A Breve História de Regulus Black escrita por Mrs Borgin


Capítulo 79
79. Qual é a graça?


Notas iniciais do capítulo

Perdoem o atraso em postar esse capítulo, estava viajando! Vou postar logo três para compensar! E amanhã tem mais! Não esqueçam de comentar! Bjs.



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Qual é a graça?

Aquele era sem dúvida o jogo de xadrez mais engraçado de todos. O tabuleiro enorme que fora posicionado no meio do campo de quadribol reluzia com o sol da manhã. A neve sumira, ou teria sido magicamente removida? De qualquer forma, tudo parecia ter voltado ao normal. Era bom não precisar mais trabalhar nas estufas.

Ele se sentia bem na posição de rei preto. O rei branco, para sua surpresa, era Sirius e o fato de Alice ser a rainha branca não lhe incomodava, ele sabia que estariam juntos no final do jogo, comemorando qualquer que fosse o resultado. Bertha Jorkins narrava a partida, animadamente. Seus cavalheiros – seus companheiros de quarto – estavam atentos aos jogo, embora parecesse que somente os peões estivessem jogando. Os peões eram as meninas que haviam trabalhado com ele nas estufas, elas se digladiavam ferozmente.

“É isso aí! Se matem e a vitória será minha!!!” gritava Bertha animadamente, empoleirada no seu lugar de narrador. “Puxa o cabelo dela, Bethania! É, é isso aí! Vamos, bota a Rachel no chão!”

— Black! Black! Acorde!

Aquela não era a voz de Bertha Jorkins. Não mais. Ele abriu seus olhos sonolentos e a barriga de Slughorn apontava ameaçadoramente em direção aos seus olhos.

— Levante-se, garoto. Professora Sprout quer vê-lo imediatamente.

Regulus pulou da cama e se vestiu; quando saiu bocejando do dormitório, Slughorn ainda o aguardava próximo à porta, um olhar severo em seu rosto.

— Venha comigo.

Os dois saíram da sala comunal e não demorou nadinha para que Regulus compreendesse a origem do mal humor do professor. Isso não era devido ao fato de que o sol nem havia nascido: os corredores do castelo cheiravam muito mal. Ou seria ele?

— Você reconhece este cheiro?

— Bosta de dragão? – claro que reconhecia, o garoto cheirou as próprias mãos.

— Não, isso não vem de você. – disse o professor impacientemente.

Claro que não, as paredes do castelo estavam todas escritas com seu nome, em bosta de dragão. “Eu te amo, Regulus Black!”, “Você é muito fofo, Regulus Black!”, “Não sei o que seria de minha vida sem você, Regulus Black!”, “Você é o meu pomo de ouro, Regulus Black, nunca vou te largar”. Aquilo era embaraçoso.

— Não faço ideia do que seja isso, professor.

Eles continuaram caminhando em direção à porta de entrada do castelo, passando pelas mais inimagináveis declarações de amor dirigidas a ele, todas escritas com a mesma “tinta” de bosta de dragão. A origem da tinta estava à porta de entrada. O saco de estrume, quase vazio, pulava de um lado para o outro, dizendo alternadamente “Regulus Black é o seu homem!”, “Parabéns! Regulus Black está apaixonado por você”, “tente outra vez”, enquanto carimbava as últimas declarações de amor nos cantos ainda disponíveis da parede.

O queixo de Regulus caiu. Ele esfregou os olhos, não podia acreditar no que via.

— Eu não tenho nada a ver com isso, professor. Juro que não.

— Professora Sprout já vem voltando. Ela reconheceu a caligrafia de duas meninas e foi busca-las. Então vamos conversar. Desta vez não vou protege-lo, Black.

Regulus olhou para parede. Agora que o professor mencionara isso é que ele notou que cada frase estava escrita em uma caligrafia diferente. E o lugar todo fedia. Quem poderia ter feito aquilo? Não teriam sido as meninas. Elas não.

Sprout chegou em menos de dois minutos, acompanhada de ninguém menos do que Rachel Broadmoor e Bertha Jorkins.

— Foi ele, professora! Black nos enfeitiçou para que trabalhássemos feito escravas para ele. – acusou Rachel.

— Falando essas frases idiotas, caso contrário o saco de estrume nos atacava! – completou Bertha.

— O que vocês estão dizendo? Sabem que não fui eu! Eu não fiz nada disso, Professora! Você precisa acreditar em mim! – ele disse, desesperado.

Neste momento, uma pequena multidão de meninos vestindo pijamas se aproximou, rindo muito dele.

— Desculpe-me senhor Black, mas são duas meninas contra você. E elas me parecem bastante sinceras. – ela disse, em tom severo.

— Pomona, espere. Podemos resolver isso de outra forma. – a voz do diretor era suave quando ele entrou no castelo vestindo estranhamente uma capa de viagem. Regulus mal teve tempo de se perguntar de onde estaria vindo o diretor quando ele lhe estendeu a mão:

 - Me dê sua varinha, Black.

Por um instante Regulus pensou que o diretor fosse quebrar sua varinha, então hesitou em entrega-la.

— Sua varinha, Black. – ele repetiu, firmemente.

Regulus entregou a varinha e assistiu, com grande expectativa, Dumbledore apontar a própria varinha para a ponta de sua varinha, tocando levemente. Imediatamente, um a um dos feitiços que o garoto havia lançado foram revelados, começando pelo feitiço protetor que ele havia lançado sobre Severus. Regulus suspirou e agradeceu a si mesmo por ter tomado banho sem usar magia, não se sentiria bem se sua imagem sem roupas aparecesse na frente de todos. Algum tempo e muitos feitiços para aquecer bosta de dragão e limpar as mãos das meninas depois, o diretor parecia satisfeito e convencido de sua inocência.

— Regulus Black é inocente. Ele não enfeitiçou as meninas, tampouco o saco de estrume.

Ao ouvir a conclusão do diretor, alguns garotos começaram a, disfarçadamente, recuar pelo corredor, agora lotado com meninas também.

— No entanto, parece que há outras varinhas aqui que poderiam esclarecer um pouco mais sobre o assunto. Expelliarmus! — uma pequena multidão de varinhas foi lançada para cima, o diretor agitou a própria varinha e todas vieram em sua mão. Os garotos, derrotados e temerosos, assistiram em silêncio ele repetir o feitiço Priori Incantatem, revelando seus feitiços.

A primeira varinha testada foi a de Barty Crouch Jr. A varinha mostrou que fora o garoto o responsável pelo saco de estrume se fechar quando alguém tentasse pegar seu conteúdo, também havia sido ele quem transformara a escada em um grande escorregador. Para sua sorte, o diretor se deu por satisfeito assim que a varinha revelou sobre o saco de estrume, assim os feitiços que ele havia lançado no clube de duelos não foram revelados.

— Isso explica parte do que aconteceu, mas não tudo. Vamos tentar outra.

Na frente de olhares curiosos de meninas envergonhadas e meninos pressurosos, Dumbledore repetiu o encantamento diversas vezes. Da maior parte das varinhas testadas surgiam imagens comprometedoras, revelando que não havia sido somente Crouch a enfeitiçar o saco de estrume. Na realidade, ao que tudo indicava, somente Amifidel, Snape, Sirius e Remus não haviam participado da brincadeira. Garotos do primeiro ao quarto ano haviam lançado feitiços sobre o saco de estrume, resultando no tal encantamento que fazia o saco se abrir dizendo “tente outra vez”, ou “Regulus é o seu homem” ou “Regulus Black é apaixonado por você” e isso somente depois que a garota fizesse uma declaração de amor a ele. Quem havia sido, exatamente, que havia feito cada coisa foi impossível saber, uma vez que os garotos tinham feito fila para amaldiçoar o tal saco de bosta e todos pareciam ser culpados, inclusive os melhores amigos de Regulus, Jack e John.

— Regulus Black é inocente de todas as acusações. As varinhas dos garotos revelou, como vocês puderam ver, que o que presenciamos foi resultado de uma ação conjunta dos garotos aqui presente. O pobre saco de estrume parece não ter aguentado tantos encantamentos e acabou por regurgitar os excessos. E a única coisa curiosa é que nenhuma varinha revelou nada a respeito das senhoritas terem sido enfeitiçadas para trabalhar contra a vontade. – disse o diretor, olhando para Rachel sobre os óculos em forma de meia lua. A garota ficou muito vermelha e virou as costas.

Regulus achou aquilo muito curioso. Mais intrigado ainda ele ficou quando lembrou que havia sido ela quem tinha descoberto a “senha”. Ele não conseguia imaginar como Rachel poderia ter dito alguma coisa agradável ao seu respeito e depois continuasse a repeti-lo a cada vez que pegava um punhado de fertilizante. Ela deveria ter razão, alguém a havia enfeitiçado, concluiu.


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