The little mermaid escrita por Katherine


Capítulo 5
O canto




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O lobo roncava alto no sofá enquanto os vampiros continuavam por ali, nervosos tentando descobrir o que quer que fosse da garota. Edward não sabia muito, ela realmente não lembrava de muita coisa. Viu que estava presa nas ferrugens de um carro e então o mesmo caiu no mar durante um acidente. Ela mesmo dirigia, o leitor de mentes não soube dizer se havia mais alguém junto com a garota misteriosa. Depois que o sedativo parou de fazer efeito, logo pela manhã no dia seguinte, Calisle submeteu-a a uma bateria de exames e perguntas, certificando-se de que a garota pudesse lhes dar alguma informação mais útil, mas, era sempre a mesma coisa, dizia ter caído na agua e depois toda a escuridão ter a abraçado com força. Alice havia se esforçado para manter a característica da ótima hospitalidade dos Cullen e não saia do lado de Ariel para nada. Mesmo. Seja o que fosse, ela sempre estava por ali.

Os pés da ruiva balançaram enquanto o cara loiro olhava atentamente para o raio-x que haviam feito mais cedo. Alice apareceu com um copo de agua, entregando-lhe para a menina que tomou tudo de uma só vez. Não sabia quando tempo havia ficado desacordada, mas sua garganta estava seca ao extremo.

— Obrigada – sussurrou depois que a vampira tomou o copo em mãos novamente.

— Não há de quê – ela se virou para o medico lançando um olhar significativo – Calisle, talvez ela deva tomar um banho e trocar as roupas. Pode ficar mais relaxada depois disso.

O vampiro assentiu sabendo que a fadinha se encarregaria de todo o trabalho.

Jacob acordou no momento em que o mais velho dos Cullen adentrou pela sala de estar, atraindo o olhar de todos ali.

— Como ela está? – Bella perguntou, realmente preocupada.

— Melhorando aos poucos – um coro de suspiros se estabeleceu pelo local – Tudo por conta da medicação continua. Ela precisa disso. Engoliu muita agua e está enfraquecida. Jacob, ela costuma comer?

Ele negou.

— Não muito – deu de ombros – Na maioria das vezes ela começa a pensar e esquece de comer.

— A pancada na parte de trás da cabeça foi forte – o medico voltou a dizer – Mas não o suficiente pra que ela perdesse a memoria.

Edward deu um passo a frente.

— Acha que ela pode estar mentindo?

— Não – respondeu prontamente – Longe disso.

— Então, o quê é? – Jacob perguntou.

— Desconfio que exista algo sobrenatural na menina – sugeriu – Edward, tente ler a mente dela.

Ele suspirou frustrado.

— Eu já tentei – disse – Não há nada de novo. É tudo o que ela conta.

Conversaram por mais algum tempo sobre suas possíveis suposições quando Alice voltou com a garota ao lado, depois de um banho tomado e roupas novas, a ruiva parecia realmente ser outra pessoa. O anfitrião fez as honras de lhe apresentar cada uma das pessoas da sala e todas foram especialmente cordiais com a menina. Depois disso, Esmee ofereceu comida, mas Calisle sugeriu que ela continuasse nos remédios por algum tempo, se assim preferisse. E realmente preferia. A sensação de comer não lhe agradava nenhum pouco. Conversaram por algum tempo, tentando juntar as peças com o que Edward via, e o que a menina falava. Ficou ao lado de Jacob na maior parte do tempo, não era por medo. Mas sentia-se mais confortável junto à ele. Uma das mulheres presentes parecia satisfeita com a cena, ela percebeu. Então seu olhos voltaram para o piano no canto da sala, o que fez com que algo se remexesse dentro da garota. Jasper sentiu a alegria e trocou olhares rápidos com o leitor de mentes.

— Vou precisar ficar aqui por muito tempo? – perguntou – Quer dizer, é legal estar aqui. Mas não quero invadir a vida de vocês.

— Deve ficar o tempo que quiser – ele disse, Jacob bufou  – Sua situação não é fácil, Ariel. Mas reagiu bem aos medicamentos que tenho dado à você. Se continuar assim, logo estará livre para fazer o quê desejar.

Ela assentiu.

— Você toca? – Edward perguntou quando os olhos da menina caíram novamente no piano – Sabe tocar piano?

Ela deu de ombros, levantando-se do sofá e caminhando até o mesmo. Passou as mãos delicadamente pelo mesmo e depois sentou no banco, colocando uma mecha ruiva para trás da orelha.

— Eu não sei – sussurrou – Parece familiar.

— Tente – sugeriu.

Todos firmaram os olhos na menina. Jacob até mesmo se levantou para ficar mais próximo. Mas no momento em que seus dedos magros dedilharam as teclas do piano, eles pararam. Quase como magia, sua voz saiu pela garganta que reclamava por ainda estar arranhada, mas nem aquilo pareceu incomodar a ruiva. Eles nem se quer piscavam, e mesmo que não precisassem suas respirações eram pesadas e influenciadas. Desejavam ouvir cada vez mais daquilo. No momento em que sua voz cessou, juntamente com o som do piano, os outros presentes na sala se recompuseram, trocando olhares duvidosos, ninguém sabia explicar o que havia acabado de acontecer.

— Ariel – Jacob chamou fascinado – Como aprendeu a fazer isso?

Ela deu de ombros.

— Eu não sei.

Edward piscou.

— Eu sei – disse, chamando a atenção de todos eles – Ela não aprendeu, nasceu com isso. É magia. É sobrenatural! Perceberam o quanto estivemos envolvidos enquanto ela cantava?

— Querido, eu não estou entendendo – Isabella disse.

— Jacob a encontrou na agua – ele encarou o antigo rival – Achou um milagre que ainda estivesse viva. E agora o canto. Sua espécie tem esse dom, um dom único para atrair os humanos, não imaginava que pudesse funcionar com a gente também. Isso é incrível.

O lobo pigarrou. Ariel se levantou, ficando próxima do corpo quente e reconfortante do mesmo, mas de costas, para que pudesse encarar o vampiro.

— Espera aí, está tentando me dizer que ela é uma... – ele não conseguiu terminar a frase.

— Sim, Jacob. Estou tentando dizer que ela é sereia, ou algo do tipo.

Todos os olhares voltaram a cair sob a garota que precisou se encostar no piano para não cair no chão ao sentir suas pernas fraquejarem. Aquelas palavras, por algum motivo não pareciam tão absurdas pra ela. Era misteriosa, mas não doida. Sabia o quê eram sereias e o quê elas faziam. Mas ela não se lembrava de calda ou escamas, nem muito menos de cantar enquanto penteava os cabelos sentada em uma pedra para atrair os pescadores. Ela não podia ser uma sereia, ou podia? Alice se mexeu, indo até a biblioteca com a maioria dos parentes ao seu pé. Menos Edward e Bella, que continuavam a encarar a menina.

— O quê vocês são? – quis saber, temendo a resposta.

— O quê você é? – Edward perguntou, tentando não soar ameaçador. Era só uma pergunta comum.

— Eu não sei – disse rapidamente – Eu juro que eu não sei!

— Está falando a verdade – ele disse.

— Mas é claro que sim, Cullen – Jacob cuspiu com desdém.

— Vocês não podem começar uma discussão agora – Bella se intrometeu – Temos algo mais importante para tratar. Descobriremos quem você é, e então te contaremos o que precisa saber.

Os quatro caminharam até a pequena biblioteca, observando os Cullen em suas buscas frenéticas na internet ou em alguns dos livros que haviam por ali.

— Na mitologia grega, existiam sereias que conseguiam se transformar, assim como os cachorros – Rosalie anunciou, segurando um dos livros em mãos – Mas não quando queriam. Apenas na ultima lua cheia do mês e o processo poderia demorar quanto tempo elas jugassem necessário. Apenas as mais velhas tinham o controle sob si próprias.

Ariel era jovem, poderia ter sido sua primeira lua cheia na agua. Ela não sabia se controlar, por isso o motivo de estar tão machucada.

— Não parece nada legal – Emmett disse, alisando o braço da esposa.

A garota engoliu seco.

— É doloroso – a loira voltou a dizer.

— Quando foi a ultima Lua Cheia do mês? – Calisle perguntou, ficando de pé.

— Um dia antes do casamento – Jacob disse – O dia em que eu a encontrei. Outra na noite de ontem, quando ela foi arrastada em direção ao mar.

Eles tinham certeza.

— Quando será a próxima? – a voz de Ariel chamou mais atenção do que as pesquisas que estavam presos a fazer.

— Em duas semanas – respondeu, sem encarar o chão.

— Tudo bem – Bella sorriu para a menina – Temos duas semanas. Vai ficar tudo bem!


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