The Night We Met escrita por Morena


Capítulo 3
With A Little Help From My Friends


Notas iniciais do capítulo

esse é o ultimo da semana, só pra ter um inicio completo de como vai ser a história e tudo mais



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Entrei pelos portões da escola, vendo a movimentação rotineira dos outros alunos me perguntando algo que nem passou pela minha cabeça: será que as pessoas sabiam?

Decidi que o que quer que falassem, não me importava. Apesar de, durante meu relacionamento com Stephen eu ter criado um status de popularidade bem grande, duvidava que se mantivesse quando nos separarmos.

Não pretendia pedir de ninguém que escolhessem lados, até porque sabia muito bem quem iriam escolher, ele.

Me acalmei novamente, seguindo escola adentro, sabendo que meus amigos de verdade nunca nem chegaram a gostar dele como meu namorado, e provavelmente fariam uma festa para me felicitar de ter saído de uma roubada.

O sol queimava forte no céu, mesmo ainda sendo manhã. Apesar disso eu não me sentia confortável em tirar o casaquinho azul de lã que eu usava enrolado no corpo, andando de braços cruzados como um foguete no meio das pessoas, com medo da reação delas ao me verem depois da festa.

Chego no banco no canto do pátio principal, onde Felícia, Augusto e Lily estavam jogados, nosso ponto de encontro diário dentro daquele hospício.

— Como foi a noite de ontem com o Stephony? – Perguntou Lily assim que me sentei ao seu lado, espremida com os três. Revirei os olhos para o apelido de que eles chamavam Stephen (inicialmente pelas minhas costas, mas depois de anos não se importavam nem de chama-lo assim na sua frente) desde que o conheceram.

— Ótimo, ele transou com Melanie e eu fiquei com um desconhecido num bar. – Digo com naturalidade, vendo instintivamente três cabeças se virarem na minha direção, os olhos arregalados e as bocas abertas.

— Que? – Felícia foi a primeira a se pronunciar, enquanto Augusto batia na própria testa, tentando despertar do choque.

— Ele beijava bem? – Lily se inclina perguntando. Respiro fundo, me preparando para contar a longa noite que tive, de como de em prantos passei a me agarrar bêbada a um cara (que sim, beija muito bem, como insistiram para que eu contasse). E como esperava, eles me abraçaram felizes, Felícia chegou a limpar falsas lágrimas do canto dos olhos.

— Então agora você está solteira? – Augusto pergunta piscando. Nós namoramos na sexta serie e ele foi meu primeiro amor, o que fazia Stephen morrer de ciúme, mas nós terminamos exatamente porque eramos amigos demais para ter um relacionamento romântico. Mas sempre que podíamos nos declarávamos um para o outro em encenações dramáticas dignas de Oscar, sempre lembrando com humor da época em que nos gostamos.

— Sim. AGORA NÃO PRECISAMOS MAIS VIVER NOSSO ROMANCE EM SEGREDO MEU ROMEU! – Grito com a mão na testa, me jogando sobre meus amigos até deitar minha cabeça no colo de Augusto, que gargalha afagando meus cabelos.

— Você já falou com ele depois de tudo aquilo? – Pergunta Lily, cutucando minha perna sobre si.

Me lembro vagamente dele pelado tentando – em vão – se afastar de Melanie no pequeno espaço em que se embrenhavam nus, balbuciando palavras sem nexo, tentando ele mesmo achar uma desculpa plausível para aquela situação.

— Acho que não conta muito bem como uma conversa, então não.

— Então se prepare, porque ele está vindo aqui. – Diz Felícia, me ajudando a sentar enquanto apontava para o grupo que se aproximava a nossa frente, Stephen e seus amigos do futebol gigantes, parecendo agentes secretos disfarçados de estudantes, escoltando o amigo.

— Lo... podemos conversar? – Ele para, me olhando com uma cara digna de pena, fazendo sombra sobre nosso banco. Eu não queria conversar, só de ver o rosto dele eu já sentia minha garganta apertada, não queria chorar na frente dele, mas ouvir a sua voz tão baixa me chamando de “Lo”, o apelido carinhoso com que só ele me dirigia, foi demais pra mim.

Me levanto rapidamente, apertando forte as alças da minha mochila em meus ombros, sendo seguida por meus amigos e me viro, indo para longe do meu ex-namorado estupidamente lindo e de seus brutamontes.

Sentindo os olhos ardendo, acelero meu passo até chegar a uma parede do lado de uma sala qualquer, me jogando no chão escorada nela, quase soluçando de tão forte que chorava. Me sentia patética e idiota, nem sabia porque chorava, mas também não conseguia parar. Meus amigos formam um paredão a minha volta, não deixando ninguém ver minha situação lastimável. Olho no vão entre as calças esfarrapadas de Augusto e as pernas finas de Lily e vejo ele distante, virado na minha direção, apesar de não poder ver seu rosto, conseguia imaginar se cenho franzido e confuso, me olhando com um misto de pena e amor. Me encolho até virar uma bolinha, enfiando meu rosto entre os braços, me negando a vê-lo mais uma vez, sentindo seis mãos me afagando e consolando, enquanto ouvia palavras de conforto e coisas como “ele não merece suas lágrimas”, “você é melhor que isso”. Mas não conseguia evitar, eu amava tanto ele que chegava a doer as vezes, acreditei por tanto tempo que ele me amava com a mesma intensidade, planejava um futuro ao seu lado, e agora tudo foi jogado fora.

Felícia puxa-me pelos braços até me levantar, os três me abraçam desengonçadamente enquanto me deixo chorar em seus ombros, até conseguir me acalmar e limpar finalmente o rosto, banhado em lágrimas. Lily beija minha testa, sorrindo amorosamente.

Nolite te bastardes carborundorum. – Ela sussurra pra mim, tocando sua testa na minha.

Nolite te bastardes carborundorum. – Repito sorrindo de leve. Augusto e Felícia jogam seus braços em meus ombros e Lily enrosca o seu com o outro de Felícia, e assim andamos até nossas respectivas salas, como um grupo de sobreviventes.

As aulas passaram lentas e eu me sentia dividida entre dormir e evitar pensar em Stephen, então pode-se dizer que não foi uma manhã muito boa.

Quando enfim chegou o fim da aula eu corri pra fora do campus, sabendo que meus amigos iam embora de carro antes de mim, então sem me preocupar em despedir de ninguém, me dirigi a pé até minha casa, que não ficava muito longe da escola.

Quando estava a três casas de distância, notei que tinha um carro esportivo estacionado em frente a minha casa e ao chegar mais perto, avistei Rick escorado no capô, os braços cruzados em uma jaqueta de couro preta, olhos encolhidos por conta do sol, sorrindo com uma cara esperta.

— Quem é vivo sempre aparece. – Digo parando em frente a ele, tapando meus olhos do sol. Ele se desencostou do carro, se aproximando de mim.

— Desculpa aparecer assim, mas eu estava com medo que você tivesse sido apenas um sonho de uma noite de verão. – Meu rosto arde. Ele tinha vindo atrás de mim. Eu tinha aceitado que nunca mais o veria, eu não sabia nem onde ele morava, mas ele queria me ver outra vez e não posso negar que me sentia extasiada com a notícia.

— Fico feliz que tenha vindo. – Tiro a mão do meu rosto para tocar seu braço. – Você quer entrar? – Ele sorri envergonhado, como se eu lesse seus pensamentos.

— Claro.


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Notas finais do capítulo

Eai, Curtiram? Comentem o que vocês acharam do Stephen e dos amigos da Lou (meu crush é o Augusto, já aviso)
Semana que vem tem cenas quentes, manteiga da Lou chega derrete
bj



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