A Breve História de Regulus Black escrita por Mrs Borgin


Capítulo 14
14. King's Cross




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King’s Cross

Sirius e Regulus estavam à porta do número 12, Grimmauld Place, poucos dias depois, despedindo-se de Kreacher que insistentemente tentava persuadi-los a levar lanche para viagem, embalados em sacolas de papel pardo.

— Aqui. Kreacher fez para vocês. Cookies e bolos de caldeirão, alguns doces... Peguem. Sr Sirius e Sr Regulus irão gostar.

Contrariado, Regulus pegou o saquinho que estava muito pesado para conter somente biscoitos, doces e bolos. Ele abriu o saquinho e percebeu que Kreacher estava tentando dar-lhes algunas garrafas de cerveja amanteigada.

Muito obrigado, Kreacher. Eles parecem deliciosos. Pegue sua sacolinha também, Sir. Você vai gostar.

Desconfiado, Sirius pegou a sua sacola de lanche, embora não fosse sua intenção pagar mico na frente dos seus amigos chegando à estação carregando lanche de casa.  Mas ao checar o conteúdo do pacote, agradeceu também a Kreacher pelo “esforço de lhes fazer tantas gostosuras”.

Tamanha amabilidade não deixou de ser notada por seu pai, Orion, que aguardava ao lado do carro, em frente à casa.

Entraram no carro que já estava carregado com sua bagagem e corujas, sentando confortavelmente no banco do novíssimo Rolls Royce preto que seu pai comprara com o único propósito de levá-los à estação. Seu pai, apesar de ser um bruxo muito tradicional, era também um ótimo motorista e lamentava que Walburga não gostasse de passear de carro, pois ele se divertia em dirigir em alta velocidade nas auto-estradas nos arredores da cidade. Ele aguardava do lado de fora do carro enquanto sua esposa dava as últimas recomendações sobre o almoço para a mãe de Kreacher, Flofy, uma elfo feia, encurvada de velhice e de olhar servil. Orion abriu a porta do carro para a esposa, ajudando-a a se acomodar, enquanto lhe dava um beijo carinhoso:

— Orion! Na frente dos trouxas! O que eles vão falar? – reclamou Walburga, franzindo a testa, contudo estava sorrindo levemente.

— Eles vão falar que seus vizinhos podem ser estranhos, contudo são amorosos e felizes.

E dizendo isso, ele fechou a porta do carro e deu a volta, tomando o cuidado de retirar os flocos de neve que se acumularam em seus ombros antes de entrar no carro.

— Prontos?

Os filhos responderam com um aceno de cabeça.

— Então, King’s Cross aqui vamos nós!

Orion havia enfeitiçado o carro para que não deslizasse na neve e, não fosse pelo trânsito especialmente caótico naquela manhã, teriam chegado em pouco tempo à estação. Os garotos conversavam animadamente no banco de trás, falando em código sobre suas aventuras noturnas com o pai, em seu clube secreto de duelos.

Sirius estava muito empolgado e orgulhoso pelo irmão e descrevia a noite anterior como a melhor de todas, pois finalmente Regulus e ele haviam se enfrentado num duelo e por pouco Regulus não havia levado a melhor.

— Reg, eu estou tão orgulhoso de você! Você quase me venceu! Você é tão rápido, tão ágil! Lembre-me de estar ao seu lado em uma batalha!

— Espero estar... Você ganhou de mim, não esqueça!  - Ele respondeu, sorrindo.

Sua mãe estava desconfiando um pouco daquela conversa, e começou a questioná-los sobre quais batalhas eles estavam falando, “xadrez, naturalmente, mãe”, então eles mudaram de assunto rapidamente.

Toda esta empolgação do irmão acendeu em Regulus uma chama muito viva dentro de seu peito, inflando-o como um balão de gás.

Após seu pai confundir um trouxa que estava prestes a pegar a última vaga para estacionar o carro próximo da estação, a família Black desceu do carro, o pai pegou as bagagens e as colocou sobre carrinhos, sem muito esforço, junto com as corujas. Os irmãos estavam muito alegres e conversavam alto, Sirius chamando a atenção de Regulus para algumas garotas trouxas que passavam, pois eram muito bonitas, o que deixou Dona Walburga extremamente contrariada. Os filhos riram ao perceber isso. Regulus, contagiado pelo irmão, disse:

— Garotas são garotas!

— Regulus Black! – a mãe chamou sua atenção, muito nervosa.

Ele percebeu que havia passado dos limites e desculpou-se de sua mãe, pouco antes de passarem no portal da plataforma 9 ¾.

A plataforma estava cheia, o trem sairia em 10 minutos. Após se despedirem de seus pais, Sirius pegou sua gravata da Grifinória e amarrou em sua cabeça, despedindo-se de Regulus brevemente e sumindo na multidão:

— A gente se vê por aí, irmãozinho.

Regulus respirou fundo e sentiu seu peito murchar, ele entendeu que a partir daquele momento eles deixavam de ser irmãos para serem alunos da Grifinória e Sonserina. Ele abraçou novamente seu pai e a mãe lhe deu um beijo na testa. Regulus estava se entregando à melancolia que o invadia toda vez que se separava do irmão quando avistou a menina mais bonita de Hogwarts entrando no trem: Alice. Se antes ele não queria deixar os pais pois sentia no fundo de seu coração que quanto mais demorasse para entrar no trem, mais se prolongavam as maravilhosas férias de inverno que tivera ao lado da família, agora se fazia urgente correr para pegar um lugar no trem, quem sabe próximo a uma certa cabine cheia de garotas da Lufa-lufa...


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