A Breve História de Regulus Black escrita por Mrs Borgin


Capítulo 33
33. Entre amigos




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Conversas entre amigos

Passadas algumas semanas, Emma sentou-se ao lado de Regulus para o café-da-manhã.

— Cansou-se do Crouch, Emma? – ele perguntou, deixando transparecer um pouco do ciúme que sentia.

Nos últimos dias, de fato, Emma havia se ocupado em mostrar a escola para Bartô, ignorando Regulus totalmente. Não que Regulus tivesse algum sentimento amoroso por Emma, apenas não gostava da sensação de ter sido trocado.

Emma não respondeu à provocação, apenas levantou as sobrancelhas e sorriu, satisfeita ao perceber o ciúme em Regulus: esta era a exata intenção dela.

— Reg, Steve e Alecto sairam da escola ano passado, como você já sabe... Então temos vagas para artilheiro e apanhador no nosso time. Eu gostaria que você fizesse o teste.

Regulus sorriu:

— Quando vai ser? Eu treinei um bocado essas férias...

— Você treinou como? Pensei que morasse em Londres... – perguntou John, um pouco incomodado por não ter sido convidado para o teste também.

— Joguei em Bramshill, minha avó mora em um sítio lá... Meu avô comprou Nimbus 1001 para mim e para o Sir, elas são espetaculares! Se eu entrar no time, vou trazer minha vassoura...

O comentário sobre a vassoura encheu John ainda mais de inveja. Neste momento, uma coruja das neves entrou no salão. Não era comum ver este tipo de coruja em Hogwarts, então todo mundo parou o que estava fazendo para observar seu voo. Ela sobrevoou o salão todo antes de mergulhar para a mesa da Sonserina e pousar graciosamente na frente de Regulus. Ela estendeu a pata, oferecendo a correspondência de um modo afetado, parecendo um passo de ballet. Regulus pegou o envelope e agradeceu para a coruja, que imediatamente levantou voo e saiu do salão. Regulus estava intrigado: de quem era aquela coruja? Nunca a havia visto antes. Depois de seguir com os olhos a coruja se afastando, voltou-se para sua carta. Ele sentia os olhos de todos sobre si e tentou fazer de conta que isso não o incomodava. Olhou o envelope com seu nome: não havia dúvidas que era para ele. Assim como também não havia dúvidas de que não era de seus pais. Era um envelope rosa, perfumado e a caligrafia era fina e delicada: se tratava com certeza de uma garota. Emma olhou para a carta, fuzilante. Antes que ele pudesse checar o remetente, John pegou o envelope e gritou:

— Pessoal, o Black recebeu uma carta de uma garota!!!!

Todos na mesa se levantaram para ver, muito curiosos. Regulus pediu:

— Me devolve, John.

John era mais alto que ele e facilmente conseguia manter o envelope longe de seu alcance, então Regulus não teve dúvidas: subiu na mesa para pegar. Ele andou com os olhos focados no envelope que John agitava no ar, esbarrando em pratos de pães, enquanto alguns alunos que tentavam salvar suas xícaras, reclamavam da bagunça que ele estava fazendo. Neste momento ele ouviu:

— Sinto muito, Regulus Black, mas isto me dá motivos para uma detenção... Hum, quatro dias, após a aula – era Slughorn que havia chegado e estendia a mão para que John lhe entregasse a carta, depois checou o remetente – Beauxbatons? Você não me surpreende, Black. Sempre muito bem relacionado... – e dizendo isso, entregou a carta para o destinatário – agora terminem seu café, não quero ninguém atrasado em minha aula hoje...

Regulus desceu da mesa olhando com cara feia para John, que se desculpou:

— Eu estava só brincando...

Regulus não queria criar animosidade logo no primeiro mês de aula, então baixou a guarda e sorriu:

— Tudo bem... – e virando-se para Emma, perguntou: - quando mesmo vai ser a seleção para o time?

— Sábado, mas você não poderá ir, pois acaba de arrumar um compromisso mais importante com Slug...

— Dou um jeito.

Emma não disse mais nada, seus olhos estavam fixos no envelope rosa que ele segurava nas mãos. Então ela se voltou para Bartô:

— Bartô, você joga quadribol? Temos uma vaga de apanhador...

— Não gosto muito... – respondeu Bartô, dando-lhe as costas e saindo da mesa. Emma o seguiu, deixando Regulus com seus amigos.

Enquanto caminhavam em direção às masmorras para a aula de Slughorn, Amifidel perguntou:

— Hei, Reg, de quem é a carta?

— Da Sophie e da Simone, duas garotas vizinhas da vovó Melania.

— E porque elas não estudam aqui? – perguntou Jack.

— Ah, a mãe delas é francesa, casada com um trouxa que cria cavalos...

— Com um trouxa? – Espantou-se Ami.

— É, um trouxa... Simone me contou que a mãe delas mantém o pai sob efeito de uma poção que ela inventou desde que Sophie começou a desenvolver suas habilidades em magia... Ele tipo não enxerga quando estamos fazendo coisas de bruxos, é como se visse outra coisa... Uma espécie de alucinação. A gente anda em vassouras e ele não nos vê, quando fazemos feitiços ele é como se estivéssemos apenas brincando... O cérebro dele não processa os eventos mágicos que ele presencia... É muito bizarro.

— Uau! É a solução para os nossos problemas! Se a gente distribuísse isso para toda população trouxa, a gente ia poder viver sem o maldito decreto de sigilo sobre magia! – falou John, muito entusiasmado.

— Não é tão simples assim, John. Simone me contou que a mãe dela só faz a poção quando as meninas estão em casa, porque é feita de ingredientes muito raros e é bem complicada de se fazer.

— E como ela faz o marido beber? – perguntou Severus, que se juntava ao grupo.

— Severus! O que faz aqui? – perguntou Regulus.

— Slughorn me pediu para ajudar em sua aula de hoje, eu e a Lily vamos demonstrar como se usa sangue e dragão para conservar poções instáveis. – ele respondeu, cheio de orgulho – Parece que foi o diretor que descobriu como fazer... – acrescentou, pensativo - E então, como ela faz para o marido beber a poção?

— Ela diz que é um tônico capilar... Ele é meio careca, sabe...

— Uma pena... Meu pai não bebe nada que venha da minha mãe... – comenta Snape, sussurrando entre os dentes.

— O que você disse? – perguntou Regulus.

— Nada, Black. Eu não disse nada.

— Sev, você está aqui! Vamos, professor Slughorn quer que cheguemos antes dos alunos para prepararmos os caldeirões! – disse Lily, pegando na mão de Severus e o guiando entre os alunos.

Jack, John, Regulus e Theodor continuaram andando sem pressa. Quando terminaram de descer as escadas, Theodor Amifidel comentou:

— Muito legal mesmo esta poção... Ótima ideia a mãe de suas amigas teve... O problema é saber fazer a tal poção...

— Se eu casasse com uma trouxa, não iria fazer esse tipo de poção... Usaria o Imperio e ela nunca iria abrir a boca para nada. – comentou John.

— Só mesmo sob a maldição Imperio alguma garota aceitar casar com você, John, até mesmo uma trouxa... – caçoou Jack.

Jack e Amifidel começaram a rir quando Regulus falou:

— E eu nunca me casaria com uma trouxa.

Então todos ficaram em silêncio e entraram na sala de aula.


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