A verdade sobre Eles escrita por Jhulliaty


Capítulo 4
Capítulo 3 - Explicação divina


Notas iniciais do capítulo

Ela não era como eu esperava



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/744964/chapter/4

— Então... ela vai me explicar.... Eu não acredito.  

Erdia estava deitada no enorme sofá que o quarto de hotel possuía, acompanhando com a cabeça os movimentos da Anjo.

O local era realmente grande, maior que a antiga casa de Erdia, a qual nesse momento estava meio perdida.

A sala possuía paredes brancas com linhas em preto, parecendo ramos de flores, tão juntas, que formavam uma coroa de flores, enquanto o piso era totalmente branco, quase translúcido, mesmo que fosse madeira.

Tudo era estranhamente espaçoso, principalmente para Erdia que estava acostumada a pequenos locais. Possuía um enorme sofá que poderia caber uma família completa ali, com uma enorme televisão presa à parede e um frigobar ao lado. Enquanto na direção oposta havia um bar com vários tipos de bebidas e até alguns aperitivos.

De longe, Erdia ouviu Kalaziel falar, meio baixo, que iria para o banho, enquanto os passos ecoavam no piso de madeira.

Então o banheiro era relativamente próximo da sala, contando o tamanho do ambiente.

Viu uma luz mais escura além do banheiro, não iria levantar, estava cansada, e ali era, provavelmente, o quarto, afinal, elas não iriam dormir em um sofá em um hotel tão rico, certo?

E pelo jeito, havia só um quarto...

Erdia fechou os olhos por alguns segundos, somente para ouvir o barulho relaxante de água escorrendo e dos carros abaixo.

O sono embalou ela como uma mãe embala um bebê que chora.

Os passos firmes no piso se suavizaram quando Kalaziel fechou a porta do banheiro e respirou fundo.

O local era até simples para o resto, um banheiro com paredes azuis escuras e um piso branco, a luz, opaca. Uma banheira, um chuveiro, sanitário, pia e um casaco enorme, simples, como o esperado.

A verdade é que a Anjo estava exausta do curto dia até ali.

Quando se olhou no espelho e soltou o manto, deixando ele cair, ela não se reconheceu.

Fazia alguns anos que não se via, alguns longínquos anos.

Kalaziel sorriu perante sua imagem, seu corpo era definido, musculoso e belo sendo que, mesmo com a roupa, dava para ver os músculos e a força além do olhar.

Tirou o resto da roupa. Estava usando uma blusa feita para aguentar armas brancas humanas, mas não sabia se aquilo iria aguentar algo a mais, além de sua calça com farpas e sua bota. Ela sempre andava pronta para o Fim do Mundo, bom, nesse caso em especial, ainda mais.

Teve um cuidado maior com a espada, que diferente de toda a roupa que foi jogada, esta foi colocada em cima de uma prateleira, como se fosse emprestada de outra pessoa, e não dela.

Ficou aliviada quando a arma não caiu e destruiu tudo.

Deitou-se na banheira e ligou a torneira, deixando a água quente banhar seus pés e pernas, além das pontas das asas.

Com seu corpo sendo coberto por água, um suspiro saiu de sua boca.

Anjos não podiam tocar em água no céu, já que a água pura significava o nascimento de Anjos puros, que vinham da mistura da água e do sangue de um Anjo autorizado, então, a entrada não era permitida.

Mesmo que Kalaziel burlasse a Lei e se isolasse no canto mais longínquo dos rios que jaziam meio sujos, sendo que muitas vezes era somente para relaxar ou ver sua imagem, algumas vezes no ano, para fingir que era somente uma humana e deitar na água, mas eram raras as ocasiões, e ficava muito pouco tempo.

A imagem da garota que estava deitada no sofá veio em sua mente quando a água começou a atingir a barriga. Não fora atoa que tivesse escolhido “Erdia” como sua companheira.

A “Metade” significava além do seu nome, era o objetivo da Anjo, a metade da Alma da pessoa que mais procurou durante sua eternidade:

Joana D’arc.

Kalaziel notou quando a garota nasceu nos confins do Mundo. Sua alma era diferente, eram duas.

A Alma original da garota que estava destinada a ser “ Erdia”, e a alma intrometida, que estava atrás de um corpo, chamada “ Joana D’arc”. Kalaziel ficaria impressionada do quanto a alma caminhara se soubesse o processo das almas para renascer.

Ela jogou o corpo na banheira, deixando a cabeça pender para trás.

Aquele sentimento ainda a machucava, mas preferia explicar tudo para a garota do que a deixar na neblina do porquê estar andando com um ser divino.

A Anjo respirou fundo enquanto a água invadia seus seios, Kalaziel, a Anjo que nasceu para proteger dos demônios e da doença, enfiou as mãos na água e passou pelo cabelo que não se alinhava como os outros, que lentamente voltou ao que originalmente era:

Chifres.

Um meio Anjo, Meio demônio, que foi criada por humanos.

Isso que Kalaziel era, não somente um Anjo.

Ela se enfiou ainda mais na água, apesar de seus 1,89, a banheira era suficientemente grande. Queria respirar por um minuto, teria que explicar tudo para a garota que devia estar se perguntando se havia sido raptada.

A Anjo fechou a torneira e ficou lá, aproveitando a água.

A calmaria antes da tempestade.

Depois de alguns minutos, que na cabeça de Kalaziel mais pareceram horas de puro martelar sobre ideias e formas de contar, resolveu que seria melhor agir primeiro e depois se preocupar com o choque da garota.

Elevou seu corpo da água, se sacudiu e andou até a porta. No momento que ia abrir, virou seu rosto para o espelho:

Ela não era um Anjo maravilhoso, longe disso, sua pele era mais escura que o normal para anjos, mas pelo o que ela havia visto na rua, ela possuía o mesmo tom que a de um humano, gostava disso.

Enquanto se olhava no espelho, algumas gotas de água escorreram pelo seu rosto, estava molhada.

Kalaziel olhou mais uma vez para o lado, havia uma espécie de casaco gigante de uma pelagem estranha. Ela tirou a mão da maçaneta da porta e tocou aquele tecido, era um pano estranho que sugou um pouco de sua água.

No fim, deduziu que era melhor vestir aquilo do que sair sem roupas, lembrando que a política dos humanos era andar vestido. Tinha que repassar algumas regras de etiqueta que a muito não eram aplicadas por ela. Acabou por vestir o casaco estranho, secou sua barriga e desistiu de tentar secar os seus pés, já que aquilo parava acima do joelho.

Tinha que ser educada, calma e evitar fazer com que ela fugisse, não gostaria de ter que a forçar, não podia fazer isso, ou sua missão iria ares acima.

Abriu a porta e se dirigiu para fora, mas ao se virar, não viu Erdia no sofá, nem mesmo ouviu som pela casa. De sua boca, saiu um longo suspiro ao lembrar que a garota provavelmente teria fugido.

Bom, até mesmo a Anjo teria.

Aproximou-se do sofá para sentar, podia ser outra humana, mas o ideal seria que fosse ela.

Após outro suspiro, lembrou que o ideal seria que fosse Rafael, não ela, para ir até o Mundo Humano, era uma missão arriscada e Rafael era o Anjo com a cabeça no lugar.

Quando Kalaziel levantou sua visão para o outro sofá, havia uma garota loira aninhada entre as almofadas vermelhas, dormindo um sono profundo e calmo.

Seu coração bateu mais calmo. Erdia realmente se importava com sua situação atual?

Ao ver a garota se encolher ainda mais e enfiar a almofada no rosto, a Anjo chegou à conclusão que não.

Kalaziel cruzou as pernas, encostou-se no sofá, assim se aconchegando, e estalou dois dedos. As luzes se apagaram.

Era irônico de como ela tinha ouvido relatos sobre o hotel, sua tecnologia e formas de usá-lo mas nunca sobre aquele casaco estranho.

A Anjo sorria com o pensamento enquanto fechava os olhos para tentar descansar, mesmo que não fosse dormir.

Quando Erdia acordou, não tendo coragem ainda de abrir os olhos, sua mente estava calma e feliz.

Havia estado em um sonho estranho, onde folhas de outono caíam ao redor dela, e mesmo assim, as árvores estavam cada vez mais cheias. No final do caminho de folhas, um Anjo a esperava, falando quase sussurrante: “ Venha, Erdia”.

Um sonho calmo e bom. Erdia se encolheu mais nas almofadas e as puxou para perto do rosto, estava tão confortável que não se lembrava de ter dormido em uma cama tão confortável assim durante uma vida, aquela era mesmo a sua cama?

Um estalo em seu coração a fez acordar de sobressalto.

Não, ela não estava em casa, virou o rosto com certo medo, o coração quase saindo pela boca, sendo engolido a força, na esperança que ninguém ouvisse.

Havia uma mulher de roupão ali, com asas nas costas e chifres na cabeça.

Erdia ficou vermelha e temerosa ao mesmo tempo.

Era, supostamente, aquele Anjo que a levou até lá, como era noite, ou começo da noite, ao menos, e ela estava sentada contra a luz, não dava para ver direito, mas ela tinha algumas certezas:

Aquilo eram asas, definitivamente eram asas, não tinha como algo tão grande e desastroso estar preso a ela se não fosse dela.

E aquilo definitivamente eram chifres, ela queria que não fosse, desejava isso do fundo de seu coração, mas aquilo eram sim, chifres.

E por fim, Erdia corava por conta do corpo do Anjo. Ela não sabia até que ponto a outra conhecia sobre roupas ou qualquer coisa do gênero, mas o roupão que ela usava estava aberto, nem se dera ao trabalho de amarra-lo.

Erdia olhou mais uma vez o corpo da outra, não conseguindo parar seus olhos, e deu graças pela Anjo estar de pernas cruzadas.

Aliás, ela dormia? Sentada? E naquela pose de como se estivesse em uma reunião muito importante?

Erdia fechou as mãos com força e deu um passo leve para fora do sofá. Deu graças a todos os deuses quando a luz não acendeu.... Ah, quer saber, deixa quieto, era melhor não chamar Deus.

Sua bolsa estava do lado da mesa e ela estava vestida. Uma calma atravessou seu corpo quando viu as roupas em seu corpo. Deu uma última olhada para a janela, ainda nevava, mesmo sendo começo de Outono, estava nevando.

A garota ouviu um barulho de “tic” vindo do Bar, girou o corpo com toda atenção possível. Ao se dar conta que era o relógio somente avisando que se passou a hora. Relaxou um pouco, eram 19 horas, não era tão tarde, mas ela queria saber em que parte do dia ela dormiu para acordar tão depois.

Erdia pegou sua mala e a colocou no ombro.

Agora, vendo melhor, a janela era realmente grande, ela na verdade, apostava ser uma varanda sem um apoio decente. O céu noturno estava tão lindo, talvez por ser um prédio quase acima de toda a poluição, neblina e fumaça, desse para ver melhor as estrelas, uma junção de pontos amarelos, brancos com linhas verdes e roxas no céu azul escuro, Erdia estava maravilhada.

Ela olhou para a Anjo, aquele ser colossal que quase parecia um homem, apostaria que era se não fosse pelos seios quase musculosos e as feições femininas, estava de pernas cruzadas na poltrona. As luzes da noite iluminavam o seu entorno, mas não propriamente dizendo, ela, a Anjo, era somente um amontoado de sombras e... escuridão, com a ironia do que parecia ser uma bainha brilhando vermelho e dourado: Sua arma.

Erdia engoliu em seco. Estava parada, então ela não ouviria nenhum movimento seu, óbvio, mas iria ter que fugir, iria ter que se movimentar cedo ou tarde, antes cedo, assim ela teria mais tempo de fugir, será que aquele ser a acharia?

Ela girou o rosto para ir embora, e notou o sofá que estava dormindo antes, era branco com almofadas vermelhas, aconchegante e macio, deu um leve sorriso quando pensou ter tido a oportunidade de dormir nele, mais macio que sua cama, mas em comparação...

Ela rezaria se não soubesse que aquele ser tinha vindo do céu, ou do inferno, pelos chifres. 

Bom, Deus nunca a ajudou mesmo.

Erdia deu passos leves até a porta de emergência, mais afastada do elevador, grata por não ter tirado o tênis, segurou firmemente a maçaneta e a girou calmamente, agradecendo a todos os céus por não ter feito barulho, então, a puxou com calma, com delicadeza, não podia fazer barulho, não podia ser pega.

Ela colocou um pé para fora e...

— Aonde você vai?

O coração de Erdia acelerou quando ouviu a voz rouca, ela virou para o Anjo:

Seus olhos amarronzados brilhavam na noite, quase amarelos, era um monstro dos pesadelos mais profundos dos humanos.

Correu.

Erdia desatou a correr pelo corredor longo que possuía uma escada no final, mas não ousou olhar para trás.

Quase tropeçando nos próprios pés, se jogou escada abaixo pulando os degraus, suas pernas reclamavam do esforço repentino depois de ela ter acordado, e sua cabeça martelava medo e terror, tinha que sair dali.

Sua respiração estava forte quando chegou no andar de baixo, havia pulado a maioria dos degraus, e por isso suas pernas estavam doendo e pulsando, mas não ouviu o som de nenhum outro passo além do dela.

Começou a desacelerar e parou na frente do elevador, apertando o botão para ele ir até ela, não havia ouvido passos enquanto descia, então quer dizer que aquela... coisa não havia a seguido, esperava que não.

O medo era algo impressionante.

Após alguns segundos com a respiração a flor da pele, o elevador estava quase chegando. A garota só queria ir embora, sair dali, e nunca mais...

Ela foi pega no colo tão rápido, que antes de piscar estava sendo carregada pela outra.

— Forte, mas precisa de preparo físico — a voz grossa da Anjo fez a garota se debater em desespero e terror — Hey, hey, docinho, se acalma, não quero que você morra.

“Docinho?”. A Anjo não falaria aquilo, não pelo o que ela sabia da outra, além disso, não combinava. Erdia abriu os olhos lentamente, mas que diabos, ela estava... voando? Se segurou na outra tão forte, que os nós de sua mão doíam, apertava o roupão da Anjo, que balançava junto do vento e neve.

— Como você pode fazer isso?! Por onde saímos?! Você é realmente um monstro, me coloque no chão, me ponha no chão! — a garota queria tentar se desvencilhar, mas só deu pequenos socos nos ombros da Anjo.

Elas estavam mais alto que o hotel de antes, a cidade escura, mas com pontos amarelos abaixo delas criava uma ilusão hipnótica, o céu invertido.

— Você não está fazendo nenhum esforço, eu que estou lhe segurando e voando, então, deixe-me conversar com você... — Kalaziel mordeu o lábio, como se a próxima palavra fosse a machucar — Por favor.

Erdia enfiou o rosto no ombro nu da Anjo antes de concordar com um aceno, iria fazer mais o que? Estavam no meio do céu, quase que no meio do nada. Erdia levantou os olhos, havia uma janela pequena, mas que cabia um humano deitado, o local que ela estava antes...

A Anjo soltou o ar, deu para ver uma simbologia de sorriso em seus lábios, mas ele desapareceu como se nunca tivesse existido. Kalaziel apertou a garota mais forte, mas era algo mais... gentil? Ela estava feliz de estar perto dela?

— Desculpa se pareço um monstro, mas não irei ficar escondendo meus chifres para sempre, usar magia para esconde-los é cansativo e doloroso, é como se puxassem seu cabelo o máximo que dá e o deixassem assim — Erdia sorriu em compaixão, realmente, doía — Queria ter lhe explicado antes o fato de eu ter escolhido você e a trazido para o hotel, mas você adormeceu e preferi espera-la acordar, apesar de que tinha certeza que você fugiria assim que me visse descansando.

— Não... vou me desculpar.

— Não deve, eu faria o mesmo se um ser estranho tivesse me raptado — Erdia sorriu, não parecia tão desagradável assim — Bom... — O céu noturno era lindo visto do colo dela, as estrelas, tanto de cima, quanto as de baixo, faziam ela se sentir livre — Vamos começar assim, a muitos anos lutei ao lado de Joana D’arc, uma alma plenamente pura e gentil, que protegeu a Terra de toda uma destruição maior que a Guerra dos Homens iria dar, mas no dia de seu julgamento, apesar de Deus ter falado para ela aceitar seu destino, eu não o quis, e tentei impedir de todo modo.

— E o que isso tem a ver comigo?

Kalaziel sorriu antes de continuar, como se ela nunca tivesse sido interrompida.

— Mas o julgamento chegou para ela, porém, tendo a certeza de que sua alma não aceitaria aquilo enquanto via a guerra, fui encarregada de enviar seu espírito para o Céu, onde viraria um anjo pleno — A Anjo respirou fundo antes de continuar, Erdia sentiu o movimento enquanto tentava procurar um apoio para os pés — Mas ela escorreu das minhas mãos antes de chegarmos, e eu a perdi de vista. Uma alma humana não reencarna imediatamente em um corpo, ela espera cerca de 700 anos, até uma pessoa sem alma nascer, então, entra nela, em uma nova tentativa de ir para algum lugar.

— Uma pessoa... sem alma? — na mente da garota, aquela ideia era absurda — Como um zumbi?

— Uma pessoa sem personalidade, posso traduzir, o tipo de pessoa que não pensa em nada e nem sabe o que é certo, ou errado, que simplesmente não sabe como agir, o tipo de pessoa que é considerada paranoica.

— Eu iria ser uma pessoa assim? — quando a Anjo a olhou em dúvida, como se perguntasse de onde ela tinha tirado aquela ideia maluca, a menina tentou se explicar. — Você disse mais cedo que eu parecia com alguém, associei que fosse ela, já que está falando dela para mim.

— Não, você seria uma garota normal, um pouco mais inocente e louca, na verdade, a típica alma que gosta de ser uma criança até o último segundo, mas então, ela invadiu você por medo.

“Louca e inocente... isso parece bem distante”. A cabeça de Erdia tentava aceitar tudo aquilo, até porque, ela estava sendo carregada pelo céu por uma Anjo só de roupão, que estava aberto ainda. 

— Medo? Então ela não cumpriu os 700 anos?

— Ela cumpriu, mas com os segundos contatos, Joana D’arc sabia o que estava vindo, o que destruiria o Mundo, e na mente dela, os Anjos a ordenavam que ela ajudasse mais uma vez.

— E o que é? — Erdia se segurou um pouco mais firme quando sua pergunta saiu.

— O Terrasque. — houve uma pausa, quando Erdia não replicou, Kalaziel continuou — O Destruidor de mundos aparece quando um Mundo está muito desequilibrado e precisa ser renovado, vindo assim, uma nova tentativa de balança.

— E o Mundo está desbalanceado com o que? — Erdia olhou para baixo — Parece perfeitamente normal para mim.

— Há muito tempo, existia Magia nesse mundo, pessoas a manipulavam por sua bela vontade, e ela era considerada uma força que agia para a Balança do Bem — Kalaziel olhou para o lado — Não existe mais magia se não nas mãos dos Demônios, que a usam para a Balança do Mal — quando Erdia virou para ela, notou que teria que explicar de forma melhor — Esse mundo é dividido em duas balanças: A Balança do Bem, e a Balança do Mal, uma não deve estar muito mais acima da outra, ou o Mundo se desequilibra, e então, o Terrasque aparece para tentar trazer o equilíbrio de volta.

Impressão da garota ou elas estavam voltando para o Hotel?

— E porque ele faria isso?

— É como se estivesse alguém lhe cutucando enquanto você dorme — Kalaziel deu de ombros, Erdia sentiu toda a musculatura dela funcionando e corou, Kalaziel era bem forte — Você acordaria, certo? — Ela concordou com a cabeça — Mesma coisa com o Terrasque, estão lhe atrapalhando o sono, então, ele irá se levantar para poder dar um jeito em quem o atrapalha, e assim, voltar a dormir.

— Qual... o tamanho dele?

— Não... — A Anjo hesitou antes de confirmar, que estranho. — Não se tem a confirmação de um tamanho, mas o mais provável, é que seja enorme.

Quando Kalaziel viu o Hotel que estava hospedada e a janela do quarto aberta, não pode não sentir alívio. Era bom esticar as asas um pouco quando se havia ficado dias sem as mexer.

— E você tem que lutar com ele, para impedir que ele destrua tudo, certo? — Kalaziel acenou positivamente — Mas por que precisam de mim? Nem lutar eu sei, não era mais fácil só pegar a alma dela e procurar outra pessoa?

A Anjo colocou Erdia de pé no chão antes de parar, ainda voando, na frente dela.

— Gostei de você, é uma boa humana, e é muito bonita.

A garota ficou vermelha, o que era aquilo de repente?!

— Ei! Não comece com gracinhas! — uma lembrança completou a vermelhidão da garota — Aliás, por que me beijou àquela hora?!

Um sorriso se estampou na Kalaziel antes dela pousar na frente da garota e estalar os dedos, as luzes se acenderam.

As asas tom de areia quase cinza, os chifres marrons longos para cima, como o de um touro, as orelhas afiadas como as de um Elfo e uma lua no cabelo, sendo ligada diretamente para a orelha.                            

— Anjos e Demônios fazem contratos com humanos assim, Anjos precisam de contratos com humanos se quiserem se movimentar, e Demônios precisam caso queiram usar magia pura em solo humano — Kalaziel ia se virar, quando se lembrou de algo — Ah, sim, se você ficar muito longe de mim, eu voltarei para aquele estado, e você vai precisar me dar outro beijo — Kalaziel sorriu de modo atrevido — Então, acho melhor você não se afastar muito, a menos que queira passar por aquilo de novo.

A garota ficaria nervosa normalmente, mas...

Ela sorriu e estendeu a mão.

— Então, eu acho que... isso é um “Muito prazer, Kalaziel”.

Quando a Anjo apertou, o sorriso de Erdia se estendeu, ela entraria naquele jogo só para ver o que dava.

 E bem, ela trancaria a faculdade na manhã seguinte, só por precaução.

Foi na mente embalada que Erdia notou que sua pergunta não foi respondida, mas pelo jeito, nem seria.

— Aliás, Anj... — Erdia novamente se corrigia. — Kalaziel —Virou o rosto ao realmente constatar que aquela Anjo era uma mulher — você normalmente fecha isso, o roupão tem um cinto.

Kalaziel olhou com curiosidade para ela, sua boca formando um sorriso atrevido.

— Fecha?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Mas naquele momento, estava tudo bem



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A verdade sobre Eles" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.