A Breve História de Regulus Black escrita por Mrs Borgin


Capítulo 31
31. Fazendo as pazes




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Fazendo as pazes

Passados dois dias, Regulus sentiu falta do irmão e o procurou no quarto. Estava se sentindo culpado pelo castigo do irmão. Bateu na porta e pediu para entrar, mas Sirius o desdenhou:

— O que o queridinho da mamãe quer?

Regulus não respondeu, deu meia volta e voltou aborrecido para o seu quarto. Seu pai o havia orientado a dar um tempo em suas pesquisas, uma vez que havia recebido uma correspondência do Ministério alertando os pais da suspeita de execução de magia por menor de idade em sua casa – o que, naturalmente, Orion e Walburga facilmente contornaram.

Na véspera do final das férias, Regulus voltou ao quarto do irmão. Bateu na porta:

— Posso entrar, Sir?

Ele ouviu os passos do irmão se aproximando e depois o som da fechadura se abrindo. Sirius abriu a porta, mas não disse nada. Ele ainda estava chateado com o irmão, não somente por permitir que ele ficasse de castigo quando sabia que Sirius só enfrentara a mãe por receio que Regulus estivesse fazendo algo potencialmente perigoso, mas também por Regulus não ter compartilhado com ele o que estava fazendo. Emburrado, Sirius voltou para sua cama e se sentou, encostando-se na cabeceira. Cruzou os braços, mordeu os lábios e ficou olhando para o irmão com olhos arregalados. Regulus se aproximou, entendeu a expressão do irmão, engoliu em seco. Cheio de sentimento de culpa, olhou à volta à procura de algo que pudesse ajudá-lo a se aproximar de seu irmão. O quarto de Sirius estava uma bagunça, havia livros espalhados por todos os lados, roupas sujas pelo chão e pratos sujos sobre a escrivaninha. Então ele pegou um dos livros que estava no chão e comentou:

— Não acredito! Você estava lendo?

— O que mais eu poderia fazer aqui neste quarto?

Os dois ficaram mais alguns minutos em silêncio. Então Sirius perguntou:

— Você não aprendeu nas aulas do professor Flitwick os feitiços que executou no trem, não é mesmo?

Regulus olhou para Sirius e sorriu. Sabia que o irmão estava tentando quebrar o gelo entre os dois.

— Não... Aprendi com... – ele baixou a voz – Snape.

— Ranhoso?

— Sirius, não sei porque você implica tanto com ele. Tá certo, ele não é a pessoa mais engraçada do mundo ou a mais cordial, mas é um bom amigo. Ele é incrível! Acho que venceria qualquer um num duelo! Vocês poderiam ser bons amigos, sabe?

— Eu e o Ranhoso? Você enlouqueceu? Ele é sinistro, não gosta de trouxas, tem uma queda por artes das trevas, anda com gente mal-encarada, veste umas roupas que nem nosso tatara-tataravô iria querer ter no armário...

— Ele anda com quem não tem preconceito contra sua aparência! Acho que você está sendo leviano, Sir... E eu acho muito estranho um Black que fica azarando os outros pelos corredores sem o menor pudor ficar julgando qualquer outra pessoa que faça o mesmo! E tem mais: a melhor amiga de Snape é trouxa. Ele contou, ela é da Grifinória e mesmo assim ele mantém a amizade...

Sirius franziu a testa:

— É... e você também continua sendo meu irmão favorito, mesmo sendo da Sonserina.

— Você às vezes é tão bobo, Sir! – Regulus disse, sorrindo.

— Reg, o que você fica fazendo em seu quarto? Que palavras estranhas são aquelas?

— Treinando feitiços... ahn, quer dizer, tentando descobrir como se inventa um.

— Deu certo?

— Até agora, não... Vou insistir um pouco mais.

— Pobres camundongos... Que língua você tava falando?

Regulus engole em seco, não queria quebrar a promessa que fizera a Snape, por outro lado, era impossível mentir para Sirius. O irmão, de alguma forma, sempre acabava descobrindo.

— Bem, observei que os feitiços são uma combinação de línguas antigas. Então estudei um pouco de inglês arcaico e latim. Mas não sei quando usar um ou outro. Acho que galês, alemão... sei lá... Ainda estou tentando.

Sirius levantou a sobrancelha, pensativo:

— Muito bem pensado, Reg. E porque você não me disse antes?

— Bem, desde que você ficou de castigo, você não quis falar mais comigo, lembra?

— ah, é.

Então Regulus conseguiu desviar o assunto:

— Belos pôsteres!

— É, um dia ainda terei uma dessas, - disse Sirius, olhando para uma das muitas motocicletas que reluziam na parede.

— Mamãe iria enlouquecer!

— Cá entre nós, não falta muito para isso...

Os dois riram descontraidamente.

— Porque está tudo tão sujo aqui, Sir?

— Parece que Kreacher está chateado por eu ter enfrentado Dona Walburga, ele me disse algo como “Sirius é um mau filho, pobre senhora Dona Walburga, tão bondosa faz tudo para o filho e ele aponta a varinha. Mas a senhora é misericordiosa e manda Kreacher trazer comida para o mau filho. Kreacher traz, mas Kreacher não vai limpar, não.”

Regulus ri muito da imitação que o irmão faz de Kreacher, pensando que para ser igual, só lhe faltavam as orelhas de morcego. Então os dois passaram o dia jogando xadrez de bruxo, rindo e fazendo piadas, como se nunca tivessem se desentendido antes, como dois verdadeiros irmãos.


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