—A Bella vai me matar. – Edward levou as mãos à cabeça.

—O que houve? Como o Will está? – Bella entrou correndo no hospital. Desde o momento que tinha recebido a ligação de Carlisle ela tremia e chorava. Se não fosse por uma colega de trabalho, não teria conseguido chegar ao hospital sem causar um acidente no caminho.

—Os médicos estão o examinando. – Edward se levantou da cadeira. – Eu sinto muito Bella, foi um acidente, ele estava sem o colete e eu não consegui chegar a tempo.

—Meu bebê, ele vai ficar bem? – Bella estava a ponto de desmaiar e Edward notando isso a puxou para seus braços. Ele não pensou em mais nada, só precisava consolá-la. Ela precisava de apoio e agarrou a camisa dele.

—Vai sim. Ele vai ficar bem, não se preocupe. – beijou o alto da cabeça dela. – Vai ficar tudo bem Bella, confie em mim. – e apesar de tudo o que já tinham passado, ela confiava nele.

—Vocês são os parentes do Will? – um médico perguntou e eles desfizeram o abraço.

—Eu sou a mãe dele. – Bella tentou se recompor. – Como ele está?

—Ele vai ficar bem, sofreu um corte na testa e precisou de alguns pontos e tem também uma fratura no ombro, vai precisar usar uma tala e teremos que monitorar para ver se a cicatrização ocorrerá bem. Ele precisará passar a noite no hospital em observação e se tudo estiver bem, amanhã daremos alta para ele.

—Muito obrigada. – Bella fez uma oração silenciosa. – Posso vê-lo?

—É claro. Me acompanhem. – só então que Edward notou que segurava a mão de Bella e deu um aperto nela a confortando e os dois, juntos, foram atrás do médico.

—Oi bebê. – Bella soltou a mão dele e correu até o filho. – Como está se sentindo?

—Minha cabeça dói. Eu caí do barco.

—Eu sei. A mamãe ficou muito preocupada. – sentou ao lado dele e acariciou os cabelos dele.

—Desculpa mamãe, eu não estava com o colete e você falou para usar.

—Da próxima vez use.

—Pode deixar, eu prometo. O tio Edward me salvou. – Edward se mexia desconfortavelmente no quarto.

—Eu deveria ter nadado mais rápido. Sinto muito Bella, não vi que tinha uma pedra e o barco sacudiu e...

—Tudo bem Edward, não se culpe. – ela o interrompeu. – Foi um acidente e o Will está bem. – deu um beijo no filho.

—Vou avisar meus pais. – falou saindo do quarto. Ele se culpava pelo acidente, deveria ter cuidado melhor do sobrinho, o garoto poderia ter morrido. Encontrou com o pai e mãe na sala de espera.

—Como ele está? – Esme perguntou preocupada.

—Ele está bem. Sofreu um corte na cabeça e uma fratura no ombro, mas está bem. Bella está com ele.

—A culpa foi minha. Não deveria ter sugerido uma pescaria. Eu sou muito idiota. – Carlisle chutou uma lata de lixo.

—Calma pai. A culpa não foi sua. Foi um acidente. – colocou a mão sobre o ombro do pai. – A culpa não foi sua. – olhou nos olhos dele. – Não se culpe, por favor. Vamos vê-lo? – sugeriu levando os dois até o quarto e quando chegaram lá um casal estava ao lado da cama e Edward os reconheceu das fotos que Bella tinha espalhadas pelo apartamento, eram os pais dela. E o homem ao vê-lo entrar foi até ele e desferiu um soco no rosto dele.

—Pai pare com isso. – Bella gritou indo até o pai o segurando.

—O que esse infeliz faz aqui? Ele te abandou e abandonou o meu neto. – Charlie se preparava para mais um golpe e Edward o encarava do chão, o golpe o tinha derrubado.

—Calma pai, esse é o Edward e não o Anthony. – Charlie parou por um instante.

—Merece apanhar também, ele a magoou.

—Aqui não é lugar para isso pai. Não vamos falar disso na frente do Will. – alertou olhando para o filho que acompanhava tudo atentamente.

—A culpa não foi do meu tio vovô, eu que cai do barco. – ele achava que era esse o motivo do avô ter batido no tio.

—Desculpa campeão, eu fiquei nervoso. Não deveria ter batido nele.  – estendeu a mão para ajudar Edward a se levantar. – Me desculpe rapaz.

—Acho que foi merecido. – aceitou a ajuda para se levantar.

—Você está bem? – Bella perguntou analisando o ferimento e Edward colocou as mãos na cintura dela de forma automática, mas tal ato não passou despercebido pelos demais.

—Estou sim, não se preocupe. Vou ver se consigo um gelo e mais uma vez, me desculpa pelo que houve. – Bella se virou sorrindo para o filho. Tinha que fingir que estava tudo bem.

—Está sentindo alguma dor querido?

—Você já perguntou isso mamãe. – reclamou fazendo uma careta.

—E vou perguntar a cada cinco segundos. Então se acostume. Sabe que cuido muito bem do meu bebê.

—Eu não sou bebê. Já sou um homem. Sei até pescar.

—Sabe pescar? – Charlie perguntou tentando distraí-lo.

—O vovô Carlisle me ensinou antes de eu cair do barco. Na próxima vez você poderia ir também. Pescar é legal. – Carlisle riu se lembrando que ele tinha dito que pescar era chato.

—É claro que vou e vamos grampear o colete em você. Assim não vai tirá-lo. – Bella estava distraída com a conversa deles e não notou a mãe se aproximando dela.

—Podemos conversar?

—É claro. Podem cuidar do Will? – os três assentiram. – Já volto. – jogou um beijo para ele.

—Como está se sentindo? – Renée perguntou assim que as duas se sentaram em um banco no corredor.

—Meu coração ainda está acelerado e mesmo após ver que ele está bem, eu não consigo me acalmar.

—Você levou um susto muito grande, mas não é isso que estou perguntando. Como está se sentindo com a volta do Edward? Não me contou sobre isso.

—Ah mãe, não quero falar sobre isso.

—Ainda o ama? – Bella apoiou a cabeça no colo da mãe.

—Amo. Quando o vi, meu coração quase saltou. Apesar dele não ter me deixado explicar e ter me abandonado, eu ainda o amo. Achei que esse sentimento tivesse passado, mas estava ali guardado e o que sinto por ele, nunca senti por ninguém.

—Notei como ele te olha. Ele te ama também. Vocês merecem uma segunda chance.

—Não mãe. – se levantou. - O tínhamos já acabou. Tem muita mágoa envolvida, nós não confiamos mais um no outro e ele nunca vai me perdoar por tê-lo traído com o Anthony.

—Você foi enganada. Os dois são quase idênticos. Ele tem que te perdoar. Converse com ele. Você merece ser feliz.

—No momento só quero cuidar e amar o meu filho. Não tem espaço para outro homem na minha vida.  

[...]

—Droga. – Bella resmungou entrando no quarto do hospital e se assustou ao ver Edward sentando na cadeira ao lado da cama em que o filho estava.

—Desculpa te assustar. Minha mãe foi embora e me pediu para ficar com o garoto. Está tudo bem? Parece chateada.

—Estava tentando conseguir uns dias de folga para ficar em casa cuidando do Will, mas não estou conseguindo. Temos muitas campanhas para lançar. Preciso arrumar uma babá.

—Eu posso cuidar dele. – se afastou da cama para não acordar o garoto. – Sei que não demonstrei nenhuma habilidade para cuidar de criança, mas deve ser mais fácil cuidar dele longe da água. – Bella sorriu.

—Você nunca cuidou de um garoto de 5 anos não é mesmo? Eles são terríveis seja em qualquer lugar. E o Will tem tanta energia. É por isso que o coloco em várias atividades. Ele precisa gastar essa energia.

—Vai ser um tédio para ele ter que ficar parado. – os dois estavam parados juntos a janela.

—Os médicos querem que ele fique pelo menos uma semana em repouso. Como se isso fosse possível. Nem se o amarrasse a cama.

—Você tem feito um belo trabalho. Não deve ser fácil criar sozinha um filho e ainda tem que ajudar os meus pais. Você é uma guerreira Bella.

—Não é como se eu tivesse muitas escolhas. Quando se está sozinha, é preciso se virar e o Will me dá forças para seguir em frente. Tudo o que faço é por ele.

—Sei que temos um passado conturbado, mas me deixe ajudar. Ainda estou desempregado e posso cuidar do garoto. – Bella olhou para ele e depois para o filho. Será que era uma boa opção? Eles poderiam fazer um teste e se não desse certo, ela arranjaria uma babá.

—Tudo bem então, mas não diga que não avisei. - os dois deram as mãos e uma corrente passou por eles.

—Mamãe? – Will chamou fazendo os dois se afastarem.

—Estou aqui querido.

Edward saiu do quarto deixando os dois a sós e uma coisa começou a martelar na cabeça dele. Bella disse que o menino tinha cinco anos... Ele balançou a cabeça afastando os pensamentos. O garoto era filho de Anthony e provavelmente Bella tinha absoluta certeza disso, mas e se tivesse algo de errado nessa história?