A Breve História de Regulus Black escrita por Mrs Borgin


Capítulo 75
75. Herbologia




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Herbologia

Após escolher dois livros, ele voltou-se para as meninas e despediu-se educadamente, com um sorriso. Por mais que elas o interrompessem, ele não conseguia ser indelicado com elas. Então virou as costas e ouviu os suspiros. Ele não conseguiu deixar de sorrir. Era bom notar que ele agradava. Mas isso tudo  causava um efeito que ele era incapaz de perceber: o aumento do número de garotos interessados em lhe pregar peças ou lhe virar a cara. Ao deixar a biblioteca, ele levou outro tropeção em cordas mágicas invisíveis. Desta vez não caiu. Alguém, sem dúvida, estava tentando derrubá-lo. Ele sacou a varinha e seguiu em frente em direção às escadas, talvez precisasse contra-atacar.

Após passar a manhã toda agasalhando as mudas de plantas com minúsculos cachecóis dourados e aquecer porções de estrume de dragão antes de forrar-lhes as raízes, Regulus fez seu caminho de volta na neve fofa. O cheiro do estrume de dragão havia lhe impregnado as narinas e ele suspeitava que pudesse não ser somente elas. Correu para o banheiro tomar uma chuveirada antes do almoço.

Quando entrou no salão principal os amigos já estavam almoçando. Amifidel havia guardado um lugar para ele ao seu lado, onde o garoto se sentou e se serviu.

— Onde você esteve a manhã inteira, Reg? Fomos procurá-lo na biblioteca e você não estava lá... – Amifidel o olhou com expectativa.

— Eu estava nas estufas... – o garoto contou tudo sobre o pedido da professora Sprout.

A reação dos amigos foi a mais inesperada possível.

— Traidor! – xingou Jack. Regulus engasgou com o pudim de fígado.

— Como assim? – perguntou, sinceramente sem compreender.

— Você nem nos chamou para ajudar e agora você vai ter uma noite de folga da detenção enquanto nós estaremos no trabalho pesado, etiquetando e pesando ingredientes à exaustão.

Ele arregalou os olhos. Não podia acreditar no que estava ouvindo.

— Vocês não sabem o que estão falando...

— Ah, agora o “escolhidinho” da professora Sprout, o puxa-saco mor vai dizer que trabalhou duro agasalhando mudas de plantas como uma menininha brincando de boneca. – debochou John.

— Hei! Ninguém tira sarro do Snape por ele ajudar o professor Slughorn em Poções.

— Slughorn é o diretor da nossa casa e além disso, praticar poções é uma coisa, você ficar remexendo em estrume de dragão é bem outra... bem, isso não é nada glamoroso... – disse Amifidel, torcendo o nariz.

— Ingratos! Vocês sabem muito bem que só aceitei isso para tentar conseguir algo – ele abaixou a voz em um tom quase inaudível - que nos leve ao novo clube... Mas já que vocês estão agindo desta forma, então é cada um por si a partir de agora! – ele respondeu, bastante irritado, largando o garfo sobre a mesa, abandonando a refeição pela metade.

— Não. Desculpe, Reg... foi só um ataque de inveja... às vezes parece que tudo o que pode acontecer de interessante, acontece com você... – respondeu Amifidel, tentando se justificar.

— Desde quando remexer em estrume de dragão aquecido é interessante?

Regulus deixou a mesa e saiu do salão principal sob os olhares curiosos de mais meninas do que ele poderia sequer imaginar, batendo os pés no chão com força.

Mais tarde, já no meio da aula de Feitiços, ele recebeu uma mensagem.

“Caro Regulus Black,

Infelizmente ao invés de melhorar, estou piorando. Madame Pomfrey me proibiu de deixar a ala hospitalar até segunda-feira. Gostaria de lhe pedir para que continuasse a cuidar da saúde das pequenas mudinhas. Elas precisam de atenção de manhã, tarde e noite. Então estou designando um grupo de meninas que gentilmente se ofereceu para ajudá-lo. Professor Slughorn concordou em deixá-lo sem cumprir a detenção até que eu tenha me restabelecido. Agradeço desde já sua colaboração. Professora Sprout.”

— Oh, não! – Regulus bufou.

 As coisas não estavam se tornando nada fáceis para ele. O garoto conseguia imaginar quais meninas tinham sido tão gentis a ponto de se oferecer para ajudar a trabalhar com estrume de dragão por três dias. No verso do pergaminho havia um esquema a ser seguido, quais plantas deveriam receber aquecimento extra com os cachecóis, quais precisavam ser reenvasadas e quais deveriam ser molhadas. E tudo tinha horário para ser feito! Regulus checou o relógio. Faltava meia hora para a primeira tarefa. Ele ergueu a mão.

— Professor, com sua licença. A professora Sprout pediu que eu cuidasse das estufas enquanto ela está se recuperando de um forte resfriado na ala hospitalar. Bem, está quase na hora de aquecer estrume de dragão para colocar nas mandrágoras bebês...

A classe caiu na gargalhada. Regulus ignorou.

— Será que o senhor poderia me dispensar para que eu fosse colocar uma roupa adequada para ir às estufas? Aqui está o pergaminho que ela enviou... – ele disse, estendendo a carta para o professor Flitwick que olhava com ar desconfiado.

— Ah, está bem, senhor Black. Pode ir. – ele disse, após examinar o pergaminho.

Rapidamente, o garoto juntou suas coisas e saiu, ignorando as piadinhas que os outros garotos faziam.

Tal e qual Regulus havia imaginado, quando chegou à estufa número três haviam três garotas do segundo ano o aguardando ansiosas.

— Olá, meninas.

Elas sorriram e responderam todas juntas:

— Boa tarde, Regulus Black! Viemos ajudar você com as pobres plantinhas...

— Está certo, vou dizer o que precisamos fazer. Mas antes, vamos entrar na estufa. Está bastante frio aqui fora... – ele respondeu, abrindo a porta da estufa e aguardando que as meninas entrassem.

Ao contrário do que ele esperava, trabalhar com as meninas não fora nada ruim. Elas eram engraçadas e faziam tudo parecer fácil e agradável. Quando terminaram o serviço, já quase na hora do jantar, eles deixaram as estufas rindo, todos abraçados, sujos com terra e adubo até os cabelos. Entraram no castelo ruidosamente e estavam quase chegando às escadas – onde iriam se separar, cada um dos quatro pertencia a uma casa de Hogwarts – eles encontraram com Alice, que os olhou mal-humorada.

— Divertindo-se, Regulus Black?

Novamente ela o chamara pelo nome completo. Aquilo soava bastante rude. Ele tirou o braço dos ombros da garota da Corvinal e a mão da cintura da menina da Grifinória no mesmo momento.

— Olá, Alice! – ele respondeu sorrindo – Queria mesmo encontrar com você. Hoje vou ter um tempo livre à noite, o que você acha de uma partida de xadrez? Faz tempo que a gente não joga...

— Pode ser... – ela respondeu tentando não demonstrar interesse.

— Está certo, então. Depois do jantar, certo? Nos encontramos na saída do Salão Principal, pode ser?

Ela assentiu e deu-lhe as costas. Ele voltou-se para as meninas.

— Meninas, foi um prazer trabalhar com vocês. Muito obrigado pela ajuda. – ele sorriu sinceramente – agora acho melhor a gente tomar banho... estamos fedendo um bocado. – ele riu, enquanto tirava uma folha seca dos cabelos negros da garota da Corvinal. A menina ficou bastante vermelha.

Eles se despediram com beijinhos no rosto e ele desceu as escadas para as masmorras, sorrindo de orelha a orelha. Subitamente seus pés começaram a escorregar e ele mal conseguia ficar em pé. Segurando-se nas paredes, ele olhou para trás a tempo de ver dois garotos correndo em direção oposta a ele. Mais uma vez alguém lhe lançara um feitiço. Pegou sua varinha, mas não teve tempo de contra-atacar, os garotos já haviam sumido. Então apontou a varinha para si mesmo: “Finite Incantatem”. E entrou na masmorra da Sonserina sorrindo. Nada iria acabar com seu bom humor.


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