Caso Arquivado. escrita por Jeongguk2


Capítulo 6
Capítulo VI — Lição de vida.


Notas iniciais do capítulo

Eai, galera! Talvez o último capítulo do ano, então... Feliz ano novo, e que 2018 seja o ano especial pra vocês. ♥

Nesse capítulo iremos acompanhar a mudança de Iori, vemos o quanto ele amadureceu com poucas palavras, atitudes e afins. Espero que gostem!



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Capítulo VI. 

— Adolescentes são assim mesmo. Espalham o que escutam, sem sequer pesquisar. Ouvi dizer que um dos nosso colegas de equipe é pai, então... 

— Por quê ele contaria algo pro filho de aproximadamente 16 anos, sendo que o próprio trabalho e emprego estaria em risco? — Nara perguntou, enquanto dava um gole em seu café. 

Yumeko percebeu isso. Aparentemente, todos ali gostavam de café. Era impressionante. Pigarreou, tentando fugir do assunto, mas Nara apenas a encarou raivoso. 

— E-Eu não sei. Eu sou apenas uma jornalista, eu não tenho ninguém para contar... Só minha mãe, e atualmente ela está na China na segunda lua de mel. 

— Isso é irritante. Você é irritante. Saia daqui. — O agente ditou sério, vendo a mulher abaixar a cabeça e assentir. 

Por via, Nara era um homem bom no fundo, mas sua máscara o fazia parecer um monstro sem sentimentos. Mas também, quem não viraria um  “monstro” depois de ter a filha e esposa mortas? Ninguém sabia o passado de Nara, tampouco porquê ele veio para delegacia, sem aprendizado nenhum. Por sorte, seu chefe era um homem bom e prometeu ao mesmo que iria pegar o culpado pelo duplo homicídio. 

Mas, e Yumeko? Ninguém sabia quem era a real Miyamoto, quem era a mulher detrás dos sorrisos confortantes e alegres. Talvez, no fundo, ela fosse uma pessoa sem carisma nenhuma que aparentava ter, uma pessoa sem brilho e sem vida. Que vivia a vida no automático, apenas para não ser um incômodo. 

E por parte, Yumeko era a pessoa mais triste da delegacia. E Iori iria descobrir o que ela tinha de tão interessante por trás do passado sombrio e obscuro. 

Sexta feira, seis e trinta e dois de 2009. 

Todos os agentes estavam alegres, afinal, era o último dia da semana, e de sobra ganhariam dois dias livres para fazerem o que quiser — nem tanto. 

Konoka estaria animado para o final de semana, já que antigamente ele saia com Hinata para o cinema, lanchonetes ou até mesmo uma caminhada. Mas, por mais que não queira admitir, sua vida voltou ao preto e branco. Mesmo que na falsidade, Hideki dava cor á sua vida melancólica. 

— Eu não entendo... antes você saia todo feliz com a Hinata-chan, e agora, não quer mais saber de nada! O que você faz tanto naquele apartamento, Konoka-kun? — Yumeko perguntou curiosa, enquanto se apoiava exageradamente na mesa, se inclinando. — Não me diga que...

— Não! Idiota pervertida — Corou, abaixando a cabeça e suspirando — Eu não tenho ninguém pra sair. Meus amigos já se formaram, casaram e vivem suas vidas... Por quê iriam querer ter algum vinculo com alguém como eu?

— Você diz isso como se fosse pouca coisa! Você é a pessoa mais interessante que eu conheci. Eu até sairia com você, mas tenho que levar minha sobrinha pra casa da mãe, ela estava comigo e minha amiga... Ei! Por quê não pergunta para Nara?

— V-Você está louca?! Se eu perguntasse algo do tipo para ele, ele iria me meter o pé na bunda e riria! Não. Eu prefiro ficar sozinho do que mal-acompanhado. Obrigado pela tentativa, Yumeko. — Iori falou, dando um ponto final na conversa e saindo do local. Abraçado á sua maleta de fichas criminais, estudaria cada criminoso para descobrir o que passava na mente deles.

Andava tonto, perdido em pensamentos. Alguma coisa em sua mente o perguntava o  “porque”, mas ele sempre respondia com um  “o quê?” Quem descobrisse isso, com certeza o chamaria de louco. Foi interrompido pelos próprios pensamentos, ao se chocar contra um corpo e caindo no chão. 

— Você ainda é um inútil desastrado, Iori-kun. — A voz delicada atingiu os ouvidos do homem, que corou e arregalou os olhos. Era Hinata Hideki, a mulher que tirou sua virgindade guardada há anos; e o iludiu como ninguém o fez. Ali, na sua frente, depois de quase três semanas. 

— H-Hinata... Eu achei que tivesse ido embora de Tóquio... Como está? — A última coisa que queria era tratar mal a mulher, por mais que ela tenha feito o dobro disso para si, educação era sempre bom, não importa a pessoa. Foi o que sua mãe ensinou, e honraria tais palavras.

— E eu estou indo. Apenas vim passar na delegacia para pegar algumas coisas que deixei, mas nada que seja da sua conta. — Riu baixo, virando-se para o homem — Eu achei que com meus atos você aprenderia, mas pelo jeito, apenas continuou um fracote. 

Iori nunca saberia o por quê de Hideki tratar ele daquele jeito, desde que chegou — mesmo que fingindo que gostava dele. Ele nunca saberia o por quê das pessoas o odiarem, se afastarem e brincarem com seus sentimentos. 

 

— Iori-kun. — Se aproximou do homem, se agachando e tocando em seu ombro — Eu não fiz aquilo por mal. Eu fiz aquilo pro seu bem. Uma hora ou outra você abriria os olhos, mas eu percebi que seria tarde demais. As pessoas não prestam, Konoka. Ninguém presta, até mesmo aquela pessoa que você confia e ama, um dia ela irá te dar um chute na bunda e rir de você. E você tem de estar preparado para agir contra a vida e seus desafios. 

 “Eu não quero te ver machucado, por mais que eu tenha feito isso.” Foram as últimas palavras que Iori escutou, antes de ver os saltos vermelhos da mulher á sua frente baterem firmemente no chão e se distanciarem de si. 

Talvez, nunca mais veria Hinata novamente, nunca sentiria seu perfume ou veria seus lábios marcados pelo batom vermelho, suas roupas apertadas e extravagantes. Mas, com a mulher que quebrou seu coração e o partiu em mil pedaços, também aprendeu uma lição de vida.


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Notas finais do capítulo

Eai? Estão com ódio da Hinata ainda? Haha, até a próxima.