A Breve História de Regulus Black escrita por Mrs Borgin


Capítulo 52
52. Duelo dos irmãos Black




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Duelo dos irmãos Black

— Mas professora, o Potter foi quem pegou o pomo! Isso é trapaça! Eu estava quase com o pomo entre os dedos, ele me empurrou e pegou o pomo! – Regulus gritava e gesticulava, os olhos injetados de raiva enquanto a chuva escorria pelo seu rosto.

— Black, não foi o que eu vi. Eu vi quando Potter trombou em você e depois quando você o empurrou de lado, empurrando Lisa Prewet também. Ele me pareceu estender a mão para impedi-la de cair da vassoura, depois ela agarrou o pomo. Não vejo infração nenhuma em um ato de cavalheirismo. Agora vamos. Está chovendo, estou com frio e não há nada que você possa fazer agora senão se esforçar para ganhar o jogo contra a Lufa-lufa.

Regulus olhou para a professora, decepcionado, mas não retrucou. Sabia que não havia mais nada que ele podia fazer, não ser tentar não pegar um resfriado. Com toda aquela chuva seria impossível ter uma única pessoa que pudesse testemunhar ao seu favor. Ele abaixou a cabeça e seguiu na direção do vestiário de seu time, pisando com força no chão encharcado. Passava próximo do vestiário da Grifinória quando ouviu James zombado em voz alta:

— Vocês tinham que ver a cara do Black quando eu peguei o pomo bem embaixo do nariz dele! parecia um completo idiota – os outros riam a valer - Por sorte ele quase derrubou a Lisa da vassoura e foi fácil passar o pomo para ela... E ele foi direto reclamar com a professora, o bebê chorão. Não é à toa que Sirius tem vergonha dele! – ele gargalhou.

Mesmo com todo o barulho em torno, Regulus tinha certeza de ter ouvido cada palavra de James. Seu sangue fervia nas veias, ele sacou a varinha e invadiu o vestiário da Grifinória, encontrando com Lisa Prewet, que desviou o olhar ao passar por ele. A garota saiu apressada. Lá dentro, alguns garotos trocavam de roupas, enquanto outros guardavam as vassouras. Todos tinham uma expressão animada no rosto e pararam imediatamente de fazer o que estavam fazendo ao notar Regulus entrar.

— Então é assim? Você trapaceia para ganhar o jogo e eu é que sou um idiota? .... nã nã nã.... eu acho que não! Estupefaça!

O feitiço de Regulus não acertou James por um triz. James correu a mão por baixo de um monte de roupas, procurando por sua varinha, mas não teve tempo: Regulus, furioso, atacou novamente:

Estupefaça!

Desta vez James caiu no chão desacordado. Os outros jogadores da Grifinória correram para acudir o artilheiro e o carregaram para fora do vestiário, o batedor na Grifinória, Davey Gudgeon, segurou Regulus com os braços cruzados nas costas, o impedindo de fazer qualquer movimento. Assim que os outros saíram com James, Gudgeon liberou Regulus e disse:

— Você vai pagar por isso!

E então saiu correndo porta a fora. Enquanto o garoto saía, Regulus gritou uma série de insultos que de nada adiantaram para amenizar sua frustração. Ele encostou-se na parede e deslizou as costas até sentar-se no chão, enquanto rangia os dentes e bufava. Teria de haver algo para reverter a situação.

Pouco tempo depois, Sirius entrou no vestiário empunhando a varinha. Ele havia encontrado com Gudgeon, que prontamente lhe contou o que o irmão havia feito “atacado James, indefeso, sem motivo algum, deixando-o desacordado”. Ao ver o irmão ainda empunhando a varinha, Sirius não teve dúvida e tentou desarmá-lo:

Estupefaça!

Regulus, que tinha ouvido os passos se aproximando, estava preparado para se defender, bloqueou o feitiço do irmão e gritou:

Auris Bulhosae!

As orelhas de Sirius dobraram de tamanho imediatamente, mas isso não o impediu de duelar com seu irmão. Habilmente, ele o desarmou e lançou sobre o irmão o feitiço que havia aprendido de Snape:

Expelliarmus! Levicorpus!

A varinha de Regulus caiu no chão e ele ficou de cabeça para baixo.

— Então você não sabe perder um jogo, não é maninho... tsk tsk tsk... parece que preciso lhe ensinar algumas coisas.

Então Sirius fez o irmão rodopiar de cabeça para baixo. Ele estava furioso, mas não era por causa de James. Simone havia lhe mandado uma carta aquela manhã, a sua mãe parecia estar cada dia pior, sua memória estava diminuindo, bem como a consciência sobre as coisas ao seu redor. As garotas estavam inconsoláveis. Como Regulus insistia em defender as ações dos Comensais da Morte, para Sirius ele era também culpado pelo sofrimento das garotas. Regulus gritou:

— Pare com isso, Sir! Me solta!

— Está com medinho, seu monte de estrume de dragão? Nunca pensei que meu próprio irmão seria covarde o suficiente para atacar uma pessoa indefesa! Vai dar um perfeito Comensal da Morte! – Sirius deu-lhe um soco no nariz.

Ninguém entrou no vestiário para interferir na briga dos irmãos. Os últimos que deixavam o estádio, apenas olhavam curiosos através da janela e fingiam que nada de estranho estava acontecendo. Logo ninguém mais passou por lá.

— Quem é que está sendo covarde agora? Eu estou desarmado! Pare com isso, Sir!

— “Pare com isso, Sir!” Que é isso? Aprendeu a choramingar com o Ranhoso? Ora, fique quieto!

Sirius lhe lançou um feitiço e o irmão perdeu a voz.

Sirius sentou-se no chão e ficou observando o irmão se debatendo no ar.  Após examinar o irmão por alguns minutos, seu pensamento fixo em Simone, na lembrança de seus olhos lacrimejantes, a raiva crescendo ainda mais em seu peito. Regulus tinha que pagar pelo que fez. Sirius se aproximou de Regulus e lhe deu outro soco no nariz. Regulus tentou devolver o soco, mas como estava pendurado de cabeça para baixo e Sirius se mantinha a uma certa distância, ele não o alcançava. Então Sirius lhe bateu mais uma vez:

— Esta é pelas meninas, traidor!

O nariz de Regulus começou a sangrar. Sirius o girou novamente e se deu por satisfeito ao ver o sangue do irmão pingando no chão. Então o liberou. Regulus caiu batendo a cabeça no chão e a perna recém emendada na parede. O som do osso quebrado era inconfundível. Regulus desmaiou de dor. Ao ver o irmão desacordado, Sirius assustou-se. Nunca havia se deixado dominar pela raiva daquela maneira. Então cheio de culpa, ajoelhou-se, passou um braço de Regulus por trás do seu pescoço e o ergueu com dificuldade. Saiu do vestiário carregando o irmão como pode. Já não havia ninguém do lado de fora, a chuva ainda caía, impiedosa. Sem saber o que fazer, ele seguiu para o castelo e foi procurar por ajuda.

Quando Regulus acordou na ala hospitalar, estava sozinho e ele nunca ficou sabendo quem o havia carregado até lá. Sentia uma tristeza profunda em seu coração. Então sentiu sua perna.

— Droga! Quebrada de novo!

Não lembrava de como havia quebrado a perna de novo. A cabeça doía. Ele passou a mão na testa, fechando os olhos. Enfaixada. Lembrou do olhar raivoso do irmão e se perguntou: será que depois de saber que James havia trapaceado ele ainda ficaria ao lado dele? Será que ele não conseguia ver que se madame Leloush não tivesse traído o povo bruxo nada daquilo teria acontecido? Porque Sirius continuava a acusa-lo quando ele não havia feito nada? Simone deveria estar envenenando seu irmão contra ele. Devia ser parte do plano de madame Leloush desestruturar famílias de sangue puro, por isso ela havia escondido os documentos, para que ninguém conseguisse reunir a própria família depois de um rompimento. Fazia todo sentido: então era isso que os mestiços queriam. Como Sirius podia ser tão ingênuo? Com os olhos transbordando de raiva e tristeza, virou a cabeça de lado e dormir. Estava ouvindo passos no corredor e não queria conversar com ninguém.

Os passos se aproximaram e alguém sentou-se ao lado de sua cama, mas não disse nenhuma palavra. Regulus ficou muito curioso para saber quem era, mas não queria arriscar abrir um olho e ter uma decepção. Então continuou fingindo dormir, de modo que não demorou muito para isso não ser mais um fingimento. Quando acordou não havia mais ninguém do seu lado, apenas um bilhete sobre a mesa de cabeceira, junto com um sapo de chocolate:

“Pensei que poderíamos jogar um pouco de xadrez, então me lembrei que o rei preto ainda está ao lado de minha cama. Acho que no próximo ano o chapéu seletor vai ter uma nova casa para selecionar, chama-se Ala Hospitalar e Madame Pomfrey será a diretora... Olha eu pegando sua doença de escrever coisas sem sentido. Você parece um anjo dormindo, chega a ser engraçado. Acho que eu deveria ter medo de um anjo preto... Volto mais tarde. O sapinho é para você. Alice”

Droga! Sou mesmo um grande idiota! Era Alice!— ele pensou. Como gostaria que ela ainda estivesse ali. Seu bom humor ia ajuda-lo a esquecer de Sirius, se bem que a dor que sentia no maxilar, na cabeça e na perna não o deixava esquecer.

Ele pegou o sapo de chocolate. O bruxo no cartão era de Helga Hufflepuff. Curioso, pensou, franzindo as sobrancelhas. O acaso parecia conspirar para que seu pensamento se deitasse nos braços carinhosos de Alice, onde ele, certamente encontraria sua paz.


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