The little mermaid escrita por Katherine


Capítulo 3
Sonho bom




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— Você deveria ir ao casamento.

A voz de Ariel quebrou o silencio da sala, atraindo a atenção do Black, que batia as pernas contra o chão incansavelmente, causando um barulho irritante. Rachel não estava muito longe, atenta em cada movimento dos dois. Jacob parecia explodir a qualquer momento, mas em questão de segundos, quando percebia que a ruiva estava tão próxima de si, seu corpo relaxava instantaneamente. Chegava a ser engraçado, na opinião dele. A mulher pela qual sempre foi apaixonado, naquele momento, deveria estar de mãos dadas com um vampiro, dizendo as três letras que ele sempre sonhou que fossem direcionadas para si. Só de lembrar, o lobo apertou os punhos, formando a carranca já conhecida pela irmã.

— Não acho que vá terminar bem – disse, simplesmente.

Os olhos castanhos, lembrando um tom esverdeado, foram direcionados para o garoto.

— Por quê? – quis saber.

Uma risada abafada e melodiosa escapou da boca do moreno.

— Tem muita coisa que você não sabe, anjo.

A forma como ele falava não era rude, mas algo fez com que a menina encolhesse os ombros e deixasse um arrepio percorrer por toda a extensão de seu corpo.

— Não deveria ser tão complicado – retomou a fala, atraindo ainda mais a atenção de Rachel, que aproximou-se, sentando ao lado do irmão – Se você gosta dela.

— Não é tão fácil assim ouvir você falando dela – confessou.

— Por quê?

Ele deu de ombros, preferindo não continuar com o assunto.

— Acho que deve seguir o conselho dela – sua irmã disse, concordando com a menina – Aceitar que você perdeu já parece um começo. Ainda tem pouco tempo antes que ela mude.

Jacob entendeu o que Rachel quis dizer com a palavra “mude”, e aquilo lhe dava calafrios. Realmente, o primeiro passo era aceitar, e ele já estava nesse processo. Mas, ouvir que Bella, sua amiga de infância, seu primeiro e único amor platônico, se transformaria em sanguessuga, brevemente, não era fácil de se aceitar.

— Mesmo? – a voz grossa parecia ainda mais em duvida.

As garotas assentiram após se entreolharem.

— Okay – ele jogou as mãos para o alto, levantando-se – Eu não demoro.

A ultima parte foi direcionada diretamente para sua irmã, a mesma entendeu que aquilo significava que ela deveria cuidar da garota misteriosa como sua própria vida, se não, certamente seu irmão tiraria a sua. Laços de sangue são extremamente fortes, mas nada pode ser comparado ao encanto de um Imprinting.

Rachel sugeriu que elas seguissem para algum dos quartos e conversássemos por algum tempo, mas a menina não parecia tão confiante para abrir a sua vida para uma estranha. E por algum motivo, a pessoa que ela mais confiava era o homem moreno e estranhamente grande, que havia a encontrado na areia da praia, ainda inconsciente. Então, disse que estava cansada demais para qualquer outra coisa. A Black seguiu para o quarto da irmã mais velha, mostrando onde Ariel ficaria durante a sua estadia. Não haviam luxos e de todos, o quarto ainda era o menos arrumado por conta de ser o antigo quarto de uma adolescente que foi embora a três anos, casou-se e teve seus filhos. Deixou tudo do jeito que estava e eles não ousaram tirar nada do lugar. Porém, aquele parecia ser um bom momento.

— Pode ficar a vontade – disse Rachel, enquanto a garota deitava-se na cama de solteira – Por aqui faz bastante frio, tem cobertores extras no guarda-roupa e, se quiser alguma roupa também pode procurar. Vou estar no meu quarto, se precisar de algo, pode gritar.

— Obrigada, Rachel – sorriu amigavelmente, realmente agradecida.

Não demorou muito para que a ruiva pegasse no sono que durou pouco mais de uma hora. Jacob voltou para casa fazendo tanto barulho que até mesmo Paul pulou a janela do quarto da namorada assustado, obviamente, que não sem antes verificar se era algo que oferecia perigo. As meninas se encontraram no corredor. A Black extremamente assustada e a outra bastante sonolenta com os olhos pequenos, abraçando o corpo pequeno por conta do frio.

— Jacob, você tem que se controlar – a voz grave de Sam tomou conta do cômodo enquanto as garotas seguiram para a sala.

Os olhares se perderam entre as duas, especificamente na mais nova. O lobo rapidamente sentiu seus músculos relaxarem e se culpou por acorda-la.

— Desculpa – sussurrou – Não queria acorda-la.

Rachel bufou.

— Me acordou também – mentiu.

— Sinto o cheiro do Paul em você – acusou, rolando os olhos.

 Sam pigarreou.

— Acho que esteja bem – disse, se afastando – Vou indo. Rachel, fique de olho no seu irmão, e qualquer coisa, tem o meu numero.

A menina assentiu, vendo o Alfa ir embora.

— Vou voltar pro meu quarto – se esgueirou após ver a troca intensa de olhares.

Ariel aproximou-se ainda mais do lobo.

— O que aconteceu pra te deixar tão furioso? – perguntou.

— Algum dia eu te conto – disse, sentando no sofá e abrindo um dos botões da camisa – Realmente não queria te acordar.

— Tudo bem – deu de ombros – Eu precisava acordar.

Jacob franziu o cenho.

— Por quê? – quis saber.

— Sonho ruim – confessou, sentando ao lado dele.

O moreno levantou-se do sofá, caminhando em direção ao seu quarto e voltando com um objeto em mãos. Estendeu para que a garota pudesse pegar.

— O que é isso? – perguntou.

— Filtro dos sonhos – disse – Coloca na cabeceira da cama, você não vai mais ter pesadelos.

Ela sorriu, analisando as  cordas do objeto, que parecia ser dele.

— Obrigado – agradeceu.

— Com o que sonhou? – o receio estava escondido em sua voz – Tudo bem se não sentir confortável em falar.

— Com a agua – confessou.

— Tem medo? 

O Black sentiu um aperto dentro de seu peito, e uma vontade enorme de puxa-la, ainda para mais próximo e si.

— Não, eu gosto – deu de ombros – Mas, lembro da sensação. Da dor forte na cabeça, da falta de ar nos pulmões.

— E depois? – prolongou a conversa, afim de descobrir algo sobre ela.

— A escuridão – sussurrou – Me lembro de cair na agua, da sensação horrível e da escuridão.

— Tudo bem, podemos falar sobre isso outra hora – disse, puxando-a para se alojar dentro de seu abraço quente, e não obteve nenhum som em protesto – Descanse.

Ela não teve forças para responder, apenas deixou que o sono a dominasse, fechando os olhos. E dessa vez, tendo um sonho bom.


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