A Breve História de Regulus Black escrita por Mrs Borgin


Capítulo 6
6. Desapontado




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Desapontado

Passaram algumas semanas e Regulus já estava inteiramente adaptado a nova rotina. O medo que havia sentido no seu primeiro dia – de não conseguir honrar o nome de sua família - mostrou-se ser sem sentido, pois não havia nada que ele não desse conta de fazer, com certeza a família ficaria feliz e orgulhosa ao saber de seu desempenho.

As aulas eram extremamente prazerosas para ele, especialmente Poções, uma vez que o professor Slughorn gostava dele e acabava dando dicas extras que o faziam ter um excelente desempenho no preparo das mais variadas poções. O professor até costumava a compará-lo a Lily Evans e Severus Snape, seus alunos mais brilhantes e que desde os primeiros dias mostravam certa intimidade com os caldeirões fumegantes. Rachel Broadmoor continuava disputando com ele quem seria o melhor aluno da classe, de modo que alternavam os melhores resultados a cada nova aula. Isto até o divertia um pouco, embora percebesse que a colega levava a disputa muito a sério e que lhe virasse o rosto sempre que eles se cruzavam pelos corredores.

Professor Slughorn não falava de Sirius, apenas dizia que seria bom se o irmão se dedicasse um pouco mais ao que estava fazendo. Mas os outros professores constantemente mencionavam seu irmão. Mais cedo naquela manhã, ele estava com Theodor passando em frente a sala dos professores, indo para a aula de Transfiguração, quando ouviu o professor Flitwick e professora McGonagall conversando:

— Fiquei muito impressionado com a dedicação de Regulus a minha classe. Ele está fazendo um ótimo trabalho. Eu poderia apostar que ele vai ser capaz de transfigurar as joaninhas hoje ... (Ela disse, sorrindo).

Regulus diminuiu o ritmo para tentar ouvir a conversa sem ser notado, inflando o peito com orgulho. Flitwick comentou:

— Sim, realmente. O jovem Regulus Black é muito bom aluno. Ele tem quase a mesma habilidade de seu irmão, Sirius ...

Regulus sentiu o ar escapando de seu peito, deixando-o desanimado.

— É verdade que eu nunca tive tão bons alunos como Sirius e James ... Mas Regulus é uma criança bem comportada em comparação com seu irmão ...

— Sem dúvida, minha cara, sem dúvida ... (Flitwick disse sorrindo).

Era muito difícil conseguir bater as marcas de desempenho de Sirius, bem como de James, que também era frequentemente citado, como se um não existisse sem o outro. Eram ‘unha e carne’, exatamente como Sirius e Regulus costumavam ser antes de irem para a escola. Regulus sentia muita falta desta cumplicidade, desta proximidade que tinha com o irmão. Algumas vezes o procurou pelo castelo, mas Sirius cumpria detenções quase que diariamente e Regulus começou a duvidar que o irmão tivesse tempo para dormir. E para piorar, nas raras as ocasiões em que eles se encontravam a rivalidade entre Sonserina e Grifinória parecia se sobrepor a tudo e muitas vezes os amigos de Sirius faziam algum comentário pejorativo aos alunos da Sonserina,  então  Regulus simplesmente ignorava as provocações e seguia em frente, chateado.

Mesmo assim, após ouvir esta conversa, Regulus foi para a aula determinado a dar o melhor de si, tinha certeza que Sirius iria se orgulhar dele.

Após a aula de Transfiguração,  Regulus e Theodor deixavam a sala de número 34 no terceiro andar muito eufóricos, pois ambos haviam conseguido transformar suas joaninhas em botões coloridos e a professora McGonagall havia concedido 10 pontos para Sonserina.

— Você viu? Acenei minha varinha uma vez e deu certo! (Theodor disse em voz alta).

— Sim! Foi incrível! Eu gostaria que Rachel tivesse visto... Ela ia acenar a própria varinha tão convulsivamente que podia explodir...

Eles riam e conversavam alto quando, ao virar à direita no corredor, viram uma cena que não esperavam. No outro lado do corredor, bem a uns 20 metros de distância viram James e Sirius, mais um garoto da Sonserina de nome Severus. Regulus ficou excitado pela ideia de contar ao irmão o que havia conseguido fazer e foi ao seu encontro.

 Os três pareciam conversar amigavelmente, mas num piscar de olhos viram Severus apontar a varinha para James, neste instante Sirius tomou-lhe da mão algo que parecia um pequeno bloco de anotações e jogou-o para James, que o apanhou no ar com habilidade, enquanto se esquivava do feitiço que Severus lançava. James olhou as anotações e gritou:

Levicorpus!

James lançou um feitiço em Severus, que foi imediatamente guindado por uma perna e colocado de ponta cabeça por cordas invisíveis. E então jogou o bloquinho para o lado e os amigos começaram a conversar tranquilamente como se especulassem sobre qual seria a sobremesa do almoço:

— Boa pegada, James!

— Não é à toa que sou o novo apanhador da Grifinória... Vou treinar esta noite, as meninas disseram que vão assistir... Enquanto uns vão ficar com o nariz ranhoso enfiado nos livros como um CDF...

— É, pode apostar... A propósito... Cara, você tem mesmo talento para feitiços e azarações... Muito bom este aqui... Foi trabalhinho de férias?

Perguntou Sirius, virando-se para Severus e erguendo seu uniforme para ver seu rosto. Ele o olhava com lágrimas raivosas no olhar, e ele se recusou a responder. James continuou:

— E aí, Sirius... Você faz ideia de qual é contra-feitiço que faz voltar ao normal?

— Ah, não, não faço ideia...

E erguendo novamente as vestes que cobriam o rosto de Severus, ele perguntou, levantando um pouco a voz, como se Severus tivesse alguma dificuldade para ouvir ou entender o que estava falando:

— Ô, Ranhoso, você inventou o contra-feitiço ou estava planejando fazer um varal-eterno de alunos da Grifinória?

O garoto pendurado no teto não respondeu, apenas olhou novamente com ódio no olhar de Sirius para James. Regulus e Theodor se aproximaram, correndo:

— Sir, que você está fazendo?

Perguntou Regulus para o irmão, um pouco sem fôlego. James se distraiu e abaixou a varinha, derrubando Severus no chão. James comentou:

— Então era assim, só baixar a varinha... Foi mal, Ranhoso.

James falou, embora seu tom de voz não era de quem se desculpasse. Severus se recompôs e saiu apressado pelo corredor, resmungando baixinho:

— Vai ter volta... E o idiota nem ao menos sabe ler, era um feitiço não verbal...

Regulus perguntou:

— Hei, Sirius! Este não é o Severus Snape, aluno do 2º ano? Você não pode sair por aí jogando feitiço nos outros. Mamãe não vai gostar de saber... E é contra o regulamento!

James e Sirius se entreolharam e caíram na gargalhada. Depois Sirius parou e explicou:

— Ranhoso mereceu. Ele estava de tocaia para nos acertar com aquele feitiço, mas fomos mais rápidos, tirei suas anotações e então conseguimos lançar nele antes...

— Isso não está certo, Sir... E ele é da minha casa, você poderia pegar leve...

Regulus falou, suplicante, com aquele olhar que diz “não me faça passar vergonha”. Mas Sirius já não o ouvia mais, pois enquanto o irmão falava ele fazia gestos com as mãos imitando a boca de Regulus reclamando, enquanto falava:

— Vou contar para a mamãe... Bla, blá, blá, blá.

Regulus virou-se para Theodor e disse, desapontado:

— Vamos embora.

E os dois viraram as costas e seguiram na direção oposta.


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