No Teu Olhar escrita por Rayanne Reis


Capítulo 1
Capítulo 1 - De volta ao lar


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, mais uma fic e espero que gostem.
Essa, a ideia inicial é ter entre 10 e 15 capítulos, mas tudo pode acontecer.

Queria agradecer e muito a Gabi fernandes por ter me ajudado a fazer com que a fic saísse. Muito obrigada mesmo.



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Ficar seis anos longe de casa tinha sido difícil, mas ele não poderia ficar por perto, não quando estava tão magoado e com vontade de matar o irmão e ela.Aquela cena nunca sairia da memória dele. Mas ele não poderia mais deixar aquilo ditar o rumo de sua vida e estava com muita saudade dos pais, por isso, revolveu voltar para casa. Já era hora de seguir em frente.

Desceu do táxi e pegou as duas malas, com um suspiro tomou coragem e rumou em direção à casa dos pais. Bateu a porta e aguardou alguém atender enquanto olhava em volta notando que nada tinha mudado, os vizinhos pareciam ser os mesmo e a casa dos pais, pelo menos por fora, continuava sendo a mesma coisa. Só que tudo tinha mudado.

—Papai? – ele olhou para baixo e viu um garotinho segurando a porta. O garoto era muito parecido com ele e exibia uma expressão de confusão. Será que ele tinha errado de casa? A mãe não tinha falado nada sobre terem mudado de casa.

—Esme ou Carlisle estão? – perguntou para o garoto e ele assentiu dando passagem para o homem.

—Você não é o meu pai. – acusou e deu as costas para ele.

—Will já está pronto? – ele olhou para as escadas e a viu. – Edward o que faz aqui? – perguntou visivelmente surpresa. Ele prendeu a respiração. Ela estava ainda mais linda, o tempo só lhe fizera bem, ao contrário dele que estava bem mais magro e com a barba e cabelo precisando urgentemente de um trato.

—Vejo que finalmente consegue nos diferenciar. – a encarou cruzando os braços e ela se aproximou dele.

—Por que voltou?

—Estava com saudade de casa. O garoto é seu? – apontou para o pequeno que os olhava atentamente.

—Sim. Will é meu filho. – se virou para ele. – Vamos querido?

—Tenho que me despedir da vovó. – saiu correndo.

—Avise que o Edward está aqui. – gritou para ele e ele parou no lugar.

—Quem é Edward? – perguntou olhando para o homem parado no meio da sala.

—Seu tio. – Bella respondeu e Edward cerou os punhos. Então ela tinha ficado com o irmão dele e ainda queria que ele acreditasse que ela era a vítima da história? Um silêncio constrangedor se instalou e só foi quebrado quando Esme apareceu na sala.

—Meu bebê. – o abraçou bem aperto, se ela pudesse, o manteria em seus braços para sempre, não queria que o filho fosse para longe outra vez. – Como está magro. – começou a analisa-lo. - E olha esse cabelo, precisa de um belo corte. Ah, como eu estava com saudade de você meu querido. – o abraçou novamente e as lágrimas rolaram sem parar. Bella se mexeu desconfortável no lugar, ela se sentia responsável por ele ter ido para longe, apesar de não ser a inteira responsável por isso.

—Esme nós já vamos. – interrompeu o momento mãe e filho. – Não precisa buscar o Will na escola e não se preocupe com o jantar. – falou com carinho e Esme sorriu para ela. – Já dei os remédios para o Carlisle.

—O que o papai tem? – Edward perguntou preocupado.

—Vovô está doente, tem tristeza. – Will não conseguia se lembrar da palavra correta. – A gente tem que fazer ele ficar feliz.

—Dê um beijo na vovó ou vamos nos atrasar. – Bella pegou a mochila do filho.

—Tchau vovó fica bem. – deu um beijo e um abraço nela.

—Você também meu anjo. Se comporte. – alertou ao neto.

—Eu sempre me comporto. Tchau tio. – Edward não soube como reagir e antes que pudesse responder, Bella saiu rebocando o filho de lá.

—Como isso aconteceu? – ele estava muito confuso.

—Uns meses depois que foi embora, Anthony chegou em casa e disse que nosso neto estava nascendo. – Esme sorriu com a lembrança. – Nem sabia que ele tinha namorada. Só depois que conheci a Bella e ela me contou toda a história.

—Então sabe que ela era minha namorada? – perguntou com cautela, ele não sabia qual a história tinham contado para os pais dele.

—Sim. Nós temos uma boa relação e ela me contou tudo. A culpa não foi dela. – Esme colocou as mãos no rosto do filho.

—Vamos esquecer isso. Como está o papai e você?

—Seu pai está com depressão e alguns probleminhas no coração. Eu voltei a trabalhar.

—Voltou a trabalhar? – estava surpreso com a informação, queria saber o que mais a mãe tinha escondido dele. – E o papai ainda está trabalhando? Onde ele está?

—Seu pai está no quarto. Ele raramente sai de lá. – deu um sorriso triste.

—Anthony está ajudando vocês?

—Anthony sumiu, não temos notícias dele. Bella é quem está nos ajudando. Ela é um amor e o Will é a alegria da casa. 

—Eu sinto tanto mãe. – a puxou para um abraço. – Me perdoa mãe, por favor.

—Tudo bem querido. O importante é que está aqui agora.

—Não vou abandona-los novamente, eu prometo. Quero ver o papai. – ele segurava as lágrimas.

—Pode subir, eu preciso ir para o trabalho. Vou tentar dar um pulo aqui na hora do almoço. – deu um beijo nele. – Estou feliz que tenha voltado.

Saiu o deixando desolado. Os pais estavam sofrendo e passando por dificuldades e eles não podiam contar com os filhos. Agora que estava de volta faria de tudo para cuidar dos pais. O único problema seria conviver com Isabella, mas pelos pais ele faria esse sacrifício.

Subiu as escadas e bateu à porta do quarto dos pais e ouviu Carlisle murmurar um entre.

—Pai? – olhou para a cama e lá estava o homem que ele tanto admirava.

—Edward? – ele sentou na cama sem acreditar no que estava vendo. – É você mesmo ou Anthony que está aprontando de novo?

—Sou o Edward pai. – foi até ele o abraçando. – Estava com saudades. Como está?

—Estou bem, só um pouco cansado. –Carlisle não admitia que estivesse com depressão, ele dizia apenas que estava muito cansado. – Por onde andou?

—Vários lugares papai. Estive com os Médicos sem Fronteiras, Cruz Vermelha.  Viajei muito, principalmente pela África.

—Que ótimo. – tentou sorrir, mas ultimamente ele só conseguia sorrir quando estava com o neto. – Vai ficar por quanto tempo?

—Se permitirem, não pretendo ir embora. Será que posso ficar aqui até me estabelecer?

—Claro que pode. Sua mãe vai ficar feliz, já a viu?

—Vi sim. Ela foi para o trabalho.

—Viu o Will? Aquele garoto é uma graça. – Edward viu um sorriso genuíno no rosto do pai.

Edward tratou logo de mudar de assunto e o pai pediu para que contasse mais sobre os lugares que tinha ido. Os dois passaram o dia todo conversando e só pararam quando Esme chegou para preparar o almoço e depois quando Bella chegou com o filho. Ele tomou um banho e desceu para a cozinha encontrando Bella lá preparando o jantar.

—Precisamos conversar. – se virou para ele e abaixou o fogo do fogão.

—Não quero falar sobre nós.

—Muito menos eu. Não existe nós. Quero falar sobre os seus pais. Pretende morar aqui?

—Até me estabelecer sim. Isso te incomoda? – ele cruzou os braços na defensiva.

—Não dou a mínima para você, só perguntei porquê se for ficar quero que me ajude com eles, é o mínimo que pode fazer.

—Já se cansou deles? – seu tom era bem agressivo.

—Será que pode parar pelo menos por alguns segundos de me julgar? Vou ter uma semana muito cheia e tenho que levar o Will em vários lugares, só quero saber se pode me ajudar a dar a medicação para o seu pai no horário correto? – ela tinha elevado o tom de voz. – Só esqueça por um instante que me odeia e foque nos seus pais, por favor. – terminou a frase num sussurro.

—Me desculpe. Pode falar. – gesticulou com a mão e se acomodou melhor na cadeira.

—Tenho tudo anotado numa planilha que fica na porta da geladeira e tem uma cópia na cabeceira da cama deles. Seu pai precisa tomar os remédios no horário correto, isso é muito importante. Eu sempre dou os remédios antes de levar o Will para a escola e volto no horário do almoço para dar os outros medicamentos, mas essa semana não vou conseguir vir no horário do almoço. Pode cuidar disso?

—É claro.

—Todos os remédios estão muito bem identificados, mas vou te mostrar para não haver erros.

—Fiquei 6 anos com os médicos sem fronteira, acho que posso dar conta do recado. – ela se virou para o fogão. – Minha mãe contou um pouco sobre a situação do papai, mas acho que ela está me escondendo algo. O quão grave é? – sem se virar ela o respondeu.

—Seu pai teve vários infartos, precisou passar por algumas cirurgias e a depressão dele é muito séria, ele tentou se matar há uns dois anos. Depois disso me mudei para cá, ter o neto por perto faz bem para ele, mas não o suficiente.

—Meu pai tentou se matar? – Edward quase desabou da cadeira. – Mamãe nunca me contou isso, dizia que estava tudo bem.

—As coisas estão longe de estarem bem. 

—A culpa é minha.

—A culpa é do Anthony, ele que começou tudo isso. – Bella bateu com força o purê, ela queria era socar a cara do pai de seu filho, mas como não podia, teria que se contentar com descarregar sua fúria no purê.

—Tem quanto tempo que Anthony foi embora? – ela pensou um pouco.

—Uns três anos. Nem sei se ainda está vivo, faz uns cinco meses que não temos notícias dele. Melhor assim. – deu de ombros.

—Ele é o pai do seu filho. – ele acusou.

—O único pai que meu filho tem, sou eu. Temos que tentar ser educados um com outro para o bem do seu pai. – Bella alertou.

—Então você quer que eu esqueça que você dormiu com o meu irmão enquanto ainda éramos namorados?


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Alguém tem alguma pergunta? rsrs

Comentem, palpitem, recomendem e indiquem a vontade.

Bjs e até mais.