—Que papo é esse garoto? Sou eu, seu pai.

—Você é o Anthony e o meu pai é o Edward. – declarou cruzando os braços.

—Então já sabem a verdade? Bom para vocês.

—Você é mau e vou contar tudo para o meu pai. – ameaçou correr, mas Anthony foi mais rápido e o pegou pelo braço.

—Seu paizinho está aqui? – encarou o garoto o fazendo tremer de medo.

—Me solta, está me machucando. – pediu enquanto se debatia nos braços do tio.

—Cadê o seu pai? – ele firmou o aperto.

—Lá fora. – Will apontou segurando o choro.

—Então vamos lá. – o jogou sobre o ombro.

—Pai. – Will gritou quando chegaram ao quintal onde a família estava reunida.

—Solta ele agora Anthony. – Bella exigiu se aproximando deles.

—Mamãe urso em ação. – ele soltou o sobrinho e o pequeno correu para a mãe.

—Você está bem? – perguntou preocupada e ele mostrou os braços que estavam com marcas da mão do tio.

—Oi mano. – Anthony abriu os braços. – Estava com saudades.

—Bella tira o Will daqui. – Edward pediu encarando o irmão e Bella pegou o filho no colo e o levou para dentro da casa.

—Que recepção mais sem graça. Cadê a festa? – se aproximou do irmão e o primeiro soco o atingiu em cheio.

—Isso é por ter dormido com a Bella. – Edward o golpeou novamente e Anthony perdeu o equilíbrio. – Isso é por ter magoado os nossos pais. – o terceiro soco o derrubou. – E isso é por ter machucado o meu filho.

—Edward já chega. – Esme pediu se colocando entre os filhos.

—Não mãe, ele merece muito mais.  Ele é um lixo que merece apanhar muito. – cuspiu as palavras e só não partiu para cima do irmão, pois Esme estava debruçada sobre ele.

—Está bem? – perguntou preocupada. Ela sabia que o filho tinha cometido muitos erros, mas era filho dela e ela o protegeria. E Anthony sabia como desarma-la.

—Eu não esperava ser tratado assim mãe. Só vim pedir desculpas e me aproximar do meu filho.

—Ele não é seu filho! – Edward gritou com o irmão e Carlisle teve que segura-lo.

—A Bella disse que era. – se defendeu. – E eu amo tanto ele.

—Você é tão dissimulado. Sabe muito bem que ele não é o seu filho. Você mentiu para a Bella e nunca foi um pai para o Will. Tudo o que vem de você é mentira.

—Você a perdoa, mas não faz o mesmo comigo? – Anthony levou a mão ao peito. – Somos irmãos.

—Não, não somos. Eu disse que você tinha morrido para mim. Você nunca foi o meu irmão. Sempre quis o que eu tinha, me enganou e roubou os nossos pais. Sabia que o papai tentou se matar por sua causa? – Carlisle deu um passo para trás.

—Você também os abandonou.

 Anthony se levantou e num momento de descuido do irmão partiu para cima dele o derrubando. Os dois se embolaram no chão e desferiram golpes um no outro.

—Parem com isso. – Esme pediu tentando se aproximar dos filhos. – Carlisle faça algo. – ele saiu do transe e foi até eles e tentou puxar um deles, mas os dois eram mais fortes e ele acabou indo ao chão também.

Anthony estava sobre Edward e tentava enforca-lo quando Bella se jogou sobre ele o derrubando e Carlisle aproveitou para puxar Edward para longe.

—Já chega. – gritou e Anthony bufou enquanto recuperava o fôlego. Ele estava com vários hematomas no rosto e escorria sangue do nariz e do supercílio dele. Edward estava com dificuldade para respirar e também escorria sangue do nariz dele.

—Vem Edward. – Bella pediu o puxando para longe. – Onde estava com a cabeça? – brigou com ele assim que entraram na cozinha.

—Queria que fizesse o que? – perguntou exasperado - Ele aparece aqui como se nada tivesse acontecido. Está o defendendo?

—É claro que não. Eu mais do que ninguém quero que ele pague pelos pecados dele, mas não pode resolver as coisas com violência. O Will está assustado com os gritos e os seus pais não mereciam ver isso.

—Não vou me desculpar. Só me arrependo de não ter batido ainda mais nele. – Edward andava de um lado para o outro.

—Você está nervoso, depois conversamos. Deixe-me ver esses ferimentos. – o puxou para junto dela. – Vou te levar ao hospital.

—Não precisa.

—Precisa sim. Não discuta comigo. – ordenou sem dar chances para ele debater. – Will? – chamou e o garoto veio correndo até ela.

—Papai está machucado. – ele agarrou as pernas do pai.

—Não fique assim, eu estou bem. – se abaixou para falar com ele. – É só um pouco de sangue. É melhor não irmos ao hospital. Sou médico e posso dar um jeito nisso. Vamos para casa. – pediu e Bella concordou.

[...]

—Querido, por que não vai para o seu quarto? – Will concordou e disparou escada acima. – Está mais calmo? – perguntou a Edward que estava no banheiro cuidando dos ferimentos.

—Só vou me acalmar quando ver o Anthony na cadeia. Ele ainda teve a cara de pau de dizer que o Will era filho dele. – Edward estava tremendo de raiva.

—Amor, você está me assustando. Mantenha a calma. – colocou a mão sobre o braço dele.

—Estou tentando, mas não está sendo fácil. – a puxou para seus braços. – Não fique assim. – deu um beijo nela para tranquiliza-la. – O fato de ele estar de volta não muda em nada o nosso relacionamento. Estamos juntos e nada e nem ninguém vai atrapalhar a nossa felicidade. – prometeu.

—Me promete que não vão mais brigar? Vamos resolver tudo com diálogo.

—Com ele não tem diálogo, mas farei o possível para não agredi-lo novamente. Esqueci-me de pegar as minhas coisas.

—Quer que vá até lá?

—Não quero vê-la perto dele e muito menos o Will.

—Ele não vai fazer nada comigo. Estou preparada para enfrenta-lo. Eu vou até lá, pego as suas coisas e volto rápido. – deu um beijo no rosto dele. – Pode conversar com o Will e ver se ele está bem?

—Claro. Me desculpe se a assustei. Eu perdi a cabeça e isso não vai se repetir.

—Tudo bem. Volto logo.

—Bella? – Edward chamou quando ela já estava saindo. – Eu te amo e isso não vai mudar.

—Também te amo e confie em mim.

[...]

—Ei filho. – Edward entrou de fininho no quarto do filho. – Está tudo bem?

—Você brigou com o tio Anthony e se machucou. – respondeu com os olhos cheios de lágrimas.

—Não chore. – sentou na cama ao lado do filho. – Irmãos brigam e seu tio e eu temos alguns problemas, mas foi errado o que fizemos. Violência não leva a lugar nenhum.

—Por que brigaram? – perguntou mais calmo.

—Ele pegou o dinheiro dos seus avós e contou umas mentiras para sua mãe. – ele não entraria em detalhes com o filho.

—Ele é mau. - comento pensativo. – Eu não quero ser mau.

—Você não vai ser. – puxou o filho para perto dele. – Você é um menino bom e tem um coração puro, nunca vai ser mau. Ele te machucou?

—Ele apertou o meu braço, mas já tômelhor. – mostrou os braços que tinham pequenas marcas. - Podemos ver um filme?

—Claro. Enquanto você escolhe, vou fazer a pipoca.

[...]

Bella bateu a porta da casa dos Cullen e Esme veio atender.

—Oi querida, como está o Edward? – perguntou preocupada.

—Está mais calmo agora. Vim pegar algumas coisas para ele. Ele vai ficar lá em casa por enquanto.

—É melhor assim. Anthony quer ficar aqui e não posso tomar partido. Eles são meus filhos. – apesar de Bella odiar Anthony, ela entendia Esme e sentia pena dela e de Carlisle.

—Esme, ele cometeu vários crimes. Precisa pagar por isso.

—Eu não vou denuncia-lo. Não quero ver o meu filho na cadeia.

—Isso é uma coisa que vocês precisam decidir, não posso me intrometer. Só não quero vê-los magoados.

—Ele está arrependido e quer uma segunda chance. Será que você o perdoaria? – suplicou segurando as mãos dela.

—Eu lamento Esme, mas não posso fazer isso. Você está defendendo o seu filho e eu o meu. Ele fez com que o Will crescesse sem um pai e isso machucou o meu filho, por isso não posso perdoa-lo. De forma alguma. Não vou me intrometer nos seus assuntos de família, mas também não vou perdoa-lo ou deixa-lo chegar perto do Will. - Esme não discutiu. Ela no lugar de Bella faria a mesma coisa. – Vou subir e pegar as coisas do Edward. Vocês vão ficar bem?

—Vamos sim, não se preocupe. – Carlisle foi quem respondeu. – Não vou me abater novamente. Serei firme dessa vez.

—Se precisarem de algo podem me ligar. – Bella subiu as escadas e foi até o quarto de Edward e encontrou Anthony jogado na cama.

—Oi cunhadinha. – cumprimentou sorrindo. – Sabia que queria um repeteco.

—Você é nojento. Saia daqui. – apontou para a porta.

—Preciso falar com meu irmão.

—Edward não quer falar com você. – foi até o armário e pegou uma mala.

—Então o convença a falar comigo. – segurou o braço dela e Bella puxou se desvencilhando dele.

—Nunca mais encoste em mim. – deu um tapa no rosto dele.

—Todo mundo vai me agredir hoje? – perguntou irritado.

—Será por quê? – Bella retrucou jogando várias roupas na mala. Ela queria sair rápido de lá, pois isso estava colocando as coisas de qualquer jeito.

—Preciso que me arrumem 50 mil e cairei fora e nunca mais saberão de mim. – Bella riu do pedido dele.

—Não basta o que roubou dos seus pais?

—Aquilo já era. Preciso de mais. Me arrumem o dinheiro e eu sumo. – saiu batendo a porta.