The little mermaid escrita por Katherine


Capítulo 7
A água




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A busca por Sebastian tornou-se a prioridade dos Cullen e Matilha, até mesmo de Charlie que colheu o depoimento da garota e em seguida alertou a todos os responsáveis pela área para que iniciassem a busca. Além disso, tinham a dúvida eterna do que Ariel realmente era e de como ela reagiria a próxima Lua Cheia, que seria na mesma noite. A ruiva estava com a cara nos livros desde que amanheceu, já passava do meio dia quando Jacob adentrou pelas portas da mansão procurando por ela, junto com Edward e Bela.
— Na biblioteca, se torturando mais um pouco – Rosalie respondeu, antes que pudessem perguntar.
O lobo foi o único que seguiu até lá, sem se importar com boas maneiras. Afinal, estava passando mais tempo na mansão do que em sua própria casa. Ariel levantou o olhar para encara-lo no momento em que ouviu a porta sendo aberta.
— Oi Jacob – sorriu sem mostrar os dentes – Encontrei uma coisa, não que vá fazer muita diferença. Mas, vem ver isso!
Ele se aproximou com cautela, sentando ao seu lado. A menina lhe entregou o livro, antes de a própria começar a relatar o fato.
— Tá vendo? Aí diz que pode não ser uma maldição, e sim uma segunda chance.
Ele franziu o cenho.
— Você acha que está morta?
— Talvez sim – deu de ombros – Eu não duvido de mais nada.
Jacob negou.
— Você não está morta – afirmou – Tenho certeza disso.
— Como pode ter tanta certeza? Nem sabemos como funciona.
— Então, tá bom. Me explique a sua teoria – disse, ajeitando-se de modo que ficasse mais confortável na poltrona.
Ariel pensou um minuto antes de falar.
— Eu me lembro de estar dirigindo no carro, com Sebastian ao meu lado, e depois eu só me lembro da água – tocou a parte de trás de sua cabeça, onde havia lesionado – Posso ter de fato morrido. Nada humano pode explicar o fato de eu estar aqui hoje. Você viu o livro, é como uma segunda chance. Uma nova vida!
— Confuso – murmurou.
— Eu sei – concordou.
— Então, se estiver certa, o seu irmão também teve uma segunda chance?
Ela assentiu.
— No livro diz ser algo de família – lhe mostrou novamente – E se meu irmão está vivo, meus pais também estão.
Para Jacob essa era a ideia mais absurda até o momento.
— E não os procuraram por que? – quis saber.
— Eu ainda não sei. Talvez essa historia tenha começado a fazer sentido na minha cabeça.
Ela depositou o livro na mesa.
— Na minha não – ele disse, encarando-a – Você é misteriosa, garota.
Ela rolou os olhos com a piadinha dele.
— Souberam algo do meu irmão ? – perguntou.
— Não – disse, segurando na mão dela – Não desanime, vamos encontrar Sebastian.
Ela concordou.
— Como você está? – perguntou – Mal conversamos ultimamente.
— Desculpa – pediu – Estamos todos focados em descobrir um pouco mais de você.
— É estranho que muita coisa ainda não faça sentido pra mim. Eu nem se quer me lembro de tudo! E tem a lua cheia hoje, não sei o que pensar.
— Tá com medo?
Ela negou, voltando atrás em seguida.
— Talvez um pouco – disse – Pra onde eu vou? E se eu não souber voltar? Vou ser encontrada praticamente morta em qualquer outra praia do mundo?
Jacob sentiu-se aflito. Nem ele nem ninguém sabiam o que seria da noite que estava por vir.
— Queria poder responder as suas perguntas.
Ela assentiu
— Calisle quer me ver – levantou-se – Eu tenho que ir.
— Vou em casa. Volto antes do sol se por.
— Tudo bem.
Se despediram com um simples aceno, sem contrato físico ou abraço apertando. Estavam confusos demais para compartilhar isso com o outro.
Uma hora antes de o sol se por, todos estavam na sala de estar dos Cullen com o olhar fixo em um só ponto. A garota ruiva que poderia virar metade peixe à qualquer momento. Até mesmo Jasper não conseguia conter os ânimos dos presentes. O céu ficou escuro aos poucos, anunciando que vinha tempestade por ali. Os trovões fortes fizeram com que eles soubessem que não se tratava de uma simples tempestade. Ariel se levantou da poltrona, caminhando até uma das janelas de vidro que haviam ali, observando a mesma se desfazer em mil pedaços quando se aproximou. Não teve tempo de se abaixar, sentiu sua pele mais sensível em alguns pontos mas não teve tempo de reclamar. Os vampiros e Jacob estavam próximos dela, formando uma roda envolta.
— Ariel – Jacob chamou, entre todas as outras vozes, foi a única que ela ouviu – Você está bem?
— Sede – disse, levando as mãos à garganta – Preciso de água.
Enquanto isso, Calisle já tirava os cacos de vidro que estavam por todo o corpo da menina. Esme voltou com o copo e lhe entregou. Prontamente segurou o mesmo com suas mãos, tomando de uma só vez.
— Isso não vai funcionar – Edward se referiu ao copo já vazio – Ela precisa da água, assim como nós precisamos do sangue.
Prontamente Jacob entendeu o recado. Só ele tinha acesso a praia de La Push, e era do mar que ela precisava. Sua roupa rasgou quando o mesmo explodiu em um lobo gigante, sem se importar com os cacos de vidro que tocavam a sua pata. A menina viu tudo, mas não se assuntou, podia jurar que acordaria a qualquer momento. Não se deu conta de como foi para nas costas de Jacob-lobo, mas grudou-se em seu pescoço, se escondendo entre seus pelos.
Menos de cinco minutos foi o suficiente para quê os pés da humana tocassem a areia da praia, e Jacob corresse entre as árvores para se trocar. Mesmo que o processo não houvesse demorado muito, quando ele voltou Ariel estava com a água na altura de sua cintura, encarando a Lua com os olhos fechados, a cena era linda, mas perturbadora de tão mágica que parecia ser. O moreno conseguiu ouvir o ar fugindo dos pulmões da ruiva com uma arfada, antes de seus joelhos cederem e ela se submergir entre a água.
— Jacob! – Sam chamou, sendo acompanhado por outros garotos do bando – Onde ela está?
Ele apontou para a água, sem tirar os olhos da mesma.
A sensação era como voar. A calda te dava liberdade para ir aonde quisesse, no tempo em que quisesse e mesmo que estivesse louca para conhecer tudo o que havia perdido até ali, tinha assuntos mais importantes a tratar. Precisava encontrar Sebastian antes que o sol chegasse novamente. Perdeu as contas de por quanto tempo ficou nadando, até sair da água para descansar em uma pedra que havia próximo a costa. Riu de tão cliché quê aquela cena seria. Era uma sereia, torcendo os cabelos sentada em uma pedra. Lembrou-se do canto. O canto poderia trazer seu irmão para si. Fechou os olhos e cantou a música que sempre cantavam, inclusive antes do acidente. Não demorou muito para quê as lágrimas viessem átona, junto com elas, o corpo sem vida do seu irmão balançando com as ondas do mar.


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