Um Horizonte Maior escrita por André Tornado


Capítulo 15
Regresso à base


Notas iniciais do capítulo

“Ela caiu-lhe nos braços e abraçou-o com força enquanto Luke a balançava no ar.”
In A Guerra das Estrelas, LUCAS, George, Publicações Europa-América



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O abraço de Leia Organa foi como um bálsamo com as propriedades mágicas para curar qualquer ferimento, maleita ou indisposição. Se pudesse teria continuado nos braços dela para todo o sempre, naquela tepidez maravilhosa, a aspirar aquele perfume suave, num mundo isolado onde apenas escutava o seu coração a bater entusiasmado com aquelas dádivas simples da vida. De olhos fechados sentiu-se longe de todos os seus problemas.

— Estava tão preocupada com vocês! – murmurou ela junto à sua orelha.

O plural nessa frase foi descartado. Uma simples formalidade ditada pela cortesia. As princesas eram educadas para serem atenciosas e amáveis, graciosas em qualquer momento. Embora fosse uma mulher de ação, que não hesitava em lutar na linha de frente em prol de valores elevados que rimavam com liberdade, também tinha esse traço pessoal ditado pelo seu crescimento entre a realeza. Falara no plural, mas na realidade quisera dizer que estava preocupada com ele. Só com ele. Nos braços dele, juntando o seu corpo pequeno ao dele, estava preocupada apenas com ele.

Quando se separaram, ou melhor, foi ela que se afastou esticando os braços, olhando-o nos seus olhos azuis que deviam estar a brilhar, refletindo as luzes do hangar do Templo de Massassi, em Yavin Quatro, as pestanas húmidas da emoção por ter sido recebido por ela daquele modo íntimo, Luke experimentou um ligeiro resfriamento, uma reminiscência do vento gelado do planeta não cartografado onde Jeiz Becka se escondia. Queria outro abraço, queria ficar abraçado para sempre à princesa, rodopiando sem parar, como se não existisse mais ninguém à sua volta.

Aos poucos a fantasia diluiu-se e ele percebeu que estava a desejar demasiado.

Não estavam sozinhos. Pelo contrário, estavam bastante acompanhados, por pessoal de manutenção que verificava os caças da frota rebelde ajudados por androides astromec, diverso pessoal técnico que supervisionava a chegada de dois cargueiros que transportavam mantimentos para a Base Um, alguns pilotos que se reuniam junto a Wedge Antilles, Han Solo e Chewbacca que saíam da Millenium Falcon a debater o último alarme que havia disparado e que avisava sobre outra avaria naquela nave que continuava a ser a bendita de uma sucata voadora, por Threepio e Artoo que desciam a rampa do cargueiro corelliano numa das suas habituais discussões estéreis.

Tinham conseguido chegar a Yavin Quatro e haviam feito como Han tinha sugerido. Diretamente, sem qualquer desvio, controlando os vetores de voo para evitar outra surpresa desagradável pelo caminho – naves imperiais de busca, um campo de asteroides, outro planeta deserto sem nome.

— Estamos bem, Leia – sossegou Luke. – Não nos iriam conseguir apanhar com essa facilidade. O Han luta até ao fim.

— Não duvido – disse ela a sorrir, espreitando o corelliano que assobiava ostensivamente para chamar a atenção de um dos técnicos de manutenção. Apagou a expressão risonha do rosto corado. – A missão foi um sucesso. Todos os objetivos foram cumpridos. A base de Dantooine foi eliminada, o Império distrai-se à procura do bando de rebeldes que ousou fazer esse ataque. No Alto Comando estão todos muito contentes contigo, Luke. Mostraste que és um excelente líder e vão recomendar que sejas promovido dentro em breve. Julgo que estão a pensar entregar-te a criação de uma esquadrilha especial de caças da Aliança, que irás comandar.

Ele não partilhava do entusiasmo da princesa. Os percalços no planeta deserto tinham-no distraído momentaneamente da missão que chefiara, dos acontecimentos de Dantooine, mas depois da anestesia do abraço quente ter passado em definitivo, não podia voltar a enganar-se a si próprio e fazer de conta de que não tinha acontecido. Meneou a cabeça, abatido e triste.

— Seria um sucesso completo se não tivéssemos perdido nenhum dos elementos do grupo. A Jenna não voltou…

Leia endireitou os ombros.

— Luke, já sabíamos que iria haver baixas.

— Sim, sim, claro – aceitou inconformado.

Apartou os olhos da princesa. Não via como prosseguir sem que soasse a uma queixa mais relacionada com o seu orgulho ferido do que com verdadeira compaixão pelas vidas perdidas. Ele sentia as perdas como dentadas, pedaços arrancados à sua alma, dores minúsculas que se sobrepunham numa pilha escura que toldava a alegria por ter regressado, a alegria por ter sido abraçado por Leia.

— Não sejas tão duro contigo – pediu ela.

— Gosto de fazer as coisas bem, sem… erros.

— Fizeste as coisas muito bem, Luke. Acredita que não consigo imaginar que outras decisões poderiam ter sido tomadas nas circunstâncias em que tu e o grupo se viram envolvidos. Aqui, na Base Um, ninguém rebateu as tuas ordens e a forma como conduziste a missão. Na realidade, até admiraram o sangue-frio com que conseguiram cumprir o plano arriscado que definiram para o assalto a Dantooine.

— Não fui o único a tomar decisões.

— Foste aconselhado, não importa. A responsabilidade final era tua e tu assumiste-a. Todos os líderes precisam de conselheiros próximos nos momentos críticos.

Ele concordou, mordeu os lábios. Só conseguia imaginar o choque e a dor das duas irmãs de Jenna a serem consoladas pela Nyra que também chorava, o luto dos familiares dos pilotos e dos soldados que tinham morrido. Ela percebeu a sua relutância, prosseguiu na sua análise:

 - Todas as previsões apontavam para baixas mais elevadas do que aquelas que realmente aconteceram. Por favor, não me interpretes mal. Compreendo que se tratavam de amigos, colegas, pessoas válidas e competentes que estavam profundamente empenhadas na causa da liberdade defendida pela Aliança e que perdemos para sempre. Não são apenas números de uma estatística fria de um androide. Mas ainda assim, as perdas foram baixas até por comparação com o ataque à Estrela da Morte.

No fim de contas, tudo acabava mesmo por se resumir à fria estatística de um androide protocolar, pensou Luke com alguma amargura. Leia agarrou-lhe nas mãos. O calor dos dedos da princesa fê-lo esconder um sorriso, de cabeça baixa, a franja a cobrir-lhe o rosto.

— Estamos em guerra contra um poderoso adversário – disse-lhe ela numa voz suave, suspirada, tão calorosa como os seus pequenos dedos –, os tempos são difíceis, mas a vida prossegue e temos de ficar gratos por continuar a existir alguém que esteja disposto a combater do nosso lado.

Ele encarou-a, reteve o ar numa inspiração demorada. O mundo diluiu-se vazado para um lugar de sonho, ficaram outra vez sozinhos no centro de um mar de gente, iluminados com um holofote particular que os fazia brilhar.

Um jato de vapor do cargueiro corelliano, escapado do sistema de arrefecimento dos motores, sacudiu Luke num estremecimento que o obrigou a despertar daquela fantasia. Endireitou as costas, soltou as mãos da princesa. Estavam perto da rampa da Millenium Falcon e olharam os dois para a nave, para verem sair o seu último passageiro. O rapaz continuava a vestir o casacão comprido que servia de esconderijo a qualquer coisa, grande ou pequena, armas letais ou utensílios inofensivos, uma mochila murcha ao ombro porque não tinha nada dentro, era um acessório que lhe mantinha uma das mãos ocupadas, a outra balançava ao longo do corpo. Parou no fim da rampa, assombrado, admirando a azáfama do hangar.

Leia inclinou a cabeça e comentou:

— Não perdeste a capacidade de fazer amigos.

— Oh… O Dak – disse Luke.

Han requisitou-o puxando Dak pelo braço, arrastando-o até ao técnico de manutenção que chamara. O contrabandista gesticulava enquanto ia dando as suas explicações sobre o que necessitava para as verificações e reparações dos sistemas problemáticos da Falcon enquanto mantinha Dak e Chewie por perto. Pelos vistos tinha definido a equipa que o iria acompanhar naquele trabalho.

Durante a viagem até Yavin Quatro, Dak Ralter foi integrado no grupo, depois de Han Solo ter superado as suas reservas em relação ao rapaz que os tinha mantido reféns durante o curto tempo que tinham estado no complexo gerido pelo bandido Jeiz Becka, muito por insistência de Luke que ficou impressionado com a história que ele lhes contara.

Dak Ralter era natural de Kalist V, uma colónia penal imperial que se destinava a prisioneiros políticos que o Imperador desejava silenciar, mas que o Senado fantoche, enquanto existiu, impedia de serem condenados à morte e executados. Gestos de perdulária complacência que não eram totalmente altruístas, visto que aqueles que eram sentenciados às colónias que albergavam os detratores de Palpatine provinham, na sua maioria, desse Senado decadente que existia para cumprir a sua própria agenda, garantir favores para os respetivos sistemas defendidos pelos senadores, um corpo político desunido por uma ditadura exigente e militarista, incapaz de efetivamente se erguer numa oposição credível e sonora.

Foi durante o clima de alguma desesperança que Dak nascera, nesse planeta, filho de fervorosos opositores do regime que oprimia a galáxia. Apesar de os seus pais fazerem discursos apaixonados sobre a liberdade e céus límpidos, ele não conhecera outra realidade que a da colónia penal, que não podia abandonar por também ser considerado como um dos prisioneiros, sendo filho de um casal humanoide destes. Não sabia o que era a liberdade e nunca tinha visto um céu límpido, de qualquer cor que fosse diferente daquele tom de fuligem que permeava a camada atmosférica de Kalist V. Então juntara-se a um grupo de jovens inconformados, também filhos de outros prisioneiros, e planearam a fuga. Não correu bem, apenas três conseguiram escapar com sucesso e bastante feridos. Dos outros dois, ele não sabia o que lhes tinha acontecido. Por seu turno, ele foi vendido como escravo a um senhor da guerra de um qualquer mundo desolado da Orla Exterior. Recuperou a saúde, tornou-se mercenário a soldo desse senhor da guerra, depois voltou a fugir e sem que se tenha verdadeiramente apercebido do que tinha acontecido, passou a pertencer ao bando de marginais de Jeiz Becka. Acontecera durante um negócio que correra mal, uma bebedeira, um desvio numa qualquer interseção de caminhos tortos. Felizmente conseguiu que alguém tivesse simpatizado com ele entre os proscritos que orbitavam em redor da estrela mortífera de Becka, a criatura do depósito de peças, que sempre o protegeu, que sempre o orientou e dizia-lhe que ele iria um dia juntar-se à Aliança rebelde. Ele ria-se, ele escarnecia da criatura. Na solidão das suas noites, no silêncio abafado, fixando o teto baixo e rachado do canto onde adormecia para ter pesadelos com Kalist V, ele acreditava e construía uma nova esperança com base nessa crença. Algum dia, algum dia ele iria lutar como os seus pais tinham lutado.

Como estariam os seus pais, perguntava-se algumas vezes, roído de remorsos por ter querido fugir, por ter conseguido escapar-se da morte lenta numa colónia penal guardada em permanência por stormtroopers, gerida por oficiais brutais. Deviam continuar em Kalist V e falariam orgulhosos do seu filho, quando a ocasião surgisse. Haveria vaidade nas suas palavras e nas lembranças que invocariam, de certeza, pois o filho tinha ido combater o Império, em nome deles, em nome de todos os prisioneiros políticos e de todos os povos esmagados pelo jugo do maldito Palpatine.

— Uma história impressionante! – exclamou Leia, de braços cruzados, a olhar descaradamente para o perfil do rapaz que aguardava ao lado de Han, com a mochila murcha lançado sobre o ombro.

— Pois é – concordou Luke. – Também achei.

— Han não deve ter tido a mesma opinião.

— Não! – Luke riu-se ao recordar-se daquele dedo espetado na sua cara enquanto o contrabandista o avisava para não adormecer, nem por um instante, se ele se atrevesse a fechar os olhos acabava com a garganta cortada, que não confiava naquele rapaz, que fora uma imprudência trazê-lo, que até podia ser um espião do Becka e outras teorias mirabolantes. Acabou por também contar isto à princesa.

— Um famoso bandido irritado é a menor das nossas preocupações – considerou ela, de sobrancelha franzida. Estava a descartar a possibilidade de o rapaz representar alguma espécie de perigo para a Aliança, mas intimamente preparava um sinal de alerta que se ativaria se os pormenores certos se apresentassem, aqueles factos descartáveis e inofensivos que toda a gente iria ignorar.

— Ninguém saiu em nossa perseguição e se o tivessem feito nas horas-padrão seguintes, já o saberíamos. No início, Han quis seguir uma rota direta até Yavin Quatro, mas acabou por traçar um percurso com alguns desvios que esconderam o destino da nossa viagem. Ainda fizemos duas escalas em sistemas afastados, antes de nos dirigirmos para cá.

— Foi uma manobra inteligente.

— Ele é previdente, sem dúvida.

O contrabandista terminou o relatório verbal que fazia ao técnico de manutenção e despachou-o com uma indicação seca, algo do estilo o que fazes aí parado, já te disse o que preciso. Pediu a Dak que fosse com Chewie e os dois seguiram o técnico que se afastava numa corrida em direção aos armazéns que guardavam maquinaria diversa, peças e androides especializados em mecânica aeroespacial. Aproximou-se de Luke e de Leia.

— Saudações, princesa – cumprimentou fazendo uma continência desajeitada com dois dedos.

— Olá, Han. Achas que a nave vai estar pronta a tempo para a evacuação?

— Não te preocupes, querida. A Falcon não está avariada, são apenas os alarmes do costume. Trouxe-me de volta, não trouxe? – E piscou o olho.

— Estou mais descansada… – disse Leia num tom irónico, pronunciando cada palavra.

Luke percebeu a pequena nuvem cinzenta que envolveu a princesa e o contrabandista, mas como era habitual nele, Han não percebeu como a sua observação mordaz tinha atingido ou ofendido alguém. Podia mostrar-se descontraído, minimizar o problema, sacudir a poeira dos ombros, encarar a situação com leviandade, atirar um par de piadas para aliviar a tensão fútil, mas Luke sabia que Han morria de apoquentação pela Millenium Falcon. Se acontecesse a tragédia de a nave não responder nesse dia de evacuação, ele ficaria para trás sem hesitar e logo pensaria numa solução para escapar dos imperiais.

— Ouve, miúdo. Não preciso de ti, o Ralter ofereceu-se para ajudar-me e tenho o Chewie. – Não fora bem um voluntário, mas o rapaz não parecia contrariado enquanto seguia o wookie que lhe rosnava e esbracejava tentando fazer-se explicar. – Podes ir tratar dos teus relatórios, descansar, o que seja… Vemo-nos mais tarde.

— Claro, Han. De certeza que não precisas de mim?

— De certeza. – Han colocou as mãos sobre os ombros de Luke. – Portaste-te muito bem, comandante Skywalker. Foi uma honra ter servido sob a tua liderança.

— Obrigado, amigo.

A seguir, rodou sobre os calcanhares e juntou-se a Chewie e a Ralter com uma curta corrida.

Leia sorria, fixando os passos do contrabandista, sorria não somente com os lábios vermelhos, mas também com os olhos, com o rosto que cintilava. Seria uma ilusão de ótica, pois ela foi iluminada brevemente por uma luz intermitente cor-de-laranja montada nas traseiras de um dos carros de apoio que passou perto deles, mas Luke percebeu o encanto surreal daquela cintilação e sentiu ciúmes. Disse para arrancá-la daquele devaneio:

— A evacuação está para breve? Julgava que estávamos mais seguros agora.

Com um suave pestanejar, que apagou todos os ínfimos brilhos que se tinham acendido na sua expressão, Leia respondeu:

— Sim, estamos mais seguros. Apenas por algum tempo, infelizmente. Os planos de evacuação foram terminados e o objetivo primordial será colocá-los em prática antes da invasão do Império, que se estima ocorrer daqui a dez ou doze dias-padrão. Lamento, Luke, acredito que precisas de descansar mas só vais conseguir relaxar por mais um dia ou dois. Depois, temos de fazer as malas e tu serás indicado para orientar uma das secções.

— Não estou cansado – apressou-se ele a negar. – Mesmo que o Han me tenha feito o aviso sobre o Dak, dormi na Falcon. – Confessou envergonhado: – O Artoo esteve a fazer a vigilância, não fosse acontecer alguma coisa.

Leia não se surpreendeu com essa revelação e prosseguiu:

— Entretanto, acontecerão reuniões de preparação com todos os líderes designados e tu és um deles. Como já te tinha dito, vais ser promovido.

— Para onde vamos?

— Ainda não sabemos. O Alto Comando está a fazer segredo do nosso próximo destino.

— Receio de espiões?

— Por mera precaução.

— Há tantos sítios na galáxia para onde podemos ir…

— Não haverá tantos assim – discordou Leia apreensiva. – O Império aperta o cerco. Segundo as nossas últimas informações está a reforçar a sua presença nos sistemas que teoricamente poderiam ajudar a Aliança, com os outros faz chantagens absurdas, cortando linhas de abastecimento e descurando a segurança para que grupos de bandidos se instalem, semeando um terror que é, no fundo, sancionado pela própria Coruscant. Os sistemas neutros preferem manter a sua invisibilidade e também não nos querem receber, os sistemas não cartografados têm o problema, precisamente, de não aparecerem em mapas oficiais e ser quase impossível assegurar a sua existência, sem uma expedição prévia. Por outro lado, também sabemos que o Império já conhece o destino da Estrela da Morte e pretende abafar o acontecimento, não quer divulgá-lo para não assumir o erro monumental de não ter conseguido defender a sua arma mais poderosa de um bando de rebeldes mal preparados, como gostam de nos apresentar na sua propaganda.

— Então, ainda estamos em vantagem.

— Sim, Luke. Ainda estamos em vantagem, mas esse estado de graça não vai durar muito.

— É a tua previsão?

— É a minha intuição – respondeu a princesa.

E assim como Leia lhe tinha dito, Luke não teve muito tempo para relaxar. Ele não se importou, detestava os momentos de tédio que se sucediam entre os momentos em que era requisitado para agir, quer fosse em aceso combate ou em treinos destinados a melhorar a sua perícia de piloto. Por outro lado não queria cirandar pelos corredores do quartel-general para não se encontrar com a Nyra. Comprovou aliviado que a mulher também não tinha andado a fazer perguntas sobre ele ou tinha tentado encontrá-lo.

E assim como Leia lhe tinha dito, Luke viu o seu posto de comandante manter-se, recebeu uma condecoração por bravura, assim como todos os que tinham participado na missão a Dantooine, incluindo aqueles que perderam a vida e que foram recordados com muita emoção e um aplauso sonante.

E assim como Leia lhe tinha dito, Luke ficou encarregado de uma das secções definidas no plano de evacuação, cujas diretivas principais dividia o quartel-general em organizações mais pequenas que se compunham por pessoal militar e civil, androides, naves, entre caças, cargueiros, rebocadores e transportadores, e outros meios essenciais que convinha preservar, como abastecimentos, células de combustível, ferramentas, máquinas e créditos. A ideia era distribuir a responsabilidade da evacuação por um grupo de comandantes para torná-la mais rápida, manobrável e controlável. O trabalho era esgotante, gigantesco, mas incrivelmente recompensador. Naqueles dois dias que se passaram, ele aprendeu como funcionava a Aliança, como se tomavam decisões, o que significava ser um líder da Rebelião, que ia para além de disparar uma saraivada de tiros laser contra stormtroopers ou de pilotar um caça.

Depois, chegou a hora de deixar Yavin Quatro.

A contemplar o último pôr-do-sol, na companhia da lâmina azul do seu sabre de luz, Luke prometeu regressar quando a paz se instalasse, finalmente, na galáxia.


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Notas finais do capítulo

O regresso à Base Um de Yavin Quatro foi um alívio para Luke.
A primeira missão que comandou foi considerada um sucesso, apesar das baixas na equipa, entre elas a Jenna Shmura.
Passadas as desconfianças iniciais, Han já se dá bem com Dak, ao ponto de pedir a sua ajuda para as eternas reparações da Millenium Falcon.
Segue-se agora a evacuação dos rebeldes e a procura de um novo quartel-general - tarefa que não se mostra muito fácil pois o medo continua a existir na galáxia.

Próximo capítulo:
O criminoso.