A Breve História de Regulus Black escrita por Mrs Borgin


Capítulo 151
151. Cabo de guerra


Notas iniciais do capítulo

Desculpe pelo capítulo um tanto quanto longo. Optei por não quebrá-lo em duas partes, pois lhe roubaria um pouco da emoção. Tome fôlego e divirta-se! Aproveite para aprender um pouco de estratégia... hehehehe E, se quiser, me ensine mais algumas em seu comentário! Bjs



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Cabo de guerra

O grupo se reuniu em torno de Regulus, alguns membros visivelmente desanimados com o resultado do dia anterior. Um grupo de alunos do primeiro ano bocejavam enquanto se aproximavam demonstrando algum interesse. Regulus tentou manter o sorriso no rosto, para encorajar o time, mas a poucos metros de onde estavam, se reunia o time de James Potter, que falava quase aos berros seu recado:

— Ontem nós tivemos um exemplo do que é um verdadeiro trabalho em equipe e o resultado nos colocou em primeiro lugar. Eu não posso dizer que a tarefa de hoje não me assusta, pois qualquer jogo em que a força bruta dos jogadores tem mais importância do que sua capacidade intelectual e sua habilidade de manejar a varinha nos coloca em uma posição de desvantagem. Mas não temam: nós encontraremos uma maneira de colocar a força do oponente ao nosso favor e juntos vamos cantar o hino da vitória! – finalizou James, suas últimas palavras pronunciadas mais enfaticamente que as primeiras, chamando a atenção de todos os estudantes ao redor, inclusive das outras equipes.

Não só Pettigrew, mas todos os membros da equipe da Acromântula haviam se voltado para James, o que irritou Regulus o bastante para que ele tomasse o desafio como algo pessoal. Ele havia de vencer. E James engoliria seu orgulho tolo!

— Amigos, como bem nos lembrou o capitão do outro time, temos um jogo bastante interessante pela frente. Um jogo em que a força física é levada em conta junto com a audácia e a estratégia, coisas das quais entendemos bem. Não há o que temer. Mas o resultado não virá sem esforço, é preciso que continuemos unidos. Temos a vantagem de termos os quatro mais fortes e habilidosos batedores dos times de Quadribol de Hogwarts, as mãos habilidosas e o pensamento rápido dos membros da nossa equipe que nos fez vencer a primeira tarefa, pois fomos os primeiros a completar a bandeira... Não temam, vamos pensar juntos e usar o que cada um tem de melhor! Por favor, me sigam até a orla da floresta proibida, onde vamos nos sentar e decidir as melhores estratégias. Vamos!

Regulus virou as costas e começou a andar decidido, em direção à floresta. Não demorou muito para que ele percebesse que nem todos os membros do time o estavam seguindo. Ele parou e se virou para ver o que estava acontecendo. Alguns membros de sua equipe tentaram disfarçar, olhando para o outro lado ou para o chão. Regulus reparou que tinham os ombros caídos e um ar de desânimo parecia ter tomado conta deles.

— Pessoal. Eu não sei muito bem quem me contou essa história, mas alguém me falou o seguinte: Eu não posso lhe prometer que vamos vencer a tarefa de hoje, mas eu tenho certeza que sem a colaboração de vocês isso será impossível! Acreditem em vocês: eu acredito! Olhem, - disse ele, voltando-se a uma menina miudinha, encostada na parede olhando para o chão, uma das poucas alunas da Lufa-lufa em seu time - Sabrina é pequena, parece frágil, mas faz excelentes tranças em seu cabelo. Aposto como saberá nos ensinar a tecer uma ótima corda!

A garota olhou para ele, suas mãos se ergueram e tocaram, instintivamente as tranças de cor castanho claro que desciam ladeando seu pescoço. Ela sentiu seu rosto arder e ela sorriu timidamente, espantada por ter sido percebida pelo charmoso líder da equipe – que havia lembrado de seu nome. A menina desencostou seu corpo da mureta e se caminhou até ele. Regulus sorriu para ela e então tornou a olhar ao redor em busca de um novo alvo. Mais adiante, um garoto segundo-anista ruivo da Sonserina, tirava, distraidamente, meleca do nariz. Regulus aguardou que ele tirasse o dedo do nariz para não deixá-lo em situação embaraçosa e falou:

— Vejam Harvey. Talvez vocês não saibam, mas eu já o vi jogando xadrez de bruxo. É um dos melhores estrategistas que essa escola já teve, posso garantir! Tenho certeza que os outros líderes vão tremer quando souberem que Harvey está em nosso time!

Harvey limpou a meleca de seu dedo na dobra da calça, discretamente, empertigou-se e caminhou decidido em direção a Regulus, como se desfilasse.

— Agora vamos, vocês todos: Evan, Gabriel, Millie, Daisy, Owen, Bobby, Zoe, Seth, Finn, Maya, Phoebe, Madison, Jude, Megan, Hugo. O time precise de vocês!

Os alunos se entreolharam e caminharam para se unir a Regulus. Os outros integrantes do time já caminhavam em direção à orla da floresta, conforme combinado.

Não demorou para que o time todo estivesse mais uma vez reunido e agora, um tanto quanto barulhento, devido aos comentários animados que o discurso de Regulus havia promovido. Todos lembravam-se de pelo menos uma qualidade que tinham ou que um amigo tinha que poderia ajudar o time a vencer a tarefa do dia e comentavam sobre isso com os outros.

Regulus bateu palmas para chamar a atenção de todos, novamente. Rachel apressou-se em se postar ao lado dele.

— Meus caros, como vocês sabem, a nossa tarefa é, como vocês bem sabem, fazer uma corda forte o suficiente que não se rompa.

— E que precisa ser agradável ao toque, pois temos que aguentar segurá-la com força com as mãos... – completou Rachel.

— Bem lembrado, querida – ele disse rapidamente, sorrindo para ela. Então continuou – Além da corda, também precisamos determinar a força que tem cada um e qual a melhor estratégia para dispor todos na fila, segurando a corda, de maneira que a gente consiga obter o máximo de cada um ... Vamos pensar primeiro na corda: quais materiais que vocês conhecem que são fortes e ao mesmo tempo agradáveis de segurar? sugestões?

— Cabelo! – gritou Sabrina. Os outros se empolgaram e várias sugestões foram feitas:

— Linha de costura!

— Lã!

— Cipós!

— Fibra de madeira!

— Teia de aranha!

Após algum tempo de discussão, decidiu-se que fariam uma corda mista, com lã, fios de cabelo, fibras de tecido e teias de aranha. E todos se espalharam em busca de material. Os alunos e alunas de cabelos mais compridos ficaram para doar parte dos cabelos. Rachel conjurou um baquinho, uma tesoura e um saco e postou-se ao lado do banquinho, um sorriso maldoso no rosto. Então pegou uma longa mecha de seu cabelo, mas não muito farta e a cortou, rente a raiz próximo a nuca e colocou a mexa dentro do saco de forma dramática.

— A minha colaboração já está no saco. Quem será o próximo?

Os outros membros cabeludos da equipe fizeram uma longa fila de frente para Rachel. Os olhos da garota faiscavam de maldade. Um a um ela foi cortando os cabelos de todos, sempre tentando convencê-los de doar mais do que haviam planejado.

Os garotos passaram a manhã toda recolhendo material, que acondicionaram em grandes sacos de estopa e penduraram em uma árvore. Severus lançou sobre eles um feitiço temporário de desilusão para que as outras equipes não roubassem seu materiam enquanto eles faziam uma breve pausa para o almoço. Na volta, Rachel notou que Regulus carregava uma grande sacola, que ele se recusou a contar o que continha. Isso deixou-a um pouco incomodada, ainda mais que, assim que retornaram para trançar a corda, ele procurou a pequena Sabrina e pediu a ela que ensinasse os outros a trançar transformar todo o material recolhido em mechas para fazer uma corda.

O grupo seguiu trabalhando em harmonia, sob os olhares cuidadosos de Sabrina, que orientava a melhor maneira de segurar as mechas, torcer levemente e acrescentar mais material, transformando os tufos de materiais diversos em seis fios alongados que aos poucos se enroscavam e iam formando uma corda roliça de cor escura. Algumas horas depois, a equipe, exausta, terminou de trançar o último metro da longa corda, que continha, além de lã, teias de aranha e cabelos, fios de cobre feitos a partir de alguns caldeirões furados  tirados do lixo, fibra de couro de dragão, transformadas em longos fios, feitos a partir de luvas velhas que a professora Sprout gentilmente cedeu a Regulus. Os últimos centímetros de corda foram comemorados com entusiasmo.

Regulus checou o relógio: eram três da tarde. Ainda tinham duas horas e meia para bolar a melhor estratégia para vencer o jogo. Ele havia conseguido valorizar todo esforço e toda sugestão que os colegas de equipe faziam, pois sabia que isso era necessário para que todos quisessem estar ali e se dispusessem a dar o melhor de si. Mas ainda havia aqueles que, muito embora estivessem participando, não pareciam estar completamente envolvidos na tarefa. Como um bom líder, Regulus sabia que uma abordagem individual era necessária.

— Muito bem, pessoal. Todos se esforçaram muito hoje e fizemos uma ótima corda. Mas o dia ainda não acabou e ainda temos a prova propriamente dita. Cabo de Guerra, para quem ainda não sabe, é um jogo em que os membros das equipes se colocam em lados opostos de uma corda e a puxam. A equipe que conseguir puxar a outra além do limite pré-determinado vence.

— Um jogo para imbecis, eu diria. – falou Rachel.

— Aparentemente, querida, não há muita ciência neste jogo. Mas se todos nós só puxarmos a corda, vamos perder. Precisamos de estratégia, pensar como maximizar a nossa força, como suportar segurar a corda por bastante tempo sem soltar, como não ser puxado para frente... vamos nos dividir em quatro grupos e jogar um pouco, para ver o que conseguimos aprender com a experiência. Os nossos batedores serão os âncoras de time, então quero que façam filas atrás de Avery, Mulciber, Lampard e Broadmoor.

Os grupos rapidamente se formaram, Regulus manejou alguns garotos para que os grupos fossem de mesmo tamanho e falou:

— Agora vamos brincar um pouco.

Alguns alunos de adiantaram em pegar a corda que eles haviam feito.

— Pessoal, não vamos usar essa corda. Não temos outra e não podemos causar nenhum estresse nessa, vamos guardá-la para as competições. – Ele acenou a varinha e conjurou duas grossas cordas negras – Nós vamos usar essas para os testes.

Ele pediu que as equipes pegassem nas extremidades opostas das cordas.

— Ao meu comando vamos começar a puxar. Agora não vamos marcar vencedores, quero apenas que todos experimentem o que é puxar a corda, percebam como seus corpos ficam. Apenas percebam que não se pode colocar a corda sobre os ombros e devemos segurá-la com as duas mãos.

Ele correu para o fim da fila de uma corda, logo após Pettigrew.

— Um, dois, três! Puxem!

Todos puxaram as cordas com o máximo de força que conseguiam. Regulus contou mentalmente um minuto e gritou:

— Parou! Agora quero que cada grupo converse entre si e respondam: onde sentiram mais pressão? Em que momento que sentiram que iriam desabar no chão? Como cada um segurou a corda e como acham que ficaria mais confortável? Pensem em estratégias. Quem deverá ficar na frente e quem deverá ficar por último?

Os alunos formaram quatro pequenos círculos e trocaram suas experiências. Depois Regulus pediu que formassem um grande grupo para que discutissem o que haviam aprendido. Não foi difícil que percebessem a melhor maneira de segurar a corda, bem como perceber que uma pessoa mais forte na frente era útil para manter a tensão inicial, mas que uma pessoa mais forte no final era ainda mais útil para evitar que o grupo fosse para frente. Também falaram coisas sobre a posição das pernas e a inclinação do corpo, pois conseguiam maximizar a força usando o próprio peso. Regulus foi cuidadoso ao pedir nominalmente para que cada um dissesse suas impressões e valorizou cada opinião, por mais irrelevante que fosse.

— Muito bem. Agora que já decidimos como deve ser a ordem de força na corda, precisamos determinar quem é, efetivamente o mais forte. E nem sempre tamanho é documento. Como vamos fazer isso?

Após alguma discussão, decidiram que iriam primeiro testar a força individual de cada um, depois dos pares, trios, quartetos, quintetos, dispondo os membros da equipe de diversas maneiras ao longo da corda para ver o que dava melhor efeito. Ao final de uma hora e meia, já haviam conseguido determinar que todos de um lado só da corda era mais efetivo do que alterernar os lados, bem como colocar um mais forte na frente, um no meio e dois ao final da corda era melhor que deixá-los todos juntos. Então Louis Avery ficaria na frente, Elizabeth Lampard (a brutamontes batedora da Corvinal) ao centro, Richard Broadmoor e Caspar Mulciber no final da corda, os outros membros da equipe foram dispostos alternando fortes e fracos de modo decrescente das extremidades para o centro da fila. O garoto Harvey foi convidado a ficar de fora da corda, para dar os comandos para fazer força, de modo que todos puxassem a corda ao mesmo tempo, em pulsos de força, ao mesmo tempo que se moviam levemente para um lado e para o outro ou para trás. Estava quase na hora do confronto com as outras equipes. Eles estavam cansados, ao mesmo tempo que ansiosos para começar logo.

— Pessoal, enquanto aguardamos o início da prova, gostaria que todos se aproximassem. Vamos sentar novamente formando um círculo no chão. Vamos aproveitar esses últimos minutos para fazer acertos de última hora.

Os garotos e garotas sentaram-se novamente em círculo, sobre a grama. Alguns sorriam, outros olhavam para Regulus, aguardando as orientações de última hora.

— Eu trouxe aqui um pequeno lanche para nós – continuou ele, abrindo a sacola, expondo uma boa quantidade de doces, sanguiches, chocolates e suco de abóbora engarrafado – sirvam-se e depois passem a sacola para o colega ao lado. Vamos precisar de um pouco de energia para essa tarefa. Não comam demais para não passar mal.

Enquanto a sacola passava e todos se serviam, Regulus olhou para frente. Sentado do lado oposto ao dele estava Pettigrew. Aquela era a hora. Pettigrew teria que colaborar e ele sabia como fazê-lo:

— Pettigrew, todos sabemos que seus melhores amigos estão em outra equipe. Acho que isso tem uma razão. Muitas vezes precisamos dar distância para enxergarmos com mais precisão... Eu sei como é viver ao lado de Sirius com todo o seu charme e sua presença. – Alguns alunos riram, outros imitaram grosseiramente alguns trejeitos de Sirius. Regulus aguardou e então continuou - Mas realmente não consigo ter a exata dimensão do que seja conviver com Sirius e James Potter, que me parece uma réplica de meu irmão... Imagino que eles ofusquem um pouco o seu brilho, não? – Pettigrew arregalou os olhos e fez um sim muito breve com a cabeça, Regulus segurou um sorriso. Estava chegando ao ponto que queria – O que quero dizer é: já que você está no nosso time, essa é a hora de mostrar a eles todo o seu potencial, de fazer sua estrela brilhar e mostrar o quanto eles perdem por não ouvir você!

Pettigrew se mexeu como se algo estivesse a lhe espetar o traseiro.

— O que quer saber, Black? – perguntou, finalmente.

— Quais as estratégias que James, como líder da equipe, vai usar?

Pettigrew pensou um pouco. Todos de sua equipe olhavam para ele com interesse, em silêncio, enquanto comiam. Então o garoto com cara de rato pareceu crescer, endireitou as costas, colocou os ombros para trás e olhou ao redor:

— James fará de tudo para nos intimidar e provavelmente irá orientar o seu grupo a fazer isso também. Seja com o olhar, seja em palavras. Ele vai elogiar as meninas para roubar a sua atenção. Então, meninas, se ele ou alguém de sua equipe, de repente dizer que você está linda hoje, seu cabelo é sedoso, seus olhos são como estrelas e que o coração deles batem por vocês, bem ... Esqueça isso, é uma emboscada. Isso é apenas estratégia para que você baixar a guarda e deixá-los ganhar.

 - Nós também podíamos fazer isso - disse Jack.

— Não, Jack, nós, as meninas podemos. Os meninos são mais fortes e deixá-los sonhando acordados vai dar mais resultado do que deixar aquelas meninas pernas de palito pensando em você, não são elas que vão puxar a corda com força .... e além disso, vocês são tão feios que será inútil, elas iriam rir e isso as deixaria mais fortes, porque vocês iriam ficar chateados ... - disse Rachel.

— Você está certa, Rachel ... Mas eu acho que não há nenhuma necessidade de você e as meninas fazer isso. Nós vamos ganhar de qualquer maneira - disse Regulus. Ele não gostava da ideia de sua namorada fazendo beicinho para outro rapaz. Aquilo estava fora de questão. - Pettigrew, você tem mais alguma coisa para nós?

— Ao mesmo tempo que ele vai tentar desviar a atenção das meninas, ele vai falar com cada garoto de modo a desmerecer suas qualidades ou irritá-lo de alguma forma. Tudo para tirar a nossa concentração. Assim como ele fez com Severus na tarefa de ontem. Já havíamos conseguido colher na floresta os ingredientes em tempo record e Severus é um dos melhores nas aulas de poções. James sabia disso, sabia que íamos ganhar. Então Sirius passou pelo caldeirão de Lily e jogou alguma coisa dentro dele, algo que desse um efeito estranho temporário e que não chegaria a arruinar a poção. Ele sabia que Severus iria ficar preocupado com Lily, em vê-la em apuros. Ao mesmo tempo que James sabia que se ele fosse ajudar Lily, Severus iria ficar bastante desconcentrado e poderia acabar errando a poção... E deu certo, não foi? Eu ouvi eles comentando ontem à noite no dormitório dos garotos... Só fiquei admirado que Slughorn não tenha percebido a ação de Sirius, ou ele não teria permitido que Potter ajudasse ela, já que no máximo duas pessoas poderiam atuar no preparo da poção... E Sirius jogou algo no caldeirão bem debaixo do bigode do velho Slug... Sirius é muito bom com essas coisas...

“Trapaça! Eu sabia que estava acontecendo algo estranho!” pensou Regulus, mas não comentou. Não queria que o assunto se desviasse. Naquele momento começou zumzumzum de conversas paralelas, então ele falou em voz alta:

— Bem, então o que você está nos dizendo é que James irá tentar nos vencer tirando nossa concentração? Perfeito! Então evitem olhar para o time em sua frente e...

Regulus aproximou sua cabeça de Rachel e pediu a ela que conjurasse pequenos tampões de ouvido.

— Usem isso durante a tarefa. Vamos parecer um pouco surdos, mas não o suficiente que não consigamos ouvir os comandos de iniciar o jogo e a condução de Harvey... E, pensando melhor... Vamos usar as armas dele contra ele. Minha ideia é a seguinte...

Regulus terminou as orientações.

— Pessoal, temos tudo para vencer. Acreditem em vocês, pois eu acredito. Me ajudem a levar essa corda para cima e animem-se. A vitória está próxima!

Os garotos subiram em fila o morro gramado em direção à entrada do castelo segurando a corda, onde a prova iria acontecer em poucos minutos.  Regulus e Rachel seguravam o final da corda e aproveitavam para observar os outros. Todos pareciam bastante animados e riam alto, na certeza de sua vitória, o que os dois comemoravam discretamente com beijinhos.

*

Após a testagem das cordas acerca do não uso de magia, peso e capacidade de resistir aos puxões, feitos pelos professores de Defesa contra as Artes das Trevas e de Feitiços, McGonagall sorteou a ordem dos jogos.

Os primeiros a se enfrentar foram o grupo de James de um lado e o de Davies do outro lado da pesada corda que o time de Davies, os Testralios, havia feito. James ganhou com facilidade, no primeiro puxão. Regulus notou que o grupo de Davies havia colocado os mais fortes da equipe na frente, e não inclinavam o suficiente o corpo para trás. Seria fácil vencê-los. Pelo sorteio realizado por McGonagall, os próximos a se enfrentar seriam o grupo de Davies e o de Regulus, o que o deixou tranquilo, já que o oponente estava bastante chateado com a primeira derrota. A corda que seria usada era a que eles haviam feito, o que ele lamentou um pouco, pois preferia usar sua corda contra o time de James e seu irmão.

Como era esperado, o grupo da Acromantula venceu os Testrálios (time de Davies, onde estavam também Alice e Longbottom) com facilidade. Aquilo encheu Regulus de satisfação, pois a imagem de Frank dando de cara no chão era algo que não tinha preço. Mas eles não tiveram muito tempo para comemorar. O time dos Dragões estavam à sua espera.

Regulus deu as últimas orientações à sua equipe:

— Lembrem-se do que combinamos. Vamos virar o feitiço contra o feiticeiro... todos em seus lugares. Fiquem atentos aos comandos de Harvey!

Rapidamente o time se dispôs ao longo da corda do time dos Dragões. Ela não era tão agradável de segurar como a que eles haviam feito, mas era um pouco mais leve, o que facilitava o trabalho, uma vez que já estavam cansados pelo enfrentamento anterior. O time todo cravou os pés no chão o mais que pode e ficou olhando para Harvey.

O time de James, os Dragões passaram rente aos jogadores do time da Acromântula, supostamente para dar um aperto de mão cordial. Nesse momento aconteceu o que Pettigrew havia previsto: vários garotos elogiaram as garotas do time de Regulus com palavras melosas, às quais elas já estavam avisadas, então não surtiu o efeito que esperavam. Os garotos, por sua vez, tentaram intimidar os outros. O time da Acromântula, usando os protetores de ouvido, apenas fingiram ter se ofendido, quando não haviam ouvido nada.

Assim que estavam todos a postos, madame Hooch apitou o início do enfrentamento. Os garotos da frente se olhavam, olhos nos olhos, com ferocidade. Os outros mantinham-se de olho na corda e nos braços de Harvey, que sinalizava para onde e quando deveriam puxar.

As duas equipes pareciam bastante equilibradas, sem dar pistas de cansaço. Foi quando James Potter gritou algo ofensivo sobre Mulciber, algo sobre seu suposto medo de ratinhos.

Harvey, nesse instante fechou a mão sobre a cabeça e o time de Regulus cedeu um pouco para frente. Os outros membros da equipe dos dragões gritaram outras coisas para desconcentrar o time da Acromântula e Harvey sinalizava com mais pulsos sobre a cabeça, ao mesmo tempo que os fazia girar levemente em sentido horário, uma vez que seguravam a corda do lado direito de seus corpos.

James, do outro lado, empolgava-se com os xingamentos, pois pareciam estar dando certo. Sirius ria abertamente, bem como os outros. Subitamente, Harvey abaixou os braços com força ao longo do corpo, gritando:

— Agora!

O time todo da Acromântula puxou deixou a corda ir levemente para frente e então puxou com toda a força para trás e para o lado, usando o peso dos próprios corpos para puxar a corda. Isso fez com que os Dragões perdessem o equilíbrio e caíssem uns sobre os outros.

— Vitória da Acromântula! – gritou Madame Hooch. O time da Acromântula soltou a corda e gritou sua vitória animadamente.

Pettigrew, Regulus notou, olhava para James e Sirius, sentados no chão. Por um instante pareceu encher-se de orgulho, depois abaixou a cabeça e foi na direção dos amigos, pedindo desculpas.

 


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Notas finais do capítulo

O discurso motivacional que Regulus usou, o trecho da história do Leão e da Gazela, é de autoria de Christopher McDougall , tirado do livro: Born to Run: A Hidden Tribe, Superathletes, and the Greatest Race the World Has Never Seen.
Original: “Every morning in Africa, a gazelle wakes up, it knows it must outrun the fastest lion or it will be killed. Every morning in Africa, a lion wakes up. It knows it must run faster than the slowest gazelle, or it will starve. It doesn't matter whether you're the lion or a gazelle-when the sun comes up, you'd better be running.”

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