A Breve História de Regulus Black escrita por Mrs Borgin


Capítulo 25
25. Prêmio




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Prêmio especial por serviços prestados à escola

Por entre as pálpebras mal fechadas, Regulus viu se aproximarem dele quatro adultos mascarados, vestidos com capas longas e pretas, que remexiam nos alunos procurando por algum em especial. Ele engoliu em seco e permaneceu imóvel, não conseguindo fechar os olhos totalmente, tamanha era sua curiosidade.

As mãos brancas e macias de uma mulher pegaram em seu braço firmemente. Ela riu. Imediatamente ele identificou aquela risada: era sua prima Bellatrix. Ela o olhou nos olhos e ele a encarou e tomou coragem:

— Bella, o que está acontecendo?

— Não é da sua conta, priminho. Continue aqui quietinho.

— Mestre! Encontramos! – dizia uma voz rouca e grave de um homem que se aproximava. Regulus tentou ver com quem ele falava e viu somente um homem alto de capa verde escura que estava a poucos metros de costas para ele. E no instante seguinte não estava mais, havia desaparatado. Gesto este que foi seguido por seus seguidores de capa preta, Comensais da Morte.

Era a primeira vez que via Comensais da Morte. Era como se visse personagens de um livro materializados em sua frente, um misto e de euforia e receio tomou conta de seus pensamentos.

Regulus levantou-se e seguiu pelo corredor, observando os alunos que continuavam imóveis. Em uma cabine especialmente lotada estava Sirius e seus amigos, além de outros alunos e alunas da Grifinória, caídos uns sobre os outros. Regulus se aproximou do irmão, tomando cuidado para não pisar em ninguém. Ergueu do chão sua cabeça e chamou:

— Sirius! Sirius! Acorde!

Mas Sirius não acordou. Regulus pegou sua varinha e apontou para o irmão:

Finite Incantatem!

O feitiço não funcionou.

— Sirius, acorde!

Ele gritou. Então ele se lembrou da primeira vez que viu Snape estuporar Rosier: Steve havia feito outro feitiço:

Ren... Renn... Rennervate!

Sirius acordou e olhou Regulus com espanto:

— Regulus?!

— O que aconteceu, Sir?

— Não sei, estávamos comemorando a taça das casas e de repente apareceu no trem um homem de capa verde que ergueu a varinha e lançou um feitiço de luz cor de laranja. Foi a última coisa que vi.

— Caramba! Com um feitiço só ele pôs todo mundo pra dormir?!

Então Sirius olhou para os lados e viu seus amigos todos ainda desacordados.

— Como você fez para me acordar?

— Ah, um feitiço. Assim, ó: Finite Incantatem!— ele disse, apontando a varinha para Lupin, que acordou no mesmo instante. Sirius pegou sua varinha e lançou o feitiço em James, depois em Peter, achando graça de suas expressões atordoadas ao acordar. Remus levantou-se também e refizeram o feitiços várias vezes até acordarem quase todos na cabine.

Regulus seguiu calmamente pelo corredor, repetindo o feitiço, acordando os alunos que encontrava. Ao passar por Richard, achou que seria interessante mantê-lo dormindo por mais tempo e acordou sua irmã, que estava caída ao lado dele e, sem dizer uma palavra, continuou caminhando. Já havia acordado tantas pessoas que se dava ao luxo de escolher um ou outro para deixar dormindo por mais tempo, divertindo-se com o poder que agora tinha nas mãos.

Ao chegar na cabine onde estava Alice uma cena o incomodou: ela estava desmaiada sobre os braços de um aluno do quarto da Grifinória. Poderia ser uma coincidência, ela simplesmente estar próxima a ele quando desmaiou. Mas a cena era muito desconfortável, assim Regulus saiu da cabine aborrecido, sem acordar ninguém. Estava adiante quando resolveu voltar. Pegou Alice no colo e cuidadosamente a tirou de cima do outro garoto, a deitou no assento e desfez o feitiço. Alice perguntou:

— Que aconteceu, Reg?

— Não sei, Al. Parece que alguém lançou um feitiço e todos dormiram. Estou acordando o pessoal. Quer ajudar?

Ele perguntou e apontou a varinha para uma garota da Lufa-lufa:

— Finite Incantatem.

Alice o olhou com admiração, enquanto ele acordava os outros na cabine.

— Bem, tem mais gente dorminhoca por aí. Depois a gente se vê. – e dizendo isso, entrou na cabine em frente, orgulhoso de si.

Quarenta e cinco minutos depois, todos estavam acordados e haviam voltado para suas cabines. As histórias que se ouvia pelos corredores eram as mais improváveis possíveis, mas muitos afirmavam ter visto Lord Voldemort entrar no trem e atacar a vendedora de doces e depois voltar-se para multidão de alunos que fazia festa no trem, erguer a varinha e lançar um feitiço que lançava algo como uma explosão cor de laranja – tal e qual Sirius havia dito. Regulus permaneceu calado até que seus companheiros voltaram para a cabine e fecharam a porta. Ele contou aos amigos:

— Eu saí logo atrás de vocês, mas quando vi a mulher dos doces no chão a levei pra dentro de uma cabine, depois quando voltei para o corredor todos já estavam dormindo. Então eu ouvi passos e me escondi. Vocês não vão acreditar! Eram comensais da morte!

Regulus não quis contar que vira a prima entre eles, pois não tinha certeza da natureza do que havia acontecido. Os outros três ficaram pasmos. Então, como quem narra a maior da aventuras, ele continuou seu relato:

— Então um gritou que havia encontrado algo e sabem quem estava lá? Lord Voldemort! Em pessoa! E depois eles foram embora. Não sei porque ele veio até aqui, somos só um bando de crianças...

— Hum... acho que eu sei. Olhe o Profeta de hoje cedo: “Você-Sabe-Quem; Lord das Trevas, ou Lord Voldemort não existe. – afirma Winkus Oddpick, colunista do Profeta Diário. P.12.” é uma matéria meio extensa, mas eu já li. Olha só: “Este colunista afirma que o Lord das Trevas é uma invenção de meia dúzia de arruaceiros que se sentem no direito de fazer justiça com as próprias mãos. E escondidos sob o manto de um personagem fictício, eles têm promovido o horror entre os trouxas e na comunidade bruxa pró-trouxa, ameaçando a nossa condição de não exposição ao mundo trouxa, por puro prazer imoral e amoral de desfazer a ordem e afrontar o Ministério da Magia.” Viram? Eu acho que ele quis aparecer para que todos nós pudéssemos ver que ele é real e sair falando por aí… - Disse Jack.

— E mostrar que é muito poderoso! Botou todo mundo para dormir com um único feitiço! – completou John.

— Pera aí: Winkus Oddpick não é o pai daquele garoto chato da Lufa-lufa, o Reginald? Será que… - Mas Regulus não precisou terminar sua questão. Naquele mesmo momento um garoto da Lufa-lufa colocou o rosto na porta e perguntou:

— Vocês viram o Reginald?

Os quatro garotos chacoalharam a cabeça respondendo: não. Jack escondeu o jornal rapidamente. Quando o garoto fechou a porta, eles permaneceram em silêncio por alguns minutos. Até que Regulus perguntou sussurrando:

 - O que vocês acham que vão fazer com ele?

— Não sei… será que vão matá-lo? – perguntou Theodor.

— Claro que não! – afirmou Regulus, lembrando-se que sua prima estava entre os comensais e ele não achava que ela faria uma coisa destas. – devem estar somente dando um susto no pai dele...

— E na mãe trouxa dele... – terminou John.

— Mas também, você viu o que escreveram do Lord das Trevas? Quanta insolência e ousadia! Vocês precisam ver o resto da matéria! Esse tal de Oddpick precisava mesmo de uma lição. – emendou Jack, balançando a cabeça.

E Jack, John e Theodor continuaram uma conversa inflamada sobre as barbaridades que o jornalista havia escrito sobre os Comensais da Morte. Mas, mais uma vez, o pensamento de Regulus estava em outra dimensão. Ele só conseguia pensar em duas coisas: o quão poderoso Lord Voldemort era para conseguir enfeitiçar quase todos no trem de uma só vez e a sensação que ele também tinha experimentado ao acordar mais da metade dos passageiros do trem usando apenas sua varinha – o quê, em seus devaneios, quase o igualava em termos de poder ao próprio Voldemort.

Poucos minutos mais tarde, o trem ficou cheio de Aurores, além do diretor de Hogwarts, Alvo Dumbledore. Regulus aguardou o inevitável com apreensão, e como ele previra, não demorou muito para que o diretor viesse até ele conversar. Alvo Dumbledore apareceu na porta da cabine, com uma ruga de preocupação na testa, as mãos remexendo a ponta de sua barba grisalha, que atingia a altura de seu peito.

— Com sua licença, meninos. Posso entrar? – ele disse retoricamente enquanto entrava – Regulus Black, várias pessoas aqui contaram que você foi o grande herói do dia, desfazendo o feitiço lançado por Lord Voldemort repetidas vezes até que não restasse um só aluno desmaiado no trem. – ele fez uma pausa e sorriu. – você confirma isso?

— Bem, eu não posso dizer que vi quem lançou o feitiço para que todos dormissem. Na realidade, nós estávamos aqui na cabine quando ouvimos uma gritaria vinda de outro vagão. Ficamos curiosos e fomos ver, a gente achava que era uma festa. E era, o pessoal da Grifinória estava comemorando a taça das casas, a escola toda estava lá... então no meio do caminho nos deparamos com a senhora do carrinho de doces desmaiada, os meus amigos seguiram para ver a festa e eu parei para ajudar, tirá-la do caminho... então entrei na cabine com ela e quando voltei estava tudo silencioso. Quando vi que todos estavam desmaiados, fiquei escondido no meio deles. Eu não sabia o que podia acontecer. Então apareceu umas pessoas vestidas de preto que remexiam nos alunos, eu fingi que estava desmaiado e ninguém me notou. Aí um deles gritou que havia encontrado algo e o outro de capa verde escuro disse para irem embora então, e eles desaparataram no mesmo instante. Aí fui ver meu irmão, chamei ele e como ele não acordava, desfiz o feitiço que o fazia dormir. Deu certo, então fui acordando os outros também. Foi só.

— Qual feitiço você usou?

— Finite Incantatem.

— Perspicaz. – disse Dumbledore, levantando as sobrancelhas e o olhando dentro dos olhos. – e muito corajoso, Regulus Black. Acho que o chapéu seletor poderia ter mandado mais um Black para Grifinória... – e vendo o desconforto que este comentário causara em Regulus, o diretor se corrigiu – estava apenas brincando, sei que temos alunos e alunas de muita coragem em todas as casas. Bem, seus pais serão informados de sua bravura e lhe concedo um prêmio especial pelos serviços à Escola. – dizendo isso, Dumbledore conjurou uma medalha com o brasão de Hogwarts estampado e a fixou no peito do aluno.

Dumbledore sorria e Regulus sorriu de volta. Nunca se sentira tão bem em toda sua vida.


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