In Love And In War escrita por Anieper


Capítulo 25
Capítulo 25




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Voltei para Hittop, pensando no que tinha que fazer. Sabia que Rick ficaria furioso por causa do que eu fiz, mas isso era preciso. Passei nas armadilhas e peguei mais alguns porcos selvagens, tanto para Shiva, quanto para as pessoas. Assim que coloquei meus pés lá dentro, Carl correu em minha direção.

— Ei, onde esteve? Cadê Dwigth e aquele cara?

— Eu explico daqui a pouco. Será que pode levar esses porcos para limpar? Já tirei as entranhas, falta apenas a pele.

— Posso.

— Ally! – Maggie me chamou correndo até mim. – Rick acabou de mandar uma mensagem no rádio. Ele precisa de você no lixão.

— No lixão? Por que?

— Ele não disse.

— Certo. Me empresta um cavalo?

— Claro.

Arrumei minha arma nas costas e montei no cavalo antes de seguir para o portão. Eu nunca tinha montado em um acavalo sozinha. Rick tinha me levado para montar algumas vezes quando namorávamos, mas sempre montou comigo. Eu só esperava não cair e quebrar o pescoço. Enquanto galopava o mais rápido que podia, pensava no porque Rick me chamar. Ele disse que queria que eu ficasse com as crianças hoje.

Assim que cheguei ao lixão vi que o carro que ele e Michonne usaram fora. Desci do cavalo e o amarrei antes de ir para a porta. Empurrei e notei que estava um pouco pesada. Parei e peguei meu rádio na mochila.

— Rick? – o chamei no rádio. – Rick? Você estar aí?

— Ally? Já chegou?

— Sim. O que houve?

— Os Salvadores. Eles mataram boa parte do grupo. Estamos presos aqui. Preciso que você mate os walkers para conseguimos sair.

— E como eu consigo uma visão daí? Só vejo muros.

Olhei para os muros e notei que não seria fácil escalar.

— Na parte traseira a direita tem uma escada de acesso. Ela está quebrada, com seu carro acho que consegue subi nela de cima do teto. Ela vai te elevar até está na altura certa.— Jadis disse.

— É. Eu nem ligo em ficar com a parte difícil enquanto vocês ficam brincando de pega-pega com os walkers.

Liguei o carro e o levei até a escada. Depois subi em cima e pulei para a escada. Notei que eu era mesmo baixinha, já que nem mesmo assim conseguia alcançar a escada. Tive que dá cinco pulos até minha mão pegar o degrau. Com um pouco de dificuldade conseguir me força para cima e subi as escadas.

— Oi, amor. – Rick disse quando me viu.

— Oi. Sabe, se as academias não tivessem acabado, eu teria que voltar para a academia. – falei passando a perna por cima do muro e peguei minha arma enquanto tentava recuperar o ar.

— Você pode descer na plataforma que tem aí e conseguir uma visão melhor. – um dos homens disse me olhando.

— É. Eu poderia. Mas não vou. – Fiz uma conta rápida pela a mira da arma e olhei para Rick. – Não tenho munição para todos. Terão que correr. Pode improvisar um escudo?

— Espera. – Rick disse e começou a mexer no lixo. Ele conseguiu encontrar um escudo improvisado e alguns dos outros fizeram a mesma coisa. – Estamos prontos. Quando você quiser, querida.

— Ótimo.

Me arrumei para poder começar a atirar. Mirei primeiro nos que estavam perto do lixo. Rick olhou para mim e fez sinal para que eu começasse a atirar. Matei primeiros dando tempo para eles fugirem. Mudei a mira para a porta e limpei o caminho deles.

Rick olhou para mim e apontou para trás quando ele passou a tirar o lixo de frente da porta. Suspirei e me arrumei para cobri os que estavam mais atrás. Quando o último saiu, abaixei a arma. Arrumei ela nas minhas costas e voltei para a escadas. 

Rick estava me esperando em cima do carro para me ajudar a pular o que faltava. Ele colocou as mãos na minha cintura e me ajudou. Assim que pisei no teto do carro olhei para as pessoas do lixão.

— Me diz por que eu vim correndo salva essas pessoas quanto uma delas tentou me matar? – perguntei para Rick.

— Porque precisamos delas. Eles estão sem armas, os Salvadores levaram, mas ainda podem ajudar.

— Sério? Não vejo como.

— Precisamos de pessoas.

— Se você estar dizendo.

Passei por Rick e desci para o capô do carro, depois pulei no chão. Todos olharam para mim sérios. Jadis parecia um pouco perdida, podia aposta que não esperava perde seu pessoal por ter sido burra.

— Vocês vão com a gente para Hittop. Vamos dá comida e um lugar seguro para vocês, mas vocês terão que ter em mente que as coisas mudaram para você. Nada será como era antes. Vamos ditar as regras. Se vocês nos trair novamente, vão morrer. Eu não gosto desse espetáculo que os Salvadores fazem. Ou são nossos amigos, ou são nossos inimigos. Ponto final. – Rick disse e pulou de cima do carro. – Acabou a brincadeira, agora é matar ou morrer.

— Eu vou a cavalo. – falei me afastando dele.

— Eu sinto muito. – Jadis disse segurando meu braço. – Por tudo. Eu deveria ter ficado ao seu lado. Não imaginei que eles fariam isso. Essas pessoas apenas estão vivas por que não estavam na frente quando eles chegaram, eles iam matar todos.

— Eu não ligo. – puxei meu braço com força. – Isso não me parece algo que Negan faria, por isso provavelmente foi ideia de quem veio. Depois se resolva com ele.

Me afastei deles e soltei o cavalo, antes de montar nele. Rick se aproximou de mim e montou atrás.

— Michonne vai no carro com as duas pessoas feridas. – ele disse passando a mão na minha cintura.

— Precisamos mesmo leva-los com a gente? Já salvamos a pele deles.

— Precisamos deles. Sabe disso.

— Eu não gosto nada disso. Mas se você tem certeza. – dei de ombros e coloquei o cavalo em movimento.

Quando chegamos a Hittop todos olharam para a gente sem saber o que falar. Eles sabiam que aquelas pessoas tinham nos traído, mas não falaram nada. Maggie se aproximou achando isso estranho.

— Oi, que bom que chegaram. Íamos começar uma reunião agora.

— Que bom que temos um relógio certeiro. – disse descendo do cavalo.

— Deixa que eu levo. – Cal disse pegando as rédeas do cavalo e afastando ele da gente.

Seguimos Maggie para dentro da casa e fomos para o escritório. Assim que chegamos lá, vimos Daryl, Carol, Jesus, Ezekiel e Morgan. Rick ficou à frente, enquanto Maggie se sentava em sua cadeira e eu me encostava na parede.

— Bom, tivemos uma manhã interessante. – Maggie disse olhando para todos.

— Mas foi uma manhã boa. – Daryl disse fazendo com que olhássemos para ele. – Conseguimos pegar um grupo que estava transportando armas. Eles tinham boas armas que agora estão com a gente. Temos armas e munição boas.

— Isso é bom. Quantos grupos cuidamos hoje?

— Sete.

— Acho que devemos matar os que estão aqui. – Morgan disse fazendo com que olhássemos para ele. – Temos que matar todos.

— Não temos. – Carol disse olhando para ele. – o plano era os que se renderem deixarmos vivos.

— São eles ou a gente. Foi o que vocês falaram quando começamos com isso. Quando atacamos eles enquanto eles estavam dormindo. A gente começou isso, não o contrário. Temos que terminar isso,

— Matando todos?

— Sim. Antes que você deixe mais algum ir embora como fez com aqueles dois. – ele apontou o dedo para mim. – O que eles prometeram para você fazer aquilo? O que foi tão bom que traiu os seus? Por que perguntei para Dante sobre o que vocês conversaram e ele me disse que você foi perguntar para ele se Rick já tinha saído.

— Nada. Eu fiz um acordo com eles.

— Do que vocês estão falando? -  Rick perguntou olhando para os dois.

— Eu deixei Dwigth e um menino que estava preso irem embora hoje.

— Por que você fez isso? Dwigth era nossa única chance de saber qual será o próximo passo provável deles. – Daryl disse na defensiva. – Não é assim que a gente faz.

— Não? Não foi o que você fez quando decidiu enfiar um caminhão na base deles quando o plano era outro? Não foi você que fez o que queria? Vocês querem matar todos os Salvadores para se sentirem melhor consigo mesmo. Você por ter de certo modo causado a morte de Glenn e você Morgan por ter deixado que eles matassem Beijamim, por sentir que não conseguiu protege-lo, assim como não protegeu seu filho.

Morgan olhou para mim, antes de dá um passo para frente e tentar me bater. Mas fui mais rápida do que ele e segurei seu braço antes de dobra para trás fazendo ele parar.

— Vai me matar também? – perguntei fazendo com que ele se dobrasse mais e ele soltasse um gemido de dor. – Assim como mata todos que chegam perto de você? Querendo ou não? Vamos Morgan, me mate.

— Ally, chega. – Rick disse se aproximando.

— Não. Não chega. Eu estou de saco cheio desse bosta. Com ele é tudo ou nada. Ou não mata ninguém, ou mata tudo o que se move. – soltei o Morgan e o joguei no chão com força. – Eles têm famílias lá. Eles têm crianças. Tem operários que não sabem lutar. Não podemos matar a todos apenas para mostra que podemos. Não somos assim. Se fizemos isso, não seriamos melhor do que ninguém. Nem eles, nem qualquer outro grupo que enfrentamos até agora, nem os que ainda vamos enfrentar. Violência, só leva a mais violência.

— Essa não era uma decisão sua. Pelo menos não só sua. – Rick disse me fazendo olhar para ele.

— E trazer aquelas pessoas do lixão para cá era uma decisão só sua?

— Não. Michonne e eu conversamos e...

— E o que? Acharam que é só vocês que vivem aqui? Meus filhos estão aqui. Meu neto.

— Eles também são meus. – Rick disse fazendo com que eu desse uns passos para frente até me aproximar mais dele.

— Então não os coloque mais em risco do que já estão. Então não tome decisão que podem afetar eles sem me consultar primeiro.

— Você fez isso.

— Uma vez. Uma maldita vez faço uma coisa sem te falar e sou a vilã da história? Quer saber? Converse com Michonne sobre os próximos passos que devemos tomar. E também veja se ela deixa você ficar no quarto dela, por que eu não quero ver sua cara nos próximos dias. O que não será difícil já que ela já disse que te ama mesmo.

Sair do escritório e subi para o quarto.  Eu precisava me acalmar antes de fazer alguma besteira. Passei por algumas pessoas que estavam ali, e fui para o quarto. Bati a porta com força fazendo Beth, Lizzie e Judith pularem na cama e CJ começar a chorar.

— Desculpa. – falei me aproximando para pegar ele no colo. – Eu não queria assustar vocês, nem acorda ele.

— Não. Deixa, eu cuido dele. – Beth disse levantando para pega-lo sorrindo. – Já está na hora dele mamar mesmo. Ele ia acorda de qualquer jeito.

— Eu não queria assustar vocês. Eu só... – bufei e passei a mão pelos cabelos bagunçando ele todo.

— Não foi nada. – Lizzie disse me olhando com atenção. – Tudo bem? Você não parece muito bem. Está pálida, sabia?

— Eu estou...

— Saiam. Ally e eu precisamos conversar. – Rick disse sério para as meninas que nos olharam surpresas quando ele entrou tão abruptamente quanto eu.

Lizzie me olhou com Judith no colo antes de fechar a porta. Estava de costa para Rick e continuei assim. Sabia que ele não ia deixar as coisas como estavam.

— Pode me dizer o que está acontecendo? Por que você está desse jeito e por que fez o que fez? – ele disse sem se aproximar de mim. – O que aconteceu?

— Eu me cansei, Rick, foi isso que aconteceu. – me virei para olhar para ele. – Eu não sei o que está acontecendo com você. Você me fala que tenho que me abrir com você, quando você não se abre comigo. Nos últimos dias você tem saído com Michonne para suas missões. Vem com desculpas bestas para que eu fique longe da ação. Deus, eu sei que você me colocou no grupo de Jesus e Geramy por que eram os que ficariam totalmente fora da ação. Eu não sou idiota.

— Eu nunca disse que era. Nem dei a entender isso.

 -Então me disse o que está acontecendo. Vamos matar todos? Vamos seguir o plano? Que merda vamos fazer?

— Você sabe o que vamos fazer. Eu te contei o plano.

— Trazer aquelas pessoas para cá estava nos planos?

— Tive que mudar algumas coisas, mas...

— Eu também tive que mudar umas coisas.

— Ally, o que você fez foi loucura. O garoto pode matar Dwigth. Negan pode matar Dwigth. Precisávamos dele.

— Então pega um carro e vai atrás deles. Eles foram para o norte. Ainda dá tempo de alcançar eles. Vá, faça o que quiser. Eu não me importo.

— Não é assim. Tínhamos que pensar nisso com cuidado, não sair fazendo coisas sem pensar.

— Eu pensei. Pensei muito antes de decidi o que fazer. Eu pensei em falar com você sobre isso, mas não falei por que pensei que você confiava nas minhas decisões. Mas não. Parece que só você pode tomar essas decisões.

— Eu nunca disse. É que você não costuma fazer isso. Você pensa antes de fazer as coisas e normalmente pergunta para mais alguém. Eu apenas estou achando isso estranho.

— Por que eu não posso ir com você matar os Salvadores sendo que sou a melhor com a arma?

— Ally...

— Me fala, droga. – gritei pegando um porta-retratos e taquei na parede o quebrando, fazendo Rick pular surpreso. – Eu sei que você quer me proteger, mas eu sei me cuidar. Eu levei uma surra, sim levei. Mas e você Rick? Toda vez que sai eu não sei se vai voltar. E se você voltar eu não sei se vai voltar inteiro ou se da próxima vez que chegar vai está todo arrebentado. E eu tenho que aceitar, mas você não liga para isso. Você liga apenas para o que você quer e para o você acha que é melhor para mim. Chega, eu cansei. Se você pode fazer o que quiser, quando quiser, eu também posso.

— Ally, eu sei que você está frustrada, mas deixar que dois Salvadores saíssem assim... Tínhamos que pensar nisso com cuidado.

Eu parei e me apoiei na cômoda.

— Você nem mesmo me perguntou qual é o meu plano. Ou o acordo que eu fiz com eles. – falei sentindo o choro querendo sair. – Você... Eu fiz isso por que se não conversemos aquelas pessoas ficarem do nosso lado essa guerra nunca vai acabar. Precisamos de alguém lá dentro. E não tente me falar que o Eugene pode nos ajudar, que ele venderia a mão se isso salvasse a vida dele.

— Ally, eu sei que está estressada com isso tudo, mas não é assim que a gente fazemos as coisas. Precisávamos deles aqui. Quando mais deles estiverem aqui, maior será nossa vantagem.

Eu me virei para ele.

— A que custo? Carl quase morreu três vezes no mesmo dia e onde você estava? Você sabia que ele quase foi mordido por um walker para ajudar o Siddiq? Sabia que uma das granadas quase pegou nele? Sabia que ele estava inconsciente quando eu cheguei lá e Negan estava com uma faca pronto para mata-lo? Onde você estava?

— Eu estava voltando para casa. Eu precisei ir no lixão para buscar ajuda.

—  Eles ajudaram?

— Eles foram com a gente, mas eles já tinham saído e atiraram. Você viu o que aconteceu com eles quando nos tirou de lá.

Eu balancei a cabeça negativamente. E me virei para ficar de costas para ele novamente.

— Por que você fez isso? Por que deixou os dois saírem?

— Você não escuta nada do que eu digo, não é? Eu precisei que eles fossem. Precisamos de pessoas lá dentro para fazer com que eles mudem de lado.

— Foi arriscado. Tudo pode dá errado.

— Acha que eu não sei? Acha que não pensei nisso? Acha que não estou pensando nisso agora mesmo? Tudo pode dá errado. Os dois podem morrer, ou se vivaram contra a gente. Tudo pode dá errado e eu sei disse. Eu conhecia os riscos e apostei. Não é o que você tem feito desde que saímos de Atlanta? Apostando nos riscos. Qual é a diferencia quando é comigo?

— Você pode morrer e eu não posso te perder. – ele falou mais alto.

— E eu posso te perde? Eu posso viver com essa sombra sobre mim?

— Ally, é diferente.

— Por que? Por que eu sou a droga de uma mulher? Por que eu sou mãe? Se eu morrer meus filhos saberão o porquê, a mesma coisa se você morrer.

— Quando eu vi aquela mulher cair do telhado, eu pensei que fosse você. Eu não sabia o que fazer.

— Eu também não sabia o que fazer quando essa merda toda começou e eu estava sozinha com Carl. – me virei para ele e comecei a cutucar ele com o dedo. – Como você acha que me senti quando Shane me disse que você tinha levado um tiro? Como você acha que me sentia quando ia te visitar e você estava cheio de tubos e cabos? Como você acha que me senti quando eu tive que decidi te deixar para trás por que tinha que proteger Carl? Como acha que me senti quando um dia depois de descobri que você estava vivo tive que assistir você indo embora resgatar Merle? Como acha que me senti todas as vezes que achei que tinha te perdido? Como Rick? – gritei com ele enquanto chorava. – Como acha que me sinto todas as manhãs quando não faço ideia se você vai voltar ou não?

Virei as costas e sair do quarto batendo a porta novamente. Desci as escadas correndo e sair que sair notei que todos olharam para mim. Sabia que a briga não estava baixa, apenas não sabia que todos escutaram. Sequei o rosto com raiva e fui em direção ao portão. Os guardas abriram rapidamente e me deixaram passar. Passei por eles e me afastei me sentando em uma pedra antes de começar a chorar descontroladamente.

 


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