Um Horizonte Maior escrita por André Tornado


Capítulo 30
Lugares desconhecidos


Notas iniciais do capítulo

“Lá dentro estava mais escuro do que lhe agradaria. Talvez os habituais frequentadores não estivessem acostumados à luz do dia, ou então não quisessem ser vistos às claras.”
In A Guerra das Estrelas, LUCAS, George, Publicações Europa-América



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Luke desceu do seu X-Wing com um salto e correu para a outra nave que chegara primeiro ao chão, num pouso atribulado. Da fuselagem imobilizada numa ladeira íngreme saltavam faíscas e fumo. Levantou a cabeça, colocou as mãos em concha em redor da boca e chamou:

— Estás ferido?

— Não. Deixa-me só desapertar o cinto e saio já – respondeu Dak Ralter com a voz abafada pelo vidro da cabina que estava fechada

A cobertura transparente de transparisteel encontrava-se turva e chamuscada por causa da respiração do piloto e dos raios laser que tinham passado de raspão durante o ataque em que a Esquadra Rogue participara.

Os sistemas auxiliares do caça estavam danificados, pelo que Luke conseguia avaliar desde aquela posição. Não afetava o funcionamento principal da nave, esta conseguiria voar sem esses processos ativados, mas afetava, por exemplo, o aparelho de purificação do ar da cabina. O embaciamento do vidro era um sinal. Recuou alguns passos, protegendo a cabeça com um braço pois as chispas estralejavam descontroladas. Nenhum motor estava a arder, comprovou aliviado. Portanto aquele curto-circuito provinha, como ajuizara, do sistema secundário.

— Dak, despacha-te!

— O mecanismo de fecho não está a responder. Parece… encravado.

— E o teu R2? Ele que abra a cabina.

— Destruído! Levou com um disparo em cheio e acho que não tem reparação. Perdeu tudo, até o processador central.

Um problema, considerou Luke olhando para a carcaça negra e imóvel do androide queimado, aparentemente com mais danos do que aqueles sofridos por Artoo durante a corrida na trincheira para atingirem a porta de exaustão que haveria de destruir a Estrela da Morte. Sem uma unidade R2 era difícil pilotar um X-Wing, mas não impossível, como revelara Jon Mobad naquela primeira reunião que tiveram antes das loucas acrobacias.

Parecia que esse dia acontecera havia uma eternidade. Trinta horas depois, prazo que fora escrupulosamente cumprido pelo general Rieekan, nada seria deixado ao acaso e não havia espaço para improvisos, chegaram as ordens táticas. Nessa altura todos os ajustes tinham sido efetuados nos compressores e a parte mecânica estava revista e afinada quando levantaram voo para uma primeira incursão. Desde esse raide já tinham sucedido mais quatro outras intervenções dos X-Wing e se as três primeiras tinham sido quase em ritmo de passeio, uma escolta atenta e cerrada a um comboio de cargueiros que tinham, com sucesso, extraído uma quantidade razoável de minério que fora negociado com a Aliança, vendido a um preço simbólico para pagar os inconvenientes daqueles que colaboravam com a Rebelião, aquele quarto e último assalto conhecera alguma resistência. Felizmente não se tinham enfrentado a caças TIE, mas outro tipo de caça, menos veloz e menos preciso, o modelo antigo T-37 do Airspeeder que tinha, mesmo assim, infligido alguns danos e criado alguma confusão. O quarto comboio de cargueiros conseguira escapar-se e entrado em velocidade da luz, os X-Wing tinham ficado para debandar os caças adversários. Acontecera uma troca intensa de tiros, destruíram alguns Airspeeder, os mais medrosos tinham escapado e a nave do Ralter fora a única atingida com alguma gravidade, que motivara a aterragem de emergência. Luke seguira-o, dando ordens aos outros pilotos para continuarem como planeado e regressar à lua.

Por fim, o fecho da cabina abriu-se. Dak montou a escada metálica e desceu por esta a tossir, um punho sobre a boca. Ao colocar os pés no solo, escorregou na gravilha que o cobria. Agarrou-se ao último degrau da escada, dobrou as costas e continuou numa tosse seca. Luke preocupou-se.

— Sentes-te bem, Dak?

— Um pouco sufocado, mas isto já passa – respondeu entre arquejos.

A atmosfera do planeta também não ajudava, mais rarefeita do que aquela que eles tinham na lua.

Uma ventania súbita fez Luke voltar-se para trás. Um terceiro X-Wing pousava, ao lado do seu. Artoo rolava na direção dele e de Ralter, mas parou para verificar quem acabava de chegar, colocando-se em alerta. A sua cúpula rodou lentamente, virando o óculo luminoso para a nave.

A meseta que tinham escolhido para espaçoporto improvisado era suficientemente grande para permitir que toda a Esquadra Rogue ali estacionasse, mas possuía um declive acentuado no lado norte, para onde o X-Wing de Dak tinha resvalado. O jovem piloto não dominara os comandos do caça devido ao fumo na cabina, às falhas múltiplas do sistema auxiliar e à falta da sua unidade R2. Numa primeira e rápida avaliação, Luke notou que não havia a possibilidade do X-Wing escorregar pela encosta abaixo. Estava estável. Numa posição precária, mas razoavelmente estabilizado. E sem o peso do piloto manter-se-ia no sítio. Iria recomendar ao Dak para retirarem a unidade R2 danificada, seria menos peso a contribuir para um eventual resvalamento.

Noutra rápida avaliação, reconheceu o terceiro piloto que se lhes juntava.

— Wedge!

Apoiou os punhos na cintura enquanto Antilles corria na direção deles. Para respirar melhor, Dak tinha arrancado o seu capacete e este balançava-se na sua mão, enquanto ele se debatia com um segundo ataque de tosse. Luke mantinha o seu capacete colocado, assim como Wedge Antilles.

Artoo também se encaminhava para eles, mas o piloto corelliano chegou primeiro porque deu uma curta corrida.

— O que se passa com o X-Wing do Ralter? – perguntou.

Luke estava a pensar que a chegada de Wedge era desnecessária, ele conseguiria desenvencilhar aquela situação sozinho com o Dak. Mas aquela atitude mostrava solidariedade e não devia ser censurada. Respondeu:

— Sistema auxiliar danificado, sem unidade R2, mas vai conseguir voar. Pelo que vi, foram três disparos de raspão e um em cheio na traseira, que o astromec, involuntariamente, aparou.

— Vão levantar voo quando?

— O Artoo vai fazer uma avaliação prévia do estado do caça e só depois podemos arriscar voar. Não quero surpresas durante a viagem até à lua e, de qualquer maneira, não posso levar o Dak comigo, na minha nave. Temos mesmo de esperar.

— O caça está perdido?

Luke espreitou Dak a tossir, baixou a voz:

— Acho que sim, Wedge… Não temos uma unidade R2 sobresselente e nessas condições não o quero a voar noutro raide. Agora foram Airspeeders, amanhã poderão ser caças TIE. São só mais três assaltos e a missão fica concluída. Não vamos perder ninguém por falta de cuidado.

— O estado do Dak não me parece dos melhores.

Dak abanou uma mão, cuspiu para limpar a garganta. Rouco e debilitado, gracejou:

— Isto vai passar… Vês? Estou bastante melhor. Foi só um pouco de fumo.

— O que vão fazer a seguir? Enquanto esperam que o Artoo avalie e repare o caça?

Luke espreitou o horizonte. O sol punha-se lentamente, num mar dourado, entre nuvens e brilhos vários.

— O dia está a terminar. Não quero arriscar ficar ao relento. Temos o estojo de sobrevivência, mas esta é uma área desconhecida. Antes de aterrar pareceu-me ver uma colónia a poucas milhas daqui. Ponho o Artoo a verificar as formas de vida que aí existirem e se não detetar nada de estranho, tentarei conseguir alojamento para mim e para o Dak. Não será por muito tempo. Algumas horas de repouso bastarão para dar tempo ao Artoo para pôr o X-Wing com as condições mínimas para voar.

— Eu fico com vocês. Pode ser perigoso.

— Não, eu é que vou ficar – insistiu Luke.

— Tu és o comandante. Deverás regressar para junto da esquadra.

— Eu sei, mas tu és o meu substituto quando eu estiver impedido e é o que vais fazer, Wedge. É uma ordem. – Observou-o atentamente. – O que se passa contigo? Estás mais pálido do que o costume.

Tinha vindo a notar que Antilles ficava com um aspeto horrível no fim de cada ataque e que se refugiava rapidamente na sua tenda, sem sequer comer a refeição até ao fim que faziam em redor da fogueira.

— Estou cansado…

Luke crispou a fronte.

— Está tudo bem contigo, Wedge?

Relutante, o corelliano confessou:

— Estou doente. Estou a tomar a medicação e o soro ajuda-me a melhorar. Não está a interferir com a minha prestação, quando estou a voar estou nas melhores condições físicas. Depois é que fico… cansado.

— Os relatórios de aptidão física não indicavam que estavas mal de saúde – apontou Luke desconfiado.

— É no sangue. Aconteceu durante uma daquelas minhas missões de extração de aliados. Lutei contra uma criatura que me feriu com as suas garras. Cuidei da infeção, mas o antibiótico, pelos vistos, não era suficiente.

— Foste envenenado?

— É o que dizem os médicos… A minha situação está a ser acompanhada. É curável. Dentro de três ou quatro semanas-padrão já não terei vestígios da bactéria no organismo e ficarei totalmente curado. Farei um exame na altura, claro, para ter a certeza. – Apertou os lábios descorados. – Desculpa não te ter contado isto no primeiro dia, mas queria vir contigo e fazer parte da Esquadra Rogue. Fui eu que pedi ao médico para falsificar o resultado no relatório. Tive… bem, tive de o subornar. Por favor, quando esta missão terminar não vás apurar responsabilidades junto do médico. Se existe alguém que deva ser punido sou eu. Espero que compreendas as minhas razões. Gosto muito de voar, Luke, e queria alguma coisa mais agitada do que viajar até planetas desconhecidos para retirar pessoas em situações complicadas. Fui treinado para ser um piloto ofensivo, sou um soldado.

Luke respirou fundo. O que Wedge Antilles tinha feito era muito censurável, mas ele percebia a ansiedade dele pela liberdade dos céus, pela demonstração cabal das suas superiores capacidades altamente treinadas de piloto de caça. Na verdade, Wedge nunca tinha voado condicionado ou demonstrado algum desacerto durante a sua participação dos ataques da Esquadra Rogue. Naquele momento crítico, não se podia pôr com preciosismos e apelar a regulamentos para cumprir regras que eram bonitas quando mencionadas em salas seguras de uma nave na retaguarda da batalha. Resolveu ser pragmático. Abanou a cabeça.

— Então, mais uma razão para não ficares com o Dak e comigo. Não vou arriscar, quando estás doente, além de que és o meu substituto. Como comandante dou-te a ordem para que regresses para a nossa base na lua e para que assumas o comando da missão enquanto eu estiver ausente.

Wedge aceitou aquela ordem como um benefício que o livrava, pelo menos por ora, de um castigo por ter mentido, desobedecido e ocultado factos importantes do seu superior.

— Compreendido, senhor – respondeu, fazendo uma continência. Havia algum alívio na sua voz.

— Se te sentires pior ou debilitado de alguma maneira, dizes ao Janson que passa a ser ele o responsável. Mas se isso não aconteceu até agora, acho que não vai acontecer só porque eu não vou estar por perto.

— Sim, senhor. Boa sorte, Luke.

— Obrigado, Wedge. Boa sorte também para ti. Que a Força te acompanhe.

Antilles regressou ao seu caça e descolou passado pouco tempo. Artoo, entretanto, estava a ser ligado ao X-Wing de Dak e ficou aborrecido por Luke lhe dizer que precisava que ele ficasse e verificasse os sistemas da nave. Queria ir com eles até à colónia que, numa curta análise, não revelava sinais de perigo evidente. Não existiam vestígios de códigos imperiais a serem transmitidos, nem um grande aglomerado de população, que se compunha por algumas criaturas e um punhado de humanos débeis, assim leu o pequeno androide com os seus radares voltados para norte.

Aquele sistema era controlado pelo Império, no entanto não havia naquele mundo uma excessiva presença militar, que se concentrava mais em Remir Uno, o planeta principal do sistema, onde residia o governador leal ao Imperador Palpatine. À partida, era uma vantagem. Eles só precisavam de uma abertura temporal relativamente pequena, poucas horas, para que conseguissem recuperar o X-Wing danificado e saírem dali sem dar mais nas vistas do que o estritamente necessário.

Luke e Dak, este com a respiração normalizada e aparentemente recuperado do abalo da aterragem forçada, retiraram os capacetes e despiram os seus fatos de voo, armaram-se com as respetivas pistolas laser, cobriram-se com um agasalho e seguiram na direção que Artoo apontara e onde existiria a tal colónia amigável. Luke ficou ligado ao astromec através do seu intercomunicador e combinaram um sinal sonoro simples para que o androide desse a informação de que estavam prontos para deixar o planeta.

Os dois rebeldes desceram pela encosta menos acidentada da meseta. A luz do dia diminuía rapidamente e começou a cair uma geada peganhenta. Dak tossia de vez em quando. Ante o olhar inquiridor de Luke desculpava-se com o frio.

— Precisas de beber uma taça de leite. Talvez o consigamos arranjar na colónia.

— Se achas que sim…

— Não estou a ser paternalista, Dak. Quero-te em condições para voar. Não te posso levar comigo no meu X-Wing, a cabina é monolugar.

— Eu estou em condições de voar!

— Sem uma unidade R2.

— Se o Mobad consegue, eu também consigo.

Luke carregava consigo um detetor de movimento portátil que os ia auxiliando no caminho que deviam tomar. Não podiam perder-se, o tempo era escasso e precioso. Podiam ter ficado junto dos X-Wing, mas Luke notara que Dak estava debilitado, era mais pelo camarada que fazia aquilo. Atravessaram uma mata de árvores grossas e despidas de folhagem, que ganhavam gotas de gelo na ponta das ramagens, formando um efeito bonito que se assemelhava a joias de cristal azul. No fim da mata entreviram um muro alto que o detetor assinalou como a fronteira da colónia. O lugarejo situava-se a norte, pelo que tinham encontrado o que buscavam. Luke desligou e guardou o detetor no bolso interior do casaco.

Escutaram alguns roncos. Dak pôs-se em alerta, colocando a mão na sua pistola laser. Havia ondas estranhas no ar, que Luke captou com a sua sensibilidade apurada. Calcou dois dedos na têmpora direita, contraindo-se com a dor que sentiu na cabeça.

— Não… Não faças nenhum movimento brusco – pediu entre dentes.

— Porquê?

Das sombras surgiram cinco seres corcundas e animalescos. Eram tão feios que Dak não respeitou o conselho e deu um salto atrás. Logo cinco lanças de aguçadas pontas de ferro foram estendidas na direção deles. Luke agarrou-o pelo casaco, impedindo-o de se mexer mais.

O aspeto dos seres era realmente assombroso. Largos de ombros, as cabeças disformes afundavam-se entre estes pois não possuíam um pescoço, sobressaindo a corcunda sobre um tufo desgrenhado de cabelos. Os olhos eram fundos e diminutos. Os seus focinhos húmidos respiravam ruidosamente por meio de narinas enormes, num nariz esborrachado e redondo. Na boca babada viam-se dentes amarelos partidos e desalinhados. Usavam trapos a tapar parcamente o corpo peludo. Grunhiram um conjunto de sons, agitando as lanças, o que quereria dizer que lhes estavam a ordenar que os acompanhassem.

— Continuas a não querer que eu não faça nada?!

— Sim! – insistiu Luke a dominar a cefaleia.

— Seremos prisioneiros?

— Espero que não. Devem ser os guardas do lugar e estão a protegê-lo. É normal que reajam assim perante estranhos. Iremos apresentar-nos como gente inofensiva ao líder da colónia, conseguiremos alguma comida, descansamos e depois vamo-nos embora. – Levantou os braços ao ser picado por uma lança. – Calma, já me calei!

Foram escoltados pelos seres até à colónia, como Luke previra. Cruzaram uma pequena porta que se abriu no imenso portão. Pelos roncos perceberam que era outro daqueles seres que tinha a incumbência de vigiar a entrada da povoação. Foram a seguir levados para uma casa grande, um armazém vazio e gelado sem paredes, com o chão coberto de ervas secas, o teto sustentado por colunas de metal que formavam a sua estrutura singela. Dak fechou o seu casaco. Luke olhou em volta, mãos nos quadris. Não compreendia por que razão a cabeça continuava a doer-lhe. O incómodo não vinha dos seres que os rodeavam, tinha outra origem… Era alguém. Um humano.

Apareceu um velho de longos cabelos encanecidos, irrompendo apressado pelo armazém. Agitava as mãos num gesto de perplexidade, muito zangado e irritado.

— Não, não! Fora daqui! O que vão pensar os nossos convidados? Que somos selvagens?!

Dobrou as costas diante de Luke e de Dak. Endireitou-se com um movimento em desequilíbrio, balançou o corpo mirrado que se cobria com um manto surrado, juntou as mãos e implorou:

— Perdoem-nos, por favor… Eles não sabem distinguir amigos dos inimigos. – Exigiu energicamente aos seres: – Baixem essas lanças. Não percebem que já cheguei e que estou a assumir a responsabilidade por estes dois jovens? Oh, por favor! Quantas vezes terei de pedir. São tão teimosos… São tão desconfiados…

— Fará deles excelentes guardas da vossa colónia – apontou Luke.

— Certamente, certamente – concordou o velho subserviente.

— Como sabes que não somos inimigos? – perguntou Dak.

Os seres baixavam as lanças devagar, mas não desmobilizavam.

— Os nossos inimigos vêm fardados – respondeu o velho trémulo.

— Soldados do Império?

— Sim, sim, jovem! – O velho acenou rapidamente. – Oficiais com os seus casacos negros cheios de condecorações. Stormtroopers nos seus fatos rígidos brancos.

 Dak franziu uma sobrancelha. Luke percebeu a dúvida dele. Estavam num sistema sob jurisdição imperial. Aquela colónia seria independente de alguma forma, deixada para se organizar livremente desde que as suas ações não colidissem com os interesses do Império. Seria possível que tinham tido tanta sorte?

— São nossos convidados – repetiu o velho. Colocou uma mão sobre as costas de Luke, a outra mão usava para despachar os seres que continuavam a vigiar os forasteiros, pouco convencidos da sua natureza inofensiva. – Não temos muitas visitas por aqui… O que podemos fazer por vocês, jovens? Têm fome e sede, precisam de algumas horas de sono. Estão cansados, vejo-o nos vossos rostos.

— Eh… Sim, ancião. Não queremos abusar da tua hospitalidade – disse Luke.

— Não vão abusar. Peçam tudo o que precisarem. Somos muito pobres, mas podemos sempre partilhar o pouco que temos.

Os três saíram do armazém, conduzidos pelos passos trôpegos do velho que os levava para um aglomerado de cabanas baixas, feitas de terra amassada cobertas por telhados de vegetação. O grupo de cinco guardas seguiu noutra direção, para continuar a sua patrulha. Luke tentou sorrir, mas a dor de cabeça e a sensação estranha que vinha com esta persistiam, pelo que desistiu de querer parecer simpático.

— Precisamos de um pouco de leite para o meu amigo. Têm leite?

— Sim, sim, temos. Para as nossas crianças, elas bebem muito leite, é o que as alimenta. Não se preocupem, podemos dispensar algum. – O velho voltou-se para Dak. – Estiveste nalgum incêndio? Cheiras a fumo…

Dak fez uma careta. Luke explicou:

— Foi a nossa nave… apareceu uma avaria perto deste planeta. Tivemos de sair do hiperespaço e aterrar aqui perto. Deixámos os nossos androides a reparar o sistema auxiliar e, então, descobrimos esta colónia. Os nossos mantimentos estão na reserva… Quero dizer, não temos nenhuns. Estávamos de regresso a casa, onde iríamos reabastecer a nossa dispensa para uma segunda viagem.

Não era inteiramente mentira, Luke não sentiu remorsos por estar deliberadamente a enganar o ancião que se mostrava tão prestável.

— Compreendo – disse o velho, pensativo. – Não vieram parar a um planeta muito feliz.

— Estamos na Orla Exterior. É difícil encontrar planetas felizes nestes setores.

Luke reparou que Dak olhava apreensivo para todos os lados. Fez-lhe um sinal discreto para que se acalmasse.

— O que fazem com a vossa nave?

— Comércio.

— Hum, percebi.

— Não é ilegal!

Achou por bem calar-se. Se persistisse na invenção, Luke poderia atrapalhar-se e dizer alguma coisa que os comprometesse. Desconhecia até que ponto, mesmo com o Império como jurado inimigo, aquela colónia seria simpatizante da Rebelião. Existiam muitas populações isentas na galáxia, que não gostavam de tomar um partido por qualquer um dos lados da guerra civil, levando as suas vidas longe de confusões e de compromissos impossíveis.

Sentaram-se no interior de uma das cabanas, que não lhes pareceu diferente das que lhe eram vizinhas. Se aquele ancião teria algum protagonismo na colónia, como o tal líder que eles queriam ter encontrado, a habitação que lhes apresentava era modesta e semelhante às outras. O compartimento, de paredes redondas, era primitivo e desconfortável, construído numa argamassa tosca, sem um chão ladrilhado, sem nenhum sinal de tecnologia. Dos dois lados existiam cortinas pesadas que deveriam separar aquela sala de outras, ou mais provavelmente de corredores que seriam canais comunicantes entre as cabanas.

A cortina do lado direito abriu-se e apareceu um rapaz com uma bandeja, sobre esta, duas malgas de uma bebida branca. Luke nunca tinha visto leite branco e quando ia lançar o aviso a Dak, para provar primeiro, já o camarada bebia da malga em grandes goles. Luke agarrou na sua malga, cheirou o líquido. Estava morno, notou pelo calor na mão, e seria doce. Provou um pouco e soube-lhe bem. O velho, que os tinha deixado a sós, regressou, afastando a cortina do lado esquerdo. Vinha acompanhado por uma mulher, jovem e tímida, com o cabelo muito negro solto pelos ombros.

O rapaz trazia outra bandeja, desta feita com um prato onde se dispunha uma papa amarelada e alguns talos de um vegetal comestível. Luke agradeceu e começou a comer a papa em pequenas porções que conseguia retirar com um talo que escolheu para si, em jeito de colher. Se o leite era uma delícia, aquela mistela revelou-se intragável, por ser tão azeda e condimentada. Evitou cuspir o que tinha na boca, iria ofender os anfitriões. Deu uma cotovelada discreta em Dak, para ele não se atirar à papa como fizera com o leite. Dak fez-se de desentendido e cobriu a ponta do seu talo com uma grande bola de papa. Enfiou-a na boca. De repente, os olhos esbugalharam-se e desatou a tossir, como se ainda estivesse dentro da cabina fumarenta do X-Wing.

Para disfarçar a reação do camarada, Luke perguntou quem eram e como tinham fundado aquela colónia, uma vez que Remir era um sistema composto essencialmente por planetas de onde se extraía minério, encontrando-se convertidos em gigantescos complexos mineiros geridos por administrações leais ao Império Galáctico. Encontravam-se em Remir Duo, o segundo planeta do sistema e onde a exploração não era tão acentuada devido aos seus recursos menos abundantes e, portanto, menos lucrativos – fora por isso que Luke o indicara a Dak para a aterragem de emergência.

O ancião contou que aquela comunidade era formada por antigos escravos de Silexa, trazidos para ali para trabalharem nas minas, como todos os outros da sua raça, não importando se eram novos ou idosos, se eram crianças ou mulheres. Todos, sem exceção, após serem retirados das suas casas, eram encaminhados para a servidão nos poços fundos e escuros de onde se extraía o precioso metal remirano que, segundo ele ouvira dizer, servia para tornar as naves da frota imperial impenetráveis. Um dia, soube que havia alguém que estava a comprar escravos, para os instalar em Remir Duo em colónias que ele financiaria para proteger antigas instalações militares que guardavam segredos. O ancião, neste ponto do relato, abanou as mãos num gesto resignado. Com alguma vergonha confessou que não se importava com esses segredos, queria apenas ser livre e libertar o seu povo com ele. Então, aceitou a oferta desse homem e fundara aquele burgo, com alguns silexianos. Pouca gente, famílias partidas, filhos órfãos e pais privados da sua prole, crianças tresmalhadas, homens e mulheres solitários, mas que começavam a aceitar a mútua convivência, a sua emancipação e o futuro que lhes estava a ser oferecido, que era duro e miserável, mas era bastante melhor do que definhar a cavar na mina.

Depois, o ancião revelou que o rapaz que os tinha servido, que se agachava num canto sombrio da sala calado e imóvel, tinha conhecido em Silexa um grupo de refugiados provenientes do planeta Alderaan, homens e mulheres de ciência que se achavam em viagem quando o planeta deles tinha sido destruído por uma catástrofe súbita, dois anos antes. Tinham ficado pouco tempo em Silexa, pois os agentes imperiais andavam por lá a fazer os seus recrutamentos forçados para as minas. Num dia estavam lá, no outro já tinham partido sem deixar rasto. Talvez com receio de também serem feitos escravos. Luke considerou aquela informação pertinente, todavia relativamente inútil na presente situação deles. De qualquer modo iria indagar junto da princesa, quando regressasse da missão, se algum grupo de cientistas de Alderaan tinha sido recentemente resgatado. Se tal não tivesse ocorrido, significava que eles tinham sido capturados e, muito provavelmente, executados. Ou convencidos a servir nos laboratórios do Império.

Luke perguntou ao ancião, de uma forma casual, se ele tinha conhecimento dos ataques, se tinha sabido de algum acontecimento extraordinário em Remir, explicando que tinha recebido um reporte na sua nave quando se dirigiam para aquele setor indicando confrontos. Queria aferir do conhecimento do velho sobre a guerra e sobre a Aliança. O ancião fez uma cara esquisita, acentuando as suas inúmeras rugas e criando outras. Uma sombra ténue toldou-lhe o olhar cinzento. Meneou a cabeça, murmurando uma negativa. A mulher aninhava-se a seus pés como um animalzinho de estimação, sem proferir um som, sempre cabisbaixa.

Dak mordiscava o talo verde, distraído. Não voltara a tentar comer a papa amarelada que jazia no prato, quase intocada.

— Muito obrigado pela refeição – agradeceu Luke, inclinando a cabeça.

— Oh, jovem. Não precisas de agradecer. A vossa companhia é extraordinária. Querem um sítio para pernoitar? A noite já caiu. E as matas são perigosas. Os nossos remzy já devem ter encerrados os portões.

— Remzy?

— São os guardas que encontraram à entrada da colónia. São nativos daquela lua desabitada que figura nas vossas cartas de navegação, pertença deste sistema, mas emigraram para Remir Duo há muitas eras, quando o clima da lua mudou e tornou-a árida e inabitável.

— Oh, que interessante… – murmurou Dak sarcástico.

— Se nos indicares um quarto – disse Luke olhando o camarada de soslaio –, ficaremos de bom grado. A nossa… hum, nave ainda não está reparada, senão já teríamos recebido a informação dos nossos androides. Não se precisam de preocupar com o espaço, dormimos em qualquer canto.

— Vamos dormir aqui? – admirou-se Dak cuspindo o talo.

Luke deu-lhe um toque.

— Acredito que será só por algumas horas-padrão. De madrugada, partiremos.

— Claro, claro – aquiesceu o ancião.

Uma explosão longínqua reverberou pela atmosfera, calando o silêncio dos arredores. As paredes terrosas e frágeis da cabana tremeram quando o chão se sacudiu com as ondas provocadas pelo rebentamento. Gritos e guinchos elevaram-se no exterior, avivando a colónia.

O sangue de Luke gelou. Levantou-se com um salto e saiu da cabana, correndo até alcançar um ponto mais alto daquele lugar para poder olhar na direção sul e comprovar que o seu pressentimento estava errado. Três remzy iam atrás dele em pânico por vê-lo a andar livremente pela colónia, sem companhia, agitando as suas lanças, grunhindo alto a chamar por reforços ou talvez a mandá-lo parar.

Luke parou num pequeno monte. Dali conseguia ver o que se passava por cima dos muros. Na meseta, chamas intensas elevavam-se por cima das árvores desfolhadas, enfeitadas com os bonitos cristais azuis. O fogo logo foi substituído por um denso rolo de fumo preto.

— Oh, não! Os nossos… A nossa nave! – Ligou o intercomunicador e chamou aflito: – Artoo, estás a ouvir-me? Artoo?... Responde, o que foi que aconteceu? Estás a ouvir-me?

O astromec não estabeleceu a ligação para enviar uma resposta. A mão de Luke tremeu. Murmurou desconsolado:

— Artoo…

Dak juntou-se-lhe na elevação, de pistola laser em punho. Os remzy tinham desistido da perseguição, ameaçados pela arma do piloto rebelde.

— Foram as naves?

— Sim, Dak. – Luke apontou para o horizonte azulado. – Olha!

— E o Artoo?

— Não consigo falar com ele… Deve… Deve ter explodido também.

O coração de Luke apertou-se. Não suportava imaginar a destruição de Artoo. A dor de cabeça, que já se suavizara, regressou como uma forte pancada. Fechou os olhos, agoniado. A sensação esquisita crescia…

— Foi uma sabotagem ou um ataque – disse Dak zangado.

— Não me apercebi que tivéssemos sido seguidos e o Wedge teria tomado precauções se notasse alguma movimentação suspeita… Alguma coisa fora do normal aconteceu. Eu… eu sinto-o!

O ancião subia a elevação, a mulher vinha atrás e parecia assustada. As pessoas começavam a aparecer do lado de fora das respetivas cabanas, perguntavam o que estava a acontecer. Os remzy empurravam-nas com o cabo das lanças para que voltassem para dentro. Pela primeira vez Luke apercebeu-se de que aqueles vigilantes não guardavam a colónia de intrusos, mas possivelmente impediam os colonos de se aventurarem fora daqueles muros. Eram escravos libertados, mas continuavam sem grande liberdade.

— Jovens, jovens! Devem regressar para a minha casa – alertou o velho. A mulher puxou-lhe pela capa e ele deu-lhe uma palmada. Os seus olhos viram a arma na mão de Dak e a sua voz ficou esganiçada: – Não podemos ficar aqui.

— Por que não?

— Ele vem aí.

— Quem vem aí?

Um zunido acercava-se. As pessoas voltavam par as suas cabanas, fechavam-se e calavam-se, apagando as fontes de iluminação. Aos poucos, a colónia foi escurecendo, à medida que a noite, que acabava de cair, se ia estendendo por Remir Duo. Dak murmurou, próximo de Luke, para que só ele ouvisse:

— Parece um transportador terrestre. Acho que vem mesmo alguém.

— Quem vem aí? – insistiu Luke.

— O senhor.

— Aquele que vos libertou?

Um forte barulho metálico ecoou quando o enorme portão foi escancarado, para permitir a passagem de uma nave terrestre. Luke abeirou-se do limite da elevação para ver o que se estava a passar e dali conseguia ver o portão, o armazém grande para onde tinham sido levados, a entrada larga da colónia onde o transportador descapotável estacionava, desligando os seus motores. Tinha uma cabina do lado esquerdo, onde ficava o piloto e uma capota que protegia os lugares traseiros, reservados aos passageiros importantes. Foi daí que saiu um homem alto e calvo. Desceu do transportador, postou-se no terreno, enquanto seis homens fortemente armados também saíam do mesmo veículo, atrás dele, e irrompiam pelas ruas da colónia.

O homem levantou a cabeça e descobriu os espetadores na elevação.

A dor de cabeça de Luke sumiu. Ele tinha chegado e a sua proximidade anulava os efeitos físicos que lhe provocava. Um contrassenso que ele não quis explicar, não tinha tempo para dissertar sobre os mistérios da Força.

Os remzy empurraram-no e ao Dak para irem ao encontro do homem, obrigando-os a caminhar sob a ameaça das lanças. Antes, confiscaram-lhes as pistolas laser, o punho do sabre de luz, o intercomunicador e o detetor de movimento portátil. O ancião e a mulher também estavam a ser levados como prisioneiros, ou talvez como testemunhas do delito, qualquer que este pudesse ser.

O homem sorriu quando Luke e Dak lhe foram apresentados pelos remzy.

O ancião e a mulher caíram de joelhos, a tremer assustados.

Luke engasgou-se.

Julgava que via um fantasma. Conseguia reconhecê-lo apesar de apresentar o rosto horrivelmente marcado por uma mancha pregueada de carne inchada, uma vermelhidão provocada por uma temperatura bastante elevada que não se tinha curado convenientemente. A falta de pigmentação da pele mantinha-se, o que denunciava a sua identidade. A boca torcia-se num sorriso orgulhoso, havia chispas no olhar impante, exibia a superioridade típica de um oficial.

Murmurou:

— Mathyas…

— Conheces este homem? – perguntou Dak surpreendido.

— É um dos irmãos Mathyas que fizeram parte da comissão que fez o negócio dos T-47. O Mathyas Dois… – Recordou que fora assim que Han apelidara o irmão albino, o tenente rebelde que gatinhava desesperado atrás do detonador térmico, era essa a última imagem que tinha dele.

— Os tenentes Mathyas não morreram em Ostyu?

— Julgava que sim…

O homem gargalhou, divertido com a reação que provocava nele. Luke cerrou os dentes.

— Sim, sou eu. Asseguro-te de que não sou nenhum fantasma. Sobrevivi… quem diria que haveria de ter a minha vingança mais cedo do que julgava. Quem diria que haveria de encontrar o herói rebelde no meu reino.

Luke procurou acalmar-se. Uma negociação seria possível. Era óbvio que os X-Wing tinham explodido porque o Mathyas Dois assim o tinha ordenado, mas podia existir uma saída. Bastava perceber qual o preço daquele homem, que estava a ser fortemente financiado por alguém misterioso ou não teria o dinheiro para comprar escravos imperiais. Movimentava-se no mundo dos proscritos, exibia um estatuto de impunidade.

— Mathyas, deve existir algum mal-entendido. Sabes quem nós somos. Não devias estar a proceder assim com os teus… aliados.

As sobrancelhas transparentes do homem arquearam-se.

— Aliados? Os meus aliados são outros, caso não te tenhas apercebido.

— Tu és o senhor que libertou estes escravos, tu andas a proteger… armamento secreto em antigas instalações militares do Império. Mudaste de lado?

— Sou o Senhor Branco – afirmou como se não tivesse escutado Luke. – Gosto do nome… Senhor Branco. Não gostas?

— Ele está louco – disse Dak apreensivo.

— Mathyas, o que pensas fazer connosco… vai ter consequências.

O homem aproximou-se deles.

— Não tenho medo da Aliança, herói. E todos os dias tinha sonhado com este momento… Encontrar Luke Skywalker!

— Mathyas, iremos receber-te. O que aconteceu depois de Ostyu… Foi um erro, Mathyas. Julgávamos que todos os que ficaram no bar tinham morrido. A saída de Ostyu foi complicada.

— Ele não te está a ouvir – comentou Dak.

Nisto, Luke recebeu um murro e caiu. Dak gritou, mas foi agarrado por trás por um par de braços fortes. Estranhou e descobriu que não se tratava de um remzy, mas de um dos homens do Senhor Branco que o manietava. Sacudiu-se para se soltar, mas levou com uma cabeçada e ficou tonto.

O homem inclinou-se sobre Luke:

— Tu és um excelente prémio e garantes o sustento de qualquer criatura nesta galáxia que te ponha as mãos em cima. Mas eu… Eu não estou interessado no dinheiro. Quero vingar-me por tudo aquilo que me fizeram passar depois de Ostyu.

Luke amparava o queixo dorido com uma mão.

— Vais entregar-me ao Becka… Trabalhas para ele, agora. O Becka também sobreviveu à explosão, pelos vistos.

— O Becka? Nunca mais o vi… Se sobreviveu, ou não, não me interessa.

— Então vais entregar-me a quem?

— A Darth Vader.

O nome fez Luke estremecer de raiva.

A situação em que se encontrava com Dak Ralter era desesperada. Tinham perdido os X-Wing, Artoo fora destruído e não poderia enviar uma mensagem de aviso a Antilles para virem salvá-los, o intercomunicador que podia permitir essa comunicação tinha sido apreendido, não tinham as suas pistolas laser, estavam totalmente à mercê dos caprichos do Mathyas Dois que enlouquecera completamente. Encontravam-se prisioneiros numa colónia de ex-escravos num sistema controlado pelo Império.

Bastava uma comunicação e logo apareceriam agentes imperiais para levá-los.

O encontro com Darth Vader seria rápido.

Então, conseguiria um mestre que lhe ensinaria os caminhos da Força…

Esse pensamento desesperou-o.

Assentou um pé na terra, punhos cerrados para partir para a luta física com o Mathyas Dois. Queria devolver-lhe o murro recebido, mas uma dor perfurante na nuca roubou-lhe os sentidos. Alguém lhe tinha dado uma pancada na cabeça.

Antes de adormecer reparou que a mulher, abraçada pelo ancião que esbugalhava os olhos de espanto e de horror, chorava.


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Notas finais do capítulo

Este capítulo vai dedicado ao grande criador desta enorme saga espacial, George Lucas - porque hoje é o dia do seu aniversário.

E temos Luke prisioneiro!
Ele e Dak Ralter não se encontram numa situação muito confortável.
O que acharam do regresso do irmão albino dos Mathyas, o Mathyas Dois, agora conhecido como o Senhor Branco de Remir?

Muita tensão é esperada no próximo capítulo...

Próximo capítulo:
A amizade e a união.