—Boa noite Bella. – ele a viu subir com o copo de leite e prometeu que faria o irmão pagar por ter abandonado o filho também.

O resto da semana passou tranquilamente. Eles tinham estabelecido uma rotina bem prática. Bella procurava se manter o mais longe possível de Edward. Como ela estava em semana de lançamentos de campanhas, ela era sócia de uma agência de publicidade, mal parava em casa. Saia muito cedo com o filho e voltava apenas na hora do jantar. Will além de ir para escola tinha aulas de arte, karatê e futebol, o que ocupava bastante o tempo dele.

Carlisle aos poucos estava voltando a sua rotina normal. Ainda não tinha retornado ao trabalho, mas estava muito envolvido com o projeto de pescaria e tinha saído para comprar varas e demais equipamentos de pesca, além de ter reformado o barco que usava há anos para pescar com os filhos. Como ele estava parado há muito tempo, precisava de uma boa reforma, o que foi bom para mantê-lo ocupado e em atividade. Ele não mais ficava enfiado no quarto deprimido, o que deixou Esme muito feliz e ela até tinha parado de beber todas as noites.

Edward estava muito feliz por ter voltado e via que os pais estavam melhorando. Ele nunca conseguiria se perdoar por ter os abandonado. Ele estava tentando achar um emprego e o irmão. Anthony precisava pagar por tudo o que tinha feito. Edward teria que fazer uma lista de todos os delitos do irmão. E a lista seria enorme. Desde pequeno Anthony aprontava e gostava muito de se passar pelo irmão. Edward já tinha tido muitos problemas com isso, principalmente com suas namoradas.

[...]

—Está todo arrumado mano. – Anthony comentou analisando o irmão.

—O que faz aqui? – perguntou ajeitando o cabelo.

—Eu moro aqui esqueceu?

—Acho que você que esqueceu. Não aparece aqui há dias.

—Estava por aí. Curtindo a vida. Vou pedir pizza, vai querer?

—Não, estou saindo.

—Quem é a gata da vez? – perguntou pegando o telefone.

—Não é da sua conta. – Edward respondeu trincando os punhos, ele não queria de o irmão soubesse da nova namorada dele, Anthony sempre atrapalhava os romances dele e dessa vez era para valer. Ele casaria com Bella, ela era o amor da vida dele. Apesar de estar namorando só há quatro meses, ele sabia disso e não a perderia.

—Está com medo de ela parar na minha cama? – Anthony perguntou rindo.

—Você não vai mais fazer isso. – ameaçou o irmão. – Eu acabo com você se tocar na Bella.

—Calma aí mano. - ergueu as mãos em sinal de paz. – Não vou mexer com a sua preciosa Bella. – respondeu de forma maliciosa e Edward saiu do apartamento batendo a porta com força.

[...]

Ele faria o irmão pagar, mas não se prenderia ao passado. Isso só tinha causado dor, tanto a ele, quanto aos pais. Estava muito animado pela pescaria com o pai e o sobrinho, apesar de ver pouco o garoto, ele ouvia o pequeno falando com o pai sobre a aventura deles. Pelo que ele entendeu, Bella tinha comprado roupas para ele de pescador e um colete, ele tinha visto o garoto usando o traje uns dois dias seguidos.

—Vai acabar sujando a roupa e não vai ter nada para usar no sábado. – Esme falou com o neto tentando convencê-lo a tirar aquela roupa.

—Tem razão vovó. Vou deixar bem guardado. – subiu correndo as escadas atrás da mãe dele.

[...]

Quando o sábado chegou, já estava tudo pronto para a pescaria. Esme e Bella tinham preparado uma variedade de lanches. A caminhonete estava carregada com o pequeno barco a motor e todos os demais equipamentos, Edward e Carlisle estavam animados e o pequeno Will devidamente protegido.

—Esse colete é muito quente. – reclamou enquanto se acomodava no carro.

—Deixe para colocar quando estiver entrando no barco então e não o tire. – Bella alertou dando um beijo no filho.

—Vamos cuidar bem dele. – Edward prometeu vendo a preocupação no olhar dela.

—Eu sei que vão, mas é coisa de mãe, uma sensação estranha. – secou uma lágrima. – Divirtam-se. Qualquer coisa estarei no escritório.

—Peguem muitos peixes. – Esme deu um abraço nos três.

—Pode deixar querida. – Carlisle entrou no carro e os três foram para um rio próximo que era excelente para pescaria.

Quando chegaram ao rio, Carlisle e Edward ajeitaram tudo enquanto Will olhava tudo em volta deles, o garoto não tinha parado de falar um minuto sequer e cantava uma música, que Edward julgava ser muito irritante. Ele estava considerando aquela ideia à pior de todas.

—Agora você precisa ficar quieto garoto ou vai espantar todos os peixes. - Edward pediu o colocando dentro do barco e aproveitou para ajeitar o colete dele.

Carlisle escolheu o lugar perfeito e pararam lá pegando as varas e iniciando a pescaria.

—Eu não sei o que tenho que fazer. – Will anunciou perdido com a vara e a isca.

—O vovô vai te ensinar. – Carlisle o mostrou como deveria fazer. – Consegue fazer sozinho?

—Consigo sim. Olha o tio Edward pegou um peixão.

—Muito bem filho. – Carlisle bateu nas costas dele.

Os três ficaram, por cerca de 20 minutos, em silêncio até que Will começou a reclamar dos mosquitos e de que não conseguia pegar nenhum peixe.

—Garoto você precisa ficar quieto. – Edward chamou a atenção do sobrinho. – Está espantando todos os peixes com esse falatório todo.

—Esse colete está me incomodando. – comentou tentando tira-lo. – E esses mosquitos ficam me perturbando, não adiantou nada a mamãe passar aquele treco em mim.

—Você precisa usá-lo Will. – Carlisle tentou explicar e o garoto ficou quieto por alguns instantes.

—Pescar é chato. – comentou abandonando a vara.

—Você que é chato. – Edward resmungou e o pai o encarou.

—A sua primeira vez foi terrível também. – o lembrou. – Você e Anthony não paravam quietos.

—Pescaria não é coisa para criança. – ele encarava o rio. – Não deveríamos ter trazido ele.

—Quero ir embora. – Will reclamou retirando o colete. 

—Vamos para aquela parte. – Carlisle apontou para mais a frente. – Precisamos pescar pelo menos alguns peixes e depois vamos embora.

Edward ligou o motor e foi na direção que o pai tinha apontado. Ele não viu que tinha uma pedra e ao bater nela o barco sacudiu e ele só teve tempo de ver o sobrinho sendo jogado para o alto e depois na água.

—Will? – Carlisle gritou pelo neto. – Ele está sem o colete Edward. – avisou entrando em desespero. – Cadê ele? William? – gritou procurando em volta e Edward desligou o motor procurando pelo sobrinho.

—Achei. – gritou vendo o corpo do garoto se debatendo na água. Com um salto ele se jogou na água e nadou até o garoto que gritava em desespero. Edward se esticou para alcançá-lo, mas a correnteza ali era muito forte e jogou o pequeno corpo para um local com pedras e ele acompanhou em câmera letra a cabeça dele se chocar em uma das pedras. – Will! – gritou e nadou com mais força até lá, ele não sabia de onde estava tirando forças, mas algo o impulsionava a ir mais longe e mais rápido. – Te peguei. – comemorou alcançando o garoto.

—Ele está bem? – Carlisle perguntou tentando se aproximar com o barco.

—Ele está inconsciente. – Edward o agarrou e nadou até a borda do rio. – Vamos Will reaja. – pediu iniciando a massagem cardíaca e a respiração boca a boca. – Vamos, por favor. Acorda garoto. – as lágrimas já se formavam. - Acorda Will, não nos abandone, não faça isso comigo. – Ele só conseguia pensar em Bella e em como ela sofreria se algo acontecesse com o filho.

—Ele está...? – Edward se assustou quando o pai apareceu ao lado dele e notou também que vinham mais pessoas na direção deles.

—Já liguei para a ambulância. – um homem avisou.

—A Bella vai me matar. – Edward levou as mãos à cabeça.