar e morar em outro país. Eles foram apenas nos visitar duas vezes. Uma para ver onde eu morava e outra no natal. Mas meu pai amava Carl. Ele gostou de levar para Carl para jogar bola no parque.

— E sua mãe?

— Minha mãe? Bom... Ela foi mais complicado. Eu ficava muito em casa então era a companhia dela, ela já ficou triste quando eu vim estudar fora e quando eu disse que estava namorando ela não gostou, falou muita coisa negativa, mas ela respeitou minha decisão.

— Isso te machucou?

— Estou mentindo se falar que não. Machucou, eu queria que eles confiassem em minha decisão. De certo modo eles não confiaram, mas eu sabia que eles queriam apenas meu bem. Mas não desvie do assunto, como está o seu namoro?

—  Eu já falei, está tudo bem. Ele me respeita, ele me trata bem, ele me ajuda sempre que preciso. Ele gosta de ficar comigo de vigia, sempre com alguém além de nós dois. E isso é culpa de Carl.

— Culpa de Carl? – eu rir.

— Ele viu a gente juntos de vigia uma vez e se sentou com a gente. Tipo, no meio. Ele cruzou os braços sem falar nada, igual o pai quando está triste com alguma coisa. Depois daquele dia, sempre que ele quer ficar comigo de vigia, alguém tem que estar junto.

— Seu pai ensinou ele direitinho. – falei sorrindo.

— Mas o modo como ele olhar para a gente sério, é muito parecido com a senhora.

— Todo mundo fala isso. – falei olhando para John que se aproximou da gente.

— Acabou meu turno, posso ir?

— Claro. Já estou aqui preparada.

— Certo. Boa sorte aqui em cima.

— Obrigada.

John disse descendo as escadas. Lizzie riu e encostou a cabeça no meu ombro.

— Eu vou ir comer. – ela disse levantando. – Boa noite, mãe.

— Boa noite, querida.

Lizzie desceu as escadas e me arrumei para ver melhor lá fora. Enquanto olhava para longe, a calmaria me assustava. No meio da guerra está tudo tão calmo, era assustador. Isso me lembrava uma coisa que vi em um filme uma vez. Quando a floresta ficava em silêncio, era porque o predador estava se aproximando.

Me arrumei melhor e vi as outras pessoas trocarem de turnos. Peguei minha arma e olhei para a distância. Eu tinha que ir caçar amanhã, estávamos ficando sem comida e tínhamos que fazer o que podíamos.

— Confortável? – Rick perguntou subindo as escadas.

— Vou ficar quando amanhecer e alguém vim ficar no meu lugar.  – falei arrumando a arma para poder olhar para ele. – Isso sem falar de amanhecer sem sermos atacados. As crianças dormiram?

— Judith, CJ e Lizzie já.

— E Carl?

— Não. É claro que não. – ele sentou ao meu lado. – Muita coisa está acontecendo. Acho que as pessoas não estão dormindo direito. Quando vim para cá muitas ainda estavam acordadas.

— Tem muita coisa acontecendo. Essas pessoas nunca passaram por nada assim. – falei sorrindo para ele. – E você?

— Eu?

— Sim. Você vai dormi?

— Eu tantos planos e estratégias para fazer amanhã, que tenho que ter uma boa noite de sono. Por sorte vou apagar assim que me aconchegar ao seu lado, onde eu sei que vou estar seguro.

— É apenas por que sabe que ainda vai estar seguro?

— Não posso querer ficar com minha mulher?

— Eu pensei que tinha mandado você ficar longe de mim por alguns dias. – falei quando ele pegou minha mão.

— Eu te amo e não vou ficar longe de você, mesmo você tendo tacado um porta-retratos na parede perto de mim.

— Tudo bem, querido. Se eu ver alguma coisa, eu te acordo antes de voar bala para todos os lados.

— Eu agradeço.

— Eu posso te odiar, mas você ainda é o pai dos meus filhos.

Rick se aproximou de mim e me beijou.

— Boa noite, amor. – ele disse antes de se arrumar ao meu lado e dormi.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "In Love And In War" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.