In Love And In War escrita por Anieper


Capítulo 26
Capítulo 26




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Mal tinha sentado na pedra senti alguém se sentando ao meu lado. Quando levantei o rosto Carl passou o braço pela a minha cintura e me puxou para ele deixando que eu chorasse em seu peito. Eu não sabia ao certo de onde estava vindo esse choro, apenas sei que sem nem mesmo notar estava soluçando, enquanto meu filho me abraçava. Eu só sentia que a represa tinha se rompido e estava indo água para todos os lados.

— Vai ficar tudo bem, mãe. – Carl disse passando a mão pelas minhas costas. – Eu estou aqui. Tudo vai ficar bem.

— Sou eu quem normalmente diz essas palavras. – falei sem levantar a cabeça. – Você está ficando muito bem em consolar mulheres chorando.

— Elas têm um fundo de verdade. Não faz as coisas ficarem completamente melhores mas ajuda um pouco, não acha?

— Não.

Carl riu e beijou minha testa do mesmo jeito que eu fazia com ele quando ele estava triste ou assustado quando ele era menor.

— O que aconteceu entre a senhora e o pai? Eu nunca vi vocês dois brigarem desse jeito. Dava para escutar seus gritos daqui de fora e acho que umas dez pessoas saíram de seus quartos com medo da senhora. E o que quebrou? John disse que escutou alguma coisa se quebrando. Eu não tenho que correr para lá para ver se o pai não vai sangra até a morte, preciso? É Sério, eu estou com medo de ter que costurar ele.

— Eu posso te tacado um porta-retratos na parede. Seu pai está bem. Sabe que não machucaria seu pai de propósito. – dei um pequeno sorriso e me afastei um pouco dele e sequei meu rosto. – Eu acho que apenas deixei muita coisa sair de uma vez só.

— A senhora sempre diz que estar bem, acho que uma hora isso cobra o preço. Deveria se abrir mais com a gente. Faz todo mundo falar para a senhora como se sente, mas nunca conta para ninguém. Isso faz mal.

— Eu estava bem até falar com Edwin hoje de manhã. Na verdade, eu estava ótima.

— Falar com Edwin? Aconteceu alguma coisa? A senhora está doente? Vem, temos que entrar, você precisa descansar.

Eu ri enquanto ele puxava minhas mãos tentando me fazer ficar em pé.

— Você é tão parecido com seu pai que as vezes me assusta. Eu imagino que ele terá a mesma reação quando eu contar para ele que fui ver Edwin hoje cedo. – eu puxei ele de volta para baixo. – Eu estou bem. Não estou doente.

— Então, o que foi? – Carl e eu olhamos para trás quando Rick falou. – Eu vim ver como você está. Me desculpa, eu fui um babaca, um idiota. Sei que você tem o direito de estar com a gente. Mas eu me preocupo com você. Não quero que você se machuque novamente. Eu me preocupe com o que possa acontecer com você, com vocês. Eu queria apenas que você estivesse completamente recuperada. – Rick se ajoelhou na minha frente e pegou minhas mãos. – Eu sei que estou errado ao fazer isso, mas...

— Eu estou gravida. – falei sem me conter ou esperar que ele terminasse de falar.

— O que? – Carl perguntou enquanto Rick apenas olhava para mim.

Ally? Está na escuta?— escutei a voz de Dwigth vindo do rádio.

— Sim. Pode falar. – respondi tirando o cabelo do rosto enquanto me levantava deixando Carl e Rick parado.

Chegamos ao Santuário. Seu plano deu certo. Salvamos aqueles que atiramos e eles contaram para Negan exatamente o que queríamos. Que Roth está do seu lado e que tentou mata-los.

— E Denis?

— Ele contou que conseguiu fugir de vocês quando foram atacados por uma horda de Walkers. Disse que ficou escondido uns dias, já que seu grupo não estava longe e depois viu Arat atirando em todos e fugindo depois que pensou que eu tinha morrido. Ela está sendo interrogada agora mesmo.

— Sabe o que tem que fazer?

— Sim. As coisas estão melhores do que esperávamos, alguns operários estão com raiva de Simon e alguns outros por causa do que fizeram quando estávamos cercados. Denis já começou a passar a história pelas as pessoas. Negan não contou que Rick disse que quem quisesse se render ficaria em paz. Será fácil levar alguns para o nosso lado antes mesmo do ataque principal acontecer.

— Ok. Me mantém informada o máximo que conseguir. E cuidado para não ser pego.

— Pode deixar.

Desliguei o rádio e olhei para Carl e Rick. Ambos me olhavam sem saber o que dizer. Guardei o rádio e olhei para a floresta a minha frente.

— Desde quando?

— Hoje cedo. Edwin queria refazer o ultrassom nas minhas costelas e no meu rim. Ele viu o feto, ou meu útero delatado, sei lá. Apenas sei que ele me perguntou se tinha alguma chance e me pediu para fazer um teste. Deu positivo. Junto com os outros cinco que eu fiz depois em negação. – abracei meus braços enquanto olhava para o nada. – Por isso eu quero que essa guerra acabe logo. Eu não vou aguentar outra gravidez correndo, nem em guerra. Eu não posso. Simplesmente não consigo.

Rick se aproximou e me abraçou passando as mãos delicadamente em minhas costas. Eu ainda estava com raiva dele, mas eu precisava desse abraço.

— Ainda te odeio. – falei fechando os olhos enquanto passava os braços pela cintura dele para abraça-lo.

— Eu sei. Vamos dá um jeito nisso. Não precisa se preocupa, amor. Vamos dá um jeito. – Rick beijou minha testa enquanto o Carl colocava a mão no meu ombro e o apertava delicadamente.

—  Quando você deu um rádio para Dwigth? – Carl perguntou.

— Quando ele se separou de mim. Entreguei o par do seu. – disse olhando para Rick. – Morgan trouxe com ele, como eles são correspondentes, achei que fosse mais seguro desse modo.

— Garota esperta. – Rick se inclinou para me beijar e eu virei o rosto. – Tudo bem, ainda estou de castigo. Entendi. Ainda terei que dormi com a Michonne?

— Sim. Não quero ver sua cara. Apenas por que te abracei não quer dizer que te perdoei. – me afastei dele e comecei a andar em direção a comunidade. – Vamos. Tenho que comer alguma coisa. Estou morrendo de fome.

— Começou. – Carl e Rick falaram juntos.

— Apenas para que os dois engraçados saibam, eu não comi nada desde que acordei. Quer dizer, comi uma maça, mas o que é uma maça? Será que ainda tem pêssego?

Entramos na comunidade e todos olharam para mim. Acho que eu realmente estava gritando alto. Ignorei eles e fui para a cozinha. Coloquei comida para mim e me sentei para comer. Carl se sentou do meu lado enquanto comia também.

— Está mais calma? – Maggie perguntou se sentando do meu outro lado com Grace no colo.

— Eu não estava nervosa. – respondi sorrindo. – Apenas um pouco, bem pouco mesmo, irritada.

— Se esse é o pouco eu não quero nem ver o muito. – Carl resmungou enquanto pegava o filho no colo quando ele começou a chorar. – Sério, mãe, você nervosa dá muito, mais muito medo mesmo. Acho que até CJ sabe. Ele escutou seus gritos e estava te procurando, mas não chorava. Juro que ele se encolheu no colo da Beth.

Eu rir enquanto pegava um pouco mais de comida.

— Que bom saber que assusto até os bebês.

— Mamã. – Judith gritou correndo em minha direção com Lizzie atrás dela.

— Oi, amor. – falei pegando ela no colo.

— Desculpa, ela fugiu. – Lizzie disse se jogando em uma cadeira. – Eu não sei como Beth consegue dá conta dos dois sozinha. Ela me deixa louca.

— Costume, eu acho. Ela me ajuda com Judith desde que ela nasceu a mesma coisa com CJ, então não deve ser muito complicado para ela que está acostumada com isso.

— Ou a Judith não gosta de mim e faz isso de propósito. Ah sua montrinha, eu te pego.

Judith gritou e me agarrou rindo quando Lizzie se esticou para pega-la.

— Ei, cuidado com a mãe. – Carl disse fazendo todas olharmos para ele e ele corou. – O que foi?

— Por que ela não pode pular desse modo na mãe? Ela faz isso direto. – Lizzie perguntou fazendo com que Carl corasse mais.

— Mamã, bligo com papai, ele foi mal? – Judith perguntou segurando meu rosto e fazendo com que eu olhasse para ela. – Vai fica di castigo?

— Não, amor. O papai não vai ficar de castigo. A mamãe que estava um pouco nervosa.

— Mamã fica de castigo, então?

— Seu pai não é doido em tentar me deixar de castigo, princesa. – beijei a testa dela. – A mamãe está um pouco estressada e descontou no papai por que ele fez umas coisas que a mamãe não gostou. Mas agora está tudo bem.

— Papai mal. Tem que colocar de castigo. Eu podo coloca?

— Pode. Vai lá e manda ele ir para o canto.

Judith bateu palmas animada e desceu do meu colo correndo para ir até onde o pai estava de pé conversando com Ezekiel e Daryl.

— O que Carl quis...

— Shiu. Eu quero ver isso. – falei me inclinando um pouco mais para a frente.

Judith chegou no pai e puxou a calça dele. Rick olhou para ela e sorriu antes de se abaixar e pegar ela no colo. Eu não podia ver o rosto de Judith, mas sabia que ela mudou a expressão apenas de olhar para Rick. Judith cruzou os braços e falou algumas palavras e apontou para o canto. Daryl soltou uma gargalhada, mas parou quando Judith apontou para ele e depois para o outro canto, antes de se balançar no colo do pai para ir por chão.

Foi minha vez de rir ao ver minha filha de quase dois antes de idade, batendo o pé no chão com as mãos na cintura esperando que dois adultos fossem para o canto de castigo.

— Ainda gosta da teimosia dela, Rick? – perguntei alto fazendo ele olhar para mim.

— Você que mandou ela fazer isso? – ele perguntou quando todos olharam para nós dois para saber o que estava acontecendo.

— Não. Ela decidiu que você foi mal e que precisa de castigo. Apenas deixei ela te castiga. E acho que ela estendeu de algum modo para Daryl. Essa é minha filha. Ela não brinca em serviço.

— Pala. – Judith disse e bateu o pé com força no chão. – Castigo. Agola. Vai. Lá. Cinco minutu pensando. Vá papai e tio Dlaru. Agola.

— Ally... – Rick implorou olhando para mim sem saber o que fazer.

— Deus, ele consegue entrar em uma guerra, lutar e ganhar, mas não controla a filha de um ano. – disse me levantando. Fui até Judith e me abaixei na altura dela. – Que tal invés de ficar no canto por cinco minutos, o papai não brincar de avião com você?

— Vião?

— Sim. O que acha?

— Papai, vião. – ela disse estendo os braços para o pai.

 Rick a pegou no colo e a jogou para cima fazendo som de um motor. Depois ele a deitou em seus braços e começou a andar com ela enquanto ela ria.

— Papai está perdido com ela. – Carl disse rindo. – Deus, ela é igualzinha à senhora, mãe.

— Como é que é?

— É só você pedir alguma coisa para ele que ele faz. Se a senhora não tivesse ajudado, ele teria ido para o canto.

— Não fala isso que eu mudo de ideia e faço ela colocar ele de novo no canto. – voltei a comer enquanto Rick entregava Judith para Daryl continuar a brincar de avião.

Ele veio até a gente e se sentou.  

— Eu não acredito que ela acha que eu sou o errado na situação. Você estava gritando, não eu. – Rick pegou meu garfo e levou para a boca dele.

— Querido, os homens estão sempre errados. Mesmo quando estão certos. Achei que você já tivesse notado isso.

Carl riu e beijou a testa do filho.

— Ele já notou, ele apenas esperava que Judith demorasse mais para notar isso. O que a senhora vai fazer agora a tarde?

— Dormi um pouco. Ficarei de guarda essa noite, por que?

— Eu queria fazer uma coisa e queria a sua ajuda.

— Claro. Pode ser depois do almoço?

— Sim. Não deve demorar muito. Assim a senhora pode dormi.

— Ótimo.

Olhei para Rick que me olhava atentamente. Carl olhou para nós dois.

— Preciso tirar as crianças daqui? E as facas? Os garfos, pratos e colheres? Talvez as mesas e cadeiras também? – Carl perguntou olhando entre Rick e eu. – Acho melhor tirar tudo, apenas por segurança.

— Não. Sua mãe sabe o que está fazendo. Eu não gosto, mas tenho que aceita.

— Vocês estão estranhos hoje. – Lizzie disse olhando para nós. – Primeiro Carl fala para Judith não pular na mãe e agora o pai olha para ela estranha quando ela diz que vai ficar de guarda. Coisa que ela faz direto. Aconteceu alguma coisa que vocês não me contaram?

— Sua mãe está gravida. – Rick disse fazendo com que Maggie e Lizzie olhassem para mim.

— Gravida? – Lizzie gritou se levantando.

— Fala um pouco mais alto Acho que nossos prisioneiros não escutaram. – falei sarcasticamente.

— Desculpa, é que, nossa. Por essa eu não esperava.

— Como não? Eles vivem se agarrando. – Carl disse arrumando o filho nos braços. – Vamos, mãe?

— Claro. Deixa só eu pegar minha monstrinha, antes que ela coloque mais alguém de castigo.

Fui até onde Judith estava com Daryl. Ele parou assim que me viu.

— Eu queria me desculpa. Você estava certa. Eu estou cego querendo vingança. Não é assim que fazemos as coisas. Não somos assim.

— Você já viu que estava sendo um idiota, isso é um grande passo. Agora me passa minha filha, que tenho que ajudar meu filho com alguma coisa que ele não me disse.

— Ally? – Daryl me chamou quando estava me afastando. – Parabéns pelo o bebê.

— Como...

— O grito da Lizzie. Não é difícil descobri depois do seu ataque e pelo fato de você e Rick se agarrarem mais do que coelho por todos os cantos.

— Obrigada.

Me afastei com Judith e fui até onde Carl estava. Ele me olhou nervoso por um tempo. Olhei para ele sem entender por que ele estava desse jeito.

— O que foi?

— Eu quero parar de usar o curativo. Será que você pode me ajudar a arrumar um jeito de não deixar o cabelo muito na cara, mas tampa um pouco o olho.

— Claro.

Coloquei Judith no chão e dei um brinquedo para ela antes me sentar na frente dele e começar a tirar as bandagens. Sabia que esse era um grande passo para ele e estava feliz por ele ter me pedido ajuda. Carl achava que estava feio sem um olho, mas eu discordava, segundo ele como eu era sua mãe não contava minha opinião.

Ajudei a tirar tudo e arrumei o cabelo dele. Quando terminei, mostrei para ele com um espelho.

 - Ficou bom. – ele disse se olhando no espelho. – - Eu vou ver se CJ acha isso estranho. Ele só me viu assim uma vez.

Carl beijou minha bochecha e saiu. Olhei para Judith que sorriu para mim e jogou as mãos para cima rindo.


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