O nadador e o assistente escrita por phmmoura


Capítulo 33
Capítulo 33




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Apesar dos dois homens sorridentes, havia um silêncio desconfortável no quarto do nadador.

Após decidir adiar a celebração do início de seu relacionamento como namorados para se focaram na competição do dia, os dois sentaram na cama com alguma distância entre si.

Isso é desconfortável, pensou Cris, pressionando os lábios para esconder o sorriso sem jeito. Já que a gente tava se beijando, e toda a tensão sexual no ar… Ainda sinto meus mamilos coçarem onde ele chupou… o rosto do jovem ficou vermelho enquanto ele se lembrava.

Nelson olhava para ele, corava e desviava o olhar quando seus olhos se encontraram. Apenas para repetir o ato alguns segundos depois, sem dizer nada.

As ações do assistente apenas aumentavam a tensão sexual. Cris sentou na cama enquanto abraçava suas pernas. Quando seus olhos encontraram os de Nelson, ele enterrou o rosto vermelho nos joelhos. Ainda assim, ainda pôde ver o sorriso fofo do nadador, o que fez seu coração bater mais rápido.

Por que diabos estou me comportando assim? Não é como se eu nunca tivesse me apaixonado por um cara que também me amava, pensou Cris, olhando para Nelson pelo canto do olho.

Mas, enquanto olhava para o nadador, ele sentiu seu rosto ficar mais quente e o enterrou nos joelhos outra vez. Ah, droga… Estou agindo como uma garota de trezes anos que se apaixonou pela primeira vez…

Apesar da vergonha, Cris não odiava aquela sensação. Não conseguia tirar o sorriso do rosto, embora pressionasse os lábios. Não importa quanto ele tentasse, o sorriso continuava lá.

O silêncio desconfortável só acabou quando dois alarmes diferentes tocaram ao mesmo tempo.

O nadador e assistente pegaram seus respectivos celulares. Ambos olharam para os aparelhos, então um para o outro. Com seus sorrisos desconfortáveis, eles mostraram as telas um para o outro.

— O torneio — disseram, em conjunto.

Houve outro silêncio. E depois ambos riram.

— Você primeiro — disse Cris, gesticulando para o nadador.

— Coloquei o alarme como aviso pra me preparar para o torneio — disse Nelson, guardando o celular.

Cris riu e mostrou um sorriso malicioso.

— Agora? Quanto tempo você precisa pra se arrumar? Nem eu demoro tanto pra me arrumar quando vou me vestir de menina.

Nelson mostrou um sorriso embaraçado enquanto coçava a cabeça.

— Você não precisa de tanto tempo para ficar bonito — disse, as maçãs do rosto vermelhas.

Cris cobriu o sorriso com uma mão. Que droga… ele é uma graça… mesmo assim, dá pra ver que não é isso…

— O que você está escondendo de mim? — perguntou o assistente, com a voz em um misto entre a provocação e a suspeita.

— Eu tenho… alguns rituais de torneio — disse Nelson, tão baixo que Cris quase não ouviu.

— Alguns rituais antes do torneio? — repetiu Cris em voz alta, fazendo o nadador desviar o olhar. — Tipo o quê? Não cruzar com gatos pretos ou evitar pisar em rachaduras?

— Não é uma sexta-feira treze — disse o atleta, com o rosto vermelho.

Cris riu enquanto seu sorriso aumentava.

— Foi mal, foi mal. Sei que alguns nadadores têm superstições estranhas. Tipo não apertar a mão das pessoas para que não cansem o braço. Ou mover as pernas e braços em sincronia para ter equilíbrio ou algo do tipo.

— Ei, eu não faço nada tão estranho assim — disse Nelson na defensiva.

— Então o que você faz? Quais são seus rituais pré-torneio?

— Eu… prefiro não dizer… — Nelson corou e desviou o olhar. — Você vai tirar onda comigo…

Isso só me deixa mais curioso. Especialmente se você fizer esse rostinho fofo, pensou Cris, com o coração batendo mais rápido. Ele pressionou os lábios para esconder o sorriso e se esforçou para manter o instinto de provocar o homem que gostava sobre controle. Mas ficava cada vez mais difícil. Espera… O Nelson não precisa disso… Não hoje… Mas não vou deixar ele se safar no futuro.

— São rituais que você sempre faz antes de um torneio?

— Sim… toda vez que vai ter um evento ou algo importante.

— Um evento ou algo importante, né? — repetiu Cris. No segundo seguinte, ele perdeu a vontade, com o sorriso malicioso estampado no rosto. — Então vai fazer esses rituais pra nossa celebração mais tarde?

Que droga… Eu estava me controlando… mas não dá, não quando vejo esse rostinho lindo todo vermelho… É sua culpa, Nelson, por ser tão lindo e me fazer me apaixonar por um nadador de novo!

Nelson corou, como ele esperada, no instante seguinte.

O nadador arregalou os olhos e olhava para todas as direções, exceto para Cris.

As expressões dele são a melhor parte! O assistente não podia conter mais e riu.

— Foi mal provocar você antes de um evento importante — disse, movendo-se na cama para abraçar Nelson. — Mas não tem como me conter… você me deixa louquinho para me divertir às suas custas.

— Estou feliz que isso não vai mudar agora que nós… — Nelson ficou envergonhado demais para terminar a frase.

Juntos? Namorando? Ficando? Cris tentou terminar a frase em sua cabeça. Todas as respostas faziam seu coração bater mais rápido e o deixavam corado. Mas eu preciso deixar meus sentimentos de lado por enquanto e encarnar um membro da equipe administrativa do clube Prado Maranhão. Respirando fundo, o assistente conseguiu conter a vontade de brincar com o nadador.

— Quero escutar o final dessa frase depois — sussurrou ele, depois sorriu para Nelson. — Agora, precisamos nos focar no torneio. Coloquei meu alarme pra tocar mais cedo pra ajudar você a se preparar, aliás.

— Valeu — murmurou o nadador e sorriu, ainda de rosto vermelho.

— Já que você não vai me contar o que faz nesse tal ritual, ao menos me conte do que precisa — disse Cris, saindo da cama e batendo as mãos energeticamente.

O assistente agarrou a bolsa que o clube dera a Nelson e abriu o zíper. Então ele colocou em cima da mesa e se virou para o nadador com um sorriso ansioso.

— Valeu de novo, mas não preciso de nada especial — disse Nelson.

— Bem, ao menos me deixe te ajudar a pegar tudo que precisa para hoje.

Cris foi para o armário e pegou algumas coisas, então jogou tudo na cama. Depois foi para o banheiro e pegou mais coisas de necessidade diária, jogando tudo na cama também.

— Pra que tudo isso? — perguntou Nelson enquanto encarava a bagunça que o assistente deixara onde ele dormia. — Não preciso de tudo isso…

— Ah, precisa sim. — Cris começou a dobrar e empacotar tudo.

— Por que eu precisaria de duas toalhas? — perguntou o nadador, pegando a toalha com o emblema do clube.

— Você me disse que gostava de tomar um banho antes e depois do torneio.

— Você se lembrou…?

— Claro — disse, mostrando seu sorriso gentil ao nadador. — Portanto, uma toalha é para antes. A outra é para depois. Ou prefere se secar com uma toalha úmida?

Nelson retribuiu o sorriso e dobrou a segunda toalha antes de colocá-la em cima da primeira. Depois ele pegou um dos outros produtos de higiene que Cris tirara do banheiro.

— Não preciso de protetor solar…

— Claro que precisa. Não vou deixar que arruíne essa sua pele linda. Especialmente se eu vou ver ela bastante no futuro — disse Cris como se fosse óbvio.

O nadador corou e não disse nada enquanto jogava o protetor na bolsa. Em alguns instantes, a bolsa estava cheia, Nelson não conseguia pensar em nenhum motivo para tirar algo dela.

— Eita… é… bem mais do que eu costumo levar — disse, coçando a bochecha.

— Você vai precisar de boa parte disso. E ainda que não, prevenir não tira pedaço. Pode me agradecer depois — disse Cris, sorrindo.

— Não se preocupe. Não tem como me esquecer disso.

Cris sorriu e fechou a bolsa antes de entregá-la a Nelson.

— Pode ir, meu caro nadador. Vença esse torneio para que a gente possa celebrar muito depois — disse com a voz provocativa.

Mas não funcionou dessa vez. Nelson parecia incomodado com a ideia, em vez de corar.

— Espera, você não vai?

Cris olhou nos olhos do nadador.

— Até parece que eu ia perder seu torneio de retorno — disse, com a voz gentil. — Mas preciso comer algo antes de ir para a piscina. Você sabe o quanto eu gosto de bananas, mas só isso não enche o estômago de um jovem em crescimento.

— Tudo bem… Te vejo lá então… — Nelson corou e pressionou os lábios. Houve outro silêncio desconfortável. — Até…

O nadador se inclinou para beijar o assistente na bochecha.

Queria mais do que só isso, pensou Cris enquanto observava Nelson caminhando até a porta.

O nadador estava prestes a deixar o quarto quando ele parou, respirou fundo e se virou para o assistente.

— Sei que sempre digo isso, mas é sério. Obrigado por tudo que fez por mim. Se não fosse por você, não teria como eu ter chegado onde estou. Obrigado por surgir na minha vida!

O rosto de Nelson estava com um tom alarmante de vermelho.

Igual ao de Cris.

O assistente abriu e fechou a boca sem ideia do que dizer. Seu coração bateu tão alto que ele estava com medo de que Nelson pudesse ouvir. Que droga… não sei como reagir quando ele é direto desse jeito…

Apesar da vergonha, Cris não conseguia parar de sorrir, novamente.

Houve outro momento de silêncio e então o nadador saiu.

Ah… Estou que nem um garotinho que se apaixonou pela primeira vez, pensou Cris enquanto caia para trás na cama. Não acredito no quanto eu amo esse nadador…

De repente, a porta se abriu de novo. Nelson estava de volta.

Cris se levantou com um rosto confuso.

— O que foi? Esqueceu de algo?

Sem dizer nada e com um rosto determinado, Nelson atravessou o quarto. Então agarrou e beijou o assistente. Um beijo cheio de paixão.

Quando os lábios se separaram, Cris ficou sem ar. Sua mente estava uma bagunça enquanto tentava pensar. O que…?

Com todo o rosto vermelho, Nelson olhou para Cris e depois saiu do quarto de novo.

Demorou um instante, mas depois Cris sentiu o corpo todo queimar. Eu realmente me apaixonei por ele, pensou, sorrindo do fundo do coração.


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