A Breve História de Regulus Black escrita por Mrs Borgin


Capítulo 74
74. Meninas!




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Meninas!

A sexta-feira amanheceu bastante fria. Uma nevasca havia pintado de branco até mesmo o chão da Floresta Proibida. Durante o café da manhã os alunos foram informados que a aula de Trato das Criaturas Mágicas estava cancelada devido ao mal tempo. Esta informação foi recebida com festa pelos alunos do terceiro ano da Sonserina e da Grifinória, uma vez que teriam a manhã vaga. Regulus festejou mais que todos: ele passara o dia anterior sonhando com uma horinha vaga em sua agenda para procurar na biblioteca informações sobre o que poderia ser o que ele batizara de “a gosma da lesma preta”, numa direta referência a ele e ao professor. (1)

Assim que se viu livre dos amigos, ele subiu até a biblioteca com a desculpa de que precisava terminar seu trabalho de Herbologia, revisar alguns tópicos. Ficaria sozinho desta vez, já que sequer tinha um plano formado, apenas uma intuição de que poderia obter algum resultado usando a tal gosma. Se não conseguisse nada, pelo menos não seria acusado de ter fracassado novamente.

Mal chegara à biblioteca e estava se dirigindo ao seu local favorito de estudos quando um bando de menininhas do segundo ano o interrompeu:

— Black, será que você saberia onde estão os livros de Aritmancia?

Por alguns minutos ele ficou sem saber o que dizer.

— Hmm, bem, acho que ficam ali naquela prateleira. – ele respondeu, indicando um local, exatamente onde estava Madame Pince, a bibliotecária, recolocando alguns livros. Era estranho que tivessem preguntado a ele quando a bibliotecária estava tão perto. Mais estranho ainda foi a reação seguinte das garotas. Entre risinhos e acenos, elas deram as costas para ele e seguiram para o lado contrário do qual ele havia indicado. Regulus franziu a testa, seguindo-as com o olhar. As meninas estavam cada vez mais se tornando incompreensíveis. Então ele se aproximou de sua mesa predileta, próxima a uma janela, puxou a cadeira e se sentou.

Ele colocou sobre a mesa seu caderno de notas e uma pena sobre a mesa. Abriu uma página em branco e escreveu em uma caligrafia caprichada: A gosma da lesma preta. Sorriu ao examinar o que acabara de escrever. Sem dúvida, um bom nome. Depois foi até as prateleiras procurar um livro, mas não sabia por onde começar. A gosma da lesma preta seria vegetal ou animal? Ou uma estranha combinação de ambos? Resolveu começar por Herbologia. Sessão de plantas exóticas.

Após pegar uma pequena seleção de livros, ele voltou ao seu lugar, tendo que explicar, no caminho de volta, para a já conhecida menina dos cabelos ruivos que John gostava que ele não precisava de ajuda para carregar os livros.

— De fato, acho que sou eu quem devo ajudá-la, não é mesmo? Uma questão de cavalheirismo...

Ele disse, pegando os dois livros que ela carregava e colocando-os sobre a sua própria pilha de livros. Equilibrou-os de qualquer maneira e enquanto caminhava pensou que deveria ter pego a varinha para carrega-los mas agora não queria perder tempo de recolocar os livros em uma mesa para depois enfeitiça-los para que flutuassem até seu destino. Isso lhe lembrou outra coisa:

— Onde quer que eu deixe seus livros?

— Pensei que poderíamos compartilhar uma mesa... – ela respondeu esperançosa.

Bastante sem jeito, ele explicou-lhe que costumava abrir todos os livros ao mesmo tempo quando estava pesquisando e que não iria sobrar lugar à mesa para ela. A garota murchou desanimada e indicou uma mesa próxima à dele. quando estava quase chegando à mesa, o garoto sentiu algo enroscar em seu tornozelo e o puxar para o lado. Ele se desequilibrou e caiu batendo a cabeça na quina da mesa e derrubando todos os livros no chão. O barulho chamou atenção da bibliotecária, que correu em sua direção:

— Senhor Back! Tome mais cuidados com os livros da escola ou terei que manda-lo para fora!

Era só o que faltava! Ele se machucara e ainda corria o risco de ficar sem poder pesquisar.

— Me desculpe, madame. Isso não vai voltar a acontecer. – ele respondeu, juntando os livros do chão. – aqui estão, senhorita, seus livros. – ele disse, ao se levantar e deixar os livros para a garota ruiva.

— Você se machucou?

— Não, não se preocupe... Erm, é melhor não conversarmos, ou vou ficar sem poder estudar. – ele gesticulou em direção à bibliotecária, que olhava em sua direção com ar severo. Então voltou-se para sua mesa.

Mal havia começado a ler o livro “Plantas exóticas do Pacífico Sul” quando foi interrompido por outra menina. Mais uma daquelas que havia feito companhia a ele enquanto esperava por Alice no último domingo.

— Black, você teria alguma indicação de livro sobre Quadribol? Eu estava pensando em me candidatar para narrar alguns jogos...

Ele sorriu amarelo.

— Bem, você pode encontrar qualquer informação que precisar no livro “Quadribol através dos tempos”. Fica naquela estante lá, a que tem um H grande no alto. Terceira prateleira contada de cima para baixo, um livro de capa verde e letras douradas, bem no meio da estante. – parecia ser informação suficiente. A menina o olhou com um certo desânimo e foi para onde ele havia indicado.

Regulus abriu o livro na sessão de plantas carnívoras – achou que por ter algo pulsando como um coração no meio da gosma isso poderia ser uma espécie de semente de planta carnívora. As figuras não indicavam muita coisa, então ele começou a ler a respeito das 237 plantas listadas no livro. Estava na metade do primeiro parágrafo quando a garota voltou.

— Eu não encontro em lugar algum. Você poderia me ajudar?

Ele largou o livro sobre a mesa tentando disfarçar sua irritação e a acompanhou até a estante. O livro estava exatamente onde ele havia indicado, o garoto chegou a imaginar que só faltavam setas piscantes para indicar o local exato.

— Está aqui. Boa sorte no teste para locutor de quadribol.

— Para o quê? – ela perguntou, depois olhou a capa do livro e suspirou – ah, sim. Obrigada. – e saiu sorrindo, andando de costas enquanto acenava para ele. Regulus tomou fôlego e voltou para o seu lugar. Para sua surpresa havia uma garota sentada numa cadeira ao lado da sua. Aquilo já estava excedendo seus limites. Regulus forçou-se a sorrir.

— Eu estava sentado aí...

— Ah, eu sei. É que estou com uma dúvida em Poções e me contaram que você é um ótimo aluno em Poções...

Com toda a paciência que lhe restava, Regulus examinou os pergaminhos com as anotações dela e encontrou o que poderia estar dando um resultado errado.

— Aqui, você escreveu “água”, mas não é água comum que se usa nessa poção. É água do rio Lethe.

— Ah, muito obrigada! Você é tão gentil... posso me sentar aqui com você?

— Hum, na verdade, não. Eu estou com pouco espaço na mesa... para minha pesquisa, sabe? Se não se importa, gostaria de ficar sozinho agora...

Ele não gostava de parecer rude, mas realmente estava ficando cansado de ser interrompido pelas garotas. A menina se afastou e ele, mais uma vez, abaixou a cabeça e se entregou à sua pesquisa. Não demorou muito tempo para que ele percebesse outra pessoa se aproximar.

— Com licença.

— Não, agora não posso ajudar! – ele respondeu um tanto quanto irritado, levantando o rosto. Era a professora Sprout. – Oh, desculpe, professora. Não reconheci sua voz. Em que posso ajuda-la?

— Senhor Black, estou me sentindo um tanto indisposta hoje...

“E porque não foi à ala hospitalar ao invés de me procurar?” ele pensou, sem demonstrar sua irritação, e, fingindo estar calmo, esperou que a professora continuasse.

— Como o senhor é sempre tão solícito para ajudar pensei em lhe pedir que cuidasse das estufas número três e sete para mim hoje. É que estamos com algumas mudas bastante sensíveis por lá que precisam ser adubadas e aquecidas para que não se resfriem. O que o senhor acha?

“E em que horas eu vou poder descansar?” ele pensou e mais uma vez não disse nada, então olhou para a mesa ao lado e viu que junto da garota de cabelo vermelho agora haviam mais três meninas que olhavam para ele com ar de interessadas. Ficar na biblioteca iria se tornar um pesadelo se todas resolvessem interrompe-lo com perguntas banais.

— Eu aceito, professora. Me explique o que fazer e eu farei. – ele poderia selecionar um ou dois livros para ler nas estufas. Com certeza lá ele teria sossego.

A professora lhe explicou em detalhes o que ele precisava fazer, assegurou-o que falaria com Slughorn para que ele ficasse livre da detenção aquela noite – já que teria um trabalho extra – depois saiu, orgulhosa, ao notar que ele estava estudando Herbologia avançada, pensando que Regulus era, sem dúvida, um aluno promissor.


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Notas finais do capítulo

(1)“a gosma da lesma preta”: em inglês, lesma preta é black slug.



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