Decidi ir com ele. Foi uma das poucas decisões na minha vida que foram corretas. Arrumei minha bolsa e juntos, de mãos dadas, fomos andando pelas campinas, passando por algumas colinas e parando para comer algo.

Eu gostava da sua mão na minha. Era ma mão grande, quente, um toque tão bom que eu só queria mais. Pensamentos indecentes passavam pela minha cabeça. A vontade de passar as mãos pelo seu cabelo, de sentar em cima dele e de beijá-lo eram fortes, e isso me assustava demais. Eu não era assim, eu não tinha esses pensamentos, mas estava tendo e ao que parecia, ele também.

Conversávamos, eu ia me sentindo cada vez mais segura ao seu lado. E quanto mais longe íamos, mais eu deixava para trás uma vida que já não era mais vida.

Certa noite, nos sentamos ao redor de uma fogueira, e tínhamos rido até nossos rostos doerem. E então, ele decidiu se abrir.

— Eu sou uma fera, sabe? Não que isso seja uma grande surpresa, afinal, você conviveu com vampiros, mesmo que por pouco tempo. - vendo minha cara de estampo e incredulidade, ele ficou constrangido. - Ei, relaxe, era o seu cheiro. Rebotalhos. Sem importância.