A Herdeira do Lord das Trevas escrita por Triple Authors


Capítulo 5
Capítulo 5 - O Terceiro Andar


Notas iniciais do capítulo

Foi o maior capítulo até agora



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— Eu li em Hogwarts Uma História que o castelo possui cento e quarenta e duas escadas largas e imponentes, estreitas e precárias, umas que levavam a um lugar diferente às sextas-feiras, outras com um degrau no meio que desaparecia e a pessoa tinha que se lembrar de saltar por cima. Além disso, há portas que não abrem a não ser que a pessoa pedisse, por favor, ou fizesse cócegas nelas no lugar certo e portas que não eram bem portas, mas paredes sólidas que fingiam ser portas. Era também muito difícil lembrar onde ficavam as coisas, porque tudo parecia mudar frequentemente de lugar. — Hermione falava enquanto caminhava junto de Cali que se concentrava para encontrar o caminho para suas aulas

Aos poucos foi conhecendo Hogwarts inclusive ter pisado na cauda de um bicho magro, cor de poeira, com olhos saltados como lâmpadas, uma gata chamada Madame Nor-r-r-a, inclusive ter conseguido conquistar a má vontade do dono o zelador Argos Filch logo na primeira manhã. Ele não quis acreditar que foi um acidente achando que Cali queria machucar sua gata, mas quando o zelador avistou Harry e Rony tentando forçar uma porta era a entrada para o corredor proibido no terceiro andar pois estavam perdidos. Filch ameaçou trancá-los nas masmorras, quando foram salvos pelo Professor Quirrell, que ia passando.

Os alunos do primeiro ano tinham de estudar o céu da noite pelo telescópio toda quarta-feira à meia-noite e aprender os nomes das diferentes estrelas e os movimentos dos planetas. Três vezes por semana iam para as estufas de plantas atrás do castelo para estudar herbologia, com uma bruxa baixa e gorda chamada Professora Sprout, com quem aprendiam como cuidar de todas as plantas e fungos estranhos e descobriam para que eram usados.

Sem falar, a aula mais chata era a de História da Mágica, a única matéria ensinada por um fantasma. O Professor Bins era realmente muito velho quando adormeceu diante da lareira na sala dos professores e levantou na manhã seguinte para dar aulas, deixando o corpo para trás. Binns falava sem parar enquanto eles anotavam nomes e datas e acabavam confundindo Emerico, o Mau, com Urico, o Esquisitão.

O Professor Flitwick, que ensinava Feitiços, era um bruxo miudinho que tinha de subir numa pilha de livros para enxergar por cima da mesa. No começo da primeira aula ele pegou a pauta e quando chegou ao nome de Harry soltou um gritinho excitado e caiu da pilha, desaparecendo de vista.

Já a Professora Minerva era diferente. Ela não era professora para aluno nenhum aborrecer, severa e inteligente, fez um sermão no instante em que eles se sentaram para a primeira aula.

A Transfiguração é uma das mágicas mais complexas e perigosas que vão aprender em Hogwarts. Quem fizer bobagens na minha aula vai sair e não vai voltar mais. Estão avisados.—Transformou, então, a mesa em porco e de volta em mesa.

Todos ficaram muito impressionados e ansiosos para começar, mas logo perceberam que não iam transformar os móveis em animais ainda por muito tempo. Depois de fazerem anotações complicadas, receberam um fósforo e começaram a tentar transformá-lo em agulha. Cali se sentava ao lado de Hermione enquanto a ouvia comentar cada detalhe do que fazia. No fim da aula, Hermione Granger produzira algum efeito no fósforo, e Cali acabou escutando Hermione que com sua ajuda também conseguiu deixar o fósforo prateado e pontiagudo se surpreendendo quando a professora deu um raro sorriso. 

Mas a matéria que todos estavam realmente aguardando com ansiedade era a de Defesa Contra as Artes das Trevas, mas as aulas de Quirrell foram uma piada. Sua sala cheirava fortemente a alho que todos diziam que era para espantar um vampiro que ele encontrara na Romênia e temia que viesse atacá-lo a qualquer dia. Seu turbante contou ele, fora presente de um príncipe africano como agradecimento por tê-lo livrado de um zumbi incômodo, mas os alunos não tinham muita certeza se acreditavam na história. Primeiro porque, quando Simas Finnigan pediu ansioso para Quirrell contar como liquidara o zumbi, Quirrell ficou vermelho e começou a falar do tempo, segundo porque eles repararam que havia um cheiro engraçado em volta do turbante, e os gêmeos Weasley insistiam que devia estar cheio de alho também, de modo que Quirrell estava protegido em qualquer lugar.

Na sexta feira Cali já havia conseguido andar pelo castelo sem se perder nem uma vez.

O que temos hoje?— perguntou Harry enquanto punha açúcar no mingau de aveia.

Poções duplas com o pessoal da Sonserina. Snape é diretor da Sonserina. Dizem que sempre os protege. Vamos ver se é verdade. - respondeu Rony. — Gostaria que Minerva nos protegesse.

Ela pode até ser diretora da Grifinória, mas isso não a impediu de nos dar uma montanha de dever de casa ontem.— resmungou Cali enquanto passava a geleia na torrada

Naquele instante chegou o correio centenas de corujas entraram de repente no salão principal circulando as mesas até verem seus donos e deixarem cair as cartas e pacotes no colo deles. Plio as vezes entrava e ficava próxima a dona beliscando o seu café da manhã enquanto lhe entregava algum jornal ou um bilhete de Elizabeth a governanta, dessa vez não foi diferente desamarrou a cordinha que prendia o bilhete de cor roxa na sua pata, lhe perguntando se já havia escrevido para dar as notícias para a tia, mas havia esquecido. Pouco depois Sam lhe puxou pelo braço.

Vamos nos atrasar— disse ela enquanto corria.

Cali olhou para o seu relógio no pulso esquerdo e era verdade quando sentiu que bateu de frente em alguma coisa lhe fazendo cair de costas.

Cali você está bem?— de olhos fechados ouviu a voz de Sam bem abaixa parecia que ela estava a metros de distância e não a alguns poucos centímetros.

Vamos levá-la a enfermaria - dessa vez foi a voz de um garoto desconhecido

Não, eu estou bem - ali abriu os olhos se sentando enquanto Sam e um garoto se abaixaram em seus lados.

Tem certeza? Você está mais pálida do que o normal - falou Sam ajudando Cali se levantar junto do garoto.

Estou bem sim, só um pouco estonteada— falou e como costume tirou a franja de cima dos olhos só então reparou no garoto era um lufano loiro bem alto ele sorriu e disse:

— Sou Crydence, Crydence Smith

Smith? Irmão do Zacharias. - questionou Sam

Sim ele é meu irmão mais novo— apesar dele estar falando com Sam olhava para Cali que estava olhando outra vez para o relógio.

Somos Sam Williamson e Cali Dellenvigne — ela falou chamando a atenção de Cali

Dellenvigne? Já ouvi falar dos famosos Dellenvigne - Cali percebeu que ele ficou bem animado. — Não sei se vocês sabem mas minha família e um pouco conhecida também somos descendentes de Helga Lufa-Lufa.

— Serio? Legal, a Cali descende os outros três fundadores. Imagina se algum dia vocês tiverem um filho, ele seria o descendente de Hogwarts— Sam parou de falar ao ver o rosto vermelho do garoto e Cali de cabeça baixa fitando seus sapatos antes de balbuciar:

Temos aula agora.

Ah, sim, claro, até mais— ele falou passando a mão pelo cabelo com um sorriso forçado estendeu a mão para Sam que aceitou educadamente. — Legal conhecê-las— completou após estender a mão para Cali bem sem graça estava mais ruborizado que ela.

Após ele sair caminharam em direção a sala de poções com Sam sorrindo sozinha.

Qual é a graça?— Cali perguntou irritada parando bruscamente

Nenhuma — respondeu cinicamente recomeçando a andar

A aula de Poções foi em uma das masmorras. Era mais frio ali do que na parte social do castelo e teria dado arrepios mesmo sem os animais embalsamados flutuando em frascos de vidro nas paredes à volta.

Estão atrasadas— falou o professor de vestes negras rispidamente quando chegaram na sala, — Digam seus nomes, levaram detenção por isso.

Sam gemeu alto largando sua mochila com descaso — Samantha Williamson— após o professor passar a pena negra pelo pedaço de pergaminho mandou Sam se sentar e olhou para Cali seus olhos eram negros frios e vazios que lembravam túneis escuros.

Calista Dellenvigne - falou percebendo que o professor ficou parado olhando o pergaminho parecia estar sonhando acordado.

Sente-se— ele falou depois de voltar a si lhe entregando um pedaço de pergaminho

Sentou-se próxima a Harry e Rony que sorriram ao vê-la. Olhou o bilhete do professor com a tinta negra ainda molhada: Detenção, esteja em minha sala após o jantar.

Olhou para Sam que parecia indignada — Não acredito que vou ter que ajudar aquele esquisito a arrumar as cartas em sua sala.

— O professor Snape?

— Não, aquele zelador com a gata horrorosa - Sam falou olhando o papel de Cali

Acho que prefiro ajudar o Filch do que ajudar esse seboso— ela falou apertando a pena olhando em direção ao professor

Snape, como Flitwick, começou a aula fazendo a chamada e, como Flitwick, ele parou no nome de Harry...

Ah, sim— disse baixinho. — Harry Potter. A nossa nova celebridade.

Draco Malfoy e seus amigos Crabbe e Goyle deram risadinhas escondendo a boca com as mãos. Snape terminou a chamada e encarou a classe.

— Vocês estão aqui para aprender a ciência sutil e a arte exata do preparo de poções— começou.

Falava pouco acima de um sussurro, mas eles não perderam nenhuma palavra. Como a Professora Minerva, Snape tinha o dom de manter uma classe silenciosa sem esforço.

— Como aqui não fazemos gestos tolos, muitos de vocês podem pensar que isto não é mágica. Não espero que vocês realmente entendam a beleza de um caldeirão cozinhando em fogo lento, com a fumaça a tremeluzir, o delicado poder dos líquidos que fluem pelas veias humanas e enfeitiçam a mente, confundem os sentidos... Posso ensinar-lhes a engarrafar fama, a cozinhar glórias, até a zumbificar se não forem o bando de cabeças-ocas que geralmente me mandam ensinar.

Cali olhou para Sam que sorria debochadamente, olhou também para Harry e Rony de sobrancelhas erguidas e até para Hermione que parecia desesperada para começar a provar que não era uma cabeça-oca.

Potter!— disse Snape de repente. — O que eu obteria se adicionasse raiz de asfódelo em pó a uma infusão de losna?

A mão de Hermione se ergueu no ar.

Não sei não senhor— disse Harry.

A boca de Snape se contorceu num riso de desdém.

Tsk, tsk, a fama pelo visto não é tudo— E não deu atenção a mão de Hermione. — Vamos tentar outra vez, Potter. Se eu lhe pedisse, onde você iria buscar bezoar?

Hermione esticava sua mão no ar o mais alto que pôde sem se levantar da carteira, enquanto Malfoy, Crabbe e Goyle, que se sacudiam de tanto rir.

— Não sei não senhor.

— Achou que não precisava abrir os livros antes de vir, hein, Potter?

Qual é a diferença Potter, entre acônito licoctono e acônito lapelo?

Ao ouvir isso Hermione se levantou, a mão esquerda em direção ao teto da masmorra.

— Não sei— disse Harry em voz baixa. — Mas acho que Hermione sabe, porque o senhor não pergunta a ela?

Cali suspendeu o queixo em cima da mão esquerda colocando o cotovelo em cima na mesa enquanto engolia o riso.

— Sente-se - disse com rispidez a Hermione. — Para sua informação Potter, asfódelo e losna produzem uma poção para adormecer tão forte que é conhecida como a Poção dos Mortos Vivos. O bezoar é uma pedra tirada do estômago da cabra e pode salvá-lo da maioria dos venenos. Quanto aos dois acônitos são plantas do mesmo gênero botânico. Então? Por que não estão copiando o que estou dizendo?

Ouviu-se um ruído repentino de gente apanhando penas e pergaminhos. E acima desse ruído a voz de Snape:

E vou descontar um ponto da Grifinória por sua impertinência, Potter.                       

As coisas não melhoraram para os alunos da Grifinória na continuação da aula de Poções. Snape separou-os aos pares e mandou-os misturar uma poção simples para curar furúnculos.

Caminhava imponente com sua longa capa negra, observando-os pesar urtigas secas e pilar presas de cobras, criticando quase todos, exceto Draco, de quem parecia gostar. Tinha acabado de dizer a todos que olhassem a maneira perfeita com que Draco cozinhara as lesmas quando um silvo alto e nuvens de fumaça ocre e verde invadiram a masmorra. Neville conseguira derreter o caldeirão de Simas transformando-o numa bolha retorcida e a poção dos dois estava vazando pelo chão de pedra, fazendo furos nos sapatos dos garotos. Em segundos, a classe toda estava trepada nos banquinhos enquanto Neville, que se encharcara de poção quando o caldeirão derreteu, tinha os braços e as pernas cobertos de furúnculos vermelhos que o faziam gemer de dor.

— Menino idiota! - vociferou Snape, limpando a poção derramada com um aceno de sua varinha. — Suponho que tenham adicionado as cerdas de porco-espinho antes de tirar o caldeirão do fogo?

Neville choramingou quando os furúnculos começaram a pipocar em seu nariz.

Levem-no para a ala do hospital — Snape ordenou a Simas.

Você, Potter, por que não disse a ele para não adicionar as cerdas? Achou que você pareceria melhor se ele errasse, não foi? Mais um ponto que você perdeu para Grifinória.

— Ah, fala sério - esbravejou Sam quase derrubando as cerdas em cima de Lilá Brown que era a sua dupla, ia falar mais alguma coisa mas foi interrompida por Cali que a tampou uma concha que usava para misturas no caldeirão.

— Por que não jogou a sua - Hermione que era sua dupla perguntou indignada pois Cali jogou a sua concha

Subiam as escadas para sair da masmorra uma hora depois, — Me desculpe - pediu Cali para Sam que sorriu de lado sem falar nada.

Posso ir com você a casa de Rúbeo? - ouviu Rony

Claro— Harry falou contente

O que vocês dois vão aprontar?— Cali brincou se aproximando dos meninos

Vamos visitar o amigo do Harry o guarda caças do castelo

Sabe... ele gosta de novas amizades se... você quiser ir também— Harry falou hesitante

As cinco para as três eles saíram do castelo e atravessaram a propriedade. Hagrid morava numa casinha de madeira na orla da floresta proibida. Um par de galochas estava à porta da casa. 

Quando Harry bateu à porta eles ouviram uma correria frenética e latidos ferozes. Depois, a voz de Hagrid dizendo:

Para trás, Canino para trás— A cara barbuda de Hagrid apareceu na fresta quando a porta se abriu. — Espere aí. Para trás, Canino.

Ele os fez entrar, lutando para segurar com firmeza a coleira de um enorme cão de caçar javalis.

Havia apenas um aposento na casa. Presuntos e faisões pendiam do teto, uma chaleira de cobre fervia ao fogão e a um canto havia uma cama maciça coberta com uma colcha de retalhos.

— Estejam à vontade— falou Hagrid, soltando Canino, que pulou imediatamente para cima de Rony e começou a lamber-lhe a orelha. Como Hagrid, parecia óbvio que Canino não era tão feroz quanto se esperava

Este é o Rony— Harry disse a Hagrid, que fora despejar água fervendo num grande bule de chá e arrumar biscoitos num prato.

Mais um Weasley, hein? — exclamou Hagrid vendo as sardas de Rony. — Passei metade da vida expulsando seus irmãos da floresta.

— Ela é a Cali - Harry apontou para ela que estava um pouco mais afastada por causa do cão que lhe rodeava com um objeto sujo na boca parecia querer brincar.

Hagrid lhe deu um sorriso oculto pela barba — Amigos do Harry, também são meus amigos— ele falou puxando a coleira de canino o afastando dela.

Os biscoitos quase quebraram os dentes deles, mas fingiram gostar e contaram a Hagrid como tinham sido as primeiras aulas. Canino descansou a cabeça no colo de Harry e cobriu as vestes dele de baba. Sorriram quando Hagrid chamou Filch de guitarra velha.

Quanto àquela gata, Madame Nor-r-ra, às vezes eu tenho vontade de apresentar o Canino a ela. Sabe que todas as vezes que vou até a escola ela me segue por toda parte? Não consigo me livrar da gata. É Filch que a manda fazer isso.

Mas ele parecia que realmente me odiava. - falou Harry após desabafar sobre Snape

Bobagem! Por que o odiaria?

Como vai seu irmão Carlinhos?— perguntou Hagrid a Rony — Eu gostava muito dele. Tinha muito jeito com animais.

Enquanto Rony contava tudo sobre o trabalho de Carlinhos com dragões, Harry apanhou um pedaço de papel que estava na mesa sob o abafador de chá. Era uma notícia recortada do Profeta Diário. Cali reparou a sua ação vendo aonde ele queria chegar.

O CASO GRINGOTES

Prosseguem as investigações sobre o arrombamento de Gringotes, ocorrido em 31 de julho, que se acredita ter sido trabalho de bruxos e bruxas das Trevas desconhecido.

Os duendes de Gringotes insistiam hoje que nada foi roubado. 

O cofre aberto na realidade fora esvaziado mais cedo naquele dia.

"Mas não vamos dizer o que havia dentro, para que ninguém se meta, se tiver juízo", disse um porta-voz esta tarde.

 

Rúbeo!— exclamou Harry. — Aquele arrombamento de Gringotes aconteceu no dia do meu aniversário! Talvez estivesse acontecendo enquanto a gente estava lá!

Hagrid decididamente evitara encarar Harry. Resmungou alguma coisa e lhe ofereceu mais um biscoito. Harry releu a notícia “O cofre aberto na realidade fora esvaziado mais cedo naquele dia”.

Quando voltaram ao castelo para o jantar, tinham os bolsos pesados com os biscoitos que a educação os impedira de recusar. Foram em direção ao Grande Salão.

Queria poder depois desse jantar cair na minha cama, mas não tenho que aturar aquele asmático com aquela gata — resmungava Sam fincando o garfo na coxa de frango.

Ai - gemeu Cali quando sentiu ser empurrada quando saiu do Salão principal

Sai do caminho baixinha— era aquela garota do trem acompanhada de mais três meninas que riram com desdém cercando seu caminho.

Me deem licença - falou tentando abrir passagem

Não, e o que você vai fazer— falou Pansy Parkinson uma garota de feições duras

Nada eu preciso chegar a sala do prof.... – foi interrompida por uma loira

Seu lugar não é aqui — falou Daphne Greengrass

É melhor você se mandar daqui - outra garota falou Mila Bulstrode

Meninas, retornem para a sua sala comunal— falou o professor Snape as garotas desaparecem com rapidez

Dellenvigne, venha - ele a fez seguir até uma porta que abriu, — Meu estoque de poções, quero que você os arrume tire-os da caixa e os coloque nessa prateleiras. Fui claro?

— Quase transparente - sorriu ao ver o professor crispar os lábios contrariado, — Igual a sua mãe, tão petulante quanto ela.

— Conheceu minha mãe?

Ele não respondeu e se virou com sua capa esvoaçante enquanto andava até a sua mesa, depois de sete caixas abertas e frascos contendo líquidos de todas as cores e cheiros foram postos nas prateleiras sentia seus dedos formigarem e seus braços e pernas doloridos por ficar horas em pé quando Minerva McGonagall apareceu e a olhou demoradamente. Depois foi em direção ao professor Snape conversaram por longos minutos até ela se aproximar de Cali que muito distraída tentava não derrubar nenhum frasco de novo.

Riddle, venha comigo – disse McGonagall Cali já se sentia estranha alguns a chamavam de Riddle outros de Dellenvigne até de Gaunt professor Flitwick a chamou. Ainda passaram na sala de Filch pois Sam quase dormia em cima das pilhas de cartas que estavam em cima da mesa.

Cali e Sam quase caiam de cansaço pelo caminho enquanto seguiam a Mcgonagall que as levou até a porta da sala comunal.

Espere Riddle tenho um recado do professor Dumbledore— ela falou interceptando a passagem de Cali, — Ele pediu que a entregasse isso - a entregou um rolo de pergaminho

Do que se trata exatamente

— Não sei, isso e de interesse somente ao professor e a senhorita então não diga a mais ninguém, entendeu

— Perfeitamente 

— Boa noite— falou se retirando

Adentrou pela sala comunal sentando numa poltrona próxima a lareira desenrolando o pergaminho, sua caligrafia escrita nele era fina e inclinada.

Cara Riddle

Se for conveniente para você, gostaria de sua visita em minha sala no próximo sábado, após o almoço, não tenha preocupações quero somente conversar com a senhorita. Espero vê-la no sábado.

Muito atenciosamente

Alvo Dumbledore

 

Após enrolar o pergaminho foi para o dormitório feminino todas as outras já dormiam colocou o pergaminho bem enrolado dentro de sua mala abaixo da cama para não correr o risco de suas colegas de dormitório lerem por curiosidade e simplesmente jogou-se na cama com o uniforme de Hogwarts.

Acordou na manhã seguinte com algumas meninas conversando.

Está tudo bem?— perguntou Parvati Patil para Sam parecia estar a ponto de ter um ataque

— Parece que não— respondeu Lilá Brown quando Sam saiu furiosa do dormitório. — O que aquelas garotas da Sonserina fizeram?

— Disseram que não queriam se contaminar com o sangue da Sam e da Hermione - falou Alice Topilan olhando para Hermione que lia um livro em sua cama 

Isso é horrível— disse Parvati

É verdade preconceito a nascidos-trouxas isso é coisa do passado— concordou Fay Dunbar

Mudaram de assunto quando Sam retornou ao dormitório.

Nunca na vida Cali esperou detestar tanto alguém, as garotas da Sonserina principalmente Margo Travers. Os alunos do primeiro ano da Grifinória, porém, só tinham uma aula com os da Sonserina, a de Poções, por isso não precisavam aturar Sonserinos por muito tempo. Ou pelo menos, não precisavam até ver um aviso pregado no salão comunal de Grifinória que fez todos gemerem. As aulas de voo começariam na quinta-feira e os alunos das duas casas aprenderiam juntos.

Hermione Granger estava tão nervosa com a ideia de voar. Isto não era coisa que se aprendesse de cor em um livro, não que ela não tivesse tentado. No café da manhã de quinta-feira, deu um cansaço nos outros alunos principalmente Cali que estava ao seu lado cochilando e ainda segurando a colher que tomava seu mingau encostada em Sam que comia uma maçã silenciosamente, Hermione ainda falava sobre macetes de voo que lera em um livro da biblioteca chamado Quadribol através dos séculos. Neville praticamente se pendurava em cada palavra que ela dizia, desesperado para aprender qualquer coisa que o ajudasse a se segurar na vassoura mais tarde, mas todos os outros ficaram muito felizes quando a conferência de Hermione foi interrompida pela chegada do correio.

Cali acordou com uma dor em sua orelha, uma coruja marrom a olhava com os olhões amarelados batendo com a pata na mesa mostrando uma bolsinha que havia trago.

Sua coruja bicou você— riu Sam

Não é minha coruja, e nem faço ideia de quem seja.

Abriu a bolsinha de cor vermelha com fios dourados puxou de dentro um colar de ouro com um rubi como pingente, junto de um bilhete.

Sua mãe pediu para lhe entregar, boa sorte

— É lindo, quem mandou? - perguntou Sam olhando o colar

Não sei, não tinha nome, mas seja lá quem for conhece minha mãe.

— Não foi a sua tia?

— Duvido que tenha sido ela, a letra dela não é assim - falou guardando o colar ainda não iria usá-lo.

Enquanto Draco fazia farol na mesa da Sonserina pelos doces recebidos, uma coruja de curral trouxe para Neville um pacotinho da avó. Ele o abriu excitado e mostrou a todos uma bolinha de vidro do tamanho de uma bola de gude grande, que parecia cheia de fumaça branca.

É um Lembrol!— explicou ele. — Vovó sabe que sou esquecido. Isto serve para avisar que a gente esqueceu de fazer alguma coisa. Olhe, aperte assim e ele fica vermelho, ah...— E ficou sem graça, porque o Lembrol de repente emitiu uma luz escarlate.

... Você esqueceu alguma coisa...— Cali ia falar mas foi interrompida por Draco que arrancou o Lembrol da mão de Neville.

Harry e Rony puseram-se imediatamente de pé. Andavam querendo um motivo para brigar com Draco, mas a Professora McGonagall, que era capaz de identificar uma confusão mais depressa do que qualquer outro professor da escola, num segundo estava lá.

— Que é que está acontecendo?

— Draco tirou o meu Lembrol, professora.

Mal-humorado, Draco mais do que depressa largou o Lembrol na mesa.

Só estava olhando— falou, e saiu de fininho com Crabbe e Goyle na esteira.

Às três e meia, aquela tarde, os outros garotos da Grifinória desceram correndo as escadas que levavam para fora do castelo para a primeira aula de voo. Era um dia claro, com uma brisa fresca e a grama ondeava pelas encostas sob seus pés ao caminharem em direção a um gramado plano que havia do lado oposto à floresta proibida, cujas árvores balançavam sinistramente a distância. Os garotos da Sonserina já estavam lá, bem como as vinte vassouras arrumadas em fileiras no chão. A professora, Madame Hooch, chegou. Tinhas cabelos curtos e grisalhos e olhos amarelos como os de um falcão.

Vamos, o que é que estão esperando?— perguntou com rispidez. — Cada um ao lado de uma vassoura. Vamos, andem logo.

Calista se pós ao lado de sua vassoura era velha e tinha algumas palhas espetadas para fora em ângulos estranhos.

Estiquem a mão direita sobre a vassoura— mandou Madame Hooch diante deles — e digam "Em pé!”.

EM PÉ!— gritaram todos.

A vassoura de Cali subiu imediatamente para sua mão, assim como a de Harry e Draco e uma das poucas que fizeram isso. A de Hermione Granger simplesmente se virou no chão e a de Neville nem se mexeu. Madame Hooch, em seguida, mostrou-lhes como montar as vassouras sem escorregar pela outra extremidade, e passou pelas fileiras de alunos corrigindo a maneira de segurá-la.

Agora, quando eu apitar, dêem um impulso forte com os pés - disse a professora. — Mantenham as vassouras firmes, saiam alguns centímetros do chão e voltem a descer curvando o corpo um pouco para frente. Quando eu apitar... Três... Dois...

Mas Neville, nervoso, assustado, e com medo que a vassoura o largasse no chão, deu um impulso forte antes mesmo de o apito tocar os lábios de Madame Hooch.

— Volte, menino!— gritou ela, mas Neville subiu como uma rolha que sai sob pressão da garrafa, quatro metros, seis metros.

Enquanto ganhava altura sua cara ficava branca de medo espiando o chão, escorregou de lado e então, um baque surdo, um ruído de fratura e Neville caindo de borco na grama, estatelado. Sua vassoura continuou a subir cada vez mais alto e começou a flutuar sem pressa em direção à floresta proibida e desapareceu de vista. Madame Hooch se debruçou sobre Neville, o rosto tão branco quanto o dele.

Pulso quebrado— murmurou madame Hooch, — Vamos, menino, levante-se.

Virou-se para o restante da classe.

Nenhum de vocês vai se mexer enquanto levo este menino ao hospital! Deixem as vassouras onde estão ou vão ser expulsos de Hogwarts antes de poderem dizer "Quadribol". Vamos, querido.— Neville com rosto manchado de lagrimas, segurando o pulso, saiu mancando em companhia de Madame Hooch, que o abraçava pelos ombros. Assim que se distanciaram e ficaram fora do campo de audição da classe, Draco caiu na gargalhada.

Vocês viram a cara dele, o panaca?— Os outros alunos da Sonserina fizeram coro.

Cala a boca, Draco— retrucou Parvati Patil.

Uuuu, defendendo o Neville? — disse Pansy Parkinson, — Nunca pensei que você gostasse de manteiguinhas derretidas, Parvati.

Olhe!— disse Draco, atirando-se para frente e recolhendo alguma coisa na grama. — É aquela porcaria que a avó do Neville mandou.— O Lembrol cintilou ao sol quando o garoto o ergueu.

— Me dá isso aqui, Draco— falou Harry em voz baixa. Todos pararam de conversar para espiar, Draco soltou uma risadinha malvada.

Acho que vou deixá-la em algum lugar para Neville apanhar, que tal em cima de uma árvore?

Me dá isso aqui— berrou Harry, mas Draco montara na vassoura e saíra voando. Ele não mentira, sabia voar bem, e planando ao nível dos ramos mais altos de um carvalho desafiou:

Venha buscar, Potter!

Não!— gritou Hermione Granger — Madame Hooch disse para a gente não se mexer Vocês vão nos meter numa enrascada.

Harry não lhe deu atenção. Ele montou a vassoura, deu um impulso com força e subiu, subiu alto. Ao lado de Cali umas garotas gritaram e Rony lhe deu um viva de admiração a Harry.

Será que ele consegue derrubar o Malfoy?— perguntou Sam de braços cruzados

Então a bolinha foi atirada por Draco e Harry se curvou para frente e apontou o cabo da vassoura para baixo, no instante seguinte estava ganhando velocidade num mergulho quase vertical, apostando corrida com a bolinha aos gritos das pessoas que olhavam, ele esticou a mão a uns trinta centímetros do solo agarrou-a, bem em tempo de levar a vassoura à posição vertical, e caiu suavemente na grama com o Lembrol salvo e seguro na mão.

HARRY POTTER! - A Professora Minerva vinha correndo em direção à turma.

— Nunca... Em todo o tempo que estou em Hogwarts...— A Professora Minerva quase perdeu a fala de espanto e seus óculos cintilavam sem parar. —... Como é que você se atreve... Podia ter partido o pescoço...

Não foi culpa dele, professora...

— Calada, Srta. Patil...

— Mas Draco...— Chega, Sr. Weasley, Potter me acompanhe, agora.

Cali passou o dia com Sam ao seu lado até a hora do jantar onde Harry dizia a Rony sobre o que acontecera quando deixara os jardins da propriedade com a Professora Minerva. Rony tinha um pedaço de bife e pastelão de rins a meio caminho da boca, mas esqueceu o que estava fazendo. 

— Apanhador?— exclamou. — Mas os alunos do primeiro ano nunca, você vai ser o jogador da casa mais novo do último...

Século — completou Harry, enfiando o pastelão na boca. — Olívio me disse.— Rony estava tão admirado, tão impressionado, que ficou ali sentado de boca aberta para Harry.

Ouviu o que ele disse? — perguntou Sam após os garotos terem ido falar com Fred e Jorge

Ouvi sim, parece que Harry é o novo apanhador da Grifinória

Após o jantar Cali se direcionou ao dormitório

Não acredito que eles irão fazer isso, prejudicaram a Grifinória, vou contar ao Percy— dizia Hermione andando de um lado para o outro com Cali sentada em sua cama olhando o colar que ganhou pelo correio.

Não— a segurou pelo braço, mas a soltou em seguida — Hermione deixe eles em paz, pelo menos se ganharem de Malfoy ele vai parar de atormentar a todos nos.— se referia a Harry e Rony que aceitaram a duelar com Draco à meia-noite.

Podemos perder pontos por isso, como pode não se importar?

— Tudo bem Hermione também não quero que a Grifinória se de mal por isso.

— Então me ajude a pará-los - Hermione falou se sentando ao seu lado

— No que está pensando?

Uma hora depois com as outras garotas dormindo observou Hermione vestindo seu cor-de-rosa a olhando brava

Você disse que iria comigo— ela falou pegando o robe preto no pé da cama de Cali.

Levantando resmungando baixinho puxou o robe das mãos de Hermione ainda resmungando quando encontraram os meninos na abertura no retrato.

Não posso acreditar que você vai fazer isso, Harry.

Hermione acendeu a lâmpada,

— Você!— exclamou Rony furioso. — Volte para a cama!

Quase contei ao seu irmão— retorquiu Hermione. — Percy, ele é monitor, ia acabar com essa história.

— Então por que não contou? - perguntou Rony alterado

Quer responder Calista— Hermione falou

Só então os garotos a avistaram.

O que ela fez com você Cali?— perguntou Rony levando um olhar furioso de Hermione

Cali olhou para Hermione e para Harry — Não vou impedi-los de ir, mas eu vou junto.— falou e foi em direção aos garotos.

Vamos— chamou Rony. Afastou o retrato da Mulher Gorda com um empurrão e passou pela abertura. 

Hermione os seguia sibilando como um ganso raivoso.

Vocês não se importam com a Grifinória, vocês só se importam com vocês mesmos, eu não quero que a Sonserina ganhe a Taça da Casa e vocês vão perder todos os pontos que ganhei com a Professora Minerva por saber a Troca de Feitiços. Principalmente você Calista me enganou, pensei que me ajudaria a fazer com que eles mudassem de ideia e que não seria tão irresponsável quanto a esses dois, deveria ser um orgulho para o seu antepassado.

Vai embora.— Cali falou baixo sem a olhar

— Tudo bem, mas eu preveni vocês, lembrem-se do que eu disse quando estiverem amanhã no trem voltando para casa, vocês são tão...

Mas o que eram, eles não chegaram saber. Hermione se virara para o retrato da Mulher Gorda para tornar a entrar e se viu diante de um quadro vazio. A Mulher Gorda tinha saído para fazer uma visita noturna e Hermione ficou trancada do lado de fora da torre da Grifinória.

Agora o que é que eu vou fazer?— perguntou com a voz esganiçada.

O problema é seu— disse Rony. — Nós temos de ir, se não vamos nos atrasar. - Nem tinham chegado ao fim do corredor quando Hermione os alcançou.

— Vou com vocês.

— Não vai, não. - Cali falou pasma

Vocês acham que vou ficar parada aqui, esperando o Filch me pegar? Se ele encontrar os três, conto a verdade, que eu estava tentando impedir vocês de saírem e vocês podem confirmar.

Mas que cara-de-pau— disse Rony bem alto.

Calem a boca, vocês dois— disse Harry bruscamente. — Ouvi uma coisa.

Era como se alguém estivesse farejando.

Madame Nor-r-ra?— murmurou Rony, apertando os olhos para enxergar no escuro. Não era Madame Nor-r-ra. Era Neville. Estava enroscado no chão, dormindo a sono solto, mas acordou repentinamente assustado quando eles se aproximaram.

— Graças a Deus que vocês me encontraram! Estou aqui há horas, não consegui me lembrar da nova senha para entrar no quarto.

Fale baixo, Neville. A senha é "focinho de porco", mas não vai lhe adiantar nada agora, a Mulher Gorda saiu. - Cali falou o ajudando a levantar

Como está o braço?— perguntou Harry.

Ótimo — disse Neville mostrando. — Madame Pomfrey consertou-o na hora.

— Que bom, olhe, Neville, temos que estar em um lugar, vemos você depois.

Não me deixem aqui!— pediu Neville pondo-se de pé. — Não quero ficar sozinho, o barão Sangrento já passou por aqui duas vezes.

Rony consultou o relógio e em seguida fez uma cara furiosa para Hermione e Neville.

Se formos pegos por causa de vocês, não vou sossegar até aprender aquela Poção do Morto-Vivo que Quirrell falou e vou usá-la contra vocês.

Hermione abriu a boca, talvez para dizer a Rony exatamente como usar o Feitiço do Morto-Vivo, mas Harry mandou-a ficar quieta e fez sinal para prosseguirem.

Passaram quase voando pelos corredores listrados pelo luar que entrava pelas grades das janelas altas. A cada curva era arriscado toparem com Filch ou com Madame Nor-r-ra, mas tiveram sorte. Subiram correndo uma escada até o terceiro andar e, nas pontas dos pés, dirigiu-se à sala dos troféus. Draco e Crabbe ainda não tinham chegado. As vitrines de cristal onde estavam guardados os troféus refulgiam quando tocadas pelo luar. Taças, escudos, pratos e estátuas piscavam no escuro com lampejos prateados e dourados. Eles caminharam rente às paredes, mantendo os olhos nas portas de cada lado da sala. Harry tirou a varinha da caixa para o caso de Draco aparecer de repente e começar a duelar. Os minutos passaram vagarosos.

— Ele está atrasado, quem sabe se acovardou— Rony sussurrou. Então uma batida na sala ao lado os sobressaltou, acabara de erguer a varinha quando ouviram alguém falar e não era Draco.

Vá farejando, minha querida, eles podem estar escondidos em algum canto.— Era Filch falando com Madame Nor-r-ra.

Horrorizado Harry fez sinais frenéticos para os outros três o seguirem o mais depressa possível, e fugiram silenciosos em direção à porta mais distante da voz de Filch. As vestes de Neville mal tinham acabado de passar a curva quando ouviram Filch entrar na sala dos troféus.

Eles estão por aqui— ouviram-no resmungar, — provavelmente escondidos.

Por aqui!— disse Harry, apenas mexendo a boca, para os outros e, petrificados, eles começaram a descer uma longa galeria cheia de armaduras. Podiam ouvir Filch se aproximando. Neville de repente, soltou um guincho assustado e saiu correndo, tropeçou, agarrou Rony pela cintura e os dois desabaram em cima de uma armadura. A queda e o estrépito foram suficientes para acordar o castelo inteiro.

CORRAM!— gritou Harry e desembestaram pela galeria, sem virar a cabeça para ver se Filch os seguia. Fizeram a curva firmando-se no alisar da porta e saíram galopando por um corredor atrás do outro, Harry na liderança, sem a menor ideia de onde estavam nem que direção tomava. Atravessaram uma tapeçaria, rasgando-a e encontraram uma passagem secreta, precipitaram-se por ela e foram sair perto da sala de aula de Feitiços, que sabiam estar a quilômetros da sala dos troféus.

Acho que o despistamos— ofegou Harry, apoiando-se na parede fria e enxugando a testa. Neville estava dobrado em dois, chiava e falava desconexamente.

Eu... Disse... A vocês— Hermione falou sem fôlego, agarrando o bordado no peito. — Eu... Disse... A vocês.

Temos de voltar à torre de Grifinória— lembrou Rony, — o mais rápido possível.

Draco enganou você— disse Hermione a Harry.

Ela deve ter razão— resmungou Cali ainda escorada na parede do canto recebendo um olhar indignado de Harry e Rony. — Não estou do lado dela, mas pensem bem no que acabou de acontecer.

Já percebeu isso, não? Draco não ia enfrentar você Harry. Filch sabia que alguém ia estar na sala dos troféus. Draco deve ter contado a ele.

Vamos dá o fora daqui— falou Cali saindo da sala sendo seguida pelos quatro.

Não ia ser tão simples Não tinham caminhado nem dez passos quando ouviram o barulho de uma maçaneta e alguma coisa disparou da sala de aula à frente deles. Era Pirraça. Avistou os garotos e soltou um guincho de prazer.

Cale a boca, Pirraça, por favor, você vai fazer a gente ser expulso — exclamou Cali apertando o nó frouxo do robe.

Pirraça soltou uma gargalhada.

— Passeando por aí à meia-noite, aluninhos? Tsk, tsk. Que feinhos, vão ser apanhadinhos.

— Não, se você não nos denunciar, Pirraça, por favor. - Cali ainda clamava

— Devia contar ao Filch, devia — disse Pirraça bem comportado, mas seus olhos cintilaram de maldade. — É para o seu próprio bem, sabem?

— Saia da frente— disse Rony com rispidez, baixando o braço em Pirraça. Foi um grande erro.

ALUNOS FORA DA CAMA!— berrou Pirraça. — ALUNOS FORA DA CAMA NO CORREDOR DO FEITIÇO!— Passando por baixo de Pirraça eles saíram desembalados até o final do corredor onde depararam com uma porta... Fechada.

Acabou-se!— gemeu Rony, empurrando inutilmente a porta — Estamos ferrados! É o fim!

Ouviram passos, Filch correndo a toda em direção aos gritos de Pirraça.

Ah, sai da frente— Hermione resmungou aborrecida. Agarrando a varinha de Harry, bateu na fechadura e murmurou: — Alorromora!

A fechadura deu um estalo e a porta se abriu, eles se atropelaram por ela, fecharam-na e apuraram os ouvidos, à escuta.

Para que lado eles foram, Pirraça?— era Filch perguntando. — Depressa, me diga.

— Peça "por favor".

Não me enrole, Pirraça, vamos, para que lado eles foram?

Não digo nada se você não pedir "por favor"— disse Pirraça na cantilena irritante com que falava.

Está bem, “por favor”.

NADA! Nada haaa! Eu disse a você que não dizia nada se você não pedisse por favor! Ha ha! Haaaaaa! — E ouviram Pirraça voar rápido para longe e Filch xingar com raiva.

Ele acha que a porta está trancada!— Harry falou. — Acho que escapamos. Sai para lá, Neville! — Neville puxava a manga do robe de Harry fazia um minuto. — Que foi? – perguntou para olhando para Cali que perplexa olhava para frente sem reação.

Harry se virou e viu, muito claramente, o que foi. Por um instante teve a certeza de que entrara num pesadelo, era demais depois de tudo o que já acontecera. Não estavam numa sala, conforme ele supusera. Achavam-se num corredor O corredor proibido do terceiro andar E agora sabiam por que era proibido. Estavam encarando os olhos de um cachorro monstruoso, um cachorro que ocupava todo o espaço entre o teto e o piso. Tinha três cabeças. Três pares de olhos que giravam enlouquecidos. Três narizes, que franziam e estremeciam farejando-os. Três bocas babosas, a saliva escorrendo em cordões viscosos das presas amarelas. Estava muito firme, os olhos a observá-los, e Harry sabia que a única razão por que ainda estavam vivos era que o seu repentino aparecimento apanhara o cachorro de surpresa, mas ele já estava se recuperando e depressa, não havia dúvida quanto ao significado daqueles rosnados de ensurdecer. Harry tateou a procura da maçaneta. Entre Filch e a morte, ficava com o Filch. Retrocederam. Harry bateu a porta e eles correram, quase voaram pelo corredor, Filch devia ter tido pressa para procurá-los em outro lugar porque não o viram em parte alguma, mas nem se importaram. A única coisa que queriam era abrir a maior distância possível entre eles e o monstro. Não pararam de correr até chegarem ao retrato da Mulher Gorda no sétimo andar.

Onde foi que vocês andaram?— perguntou ela, olhando para os robes que caiam soltos dos ombros e os rostos vermelhos e suados.

Não interessa. Focinho de porco, focinho de porco— ofegou Harry, e o quadro girou para frente. Eles entraram de qualquer jeito na sala comunal e desmontaram, trêmulos, nas poltronas. Levou algum tempo até um deles falar alguma coisa. Neville, então, parecia que nunca mais voltaria a falar.

Que é que vocês acham que eles estão querendo, com uma coisa daquelas trancada numa escola?— perguntou Rony finalmente. — Se existe um cachorro que precisa de exercícios é aquele.

Hermione tinha recuperado tanto o fôlego quanto o mau humor. — Vocês não usam os olhos, vocês todos, usam?— perguntou com rispidez. — Vocês não viram em cima do que ele estava?

No chão?— arriscou Harry. — Eu não fiquei olhando para as patas, estava ocupado demais com as cabeças.

Não, não estou falando do chão. Ele estava em cima de um alçapão. É claro que está guardando alguma coisa - Ela se levantou olhando feio para ele. — Espero que estejam satisfeitos com o que fizeram. Podíamos ter sido mortos, ou pior, expulsos. Agora, se vocês não se importam, eu vou me deitar.

Rony ficou olhando para ela, de boca aberta. — Não, não nos importamos. Qualquer um pensaria que nós a arrastamos conosco, não é mesmo.

Cali se levantou arrumando seu robe que estava todo caído foi para seu dormitório antes resmungou para os garotos, — Boa noite

— Boa noite – os ouviu falar juntos antes de fechar a porta.


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