Deku escrita por Nymphadora


Capítulo 1
Ter alguém


Notas iniciais do capítulo

não tenho muito o que falar aqui, só gostei muito dessa fanfic e espero que consiga ter algum comentário aqui -q
coloquei two-shot nas notas, mas o segundo capítulo vai ser mais um bônus do que uma continuação.

anyway, não foi revisada e pode ter alguns erros. mesmo que eu tenha gostado dela, não consigo ler as coisas que eu escrevo, mas espero que não comprometa a leitura ♥



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Desde que se tornou oficialmente uma heroína, Ochako passou a ter a sensação de que estava bastante afastada dos amigos de colégio. Estava feliz com o trabalho dos sonhos, salvando as pessoas e finalmente podendo ajudar a sua família, mas às vezes se pegava pensando no tempo de escola. Se lembrava de todas as provas trabalhosas que fez, dos seus estágios, os dormitórios da turma A... Sentia falta disso, mas no fim de tudo era uma nostalgia cheia de memórias boas apesar de tudo que passou como estudante.

Não tinha mais tanto contato assim com as meninas, apenas as via quando elas tinham folga — ou seja, de milênios em milênios — no mesmo dia que ela. Um dos poucos que ainda via com mais frequência era Iida, já que eram da mesma empresa e ele sempre fez questão de ter contato. Também tinha Bakugou, mas nem o considerava tanto já que este era seu marido.

Mas se tinha alguém que realmente sentia falta era o Izuku. Normalmente o via mais na televisão ou às vezes trocavam um "oi" quando se esbarravam em alguma missão. Depois do falecimento oficial de All Might (dessa vez a pessoa, não apenas o herói), com o tempo ele foi tomando o título de símbolo da paz. Ficava feliz de saber que o seu querido amigo tinha realizado o seu sonho de infância, não conseguia nem imaginar o tamanha da satisfação que ele tinha consigo mesmo agora, mas tinha saudade de quando ficavam conversando no intervalo da escola sem perceber o tempo passando. Era engraçado pensar nessas coisas, já que havia pensado diversas quando era mais nova que ficariam juntos em algum futuro. Mesmo que fossem próximos, pensando agora realmente não era pra ser. Tem amizades que são preciosas demais para se tornar um romance.

Tentava lhe mandar mensagens e convidar para se reencontrarem, mas nunca tinha tempo pra isso. Izuku vivia dizendo que queria ajudar o máximo de pessoas possível, por isso tentava ficar ativo pela cidade o tempo todo. Mal parava em casa, e quando parava dizia que queria ficar sossegado, o que Ochako entendia perfeitamente. Mas ele nunca tinha sido uma pessoa isolada e muito menos solitária, sempre tinha alguém por perto na U.A. Seja ela e Iida, ou Todoroki e Tokoyami, ele sempre estava interagindo com alguém. Mesmo que fosse tímido, ficava tranquilo perto dos amigos, e, por mais que estivesse vivendo o seu sonho, Ochako sabia bem que nenhum ser humano vivia sozinho. Do jeito que conhecia Izuku, sabia que ele não era exceção.

Então acabava se perguntando se ele não tinha conhecido um alguém. Alguém que fosse não só a sua jangada, mas também o seu porto-seguro. Sabia que ele não estava se relacionamento com ninguém da antiga classe, senão com certeza já teria sido anunciado em algum lugar — sendo que não conseguia pensar em ninguém que ele demonstrasse ter algum interesse romântico. Muitos amigos seus já tinham as suas famílias, mesmo que não fosse necessariamente um casamento e filhos. Jirou acabou por adotar um gatinho abandonado e vive muito feliz com ele, sendo ainda bem próxima de Momo e consequentemente de Shouto, com quem a mesma havia se casado — às vezes até era babá dos gêmeos dos dois quando tinha tempo e disposição. Todavia, Tokoyami e Tsuyu passaram a dividir um apartamento, por mais que não tenham necessariamente uma relação romântica, mas estão satisfeitos com a companhia um do outro. Mina também é outra que não se casou e nem começou a namorar, mas ela já disse abertamente que não acha necessário alguém para sentir que sua vida está completa, já que ainda mantém contato com o seu antigo grupo de amigos da escola (estando Bakugou incluso) e às vezes vai para bares se divertir e quem sabe encontrar uma pessoa que também está em busca apenas de um passatempo.

Mas Izuku? Ninguém sabia o que ele estava fazendo. Sabiam que Deku corria pela cidade (e às vezes até por estados) para salvar e proteger pessoas, mas nem mesmos os seus amigos sabiam da vida dele.

Justamente por isso que Uraraka decidiu usar a sua folga para tentar descobrir um pouco mais sobre o amigo que agora estava distante. Aproveitou que Iida coincidentemente acabou sendo liberado cedo do serviço, então acabou contando a sua ideia para ele; esperariam por Izuku na delegacia de polícia já pelo fim da tarde para conversar um pouquinho (nem que fosse por uns cinco minutos). Lógico que não ficariam desde o almoço esperando pelo mesmo. Tinham suas vidas, e pausas da rotina corrida eram raras, então aproveitaria um pouco do seu tempo com o marido assim como Iida também planejava fazer uma surpresa para a Hatsume no trabalho. Ochako precisava se acostumar logo em chamá-la de Mei, já que Iida havia lhe contado que queria pedi-la em casamento em breve.

Mas enfim, o dia foi passando mais rápido do que esperava. Quando percebeu, já estava no carro com Bakugou indo até o ponto de encontro que tinha marcado com Iida. Ficou até surpresa de não ouvir não ouvir reclamações e protestos do mesmo durante o caminho. Mesmo que tivessem amadurecido e passado a se respeitar, sabia que Bakugou ainda sentia um gosto amargo na boca só de pensar em Izuku. Ochako teve muito tempo para conhecer melhor o relacionamento deles, e percebeu que o nível de toxicidade era tão grande que o melhor era que nenhum dos dois ficassem muito tempo no mesmo ambiente. Não defendia Bakugou pelo bullying que fez com o seu amigo por dez anos (ficou muito tempo o repreendendo por causa disso), mas conseguia ver o seu lado. Principalmente depois de notar a proximidade de Izuku com All Might, quem também era o meu herói de infância. Devia ter sido uma facada no peito. De qualquer forma, se despediu do marido com um rápido beijo na bochecha e saiu do carro avisando que poderia voltar para casa sozinha e que Iida iria acompanhá-la. Nem precisaria pedir isso para o amigo, sabia que ele se ofereceria na primeira oportunidade do jeito que era.

— Iida-kun! — chamou o amigo num aceno eufórico, correndo em direção ao mesmo que lhe esperava do outro lado da rua.

— Você não pode atravessar com o sinal aberto, Urara-- — acabou se auto-interrompendo ao perceber o olhar reprovador da amiga. — Ochako-san.

— Melhor. — disse com um sorriso, começando a caminhar com o mesmo pela rua.

Não tinham certeza se conseguiriam conversar com Izuku, então queriam no mínimo fazer uma surpresa. Por isso marcaram de se encontrar um pouco antes da delegacia, criando assim um tempo para observar. Já estavam de olho nos noticiários, e Deku sempre levava os vilões aos policiais ao invés de esperar pelos mesmos. Não tinha um caso em que ele prendia o vilão em algum lugar e a polícia o levava — tanto que grande parte dos paparazzis tiravam as suas fotos na delegacia.

Estando algumas casas antes da delegacia, Ochako já conseguia sentir o coração pulando de alegria por já conseguir ver aquele cabelo esverdeado e bagunçado. Izuku estava escorado na parede ao lado da porta com os braços cruzados e olhando para o chão enquanto batia um dos pés. Parecia ansioso, como se estivesse esperando alguém sair dali, o que fez Ochako rapidamente puxar Iida que estava prestes a chamar por ele. Não tinham muitas opções de esconderijo ali, então o puxou para um banquinho para parecerem cidadãos comuns, observando o amigo discretamente.

— Ochako, espiar é errado. — a repreendeu num tom irritado, mas ela nem lhe deu atenção. Sentia que estava prestes a descobrir algo importante.

Então viu um homem um pouco mais baixo que Izuku passar pela porta. Este usava uma camisa branca e uma simples calça preta, também levando consigo uma grande mochila nos ombros — definitivamente trabalhava ali. Assim que se deparou com Izuku, foi recebido com um abraço apertado, o que fez Ochako levar a mão à boca para abafar um gritinho.

— Acha que eles são amigos? — perguntou Iida, também tão surpreso quanto.

— Você trata os amigos assim? — E em seguida ambos conseguiram observar os dois trocando alguns rápidos e delicados selinhos no rosto.

— Não, definitivamente não.

Por mais que estivesse falando ser contra ficar espiando o amigo, agora Iida também parecia estar prestando bastante atenção no casal. Eles realmente pareciam bastante adoráveis, e ver que alguém fazia Izuku sorrir do jeito que estava sorrindo fazia Ochako derreter por dentro. Foi a primeira pessoa a apoiá-lo na escola, e até hoje continuava torcendo para que apenas coisas boas acontecessem consigo.

— Vamos falar com ele. — A voz de Iida fez Ochako entrar em alertar. — Desejar parabéns e felicidades ao casal.

— Você enlouqueceu?! — Praticamente num pulo, se colocou na frente do mesmo e bloqueou a sua passagem.

— Agora não quer que ele saiba que estava espiando?

Balançou a cabeça apressadamente, o puxando para que se sentasse de novo. O problema não era esse.

— Acha que ele não contaria pra gente que está namorando? — pergunto com as sobrancelhas arqueadas, mas Iida pareceu não ter certeza do que responder. — Olha pra eles de novo.

Podiam notar que os dois andavam um do lado do outro, conversando animadamente sobre algum assunto banal.

— Não vejo nada demais.

Ochako soltou um suspiro.

— Eles estão conversando com certa distância. — explicou enquanto ainda os observava. — Não estão se olhando tanto, nem andam de mãos dadas. — observou, se levantando e gesticulando para que Iida fizesse o mesmo, começando a caminhar na direção oposta que Izuku e o policial. — Melhor deixar ele ter o próprio espaço e vir falar com a gente quando estiver com vontade. Chegar nele agora talvez o faça se sentir pressionado.

Iida assentiu com a cabeça, parecendo ter finalmente entendido o que ela estava tentando lhe explicar. Ochako sempre parecia o conhecer muito bem, então era melhor não contestar.

— Mas enfim, como vão as coisas com a Mei? — perguntou para mudar o assunto da conversando, não ignorando a marquinha roxa que tinha visto em seu pescoço desde que chegou ali.

Queria muito ter ido conversar com Izuku, mas algo a dizia que ele mesmo iria a chamar alguma hora para bater um papo. Sua folga não foi menos proveitosa por causa disso, sendo sincera. Foi bom passar um tempo com Bakugou, ver que Izuku parecia feliz com a rotina e passar bastante tempo conversando com Iida enquanto voltava para casa.


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