Entrada de Barto Crouch Jr na escola

Um novo ano letivo começara em Hogwarts. Tal e qual havia acontecido no ano anterior, bastara colocarem um pé na escola para os irmãos Black seguirem lados opostos: um ficaria na companhia dos amigos da Grifinória e o outro com os amigos da Sonserina. Era inevitável, como água que precisa rolar morro abaixo, ambos sabiam e aprenderam a se respeitar assim, logo teriam novas férias e eles voltariam a ser os inseparáveis irmãos Black novamente.

Mal havia começado a cerimonia de seleção, um burburinho crescia na mesa da Sonserina em torno do novo aluno da casa: Bartemius Crouch Jr, filho do chefe do departamento de execução das leis da magia, famoso por mandar para Azkaban uma infinidade de bruxos maus. Bartô não era um menino bonito, tampouco era simpático e apesar disso todos queriam falar ou tocar nele, como se algum poder mágico pudesse ser compartilhado pelo toque. Apenas Regulus e Severus se mantiveram à distância, um por despeito e outro por desinteresse:

— Não sei por que tudo isso... – disse Regulus, indicando a pequena multidão de estudantes em torno do recém-chegado, inclusive Emma Vanity, que nem parecia ter notado que Regulus havia retornado à escola.

— Hum, só porque o pai dele andou prendendo alguns bruxos das trevas, estão achando que ele possa ser mais poderoso que qualquer um... Bobagem, na minha opinião. Ele que ouse tentar prender o Lord das Trevas... – Snape faz uma pausa, pensativo. – Porque será que ele foi escolhido para a nossa casa?

— Hum, deixe-me ver: fraco, metido, feio... Não se parece nada com a gente...

Snape franziu os lábios em um breve sorriso.

— E então, boas férias? – perguntou Severus.

— Muito boas... mas ainda não tive grandes progressos sobre aquele assunto.

Severus abre a boca para comentar, mas desiste, já que Amifidel, Jack e John haviam voltado sua atenção para os dois, tentando captar alguma dica sobre o segredo que os dois mantinham. Avery e Mulciber continuavam em torno de Bartô.

— E sobre L... ela?

— Está tudo bem... Vamos ver agora aqui na escola... Ei, olhe lá: Slughorn já veio dar as boas-vindas para o tal Crouch Jr... Provavelmente teremos ele no clube do Slug...

— Com certeza... – respondeu Regulus, concordando com a cabeça. Então virou-se para Amifidel – Suas férias, Ami? Boas, não?

Amifidel começou a contar a respeito de uma viagem “super” empolgante que havia feito com seus pais até a România, onde morava seu tio-avô, um grande conhecedor de dragões e logo todos à volta o encheram de perguntas variadas sobre dragões. Ali, ninguém havia visto um em toda a vida.

Regulus notou, satisfeito, que Amifidel conseguira desviar a atenção de todos para si, desmanchando a plateia de Crouch Jr.

Os dias que se seguiram não foram suficientes para desmanchar a primeira impressão que Regulus havia formado de Bartô. Havia algo em Bartô que não inspirava confiança, como se ele estivesse o tempo todo escondendo algo. Severus também sentia isso, embora o restante dos alunos da casa continuasse seguindo Bartô a todo lugar. Regulus ao mesmo tempo que sentia curiosidade, escondia um certo temor, principalmente depois da primeira carta de Dona Walburga:

“Querido filho,

Nossa casa já se parece com um deserto sem você e seu irmão aqui. Fiquei feliz por você ter perdoado Sirius, ele é um pouco impertinente, mas tenho certeza de que quando crescer ele honrará o nome da família.

Soube da entrada na escola do filho do Chefe das Leis sobre execução da Magia. Apesar dele ser de boa linhagem, peço que tenha precauções em relação à ele. Sua prima Bellatrix comentou neste final de semana que passou vários dias sendo perseguida pelo pai dele. Ele nem levou em consideração nossa família e fez um interrogatório particularmente desagradável. Imagine: pessoas de sangue puro sendo submetidas a tal humilhação! Naturalmente não havia nada que ele pudesse comprovar contra ela. Do jeito que as coisas andam não vai demorar para que uma bruxa seja proibida de fazer magia até mesmo dentro da própria casa!

Tenha um bom ano escolar.

Com saudades.

Mamãe Black.”