Há algo novo em seu rosto; os olhos já não são opacos, os sorrisos já não são raros e o receio já não está tão presente. Pode parecer besteira, mas vê-lo dessa maneira muda o mundo ao meu redor. O céu já não parece plúmbeo, o medo já não me faz tremer absurdamente e o ar já não é rarefeito — acredite se quiser, mas um único beijo pode provocar reações diferentes de forma absurda e surpreendente.  

Não falamos sobre o futuro ou sobre o passado, continuamos em silêncio e sua cabeça continua longe daqui. Seu rosto, porém, parece tão vivido como jamais vi, e isso é suficiente para que eu me sente entre suas pernas audaciosamente, encostando minha cabeça no seu peito e escutando seu coração bater calmamente.

E apesar de haver paredes despencando ao nosso redor, pessoas morrendo em nossas costas e desesperança em frente, há algo no aperto de seus braços que me faz esquecer todas as trágicas ocorrências.

Talvez devêssemos passar mais tempo assim, abraçados contra o fogo da lareira. Agora, porém, as missões quase mortíferas nos sugam tempo. Mas não se preocupe, pois assim que a guerra tiver seu fim, teremos tempo suficiente para nos abraçarmos.