A Breve História de Regulus Black escrita por Mrs Borgin


Capítulo 53
53. A face redonda da lua




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A face redonda da lua

Desta vez Regulus se recuperou mais rapidamente, a fratura da perna não era tão grave quanto da primeira vez e Madame Pomfrey tinha razão: ela estava se tornando expert em emendar ossos. Com dois movimentos de varinha e três doses da poção amarga e ele já estava bom para reassumir suas atividades normalmente. E voltar para a sala comunal da Sonserina.

Logo após o almoço, ele voltou para as masmorras. Caminhar até lá, depois de quase uma semana afastado e sem muletas era para ele uma espécie de vitória pessoal. Ele abriu as portas da sala comunal e entrou sorrindo. Era como voltar para casa. Mas o seu sorriso não encontrou eco em rosto algum. Muitos alunos pareciam disfarçar o olhar para não ter que cumprimenta-lo. Ele franziu a testa ao ver que até mesmo John o havia evitado. Tudo bem que estivessem chateados por causa do jogo, ele também se sentia assim, mas ainda tinham chance de ganhar a taça das casas e ele havia trabalhado duro nas aulas para isso, havia ganho muitos pontos para a Sonserina e isso poderia ser levado em consideração – ele ponderou, enquanto atravessava a sala.

Numa poltrona próxima da última janela antes da porta de seu dormitório, sentado escondido atrás de um grande livro de capa roxa sobre Defesa Contra a Arte das Trevas – nível ultra avançado, estava Severus Snape.

— Severus? Será que podemos conversar? – perguntou Regulus aos sussurros, e olhando para os lados.

Severus abaixou o livro e disse, levantando uma sobrancelha, com uma expressão de desagrado no rosto:

— Claro. Sente-se.

— O que está acontecendo aqui?

— O pessoal está dizendo que você permitiu que a Grifinória ganhasse o jogo, que você estava com o pomo quase em suas mãos e deixou ele para Lisa Prewet, então depois correu para conversar com seu irmão, para lhe provar o que havia feito por ele. Além disso, estão dizendo que você vai deixar a Lufa-lufa vencer o próximo jogo para satisfazer a vontade de sua namorada...

As palavras haviam fugido de sua boca, Regulus sentia raiva e indignação e tudo o que conseguiu fazer foi arregalar os olhos. Ele não podia acreditar no que tinha acabado de ouvir. Então olhou para todos na sala, encheu o peito de coragem e os encarou, falando em voz alta:

— Então é isso? Depois de tudo o que fiz por nossa casa vocês me acusam de traidor? E Alice não é minha namorada!

Alguns alunos olharam para ele, outros disfarçaram o olhar. Emma Vanity, que estava do outro lado da sala junto com o restante de seu time, olhou para ele com amargura, com os braços cruzados no peito. Agora que ele a encarava ele percebeu que ninguém o havia procurado na ala hospitalar desta vez, exceto Alice.

— Até você, Emma? Você acredita que eu deixaria Potter vencer? Vocês estão malucos ou o quê? – Ele gritou para ela.

— Eu... er...

Emma não conseguiu responder. Era difícil colocar em palavras o que ela estava sentindo. Na verdade, toda a frustração de ter perdido a partida após ter jogado com tanto afinco tinha sido despejada sobre Regulus durante sua ausência. Regulus viu que ninguém tinha coragem de encará-lo, então, falou em voz segura e alta:

— Vou lhes contar o que aconteceu ontem, acreditem em mim ou não, esta é a verdade: eu havia visto o pomo e estava quase com ele entre os meus dedos quando Potter chegou e me empurrou para o lado, eu o empurrei também, ele esbarrou em Lisa e ela quase caiu da vassoura, então o pomo passou na frente de Potter e ele o pegou e entregou para Lisa. Quando a professora deu o jogo por terminado eu fui lá e reclamar, mas por causa da maldita chuva ela não viu nada e achou que eu estava inventando coisas. Eu percebi que não adiantava discutir e estava indo guardar minha vassoura quando passei pelo vestiário da Grifinória e Potter estava se gabando por ter pego o pomo.... Meu sangue ferveu! Entrei lá e estuporei ele. O babaca desmaiou e o time levou ele de lá, então meu amado irmão entrou e conseguiu quebrar a minha perna de novo! Mas é lógico que vai ser a minha palavra contra a do time inteiro da Grifinória e eles, diferentemente de vocês, parecem defender uns aos outros.

Ele terminou de falar olhando com cara muito feia para o time.

— Foi isso mesmo que aconteceu, Reg? – perguntou Emma.

Ele olhou para ela incrédulo, arregalando os olhos com ironia:

— Porque eu mentiria? Porque eu ia querer perder o jogo? Meu nome é Regulus Black! – ele disse, batendo o punho no peito – eu tenho orgulho de ser da Sonserina! – ele agarrou o emblema em seu peito e beijou raivosamente.

Emma Vanity, Louis Avery, Caspar Mulciber se aproximaram dele. Os três, além de fazerem parte do time, também eram seus companheiros no clube de duelos, eles sabiam que Regulus não iria mentir para eles:

— Foi mal, cara. – disse Avery.

— Desculpa, aí. – Falou Mulciber, batendo gentilmente em suas costas.

— Reg, a gente não quis ofender... – disse Emma, segurando em sua mão.

Então, o restante do time, Tom Blishwick, Ruppert Greengrass e por último, Lucinda Talkalot, se aproximaram e pediram desculpas também, fazendo uma roda em torno dele.

— Tudo bem, pessoal. – ele disse, contraindo o canto da boca. Então o restante dos alunos que estavam na sala comunal se aproximaram e ele disse – no jogo de ontem nós mostramos o que somos capazes! Se não fosse por trapaça, teríamos ganhado o jogo de lavada! Temos o apoio de nossa casa?

— Sim! – gritaram todos, animados.

—  Para sempre Sonserinaaaa!

Gritou Regulus, entusiasmado, o que foi repetido com entusiasmo por todos na sala. Após algum tempo, os alunos se dispensaram, alguns se juntaram em pequenos grupos para lamentar o incidente, outros para bradar vingança contra James Potter. Regulus foi para o seu dormitório para se juntar aos seus companheiros que jogavam snap explosivo e repetir, detalhadamente, como James havia feito para pegar o pomo.

Tudo parecia ter voltado ao normal. Mas quando ele se deitou em sua cama à noite, pensamentos inquietos invadiam sua mente. Ele havia passado o dia todo com seus amigos nas masmorras e sentia muita falta de Alice. A voz de Snape ecoava em sua cabeça: “estão dizendo que você vai deixar a Lufa-lufa ganhar por causa da sua namorada”. Isso não era verdade, ele não entregaria o jogo nem se ela fosse sua namorada. Namorada. Ele nunca havia juntado as duas palavras “Alice” e “namorada”... Ok, Alice era uma menina e era sua amiga, sua melhor amiga... Mas, namorada? Ele sorriu franzindo as sobrancelhas com um brilho no olhar de quem havia acabado de descobrir 51º uso para sangue de dragão... Então, subitamente a tristeza tomou conta dele. Ele sabia que teria que fazer algo a respeito de Alice, ele não poderia correr o risco de perder o jogo e consequentemente a confiança dos companheiros de casa. Mas ele não conseguia pensar em sua vida longe de sua melhor amiga e seu coração doía. Teria que encontrar um meio de vê-la sem levantar suspeitas dos outros. Será que ela compreenderia? Ele mexeu os pés sob os cobertores e se virou na cama para encarar a janela. Por um segundo lamentou não estar na ala hospitalar, cujas janelas lhe permitiam ver a lua. Sentia falta da face redonda da ... da lua?


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Notas finais do capítulo

Este capítulo eu escrevi originalmente em inglês (às vezes faço isso). Esse, em especial ficava com um final mais interessante, já que Regulus ficou brincando em sua mente com a palavra "girlfriend" - namorada, que então seria uma "girl" e também "friend"... Se alguém se interessar em ler a fic em inglês, está postada no snitchseeker.com e no fanfiction.net, sob o nome de RAB's brief Story. Ainda não terminei de escrever e como voltei a postar aqui, estou aproveitando para reler a história enquanto traduzo para poder não deixar pontas soltas no final. Obrigada por me acompanhar. Se tiver um tempo, comentários são sempre bem-vindos! beijinhos



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