Retornando a Hogwarts

Regulus estava tão feliz por estar de volta ao castelo que sorria sem motivo aparente, falava alto e gesticulava bastante durante o banquete do primeiro dia. As férias tinham sido realmente ótimas, mas estar ali sem a superproteção de sua mãe, de seu pai ou até mesmo de Sirius era uma sensação de liberdade indescritível.

Seus amigos John, Theodor e Jack lhe contavam animados suas aventuras nas férias de inverno, mas nada se comparava ao que ele havia vivido:

— Vocês tinham que ver quando enfeiticei algumas bolas de neve para acertar o trouxa que mora ao lado da casa de minha avó, ele não tinha ideia que era eu quem atirava as bolas porque elas vinham de todas as direções ... foi muito maneiro! Quase fiz xixi nas calças de tanto rir! – disse Theodor, balançando a cabeça.

— Você fez magia fora da escola? – perguntou John, preocupado.

— Bem, foi com a varinha do meu irmão, que é maior de idade. A gente recebeu uma notificação do ministério, mas quando eles checaram minha varinha e descobriram que o último feitiço que fiz foi durante a aula do professor Flitwick, eles acharam que haviam cometido algum engano. Minha avó até gritou para eles que deveriam estar atrás de Você-Sabe-Quem ao invés de se preocupar com crianças e suas molecagens.

— De fato. – concordou Jack – Falando em Você-Sabe-Quem, vocês sabem alguma coisa sobre ele?

Todos se voltaram para Regulus, esperando que ele trouxesse notícias frescas vindas de sua prima Bellatrix:

— Desculpem, tenho que desapontá-los. A última vez que vi minha prima foi durante o jantar na véspera de natal, na casa de minha avó e ela não contou nada. Aliás, o jantar foi bastante tumultuado, já que o Lucius Malfoy pediu a prima Narcissa em casamento e, em seguida, a prima Andromeda, irmã de Narcissa e Bellatrix, contou que o nascido-trouxa que ela namora também a havia pedido em casamento.

Os outros olharam para ele espantados:

— Ela não aceitou, aceitou? – Perguntou Amifidel.

— Quem? Andromeda? Claro que aceitou! Eu não disse que o jantar fora uma confusão?!

— Então você vai ter um nascido-trouxa na família? – Jack perguntou, indignado.

— Sim e não. Na teoria, sim. Mas a partir do momento que ela se casar já não será mais considerada da família. Aliás, já não temos notícias dela desde aquele dia.

— Tá, tá... Mas e Você-Sabe-Quem? Alguém sabe de algo? – questiona John, com a boca cheia de batatas amanteigadas.

— Aqui, olhem.

Amifidel pegou, debaixo de suas vestes, uma pequena pasta na qual ele havia guardado mais e mais recortes do Profeta Diário.

— Hei, aqui não. – Sinalizou (muttered) Regulus, baixando a pasta para debaixo da mesa novamente – tem sempre alguém olhando...

Neste momento Rachel se aproximou da mesa, acompanhada por mais quatro meninas de sua casa.

— Trazendo material proibido para o colégio, Black? – ela falou (teased) – ah, não, deve ser a coleção de chupetas do Amifidel... Olhem só como ele está preocupado que alguém veja...

Regulus e seus amigos, ao ouvirem a voz de Rachel, nem se deram o trabalho de se virar para ver quem falava. Regulus falou:

— Não enche, Rachel! Se não tem nada melhor para fazer, vá ver se estou lá fora...

— Para sua informação, Black, eu tenho mais o que fazer.

— Ah, sim, ficar no banheiro das meninas olhando se seu nariz está no lugar, porque diz que quem mete o nariz onde não foi chamado, acaba perdendo ele...

Rachel ignorou a provocação e falou o que tanto queria falar quando se aproximou da mesa da Sonserina:

— Não vou perder meu tempo com você, Black, tenho que me recolher cedo hoje, pois amanhã cedo vou ter treino de quadribol...

— Se eu fosse você, srta Broadmoor, tomaria cuidado para não cair da vassoura... – Regulus advertiu, embora não soubesse porque falara isso, já que não tinha motivo algum.

— Porque eu cairia, Black?

— Só estou avisando... – Respondeu Regulus, que achou melhor dar uma resposta vaga e plantar alguma dúvida ou receio na mente de Rachel do que inventar alguma mentira.

Isto pareceu ter exatamente o resultado que ele queria, pois ela voltou para a mesa da Corvinal parecendo levemente assustada.

— Porque você falou aquilo, Reg? – Perguntou John, curioso.

— Você está sabendo de algo? – Emendou Jack.

— Claro que não! Apenas quis assustá-la um pouco e fazer ela se calar. – Disse Regulus, sorrindo maliciosamente.

— Você é um gênio, Reg! Vocês viram a cara dela? Ficou com a maior dúvida! – Disse Amifidel, impressionado.

Regulus sorriu satisfeito, jogando sua cabeleira negra para trás, numa imitação do gesto que seu irmão fazia quando estava orgulhoso de si mesmo. O gesto lembrou de suas férias e os duelos noturnos:

— Preciso mostrar para vocês algumas coisas que aprendi nestas férias... – Ele disse, fazendo suspense.

— O quê? – Perguntaram os outros três ao mesmo tempo.

— No dormitório eu mostro. – ele disse, enquanto acompanhava com os olhos Alice deixando o salão principal acompanhada de suas amigas. Ao passar por ele, ela sorriu timidamente, abaixando os olhos em seguida, muito vermelha. Regulus suspirou. Realmente era muito bom estar de volta a Hogwarts.