A Breve História de Regulus Black escrita por Mrs Borgin


Capítulo 40
40. Dezembro, 1973




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Dezembro, 1973

Quando se aproximava o Natal, Regulus sentia-se dividido entre a vontade de ficar em Hogwarts, onde sua vida estava particularmente agradável e voltar para casa, onde, sabia, iria ser mimado por sua família. Na aquecida sala comunal, entre poltronas majestosas e estudantes que falavam alto sobre seus planos para os feriados de Natal e Ano Novo, animadíssimos, andava Regulus inquieto, de um lado para o outro quando Severus entrou pela sala, bufando. Ele olhou para Regulus com raiva e disse:

— Olhe isso!

E virou-se. Muitos alunos pararam para olhar e caíram na gargalhada, pois nas suas costas estava colado um bilhete com a caligrafia de Sirius, que dizia o seguinte:

“Caro irmão, como Ranhoso se recusou a lhe entregar um simples recado, tive que apelar para outros meios. Me encontre no Saguão Principal em 15 minutos. Precisamos conversar. Sir.

PS Empreste um uniforme para o Ranhoso vestir, pois usei o feitiço adesivo permanente neste aqui e não queremos vê-lo andando por aí de cuecão.”

— Tire isso de mim agora. – Disse Severus entre os dentes, tremendo de raiva.

— Não posso.

Severus olhou para ele com mais raiva ainda.

— Como assim? Não pode? O idiota do seu irmão disse que você saberia o que fazer.

Regulus olhou em volta para os outros alunos que os olhavam sem piscar. Então puxou Severus pelo braço em direção ao dormitório e disse:

— Vem comigo.

Sentindo-se humilhado e com muita raiva, Severus se deixou levar. Não tinha outra opção senão confiar em Regulus. Entraram no quarto extraordinariamente arrumado, uma vez que todos, exceto Regulus, já haviam feito as malas para viajar. Severus olhou para Regulus, desafiadoramente:

— Então, o que vai fazer?

— Existem duas soluções para este problema: uma é cortar fora o recado que Sirius colou, mas vai deixar um buraco enorme que eu não sei como consertar, talvez minha mãe saiba.  A outra solução é eu emprestar um dos meus uniformes reserva, como Sirius sugeriu. – respondeu Regulus, erguendo as sobrancelhas. – Sinto muito por isso.

— Meu uniforme reserva foi para lavanderia... – respondeu Severus, baixando os olhos.

— Eu lhe empresto um dos meus. Vai ficar um pouquinho curto, já que você é mais alto, mas melhor que andar com este aí...

— Sirius que me aguarde... Ele não perde por esperar. – disse Severus, tirando o uniforme, enquanto Regulus lhe estendia um dos seus.

— Desta vez Sirius passou dos limites. Deixe seu uniforme comigo, minha mãe conserta isso para você e te devolvo após o Natal.

— Não precisa, obrigado. Minha mãe também sabe consertar.

— Severus, preciso ver o que Sirius quer.

— Ok, vá. Só me faça um favor: jogue nele alguma azaração. Seu eu for lá fazer isso pessoalmente, nossa briga não vai ficar em simples azaração. Eu só não revidei a provocação porque Filch estava se aproximando.

Regulus disse, piscando um olho:

— Meu irmão terá o que merece. Deixe comigo.

Regulus deixou a masmorra da Sonserina apressado e subiu as escadas para o saguão. Conforme ia se aproximando do local combinado, várias ideias de como azarar o irmão lhe passaram pela cabeça. Havia decidido que iria lhe lançar o Auris bullosae e fazer as orelhas de Sirius incharem feito balões. Isso, com certeza devolveria a ele um pouco da sensação humilhante que havia impingido em Severus. Sacou a varinha pouco antes de chegar ao saguão, que, para sua surpresa estava deserto. Ele olhou para todos os lados, procurou ver se o irmão estaria chegando por alguma porta, mas nada. De repente ele ouviu:

Expelliarmus!

Sua varinha foi jogada para o ar e uma mão voou no ar e a pegou. Só a mão. Então ele viu o irmão, junto com James, aparecerem aos poucos, primeiro as cabeças, depois o resto do corpo, como se deles tivesse sido tirado algum tipo de manto que os tornava invisíveis. Regulus não teve tempo de ver o que era exatamente, James já havia guardado o que quer que fosse dentro de sua mochila. Ele também segurava a varinha de Regulus.

— Devolve minha varinha, James! Que brincadeira foi essa?

— Uma abelhinha me contou que você iria querer revidar a brincadeira que fiz com o Ranhoso. – disse Sirius, com ar despreocupado.

— Teremos outras oportunidades, Sir... – respondeu Regulus desafiadoramente.

Então James devolveu-lhe a varinha.

— Só que não vai ser neste Natal...

— Porque?

— Ah, eu e James temos outros planos para estas férias, queria que você comunicasse nossos pais...

— Porque não manda uma coruja você mesmo?

— Hum, já mandei... Mas Dona Walburga respondeu com um berrador.

— Bem, então eu não posso fazer nada...

— A questão é que eu vou passar o Natal em Godric’s Hollow este ano e está decidido.

— Problema seu. – disse Regulus, dando-lhe as costas.

— Reg! Reg! – Sirius o pegou pelo braço e continuou – Por favor, mamãe costuma ser bem mais compreensiva quando você conversa com ela. Faça isso por mim...

— Humpf! – Regulus bufou – Vou tentar.

Era sempre muito difícil negar um pedido de Sirius. Ele tinha um jeito de pedir as coisas que para Regulus parecia negligência negar qualquer coisa. Mesmo assim, Regulus sabia que não iria dar certo, sua mãe nunca permitiria a Sirius passar o Natal com estranhos. Regulus já estava se afastando quando James o chamou:

— Você poderia ir também, poderíamos jogar Quadribol, seria legal...

Regulus parou e olhou para James com curiosidade. James nunca havia sido tão agradável com ele antes, seu costume era ser indiferente a sua presença. Então ele compreendeu:

— Black. Potter. – chamou Lily às suas costas e ele se virou. – Professor Slughorn quer os dois na sala dele, parece que tem algo errado com o trabalho de vocês... Ah! Regulus! Que bom te encontrar! – ela disse, sorrindo.

— Muito bom te encontrar também, Lily. – ele respondeu.

— Você sabia, Evans, que o irmão de Sirius joga quadribol? – Disse James, notoriamente querendo prolongar a conversa de qualquer maneira.

— Claro! Ele é apanhador, como você. Eu o vi jogando contra a Corvinal, um excelente jogo...

James ficou incomodado com o elogio que Lily fazia a Regulus e interrompeu:

— Mas eu não sou mais apanhador, você não sabia? Lisa Prewet é nossa nova apanhadora. Agora sou artilheiro. Acho que até eu me formar já terei jogado em todas as posições... eu realmente poderia jogar em qualquer posição...

Lily não aparentou estar impressionada com o que James falava, na realidade, ela parecia nem estar ouvindo mais nada.

— Vejo vocês mais tarde. Não esquece de ver o professor Slughorn, Sirius. É importante.

Sem olhar para James, ela pegou na mão de Regulus e o puxou para fora do castelo. A imensidão branca da neve ainda fofa que havia caído durante as últimas horas agradava os olhos de Regulus. Ele ficou parado no alto da escada que levava para fora do castelo por alguns segundos até que uma bola de neve lhe atingiu o nariz. Rapidamente ele procurou quem havia atirado a bola e viu os cabelos negros e cacheados de Alice. Num gestou automático ele soltou a mão de Lily e sorriu:

— Alice!

E num ato contínuo ele desceu as escadas, abaixou-se, pegou uma boa quantidade de neve, fez a bola e a atirou contra sua amiga. Lily se juntou a eles e os três se divertiram a valer. A roupa de Regulus já estava encharcada quando ele falou:

— Meninas, está muito bom brincar aqui com vocês, mas eu ainda não terminei de fazer as malas. Preciso ir. Vejo vocês no trem amanhã?

— Claro! – responderam as duas garotas, rindo.

Assim que Regulus lhes deu as costas, duas bolas de neve lhe atingiram: uma na perna direita e a outra no topo da cabeça. Ele se virou e viu as meninas sorri. Alice falou sorrindo:

— Bola de despedida.

— Como um incentivo para você fazer as malas rapidamente e voltar pra cá... – completou Lily.

— A mala pode esperar mais um pouco. – dizendo isso ele desceu as escadas correndo e, enquanto fazia uma bola de neve, foi atingido por mais duas, uma em cada braço. As meninas riam, satisfeita.

— Duas contra um é covardia... – Disse Severus, descendo as escadas rapidamente e se juntando a eles, seguido por Emma e Amifidel. Emma disse, pouco antes de ser atingida:

— Estava procurando por você, Reg... Ai!

Severus lhe lançou um olhar culpado, mas não pediu desculpas, sorriu maliciosamente enquanto preparava uma segunda bola. Não demorou muito para que alunos de todas as casas se juntassem a eles e a frente da escola virar um campo de batalha.

A diversão era tanta que as horas se passaram sem que eles percebessem e anoiteceu. Um a um os estudantes encharcados entraram no castelo, deixando um rastro molhado atrás deles.


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