...Não deixe que o passado defina o seu futuro.

—Bom dia família linda. – Carlisle apareceu na cozinha de terno e gravata e Esme engasgou com o café.

—Vai voltar a trabalhar? – perguntou surpresa.

—Sim. Conversei com o Aro ontem e ele disse que meu escritório está livre e que já poderia voltar.

—Parabéns papai.

—Obrigado filho. Já era hora de voltar, fiquei muito tempo fora e por enquanto só vou pegar casos mais fáceis, mas vai ser excelente voltar.

—Estou tão feliz que nem sei o que dizer. – Esme o abraçou.

—Desculpa ter sido um péssimo marido, mas eu prometo que vou te recompensar.

—Só de te ver bem, já fico feliz. – Edward olhava com admiração para os pais. – E já que estamos nesse clima... Por que não me acompanha até o serviço filho? O Will tem horário marcado com o Dr. Carter, você pode vê-lo.

—Confesso que estou com saudades dele. A casa ficou tão silenciosa e vazia sem ele correndo e gritando por aí.

—É por isso que deve ir à luta filho. – Carlisle incentivou. – Um passo de cada vez.

[...]

—Bom Dia Dr. Carter. – Esme cumprimentou assim que entraram no consultório.

—Bom Dia Esme, está radiante hoje. Você deve ser o Edward. – Carter o cumprimentou. – Esme ficou muito feliz por ter voltado. – Edward encarou o homem a sua frente: 1,80, loiro, olhos azuis e um sorriso ridicularmente branco. Muito a contra gosto ele estendeu a mão.

—Olá. – murmurou sério e Esme deu um cutucão no filho.

—E aí está o meu paciente favorito. – Carter sorriu e Edward se virou para ver quem era e viu o filho e Bella entrarem. - Bella como consegue ficar a cada dia mais linda? – Bella sorriu envergonhada. – Está me devendo um café. – a lembrou e deu um beijo no rosto dela.

—Oi Andrew como está?

—Agora que apareceram, estou ótimo. – Edward teve voltando de revirar os olhos, aquilo não era nada profissional. – E você carinha? Fiquei sabendo que resolveu pegar os peixes com a boca, não engoliu nenhum não né?

—Eca. Eu acho que não. – se virou alarmado para a mãe. – Eu engoli algum peixe mamãe? – Bella riu.

—Eu não estava lá, mas acho que não.

—Posso garantir que não. – Edward se manifestou e Will o encarou.

—Você cortou o cabelo e fez a barba. – ele parecia chateado. – Mamãe? – ele fez sinal para que a mãe abaixasse e ele pudesse cochichar no ouvido dela.

—Tem certeza? – Bella perguntou segurando o riso e o pequeno assentiu. – Tudo bem então.

—Vamos lá carinha? – Andrew chamou e o Will se arrastou até ele. – Qual é? Eu prometo que não vai doer nada. – o levou até uma sala. 

—Ele não gosta de dentista? – Edward perguntou se virando para Bella.

—Acho que ninguém gosta, mas o Andrew é muito paciente e um excelente dentista.

—Parecem ser bem íntimos. – Edward falou sem pensar e depois se arrependeu do que disse. – Desculpa, não deveria ter dito isso.

—Vamos deixar isso para lá. Eu ia entregar para a sua mãe, mas já que está aqui. – pegou dois papéis da bolsa e entregou para ele. – Já passei no laboratório e agora só falta você ir lá para fazer o exame e o outro papel são as respostas para as suas perguntas. Eu não sei dizer qual o rebatedor favorito dele, nem sei o que é isso. – Edward analisou a lista e sorriu vendo que ele e o filho tinham muitas coisas em comum.

—Por falar nisso. Sábado tem jogo dos Seattle Mariners e queria saber se me deixaria levar o Will ao estádio.

—Me parece meio perigoso.

—Eu garanto que não é. Quando tinha a idade dele, ia sempre ao estádio e meu pai também vai ir e ainda tenho mais um ingresso, você pode ir ou o seu pai, acho que você não gosta muito de esporte.

—Apesar de ser o passatempo preferido dos americanos, eu não entendo nada de basebol.

—Você sabe que o Seattle Mariners é um time de basebol. — ela riu.

—O Will é fanático com eles.

—Então o deixe ir ao jogo. Eu juro que vou cuidar muito bem dele.

—Eu sei que vai. – ela estava sendo sincera. – E tenho certeza que ele vai amar, quando souber ficará tão feliz.

—Ele já foi alguma vez?

—Nunca. É o sonho dele, mas achava que ele era muito novo para ir e eu não entendo nada do jogo. – Bella colocou a mão sobre o braço dele. – Obrigada por leva-lo.

—É o mínimo que posso fazer. – segurou a mão dela.

—Edward, se for entrar na vida dele, você não vai poder sair nunca mais. – suplicou.

—Eu juro que nunca vou abandona-lo. – olhou nos olhos dela e Bella pode ver a sinceridade neles.

—Quer sair qualquer dia desses? – perguntou sem pensar e Edward a encarou surpreso. – Para conversarmos sobre o Will, é claro. – esclareceu.

—É claro. Precisamos conversar sobre ele. – ele quis acrescentar “e sobre nós também”, mas achou que aquele não era o melhor momento para isso.

—Essa semana estou ocupada, mas podemos marcar algo para a próxima semana.

—Estou de acordo. E só uma curiosidade, o que o Will cochichou com você?

—Ele pediu para cortar o cabelo igual ao seu. Não sei se percebeu, mas ele estava usando o cabelo igual ao seu e agora que cortou, ele quer fazer o mesmo. – Edward estava com o cabelo bem curto.

—Minha mãe que me mostrou, não tinha percebido. Na verdade nem sabia como ele usava o cabelo antes.

—Ele se identificou muito com você e é por isso que tenho medo de você magoa-lo.

—Eu não vou fazer isso. – garantiu. – Vou ser o melhor pai para o Will.

—Tenho certeza que vai. – se afastou dele, aquela proximidade estava trazendo as lembranças deles juntos.

—Tenho entrevista de emprego hoje em um hospital.

—Que ótimo, espero que dê tudo certo.

—Agora que voltei você não precisa mais ajuda os meus pais, financeiramente falando. – ele se sentia na obrigação de cuidar dos pais.

—Nunca foi um fardo para mim, mas se sente melhor assim. – deu de ombros.

—E meu pai voltou a trabalhar hoje.

—Que excelente notícia. Carlisle é um excelente advogado. Estou muito feliz por ele. Esme está mais feliz. – olhou para trás e Esme os encarava com um olhar cúmplice.

—Tenho que ir, mas no sábado passo na casa dos seus pais para buscar o Will.

—Ele estará te esperando e se prepare que ele estará bem elétrico.

—Vou tomar uns energéticos para acompanhar o ritmo dele. – os dois riram e aquela era a primeira vez que eles estavam tão descontraídos. Pelo visto, nem tudo estava perdido na relação deles. – Até mais Bella. – depositou um beijo na bochecha dela.

—Até mais Edward. – Bella se virou suspirando e deu de cara com Esme.

—Nunca te vi com esse sorriso bobo.

—Ah Esme, só estou feliz pelo meu filho. Edward vai leva-lo ao jogo dos Seattle Mariners.

—O que tem o Seattle Mariners? – Will perguntou se aproximando da mãe.

—Foi rápido. – comentou olhando as horas.

—Nosso carinha aqui tem os dentes perfeitos. – Andrew sorriu para Bella. – E como fica o nosso café?

—Vamos marcar. – deu de ombros.

—Você só me enrola Isabella Swan. – Bella gostava dele, mas era apenas como amigo. Eles tinham se conhecido em um almoço na casa de Esme e desde então ele vinham tentando sair com ela, mas ela sempre se esquivava. Ela não queria se envolver com ninguém e mesmo que quisesse, o coração dela pertencia a uma só pessoa e os olhos dele eram verdes.

—Mãe você estava falando sobre o Seattle Mariners. – Will a cutucando chamando a atenção para ele.

—Vai ter um jogo no sábado.

—Eu sei. Vovô e eu vamos ver na TV.

—Vocês não vão ver na TV. – Bella se abaixou. – Vocês vão ver no estádio.

—O que? – o pequeno gritou e começou a pular. – Vai me levar?

—Eu não, o Edward que vai. Isso se você quiser.

—É claro que eu quero. Eu posso mesmo ir? – ele estava quase chorando de emoção. Bella nunca o tinha visto tão feliz.

—Posso usar minha camisa? E o meu boné? Acho que meu coração vai explodir de alegria. – ele pegou a mão da mãe e levou ao peito. – Olha como está batendo forte.

—É verdade. – Bella o abraçou. – Tenta se acalmar.

—Falta muito para sábado?

—Três dias.

—Eu estou muito feliz. Ouviu isso vovó?

—Ouvi sim. – Esme secou uma lágrima.

—Eu vou no jogo do Seattle Mariners. – começou a cantarolar.

—Deveria ter contado só no dia. – Bella comentou vendo o filho pular de um lado para o outro.

—Ele não vai te dar sossego. – Esme riu. – Edward vai ficar feliz ao saber como ele reagiu.

—Ele parece ser um bom tio. – Andrew comentou com ciúmes.

—Edward é mais do que isso. – Esme respondeu e Andrew ficou em dúvida sobre o que aquilo significava.

—Muito obrigada Andrew. Agora preciso ir, o trabalho me espera.

—E o Will?

—Consegui uma babá para ficar com ele, mas não vou ficar o dia todo no escritório não. Pretendo fazer a maior parte do trabalho em casa mesmo.

—Se precisar de qualquer coisa me avise e obrigada por dar uma chance ao Edward.

—Apesar de tudo o que aconteceu, ele é o pai do Will e quero que ele faça parte da vida dele. – as duas falavam baixo para que ninguém mais escutasse.

—Prevejo coisas boas pela frente. – Esme a abraçou. – Espero que o Edward também faça parte da sua vida.

—Isso não depende só de mim. – piscou para ela.