If I Die Young escrita por O Cartomante


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

One-drabble. Apenas um devaneio que tive - mas é uma songfic, então com a música a leitura fica bem melhor.



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 The Band Perry - If I Die Young

       Em meio a um campo de morangos moldado a partir de puro sangue, uma rosa vermelha floresceu.

       Brooke era a rosa de Jake.

       Com seu sorriso encantador e seus olhos transitórios cor-de-mel, ora transbordando lascívia explícita, ora esboçando a ingenuidade em sua forma mais pura de expressão, ela havia conseguido abrandar o coração frígido de Fitzgerald a níveis de evolução concreta.

       O progresso era visível, não só em suas palavras e ações, mas também nos seus gestos mais sutis. Do largo sorriso estonteante que fazia parte de sua anatomia - agora, expressando a felicidade em seu verdadeiro sentido e não mais presunção, como outrora - ao jeito que ele respirava quando ela estava perto.

       Seu lado latente não revelara-se, simplesmente, para Brooke. Ao contrário, ela o havia trago à tona sem intenção, descascando suas camadas numa personificação perfeita de acaso hollywoodiano - serendipidade, melhor definia ela nos rotineiros pensamentos profundos que compunham o seu âmago no aspecto mais humano.

       Com seu perfume floral, seu jeito aprazível de piscar os olhos - retendo os cílios ajaezados pelo rímel que nunca lhe faltava - em uma fração de segundo e seu toque suave e cativante, capazes de suavizar a fera interior de um garoto cujas experiências em sociedade haviam transformado naquilo que os olhos mais rasos tão somente conseguiam enxergar: “Asshole”, a voz de seu falecido melhor amigo, Will Belmont, ecoou nitidamente em seu cérebro não mais atormentado. Lembrar, em sua ausência, de uma briga com aquele que fora seu parceiro durante tanto tempo não era algo negativo. Ondas provenientes de uma emoção que a ele era insólita invadiram-lhe a mente durante o breve momento de recordação. Sorriu.

       A cena mudou.

       — Tenho medo — admitiu Brooke, ajeitando a cabeça nas coxas cruzadas do amásio.

       — Não tenha. Está segura. — garantiu ele com os lábios tomados por um meio sorriso.

— Claro que sim. Não é por mim que tenho medo.

— Por quem, então?

— Por você.

       (Pausa dramática; silêncio)

— Ficarei bem, eu juro — assegurou, afagando os cabelos louros sedosos da moçoila enquanto fitava o pôr-do-sol nas docas do lago.

— Você promete? — Suas órbitas subiram, fixando-se no rosto dele.

      Ele encarou de volta.

— Prometo. — disse por fim com sinceridade, selando seus lábios nos dela em um beijo lento e caloroso, que veio a ser interrompido por novos sorrisos de ambas as partes.

"Se eu morrer jovem,

Me enterrem em cetim

Me coloquem numa cama cheia de rosas,

Deitem meu corpo sob o rio durante o amanhecer.

Me mandem embora ao som de uma bela canção de amor"

       Enquanto relembrava, trabalhava os braços e todos os músculos que conseguia arduamente para tentar libertar-se da corda que suspendia seu corpo no ar. Fracassou.

       Uma lágrima escorreu do canto de seu olho quando ele rompeu com a linha que segregava seus mais profundos sentimentos do que dizia. E, firme, sua voz retumbou no celeiro, enquanto suas íris cintilavam nostalgicamente com as memórias repassadas:

— Não chegou minha hora... — era um lamento desesperado, pois, em espírito, ele já não estava mais lá.

       O assassino aproximou-se em passos vagarosos de sua presa e o ceifou com um só movimento ágil e letal, determinando o fim de uma história que, concretamente, estava apenas acabando de começar.

...mas nunca terminaria.


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Notas finais do capítulo

Bem... é isso.

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