A Breve História de Regulus Black escrita por Mrs Borgin


Capítulo 20
20. Três garotas




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/745463/chapter/20

Três garotas

No dia seguinte a empolgação dos garotos era tanta que durante o café da manhã Steve e Rosier se aproximaram deles:

— Garotos, eu não sei se vou conseguir a autorização da professora para que vocês tenham aulas de quadribol como prometi. – falou Steve.

— Aulas de...? – Ia perguntando Theodor, quando Regulus lhe deu um cutucão com o cotovelo para que se calasse.

— Então, não sei se vai ser possível um próximo encontro se continuarem fazendo todo este estardalhaço, pois aí toda a escola ia querer participar e isso seria inviável. Compreenderam?

Jack, John, Regulus e Theodor assentiram com a cabeça e depois permaneceram calados até o final da refeição.

Enquanto desciam à orla da floresta onde teriam aula de Trato das Criaturas Mágicas com o professor Silvanus Kettleburn, Theodor perguntou a Regulus, em voz baixa:

— Vamos mesmo ter aulas de quadribol com Steve?

— Pelas barbas de Merlin, Ami! Onde você deixou seu cérebro hoje? É claro que ele estava falando do clube, eu disse para vocês falarem baixo durante o café da manhã, mas ninguém quis me escutar... Agora nem sei se eles vão querer que a gente volte...

— Que exagero, Reg! Porque eles iriam fazer isso?

— Não é óbvio? Se eles quisessem que todo mundo ficasse sabendo, colocariam no quadro de avisos um cartaz em letras brilhantes! – Disse Regulus, esforçando-se para não gritar com o amigo para não magoá-lo nem chamar atenção demais para si.

Com o recado de Steve os quatro garotos acabaram por ficar anormalmente calados durante a aula. Isto permitiu que eles ouvissem a conversa animada de três alunos da Grifinória, a respeito de suas expectativas sobre próximo jogo de quadribol, que estava marcado para o sábado, ou seja, o dia seguinte:

— Eu espero que Potter pegue o pomo rapidinho, para não dar este gostinho para ela... – disse um garoto de pescoço comprido.

— Não, ele precisa demorar para dar tempo dela cair da vassoura... Vai ser mais divertido! – Ponderou o outro.

— Se eu estivesse jogando, meteria um balaço bem na orelha dela! – disse o terceiro.

Amifidel olhou para Black e sussurrou:

— Você não acha que eles estão falando da...

Não foi preciso terminar a frase, o garoto de pescoço comprido falou:

— Eu acho que ninguém vai se atrever a jogar um balaço nela, o não-sou-inteligente-mas-meus-punhos-falam-por-mim Richard, o irmão dela, prometeu demolir quem machuca-la...

— É, eles estão falando da Rachel... Amanhã vai ser Corvinal e Grifinória...– constatou Regulus, torcendo o nariz.

Já não tinha certeza se os alunos mais velhos iriam deixá-los voltar ao clube de duelos, agora a notícia de que Rachel iria jogar contra Grifinória no dia seguinte o que poderia leva-la à glória de ser responsável por seu time ganhar o jogo o deixou bastante desanimado. Mas isso durou pouco, pois logo deixou-se levar pela conversa dos meninos da Grifinória descrevendo possíveis quedas e imitando o rosto de Rachel ao ser acertada por um balaço. Apesar de se esforçar muito, não conseguiu evitar uma gargalhada, o que lhe rendeu um pergaminho extra de lição para entregar na aula seguinte.

— Nunca um pergaminho valeu tanto a pena, - comentou com Ami, ainda rindo da possível queda de Rachel – faria mais duas páginas se isso garantisse que as previsões de Tiberius McLaggen... aliás, hilárias!!! Ele e o Timothy Spinnet são muito engraçados...

E seguiram o caminho para o castelo. Regulus mal conseguia conter a ansiedade por vê-la jogar no dia seguinte. Como sempre estava cercado por John, Jack e Theodor, então passara o restante do dia fazendo imitações do que poderia ser Rachel tateando um pomo de olhos vendados ou levando um balaço na testa, o que levava os amigos ao delírio. Regulus, mais uma vez sem perceber, estava falando em Rachel sem parar.

O dia seguinte amanhecera chuvoso o que animou ainda mais Regulus e seus amigos, pois a chuva aumentava a possibilidade de algo dar errado. Então, logo depois do almoço eles caminharam animados no meio da multidão de alunos ensopados. Neste momento Regulus viu seu irmão com seus inseparáveis companheiros, a tinta vermelha e dourada escorrendo pelo rosto de Sirius que ria animadamente. Regulus acenou para ele e depois confessou, baixinho, para Theodor:

— Sabe qual a única coisa ruim de tudo isso?

— Não. O que é?

— Se eu torcer para ela cair ou não conseguir pegar o pomo estarei torcendo para que James ganhe a partida... acho que vou torcer por um empate.

— Eu vou continuar torcendo para que ela coma muita lama hoje quando cair da vassoura...

Quando subiram as arquibancadas do estádio de quadribol na área reservada para Sonserina, se encontraram com Emma, Steve e os outros jogadores de sua casa. Emma acenou para Regulus e indicou ao seu lado um lugar vago, que ele aceitou e agradeceu com um sorriso no rosto. Pelo menos a partida teria alguma coisa de bom. Na fileira de trás sentaram-se Jack, John e Theodor.

A professora Rollanda Hooch apitou o início da partida e todos se empolgaram gritando, torcendo ou vaiando. A chuva aumentara e pouco conseguiam ver do que realmente acontecia no jogo. O narrador tampouco conseguia ver, então as informações que eles tinham eram bastante imprecisas. Ao seu lado, Emma elogiava Rachel a todo instante, verdadeiramente impressionada com a habilidade da outra garota. Ele não queria admitir, mas concordava com Emma: Rachel estava voando assustadoramente bem, e Regulus notara, seus cabelos loiros molhados, a deixavam ainda mais bonita – o que, ele pensou, obviamente, que não admitiria nem sob tortura.

Um balaço foi rebatido por Richard em direção ao local onde Regulus estava, então ele precisou se inclinar sobre Emma para não ser atingido. Neste momento ele sentiu seu calor e seu perfume, o que ele achou extremamente agradável, passando o restante do jogo encostado nos ombros da colega.

A partida já durava quase duas horas e a chuva havia dado uma trégua quando Regulus viu o pomo. Ele estava a poucos metros à direita de Rachel, mas ela não havia percebido. James fez um looping exagerado próximo à ela, guinando para esquerda, para fingir que vira o pomo em outra direção. Neste momento Regulus não conseguiu se conter:

— Rachel, não! O pomo está do seu lado! – ele gritou.

Rachel virou a cabeça para ver Regulus, batendo de frente contra o próprio irmão e então, ela caiu.

— Aresto Momentum...

Ouviu-se a professora Hooch gritar, porém era tarde demais: Rachel caia com a boca no chão, comendo lama como havia desejado Theodor. Aproveitando a confusão, James pegou o pomo e a partida foi encerrada por 180 a 50. A plateia toda explodiu em comemorações, por causa da vitória da Grifinória e também pelo tombo de Rachel.

Regulus deixou o estádio sendo cumprimentado por várias pessoas, como se ele tivesse chamado a atenção de Rachel de propósito para que ela caísse. Embora sorrisse para todos, no fundo de seu peito ele estava angustiado, preocupado com Rachel, então deu um jeito de sumir no meio da multidão e ir para as masmorras se secar.

No meio do caminho, encontrou com Alice:

— Oi Alice. – ele disse ofegante.

— Oi Reg. Você não fez aquilo de propósito, fez?

— Claro que não! – ele defendeu-se, mas ao ver que Alice pareceu desanimar com sua resposta, ele explicou – nunca ia querer machucar uma garota.

— Eu sei que não... À propósito, você parece estar se tornando muito popular entre as garotas, não?

— Eu? – Então ele percebeu que ela deveria tê-lo visto com a Emma – ah, você está falando da Emma Vanity?

— É, vi você assistindo o jogo com ela...

— Ah, ela é só uma boa amiga. Estava me dando alguns toques sobre quadribol. Ela é a capitã do nosso time, você sabe, não sabe?

Sua resposta pareceu satisfazer Alice, que sorria para ele com seu sorriso de sempre, embora molhada pela chuva que voltara a cair. Os dois apressaram o passo. Ao entrar no castelo, Regulus perguntou:

— Porque a gente não se encontra amanhã aqui para conversar um pouco? Amanhã é seis de maio...

— Eu sei... e o que tem dia seis de maio?

— Ah, meu aniversário... - ele respondeu, um pouco sem jeito.

— Que legal, Regulus! Depois do almoço, então?

— Perfeito. Amanhã, depois do almoço.

Então Regulus continuou seu caminho para a masmorra da Sonserina, agora com um enorme sorriso no rosto. Após o banho, Rele foi se deitar sem ir para o salão principal jantar. Queria um pouco de sossego, relembrar a partida, o perfume de Emma, o sorriso de Alice, os olhos de Rachel.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Breve História de Regulus Black" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.